Fanfic: A Luz de Khiva | Tema: Destiny
Estávamos tão ansiosos para conhecer Vênus, que não nos demos o trabalho de retornar a Torre dessa vez. A Terra fora tomada pelo pó, a ferrugem e piratas Decaídos. A Lua tem sua tradicional superfície branca, porém cicatrizes verdes e em seu interior havia o conglomerado infinito da Colmeia. Vênus em muitas coisas ainda era um mistério.
— Dizem que Vênus foi retomado pela selva. Libélulas voam entre ruínas de academias e escavações abandonadas. Vulcões latejam. — dizia Fantasma. — A região da Depressão de Ishtar ocupa um grande lugar em nosso conhecimento
remanescente de Vênus. Guardiões vêm caçando as ruínas da lendária Cooperativa Ishtar, um famoso projeto científico da Era Dourada. Mas as antigas ruínas que trouxeram a Cooperativa para a Depressão acordaram novamente. Não somos os únicos interessados na Cooperativa. A Casa Decaída do Inverno combinou seus esforços para pilhar as ruínas, caçando por algum ponto de vantagem - seja ele da Era Dourada ou de tempos esquecidos anteriores. A presença da Casa do Inverno inclui esquifes sobrevoando constantemente dando suporte às tropas terrestres e indícios de um posto de comando improvisado ou área de preparação no Cineral vulcânico. A situação está se tornando uma corrida contra o tempo. Precisamos dominar as ruínas da Cooperativa e esperar que elas nos informem de outras ameaças que surgem da pedra ancestral e dos mares ácidos de Vênus.
— Desculpe, eu me perdi na metade da história. — comentei. Era muita coisa para processar.
— Será uma grande aventura.
— Melhor. — e rimos.
— A nossa amiga deve ter acesso a métodos extraordinários para ter nos alcançado dessa forma. A mensagem de rádio que ela mandou veio de algum lugar das selvas de Vênus. Mandei as coordenadas para seu esquadrão descer na Península.
E quando me dei conta, estávamos sobrevoando Vênus. Imenso, de um amarelo esverdeado de cegar os olhos. Mas penetrando em sua atmosfera relâmpagos percorriam as nuvens escuras. E dali eu já podia ver as ruínas.
— Esta colônia foi construída pela Cooperativa Ishtar. Os registros dizem que estudavam as ruínas mais antigas que a humanidade. Achávamos que isso tudo tivesse sido perdido no Colapso. — informou Fantasma. Apesar do tempo feio, os inúmeros prédios de arquitetura moderna ainda tinham uma certa beleza. Ainda mais com a selva que brigava por espaço. Árvores nasciam em lugares improváveis e ramos escalavam as construções como se as tivessem vestindo. — Chegamos. Lá estão Tyler e Ashra.
— E aí o que achou? — perguntou o Titã com as mãos estendidas e girando lentamente, mostrando o lugar. — Achei bacana. Fresquinho…
— Caído. Tudo um tédio. — resmungou Ashra. — E cadê essa sujeita que estamos procurando?
Fantasma alisava a área.
— Nada. Não gosto de nos arrastar até aqui e não conseguir pegar o jeito da coisa. Havia um posto de Guardiões por perto. Vamos ver o que eles têm sobre o lugar.
Seguimos ao norte de nossa posição. Chovia, o que acabou tornando o lugar aconchegante, o que era estranho. O solo acinzentado hospedava um gramado aqui e ali. Poças de água já se formavam em alguns pontos.
— Essa estradinha aqui comporta bem um Pardal não acham? — Tyler já estava muito afim de andar.
— Melhor não chamarmos muita atenção, por enquanto. — recomendei.
Virando uma esquina e chegando na Costa Estilhaçada, segundo Fantasma. Avistamos o centro dos prédios, com veículos destruídos e no meio de tudo, Decaídos.
— Ah, olha ali nossos amiguinhos! — gritou Tyler, debochado. — Já me sinto em casa!
Sentinelas dançavam em zigue-zague, desviando e atirando de volta. Rebaixados procuravam cobertura atrás dos carros. Táticas inúteis para a impaciência de Ashra.
— Morram, lacaios inúteis. — disse ela em tom de desgosto enquanto esfaqueava o último.
O posto que estávamos procurando estava em uma beirada, e guardado por mais Decaídos. Os Vândalos já tentavam nos atacar de longe. Tenho que confessar que o tiro que me acertou me doeu bastante e um gemido escapou, mas nada muito alarmante. Acionei Fantasma quando encontramos os equipamentos.
— Estamos conectados. Pardal acessível.
— Viu? Mesmo que quisesse, não poderia chamar um Pardal. — disse Ashra à Tyler.
— Ainda bem que não tentei. Já pensou? Que mico? — ele apenas ria.
— Tem muita coisa aqui sobre as máquinas de guerra chamadas Vex. São indestrutíveis, implacáveis, com inteligência suprema. E podem se teletransportar. Isso vai ser ótimo. Guardiões costumavam ter sensores para rastreá-los. Vamos botá-los de volta no ar.
— Indestrutíveis, hã? — Ashra cruzou os braços. — Sei.
— Os Vex são arquitetos das antigas e complexas estruturas que acredita-se estarem enterradas dentro de cada corpo celestial. Ligados à uma rede diferente de tudo que existe na Terra, eles operam em uníssono, direcionados por um único e insondável propósito. — completou Fantasma.
— Tudo bem. Ainda vou matá-los.
A nordeste dali causamos mais algumas baixas de Decaídos. E encontramos um novo material chamado Floração Espiritual, segundo Fantasma.
— Os sensores Vex devem estar adiante. — informou ele.
— Ali, depois daquele Mechanoide cercado por Decaídos? — perguntei, num tom de piada. Obviamente sempre seria para o lado onde tivessem inimigos.
Adentramos o prédio, subimos as escadas e encontramos mais computadores.
— Esses sensores são extensos. Nos cobrem por vários quilômetros. Ok. Devo conseguir rastrear essas máquinas. Vamos para essas coordenadas e descobrir o que ela quer que vejamos.
— Ok!
Voltamos para a entrada de um prédio anterior onde abatemos alguns inimigos, e no chão logo após a porta principal havia uma abertura nada modesta no solo. A água ali já cobria nossos pés. Para a felicidade de Tyler, encontramos um lindo baú dourado com lúmen e até grevas. Dali entraríamos na Academia Ishtar. Uma espécie de corrente elétrica começava a percorrer as paredes e teto, ou o chão, que estava sobre nossas cabeças. Um som horrível de máquinas enormes rangendo ecoavam, e era alto suficiente para algo estar bem perto.
— Detectando Vex, como se estivéssemos cercados. — Quando enfim saímos avistamos uma coluna de linhas brancas entrelaçadas retas que se levantava no meio de uma… biblioteca? — As coordenadas trazem aqui? O que é? Deixa eu dar uma olhada de perto. — Os elementos se moviam lentamente, como se estivesse viva. — Fascinante. Um confluxo de fluxos não bariônicos que vai… para onde? — pouco a frente uma luz começou a se formar, e junto uma fumaça, e aumentava cada vez mais. Algo estava vindo. — Não! Não! Não! Não! Não! São os Vex… É melhor encontrarmos cobertura!
— Tyler — chamei — Ashra — ele me olharam. — Se preparem.
Aquela nuvem negra aumentou cada vez mais, e de dentro dela surgirem várias luzes vermelhas. Encarar aquilo era ainda mais arrepiante do que a Colmeia. Parecia que íamos ser abduzidos a qualquer momento. As luzes viraram olhos em corpos mecânicos. Máquinas intimidadoras, armadas e organizadas em linhas, andando passo a passo em nossa direção.
— O que é isso? — perguntei sem notar.
— Esses são Goblins. Eles são a unidade básica dentro da vasta rede computacional dos Vex. Quebrar sua grande cabeça em formato de leque não parece causar dano duradouro, mas faz o Goblin entrar em um frenesi crepitante. — e foi exatamente isso o que aconteceu. Quando um deles perdeu a cabeça, isso aconteceu literalmente. Ele apertou o passo e começou a atirar como louco, e todo seu corpo parecia ter entrado em um curto circuito. — Sendo assim, mire em seu núcleo, ali no meio na parte branca.
Ashra basicamente arrancava a cabeça de todos eles com uma sniper.
— Ash! Na barriga. Na barriga! — ela assentiu com a cabeça e refez sua estratégia.
— Punho…
— Não! — Tyler já anunciava seu ataque brutal. — Eles são como os Escravos e Rebaixados, deixe isso para os Cavaleiros e Capitães.
— Boa ideia, ruiva.
Os reforços vieram. Um outro Goblin, só que com chifres e pouco maior que os últimos mirava uma arma diferente pra nós.
— Especializado em tiros de precisão à distância, este esguio e resistente modelo Vex é equipado com miras aprimoradas e sensores aguçados em seus chifres. Assim como os Goblins, os Hobgoblins contém um fluído leitoso radiolário.
Atacar um Hobgoblin pode causar um reflexo defensivo: o Hobgoblin se fecha em estase e aguarda ajuda.
— Um Vândalo sofisticado. Ashra! Ali! — e antes que seu próximo tiro cruzasse a sala, suas peças já se esparramavam pelo chão.
De trás das colunas surgiu outro, só que duas vezes maior, e posso dizer o mesmo de sua arma. Era notavelmente como o Ferrão de um Cavaleiro. Não desvia disso seria um erro.
— Fantasma, aquela coisa?
— Um Minotauro. Eles carregam um poder de fogo brutal, mas a maioria de seu poder de processamento é devotado à construir enormes complexos Vex, suspeitados de estender-se através de múltiplas dimensões. Minotauros são mais grossos e resistentes à quebra do que qualquer outro Vex bípede, e utilizam suas capacidades de teletransporte agressivamente.
Ele olhou fixamente pra mim. E veio com tudo! Dava dois passos e se teletransportava mais quatro a frente até ficar meio metro de distância. Tyler passou por mim e deu uma joelhada tão forte que ele recuou quase todos os passos que deu.
Outros apareciam espalhados no perímetro, nos deixando bem no meio do caos, cada vez mais cercados. Atirávamos como loucos e cada vez mais deles surgiam. Nossa área segura se apertava até que sentimos um as costas do outro. Talvez não viesse algo mais do que aquilo. Talvez fosse um pequeno exército vindo nos receber e nos cansar. Hora de uma limpeza.
Com meu Transe Tempestuoso eu andei pelos corredores da biblioteca da Academia Ishtar e varri os Vex, um a um. Ashra e Tyler continuavam a cuidar do centro, e posso dizer que quase beiramos a cem baixas nessa missão. Ao som do último Vex caindo e o silêncio total, voltamos a analisar a situação.
— O que são essas coisas?! O que estava fazendo delas?! Ainda há uma intacta para eu analisar?!
Achamos um corpo caído às escadas. Fantasma pôs-se a escaneá-lo de cima a baixo em busca de pistas.
— Boa luta. — uma voz surgiu atrás de nós. Quando me virei, vi uma caçadora nos encarando. Uma Exo aparentemente. Misteriosa, de armadura forte, mas de aparência simples. Tyler cruzou os braços e Ashra estava com uma mão no coldre.
— Você está aqui. — eu disse.
— Não temos muito tempo. — disse ela, passando por nós.
— Quem é você? — perguntei, impaciente.
— Por que está nos observando? — perguntou Fantasma.
— Não tenho tempo nem pra explicar porque não tempo de explicar. — respondeu ela.
— Que grosseria. — comentou Tyler.
— Sim, sim. Eu sei. — sussurrou ela… para alguém?
— Sim o quê? — perguntou novamente Fantasma.
— Não era com você, pequena luz.
— Sou um Fantasma, na verdade.
— Muitos morreram. Eram fortes. Porém, vocês chegaram aqui… — Algo pareceu dizer algo em seu ouvido novamente. — Estão aqui, comigo. Estou ouvindo. Sim.
— Com quem ela está falando? — Fantasma a rodeava, inconformado. Ela o empurrou levemente com uma mão.
— Precisa da minha ajuda, Guardiã. — ela falava diretamente comigo.
— Foi por isso que nos trouxe aqui? — perguntei. O que ela queria afinal?
— Eles nos trouxeram. Os Vex. Um mal tão sombrio que odeia outros males.
— Isso não era pra ser uma coisa boa? — Tyler e seus comentários. Ela caminhos para o corpo que analisávamos, agachou e observou.
— Você não é uma Guardiã. — concluiu Fantasma. Seu olhar voltou a nós, e de volta ao Goblin...
— Não. Não fui criada na Luz. Mas acredito que onde nossos caminhos se cruzam, o chão… — ela colocou um pé no núcleo do Vex. — … pode quebrar. — E lá se foi o robô intacto. — Ouviu falar do Jardim Sombrio?
— Conhecermos as lendas. — disse Fantasma. Eu não conheço.
— A nossa maior ameaça está lá, onde essas máquinas nascem. Encontre o Jardim Sombrio, tire seu coração. Então, o seu Viajante irá se recuperar.
— Pode nos ajudar a encontrá-lo? — perguntei.
— O meu caminho é meu. Não posso. — Ashra bufou.
— Para encontrar o Jardim Sombrio, precisamos ver os Despertos. — me explicou Fantasma.
— Ah, sim. Os Despertos. — seu tom deu Ashra um possível olhar de fúria. — Lá, alternando entre Luz e Trevas. Deve-se escolher um lado, pequena luz, mesmo que seja o lado errado. — eu e Fantasma nos olhamos, e depois eu e meu esquadrão. — É tarde, voltando. Quantos? Defenda a posição, desligue os motores e não deixe que te encontrem. — ela sacou sua arma, e simplesmente sumiu.
— Então, como encontramos os Despertos? — perguntei a Fantasma.
— Eles vivem lá no extremo da Treva. No último lugar onde a Luz toca. — ele ficou pensativo e vagou pelos Vex. — Não podemos ficar aqui só com os robôs assassinos?!
— Não, luzinha. — brinquei.
— Não me chame assim. — Mesmo sem sobrancelha, pelo jeito vi que ele amarrou a cara, e era fofo.
— Então, Ashra… — Tyler deu início aos comentários. — De volta ao lar?
— Não se pode chamar aquilo de lar. O Cinturão de Asteróides é um grande anel de nada, salpicado de uma riqueza inimaginável. No passado ele foi um tesouro para a indústria da Era Dourada, mas agora o Cinturão é um lugar assombrado onde piratas Decaídos e patrulhas Despertas disputam entre as carcaças de máquinas ancestrais. Dentre os asteróides está o Arrecife, amarrado pelas naves arruinadas de uma antiga escapada. O destino daqueles que escaparam a Terra durante o Colapso era desconhecido. Mas lá jaz um cemitério de naves perdidas, e entre elas está o reino dos Despertos, governado por uma Rainha que poucos já viram. Eles há muito evitam contato com a Cidade. E eu evito contato com eles. Vocês também deveriam.
— Não temos escolha, Ash. Se não fizermos algo agora, isso pode se virar contra nós. — expliquei. Eu podia sentir o desconforto dela, mas ignorar o chamado da estranha não era uma opção.
Autor(a): spotplay
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Com o passar dos dias, desde quando renasci, descobri muitas coisas. Na verdade era como nascer pela primeira vez, nesse universo estranho. Os Decaídos, a Colmeia, e agora os Vex. Muitas das coisas que aprendi foram em momentos de muita tensão, onde não havia tempo para perguntas, eu teria que atirar primeiro. Fantasma era meu consultor, eu perguntava tu ...
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