Fanfic: A Luz de Khiva | Tema: Destiny
Recuperamos o Arquivo, e agora saberíamos muito mais sobre os Vex, seu mundo e planos. Havia tanto para descobrir, sobre tantas coisas, inclusive sobre o passado, antes de mim, antes de todos nós. Eu sou Arcana, então digamos que a curiosidade estava me matando. Eu queria saber sobre tudo.
— Então, para onde o Viajante foi mesmo aquela vez? — não havia quase ninguém na Praça hoje. Eu não perderia nenhuma oportunidade de encher Fantasma de perguntas.
— O quê? Ah, claro. Aquela vez. Você sabia que antes de os Decaídos serem “Decaídos”, eram chamados Eliksni? O Viajante os visitou e lhes forneceu Éter ilimitado, o que os fez prosperar sob sua dádiva, e passaram a o reverenciar como a “Grande Máquina”. Durante esses anos, a Casa do Julgamento aplica a lei e a paz. Algum tempo depois, a civilização Eliksni é destruída por um evento conhecido como Redemoinho e Chelchis, Kell da Pedra é morto pelo próprio Oryx, tornando-se uma lenda entre seu povo. O viajante abandona os Eliksni por volta dessa época. Paralelamente, a Casa do Julgamento tenta manter a ordem entre os sobreviventes, mas é incapaz de impedir a eclosão de uma sangrenta guerra civil e está quase erradicada. Os remanescentes da Casa do Julgamento são forçados à servidão pelos Kells remanescentes.
— Interessante… O Viajante já foi embora de novo?
— Depois de um tempo, a humanidade detecta e acompanha o Viajante à medida que ele entra no Sistema Solar e terraforma Mercúrio, Vênus e as luas de Júpiter. Quando o Viajante chega em Marte, a nave Ares One é lançada para fazer contato com ele. O Viajante transmite seu vasto conhecimento para a espécie humana, estimulando a colonização do Sistema Solar. A Era Dourada, uma era de séculos de prosperidade e milagres tecnológicos, começa.
— Chegou então a parte de que tanto ouço falar e nunca sei sobre o que é.
— O Viajante mudou tudo. Remodelou o sistema solar tão decisivamente quanto quebrou as fundações científicas e filosóficas. Para seus ancestrais deve ter sido um golpe vislumbrar além do horizonte de possibilidades esperadas e mergulhar em um reino de poder transcendente. O Viajante acendeu a Era Dourada, mas vocês a construíram. Muitos disso com orgulho, mesmo depois de tanto ter sido perdido. Estabeleceram o sistema solar e o encheram com trabalho. Hoje, Criptoarques e estudiosos trabalham para transformar as lendas da Era Dourada em verdade. Nós sabemos que humanos viviam por mais tempo, voavam mais longe e sabiam mais. Sabemos que incontáveis ódios e doenças antigas foram extintos para sempre. A aspiração humana deu nascimento a vastos projetos de engenharia, movimentos sociais avassaladores e até mesmo novas formas de vida. A Era Dourada não era livre de desafios. Certas fontes mencionam discórdias internas, enigmas científicos persistentes e lacunas filosóficas, particularmente envolvendo questões de inteligência artificial e ‘bifurcação mental’. Mas a humanidade e seus filhos mecânicos enfrentaram estes problemas com orgulho, vigor e um senso contagioso de compaixão pluralista.
Eu tentava imaginar tudo aquilo. Agora eu entendia o significado de “Era Dourada”, que sempre me intrigou. Na verdade, quanto mais eu ouço, mais quero saber.
— Khiva… — Ikora me chamou. Sua postura passava um autocontrole invejável. As mãos nas costas, um olhar calmo, porém atento e talvez fatal se fosse para um inimigo. Ela é minha mentora e pelo o que ouvi a acho incrível. E não pude deixar de pensar nos feitos de seu mentor, Osíris. Ele e São-14. Tyler fala dele como se fosse um deus. Lendas tão poderosas que é quase difícil imaginar que existiram. Será que um dia lembrariam de mim dessa forma? Não, provável que eu não chegue nem perto.
— Sim? — Não sei quanto tempo fiquei nesse devaneio.
— Sei que não faz muito tempo que voltaram mas, devido às circunstâncias. Temos que garantir sucesso em nossa missão, e no momento você, Ashra e Tyler são o melhor esquadrão que temos. — eu senti o nível do meu ego subir.
— No que podemos ajudar?
— Muito abaixo da Academia Ishtar, os Vex botaram algo em ação, uma máquina devoradora de mundos, transformando Vênus em outro elo da sua corrente intergaláctica. Esse Nexo deve ser detido, e a Mente que o controla, destruída.
— Entendi. Vou me reunir com Ash e Tyler e vamos sair imediatamente.
— A Vanguarda agradece, Guardiã. Tomem muito cuidado.
Confirmei com a cabeça, e me retirei para encontrar meus companheiros. Encontrei Tyler discutindo com Kadi. Parece que seus achados não eram tão notáveis quanto ele queria. Acabou por desmontar tudo e disse que trocaria por algo com o Armeiro depois. Ashra, por sua vez, fora encontrada às sombras dos corredores que iam para o Hangar, observando os outros trabalharem. Macabro.
— Por que sempre que temos que eliminar um inimigo poderoso temos que nos enfiar em um buraco sem fim? — perguntou Tyler, indignado.
— Se estivesse tramando algo para destruir outros mundos faria isso a luz do dia para todos verem? — rebateu Ashra.
Tyler deu de ombros.
— Seria menos trabalho pra eles. Já que estamos encontrando do mesmo jeito.
— Tudo bem. Nos encontramos na Órbita de Vênus para que ninguém desça sozinho. Para encurtar o percurso vamos nos transmaterializar na Praça de Ishtar. Não sabemos o quanto isso pode demorar então vamos cortar o caminho que já conhecemos. — eu falava sem parar. Era algo tão automático.
A Praça de Ishtar ainda tinha certas intrigas entre Vex e Decaídos, e algo me dizia que por muito tempo ainda seria assim.
— Certo. Vamos achar esse Nexo. — disse Fantasma.
Orientei para que déssemos a volta e evitássemos que nos vissem. Isso poderia nos atrasar além de chamar uma atenção que não queríamos. Conseguimos alcançar a entrada que daria início ao caminho do Nexo.
— O que é esse bicho que a gente tem que matar mesmo? — perguntou Tyler enquanto corríamos.
— O nome dele é Sekrion. A fonte de informações da Vanguarda agora crê com confiança que Sekrion comanda a expansão da rede Vex através da crosta de Vênus. O chassi de Hidra comum em tantos Vex demonstra uma capacidade computacional impressionante. Sekrion provavelmente usa esta capacidade para regular a coordenação e a diafonia entre Minotauros operando no papel de construção. Destruir Sekrion dificultaria significativamente os esforços dos Vex na incorporação do planeta inteiro para a sua rede. — informou Fantasma. — Hmm, estou detectando muitos Mechanoides. Estão bloqueando o caminho para o Nexo. Vamos ter que derrotá-los.
Era um total de três Mechanoides, acompanhados de seus escudeiros Decaídos. Pra quem queria passar despercebida, a confusão começou cedo demais. A área já era afastada da Praça, mas até ampla em si. Haviam algumas instalações o que impedia uma visão direta dos inimigos. Era botar a cara pra ver. Escadas subiam e se cruzavam para outras plataformas acima. Eu já podia ver Rebaixados chegando de todos os cantos.
— Um pra cada. Espalhem-se. — sugeri.
— Certo. Não temos que perder tempo aqui. — Ashra sacou uma escopeta.
— Escopeta? Achei que não gostasse! — apontou Tyler.
— Até que servem pra alguma coisa na hora da pressa. E as bolas roxas são gordas. Vão comer todos os estilhaços possíveis.
Partimos para a briga. O primeiro Mechanoide estava circulando pelos cantos. O objetivo pelo visto não era somente atacar mas também atrasar. O segundo estava em uma sala anexa, em uma plataforma. Eram chamados Superiores, mais rápidos e mais fortes. Mas ainda não era o páreos para o humor de Tyler e a impaciência de Ashra. O terceiro encontrei guardando o piso superior, e nossa passagem. Eu o eliminei com uma granada, tiros de Batedor e um tapa com carga de arco.
— Ok! O nível superior está aberto. — informou Fantasma.
Nós liquidamos os últimos Decaídos que sobraram, para que não fôssemos seguidos. Seguimos então adentro do Ramo N/Gen até o Sítio de Escavação 4. Tudo ali tinha a aparência de um escritório com alta tecnologia abandonado e tomado por uma mata selvagem e alagamentos parciais. Mais ainda assim, tinha um visual e cheiro bem melhores do que se tivesse sido tomado pela Colmeia.
— Estamos chegando perto. Estou detectando uma grande ondulação na escavação abaixo de nós. Se isto é o Nexo, está ficando mais forte.
E falando em Colmeia. Quanto mais descíamos, mas Vex encontrávamos e notávamos seus planos enraizados pelas paredes. Sua marca registrada eram grandes anéis de metal penetrados em concreto rachado. Era uma descida sem fim entre escombros e robôs assassinos. Não pude deixar de pensar em Phogoth e tudo o que aconteceu lá embaixo. Espero que aqui seja diferente.
Após atravessar os aros de metal guardados por Minotauros e Goblins, tudo ficou num breu profundo, e Fantasma teve que iluminar meu caminho. Fitas listradas de amarelo e preto marcavam caminho por entre as rochas até chegar em uma clareira onde não se podia arriscar chegar na beirada. Abismo, no subterrâneo? Alguém mais gosta de criar um mundo dentro de outro? Falta só os Decaídos fazerem algo assim.
O próximo corredor estreito e deformado deu para o que seria o Nexo. Um barraco alto dividia nossa chegada para uma arena de alta tecnologia dos Vex. Anéis giravam no teto em volta da Hidra fazendo uma linha de algum tipo de laser azul até o chão. Eu já estava olhando aonde teríamos cobertura. Aquilo ia descer ou nós teríamos que atirar lá em cima?
— Isso tem que ser o Nexo! Já quanto a matá-lo, bom, isso não é comigo. — comentou Fantasma.
— Estou pensando nisso. Estão bem? Estão prontos?
— Eu tô ótimo! — respondeu Tyler, empinado.
— Não temos escolha, temos? — indagou Ashra
— Não. — admiti, rindo. Vamos descer.
— Espera. Minotauros. Ali, ali, lá e lá. — interrompeu Ashra, apontando os quatro cantos do lugar. — Consigo derrubar dois daqui. — Ela sacou a sniper e pôs-se a atirar.
— Eu pego o lá de trás. — Tyler pulou.
— Não se perca, temos que ficar juntos! — gritei. É provável que ele não tenha escutado.
Chamamos a atenção deles e todos as armas apontaram pra nós. Depois que Ash eliminou seus alvos, tivemos que descer para fugir dos bombardeios. Eram ligeiramente fortes, e vinham pra cima sem medo algum, se teletransportando a cada dois passos. Quando todos caíram, o suspense se fez.
— O Nexo está abrindo!
O Vex desceu, e o escudo que o rodeava era tão enorme quanto ele, deixando apenas uma brecha para nosso ataque, que teria que ser preciso e eficiente. Não demoramos muito para descobrir que seus ataques o atravessavam tranquilamente. E por falar em ataques, os de Sekrion eram potentes com um considerável raio de explosão. Eu havia localizado uma área mais segura atrás de colunas rochosas, que poderia nos dar cobertura o suficiente, antes de talvez caíram por tanto dano. Mas ia dar.
— Escolham uma brecha e revezem o foco dele. — sugeri.
Sacamos nossas melhores armas e abrimos fogo contra o Vex. Atirando e se escondendo de seu olhar e armas. Em certo momento ele atirou em minha direção na hora que eu ia fazê-lo. A dor foi dilacerante. Tive de pedir cobertura e alguns segundos para me recompor, e claro, cobrei o dobro de atenção de Ash e Tyler para que não sofressem o mesmo.
— Galera! Reforços! — Tyler apontou as laterais. Uma fumaça negra se formou no flanco direito, e já sabíamos o que era. Goblins e Hobgoblins apareceram para nos atrasar.
— Cuidado! Se Sekrion os atacar será muito pior. Não percam a cobertura das colunas! — alertei.
— Eu cuido do grandão. — Ashra pegou uma sniper e começou a atirar freneticamente nos “olhos” do nosso alvo enquanto ele se mantinha atento em nós.
Mantivemos esse ritmo até o sentirmos enfraquecer. Até eu decidir que ele morreria. Quando sua proteção passava pelas suas costas, o fiz olhar para mim, e joguei em sua direção a maior Bomba Nova que eu poderia fazer, e depois disso poucos tiros de Ashra o fizeram desmontar por completo. Tyler limpou a área e veio saltitar no centro no Nexo.
— Ha! Já era! Pois é! Já era! — ele dançava na cabeça de Sekrion, que brilhava. Espera…
— Tyler! Sai da… — o que restou do Vex explodiu, e o corpo de Tyler foi pelos ares.
— Seu idiota! — Ashra o ressuscitou, e quando ele acordou, começou a rir sem parar.
— Ah! Que legal! Posso fazer de novo?
— Imbecil… — essa foi a resposta de Ashra.
Eu só observava, e ria. Olhei para Fantasma e esperei o seu aval.
— Enquanto coisas como essa existirem, nunca estaremos seguros. Ótimo trabalho. Já passei tudo para Ikora. Ela tem uma mensagem:
“Um tentáculo dos Vex foi cortado, mas sua presença aqui ainda cresce… em outros lugares sombrios e fora do nosso alcance. Devemos continuar a compreender o seu poder e assombrar os mundos onde se reúnem.”
— Sim, nós iremos.
— Falando em ir a algum lugar — disse Fantasma. — Temos um problema.
— Outro? E qual é?
— Lembra quando eu disse que não precisaria de explicação sobre o que era um Kell caso visse um?
Autor(a): spotplay
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
— Um Kell? — berrava Tyler — Isso está ficando cada vez melhor! Quando partimos? — Quando tivermos munição e armas boas o suficiente. Não podemos achar que será fácil dessa vez. — Não? — ele fez beicinho — Nem um pouquinho? — Fantasma, o que sabemos sobre ele? — Seu nom ...
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