Fanfic: A Luz de Khiva | Tema: Destiny
Ser uma Guardiã podia ser exaustante às vezes. Tantos confrontos, tantos inimigos cada vez mais poderosos, e seus lacaios que pareciam se multiplicar. Era como cortar uma cabeça, e aparecer mais três. Mas havia algo que eu faria somente uma vez, de uma vez por todas. Arrancar a cabeça de um Senhor do Portal Vex, e levá-la a Mara e Uldren Sov. Sem adiamentos, esse seria nosso próximo passo.
— Temos que ir. Estamos ficando sem tempo. — reclamei com Fantasma. Não sabia onde os outros estavam. O que era mais importante do que isso? Quando avistei Tyler, já estava batendo o pé. — Vamos? Onde está Ashra?
— Ela eu não sei mas eu cheguei! — disse ele de braços abertos.
— Estou aqui. — disse Ashra. Seu entusiasmo sempre era um poço de indiferença.
— Certo. A inteligência que chamamos de Zydron parece existir em um estado liminar, esticado entre portais na rede Vex. Ela se manifesta de forma física somente quando é chamada. Estudiosos Arcanos acreditam que os Senhores do Portal regulam o tráfego entre portais Vex, e que suas mentes contém códigos que podem abrir o caminho para reinos proibidos. — relatou Fantasma — Uma quantidade enorme de esperança e de ódio tem sido gasta em um debate específico: será que podemos achar um portal Vex que leva a um lugar e tempo antes do Colapso, e de alguma forma preveni-lo?
— Não faço ideia. Enquanto não descobrimos, nós lutamos. — respondi. Estava impaciente. — Sabem o que fazer. — eles assentiram — Nos encontramos em Vênus.
— Quanto mais aprendemos sobre os Vex, mais eu entendo por que a nossa amiga Exo está tão preocupada com eles. Durante o Colapso, eles transformaram Mercúrio em uma máquina em dias. — comentou Fantasma, preocupado — Provavelmente teriam se espalhado por todos os planetas se o Viajante não os tivesse detido. Não gosto disso mas você tem razão. Precisamos entrar no Jardim Sombrio. Precisamos da cabeça de um Senhor do Portal.
A atmosfera hoje na Península era triste, escura, pessimista. Como se todo o lugar soubesse o que estava para acontecer, menos eu. Não, eu sei sim. Ser derrotada não era uma opção. Quanto Ashra e Tyler chegaram, nos preparamos.
— Certo. Primeiro, vamos ter que me colocar dentro da rede Vex para que eu possa atrair o Senhor do Portal. Eu lidero o caminho. — disse Fantasma.
— Quanta confiança, Pequena Luz. — provoquei-o
— Nem vou falar nada quanto a isso. — ele realmente não gostava desse apelido, o que me divertia muito. Partimos em nossos Pardais em direção oeste. — Eis o que sabemos sobre os Senhores dos Portais. “Têm três andares de altura. Protegem os reinos que os Vex prendem fora do Tempo.” Tempo? Hmm, isso não pode estar certo. — ele parecia estar lendo algo.
Seguimos para um local não visitado antes, o que me deixava feliz, por não achar que estava vivendo uma repetição. A Cidadela, na Depressão de Ishtar, era formada por vários blocos verticais de pedra, formando ruínas entre clareiras e morros. Uma civilização Vex formada durante muitos anos, como se ali sempre tivesse sido a casa deles.
— Fico pensando quantos Vex ainda existem por aí. — comentou Tyler vendo Harpias se aproximando para barrar nossa passagem. — Essa praga nunca acaba! — abrimos fogo.
— Algo me diz que essas pragas são apenas uma amostra. — disse Ashra. — Sempre há como ficar muito, muito pior.
— Estou detectando um grande confluxo por perto. Posso usá-lo para entrar na rede deles. — informou Fantasma. O confluxo se localiza em um beco da Cidadela, e estava sendo guardado por Minotauros do Eixo, para a alegria de Tyler. Nos separamos para que cada um ficasse com um deles, e cuidasse do jeito que bem entendesse, desde que no final estivesse no chão. — E eu achava que você é quem tinha um trabalho difícil. — comentava ele enquanto examinava o confluxo. — Ok. Temos que ir para um lugar chamado Escadaria Infinita. É lá que vamos encontrar o Senhor do Portal.
Seguimos em direção às Ruínas do Despertar, passando pelos belos trechos alagados da estrada em meio a mata de Vênus. Seria errado eu preferir aquele planeta a Terra neste momento?
Nosso indicador mostrava o caminho por entre estreitas passagens de pedra onde não seguiríamos com os Pardais. Estávamos no Campus 9 novamente.
— Ahm. Agora é uma boa hora de contar que para encontrar um Senhor do Portal, eu meio que tive que bagunçar todos os Portais de Transferência aqui. Acho que vamos estar bem ocupados. — disse Fantasma.
— Você acha? — reclamei. Esse tipo de informação se dá com antecedência.
Passamos direto de onde analisamos os painéis da última vez, e justo em direção ao primeiro Portal ativado.
— Os Portais estão despertando! Eles vão continuar vindo a menos que possamos desligá-los. — informou a Pequena Luz.
— Não deixem de atirar nos Portais! Ou teremos problemas! — repassei para Tyler e Ashra.
— Cuidem dos Portais que eu cuido do que sair deles! — Tyler avançou contra os Goblins.
Ashra sacou seu rifle de precisão, e o primeiro Portal foi desativado.
— Funcionou! Desligou! Vamos continuar.
— Um tiro. É só o que eu preciso. — disse ela enquanto avançava para o próximo. Modesta.
Hobgoblins e Minotauros surgiram do segundo Portal. Harpias saíam do terceiro e mais pelotões intermináveis de Goblins de outros três. E como último recurso uma Hidra guardava a nossa entrada para a Escadaria Infinita.
Quando chegamos, notei que o nome dizia por si só.
— E lá é que vamos encontrar o Senhor do Portal. Vamos.
Uma “escada” de pedra irregular em uma montanha levava a um Portal que tinha pelo menos cinco vezes o tamanho dos que desativamos. Planamos direto para o topo sem cerimônias. Alguns Vex estavam ajoelhados a frente do Portal, o venerando.
— Nem precisa pedir. — disse Ashra, jogando uma granada no meio deles. Nem viram o que os atingiram, o que tornou o momento até engraçado.
Outros inimigos estavam espalhados pelo lugar, subindo em nossa direção para nos cercar. Sendo assim, limpamos a área antes de seguir para o confronto principal, pois sabemos que, em muitas vezes o problema não é o chefe, e sim seus lacaios. Quando acabamos, notei um círculo talhado no chão, algo como se funcionasse como uma chave. Luzes vermelhas subiam de suas bordas como se fosse um cercado.
— Certo. Acho que vamos ter que entrar no ringue. — disse Fantasma.
Tyler pulou dentro, e as luzes desapareceram. Eu e Ashra entramos em seguida, meio receosas. Começavam a subir aos poucos as mesmas luzes, só que dessa vez azuis, o que parecia indicar que estávamos fazendo a coisa certa. Tinha que ser.
— Temos que lembrar que não fui eu que quis fazer isto. — notificou Fantasma.
Um grande Vex começou a “se montar” dentro do Portal. E logo Zydron havia se formado, precisando de poucos segundos para nos notar, e atacar. Ele estava mais para um Minotauro preto gigante. O que de certa forma era bom, já que algumas características de movimento e ataque eram similares, evitando muitas surpresas.
— Reforços! — Tyler repudiava os inimigos às nossas costas. Estávamos sendo cercados.
Zydron não era tão forte quanto eu achava que fosse. Dei razão a Ashra sobre dar conta até mesmo sozinha. Do início e até o fim, ele se tratava apenas de um ingresso para uma batalha maior. Focamos nossos tiros em seu ponto central, onde tinha aquele líquido branco estranho, que até então era o ponto crítico da maioria dos Vex. Desde que não esquecêssemos dos reforços que surgiam a nossa volta, não haveria maiores problemas.
Seus circuitos reagiram mal aos últimos golpes, fazendo-o se tremer inteiro como um robô defeituoso e não uma inteligência Vex especial. E com ele, o Portal gigante iniciou uma concentração de energia que o sobrecarregou e o desligou totalmente. Pelo menos essa etapa estaria finalizada.
— Bom trabalho. Marcando a cabeça dele para transmat. — parabenizou Fantasma.
— Sim, ainda temos que levar essa coisa para o Arrecife o quanto antes. — lembrei.
— Manda um “oi”. — disse Ashra, já deixando claro que não iria junto.
— A gente te espera na Torre para o próximo passo. Esses Despertos me dão arrepios. — disse Tyler.
— Ok. Conto pra vocês como ficou a cara de Uldren Sov quando eu jogar essa cabeça na dele.
Tyler colocou a mão na cabeça como se fosse mudar de ideia, mas como demorou, resolvi partir.
De volta ao clima macabro do Arrecife e a encarar o semblante sombrio dos Despertos, me dirigir ao trono foi mais fácil do que da primeira vez. Eles duvidavam, mas esperavam por mim, com uma vitória ou derrota.
A Rainha, Mara Sov. Estava sentada em seu posto supremo, rodeada por dois Decaídos e seu irmão. Me olhou de cima a baixo.
— Ainda vive. E ainda tem a sua esfera.
— Não há vergonha em fugir, Guardiã. Fora a covardia e o fracasso, é uma excelente estratégia. — disse seu irmão com tom de “eu sabia”. Minha satisfação seria ainda melhor.
— Não fugimos. — respondi seca.
— Nenhum Senhor do Portal foi morto, irmão? — perguntou a Rainha.
— Ah, matamos um Senhor do Portal.
— Fantasma… — autorizei.
A cabeça do Vex surgiu diante deles, fazendo todos se espasmarem de tanta surpresa. Levantei uma sobrancelha.
— Precisamos encontrar o Jardim Sombrio. — lembrei-os de nosso objetivo.
Uldren bufou.
— Eles nem sequer sabem onde fica.
— Vamos contar a eles. Procurem no Senhor do Portal por aquilo que dá passagem.
— Por quê?! Se deseja que morram de certo, mate-os aqui! — perguntou ele.
— Com frequência, quando tentamos adivinhar os motivos alheios revelamos os nossos. — disse ela, observando-o.
— O meu motivo é só lealdade para um povo… — ele se ajoelhou diante dela. — … uma Rainha e uma irmã.
— Então por favor. Pegue o que lhe é pedido.
Seu olhar de desprezo voltou quando virou para descer até o resto de Vex. Sacou a faca ainda me encarando e agachou para arrancar o olho da cabeça do Senhor do Portal. Quando levantou com o olho mãos, a luz vermelha que ali havia se apagou.
— Morto, infelizmente. — ele não parecia infeliz. — Temo que tenha sido uma jornada desperdiçada. — disse Uldren, mostrando agora o item para a Rainha.
— Talvez. Eu até acho que estes são capazes. — comentou ela, nos olhando de cima. — Daremos de presente, como um gesto para o seu Viajante.
Relutante, seu irmão nos deu o olho morto, junto com as novas coordenadas.
— Marte. Baía Meridiana. Oitenta e quatro norte, trinta e dois leste.
Mara Sov se levantou, e com seu olhar sereno e ao mesmo tempo ameaçador, nos deu o seguinte aviso:
— Já lhe demonstrei benevolência, Guardiã. Se os Despertos precisarem de um aliado, lhe chamarei e esperarei que responda.
Não responder seria bem imprudente, de certo.
— Ela quer dizer que você nos deve, Guardiã. — realçou Uldren. Não sou surda.
— Entendo. — confirmei pra ele educadamente, mesmo querendo lhe dar um tapa carregado de arco no meio da face. Direcionei meu olhar à Rainha — Vossa Majestade. — Fiz uma breve e quase imperceptível reverência, e lhe dei as costas.
— Boa sorte… — disse seu irmão, querendo ter a última palavra. — saindo da Zona de Exclusão.
Não sei o que ele quis dizer com isso e nem queria saber. Fiz o que tinha de ser feito, agora era outra batalha a travar. Novos desafios e inimigos nos esperavam em Marte. Quem estaria lá? Decaídos? Vex? Colmeia? Outra coisa pior? Não importa, eu iria exterminá-los.
Autor(a): spotplay
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
“Embora a derrota de qualquer campeão da Treva seja motivo de celebração, sempre suspeite das promessas da Rainha. Os Despertos jogam dos dois lados dessa batalha, e uma dívida com ela pode ser potencialmente prejudicial. No entanto, se isso lhe der a chance de entrar no Jardim Sombrio, você tem todo o apoio da Cidade.” &nbs ...
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