Fanfic: Meu primeiro amor
Meu primeiro amor
Sempre fui um
garoto da cidade grande acostumado com congestionamentos, filas no supermercado
e essas outras coisas que nos acompanham em todas as cidades grandes do mundo e
de tão presente que estão em nossa vida que sua presença se tornou comum no
nosso dia-a-dia.
Mas bem, não é
pra falar da minha vida na cidade grande que eu estou escrevendo esse texto;
muito pelo contrario eu quero falar sobre minha vida no campo, mais
precisamente na fazenda da minha avó.
Todos os anos
quando eu ficava de férias da escola meus pais me mandavam para casa da minha
avó, segundo eles para eu respirar um pouco de ar puro, apesar de sempre ter
achado inclusive agora de que a principal intenção deles era tirarem uma folga
de mim por que, bem reconheço que eu não era das crianças mais doces e
comportadas.
No inicio eu não
gostava muito de lá, achava injusto que todos os meus amigos viajassem para
lugares legais, enquanto eu era obrigado a ficar em lugar onde a TV em cores
ainda não tinha chegado, mas apesar da minha determinação de não gostar do
lugar eu não pude resistir por muito tempo, mas quem resistiria diante toda
aquela sensação de liberdade que eu nunca havia sentido antes.
E não demorou
muito para que minhas férias passassem a ser ansiadas por mim o ano inteiro, eu
sonhava noites e noites com os banhos de cachoeira, as corridas a cavalo e as
guloseimas da minha avó, que como toda a avó que se preze era uma cozinheira de
mão cheia.
O melhor ano de
todos foi aquele em que eu ganhei um potro só pra mim e eu dei a ele o nome de
veloz, lembro que eu tinha uns onze anos, mas não foi o cavalo que deu ao ano o
titulo de melhor, mas sim Ela.
Ao chegar à
fazenda minha avó estava como sempre me esperando na varanda e perto dela tinha
uma menininha, mais ou menos da minha idade, que ela me apresentou como a filha
do novo empregado da fazenda Ana era o nome dela, em pouco tempo Aninha para
mim.
Não vou negar
que no inicio relutei em brincar com ela, por que bem homens não devem brincar
com menininhas, mas logo descobri que Ana não era uma menininha como as outras,
ela corria muito rápido e subia em qualquer arvore que quisesse. Então, o
inevitável aconteceu: tornamo-nos amigos inseparáveis.
E como foram maravilhosas aquelas tardes em
que corríamos pelos pomares, ou as manhãs em que nadávamos na cachoeira, ou as
noites em que nos assustávamos juntos ouvido as historias dos mais velhos junto
da fogueira.
Pena que tudo
tem um fim, inclusive minhas férias. Então, a hora de voltar pra casa chegou e
eu tive que me despedir da minha amiga, ainda consigo me lembrar daquele
rostinho sardento e aqueles olhos cor de chocolate se segurando par não chorar,
enquanto eu mais fraco que ela me despedia aos soluços.
Ao chegar em casa senti muita falta de Ana no
inicio, mas com o começo das aulas e tudo o mais a saudade começou a se tornar
uma lembrança boa e não algo que me atormentava durante a noite.
Dias se
passaram, depois meses até que minhas férias de verão chegaram novamente e toda
a dor que eu senti ao deixar a casa da minha avó há um ano voltou só que agora
transformada em euforia porque agora eu veria todos de novo, eu veria Ana de
novo.
Cheguei à casa
da minha avó e ela como sempre me esperava, mas Ana não estava com ela como no
ano anterior, não pude conter a ansiedade que parecia explodir meu peito e
perguntei antes mesmo de entrar em casas: "vovó cadê a Ana?" . Minha avó me
lançou um olhar triste que só entendi depois que ela falou que "a Ana se foi".
Não consigo
descrever a tristeza que senti ao perceber que ela não voltaria mais.
Segundo a vovó
logo depois de eu ir embora a Ana foi sozinha nadar na cachoeira e acabou se
afogando. No inicio não entendi como isso aconteceu eu acreditava que a Ana era
boa em tudo que fazia inclusive nadar. Mas depois pensei que talvez fosse
apenas eu que a via dessa forma.
Quando entendi
tudo eu quis voltar para casa, mas meus pais não deixaram. Chorei muito no
principio; o dia inteiro, depois só as noites antes de dormir; uma semana
depois não chorei mais e com o passar dos dias retomei as brincadeiras que eram
tão divertidas quanto antes, não me julgue mal eu era apenas criança e sempre
soube que Ana não gostaria que eu ficasse por aí chorando, ela nunca fazia
isso. Nem mesmo quando tropeçava ou caia de cima de um cavalo ao invés de
chorar ela sorria e me dizia que sentir dor a fazia lembrar de que estava viva
e esse já era um bom motivo para sorrir.
Enfim, Ana não
voltou e por mais que eu não quisesse acreditar nisso eu aceitei.
Muitos anos se
passaram desde a época em que eu passava as férias na fazenda da vovó, e depois
de Ana muitos se foram também.
Mas ainda hoje,
apesar do tempo que pesa sobre meus ombros quando fecho os olhos consigo
enxergar o seu sorriso de menina naquele rosto sardento e sinto uma alegria
igual à daqueles tempos.
Nunca vou
esquecer-me de Ana e tenho certeza que esteja onde estiver ela também não se
esqueceu de mim, por que um amor como o nosso é mais forte que tudo.
Ana foi e sempre
será meu primeiro e mais puro amor.
Comentem please.
Autor(a): pallomita
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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marquesthays Postado em 26/03/2010 - 22:44:04
posta mais amor eu amei
-
Adna Postado em 26/03/2010 - 22:04:55
Oi pallomita vim te convidar para ir ler minha wn Love Girl - Separadas pelo preconceito (Dul y Any )
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=5765
1° leitora
posta mais *-* -
Adna Postado em 26/03/2010 - 22:04:49
Oi pallomita vim te convidar para ir ler minha wn Love Girl - Separadas pelo preconceito (Dul y Any )
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=5765
1° leitora
posta mais *-* -
Adna Postado em 26/03/2010 - 22:04:43
Oi pallomita vim te convidar para ir ler minha wn Love Girl - Separadas pelo preconceito (Dul y Any )
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=5765
1° leitora
posta mais *-*