Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Vondy

- Dulce?
Uma voz masculina ecoa pelo ambiente e finalmente me lembro de que estamos no meio da lanchonete, cercados de pessoas.
Começo a sentir o peso de toda aquela situação de uma forma absurda e minha dor de cabeça se inicia tão forte e intensa quanto a minha vontade de chorar.
Eu não podia ser como Victor. Não podia.
Olho na direção da voz e vejo um homem parado próximo a porta, seu olhar encontra o meu e sua expressão é dura, como se já me odiasse mesmo sem me conhecer.
O vejo caminhar até Dulce, que permanecia do mesmo modo, paralisada.
O homem se posiciona em sua frente, impossibilitando minha visão sobre ela intencionalmente
- Vou tirar você daqui.
É a única coisa que consigo ouvir antes que ele a envolva com os braços e diga algo em seu ouvido.
Dedico todo minha atenção para a imagem acontecendo.
- Vamos embora, Christopher - Pablo pede, se aproximando de mim. - Chega disso.
Sinto sua mão em meu ombro mas não me viro para ele, precisando saber o que Dulce faria.
Franzo a testa ao ver como ela corresponde ao abraço do homen e em seguida se vira para ir até a saída.
Quero pedir perdão, tentar me explicar, mas não sou capaz.
Assim que ela passa pela porta, o homem se vira e me encara, frente a frente.
- Fique longe dela.
Aquilo não era um pedido, muito menos um aviso. Era uma ordem.
Então os dois desaparecem de vista.
Só me dou conta de que mal estava respirando quando chego na parte de fora da lanchonete.
- Que porra deu em você? - Christian questiona.
Ele estava puto.
Andamos até o carro e eu não digo nada. Só havia uma resposta.
Eu era um fodido de merda.
Nunca me senti tão aliviado por chegar em casa e não encontrar Victor.
Se fosse obrigado a vê-lo hoje, o mataria com as minha próprias mãos.
Ele havia me criado para ser assim. A culpa de tudo isso era dele.
Bato a porta do meu quarto atrás de mim e desisto de ser forte. Desisto de tudo e permito que a dor tome conta de mim.
A dor de cabeça, a dor no corpo e a dor do peito me invadem com tudo.
As lágrimas caem descontroladas e só me resta chorar.
Com raiva do Victor por ser um monstro. Com raiva da minha mãe por ter me deixado. E principalmente, com raiva de mim mesmo por ser tão fraco.
- Por que? - questiono, sozinho. - Por que?