Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Vondy

Sinto que, só quando Dulce aceitar minhas desculpas, vou poder ter um pouco de paz.
Ela me olha atentamente, buscando verdade em minhas palavras.
- Por que é tão difícil apenas ficar longe de mim?
Franzo a testa, surpreso com sua pergunta e também muito confuso.
Tento pensar em vários argumentos para justificar toda minha obsessão sobre ela, mas não havia nenhum que fizesse sentido.
- Eu não sei, Dulce. - suspiro, dando de ombros. - Mas desde o primeiro dia, eu não consigo parar de pensar em você.
Aquela era, sem dúvidas, a coisa mais sincera que já tinha dito para alguém.
Ela não saia da minha cabeça desde o primeiro instante.
Seus olhos se abrem de uma forma reveladora, é quase imperceptível, mas consigo ver.
Dulce estava surpresa e nunca me pareceu tão bonita quando agora.
Foda-se tudo. Christian tinha razão, eu estava interessado.
Interessado pra caralho nela.
- Saia comigo.
Soa muito mais como uma ordem do que como um pedido, mas não podia dar chance de recusa.
Sua surpresa é substituída por nervosismo, assim que ela começa a entender minhas palavras.
- Não existe a menor possibilidade de uma coisa como essa acontecer.
Vejo que sua respiração está alterada e ela parece pronta para sair correndo. Porra.
- Por que? - questiono.
Ter consciência de que queria estar com ela, me trouxe dezenas de sentimentos novos e inusitados.
Me sentia tão confuso e perdido. Apenas querendo respostas.
Dulce demonstra clara incerteza sobre como me responder, parecendo aflita e perdida também.
- Eu não posso.
A forma como diz isso, me manda sinais de alerta.
Ela estava com medo.
- Por causa daquele homem que tirou você da lanchonete? - decido perguntar. - Ele é...seu namorado?
Seu olhar se desvia do meu com tanta rapidez que não tenho tempo de ver como minhas palavras a atingiram.
Céus, eu esperava muito que não fosse. Se não, eu estava fodido.
- Não. - afirma, soltando um suspiro. - É o meu irmão.
Um irmão?
Isso nem se quer tinha passado pela minha cabeça. Eles não eram parecidos em nada fisicamente.
- Não sabia disso.
Dulce empurra a cadeira para trás e se levanta, pegando o livro outra vez.
- Você não sabe nada sobre mim.
A raiva estava presente em sua voz, fazendo eu me lembrar da minha.
Mas que droga. Por que ela tem que ser tão difícil?
Se sua intenção era me fazer desistir, iria perder seu tempo.
Eu não era homem disso. Não mesmo.
- Sei que ainda vai mudar de ideia. - declaro, com uma falsa confiança.
Dulce era uma incógnita.
Seu olhar vem de encontro ao meu, tão intenso que me pega desprevenido.
- Apenas me esqueça. - manda, com firmeza. - É o melhor que você pode fazer.
Com uma última olhada, ela passa por mim rapidamente, indo até a porta de saída.
Respiro fundo tentando entender tudo aquilo.
Algo naquela garota era intenso e surreal demais para ser ignorado.
- Porra.