Fanfic: A Dor que Habita em Mim | Tema: Vondy

Encontro os garotos no refeitório e me junto a eles, ainda meio confuso com os últimos acontecimentos.
Minha mente estava trabalhando a mil por hora.
Eu precisava encontrar alguma maneira de convencer Dulce a sair comigo. Urgente.
- Vocês tinham razão. - resolvo admitir. - Estou interessado nela.
- Uau. - Christian zomba.
Ignoro seu comentário de merda e vou direto ao assunto.
- Mas ela me disse que não pode sair comigo.
Eles me olham confusos e em seguida caem no riso.
- Não pode ou não quer? - Pablo gargalha. - Existe muita diferença.
Pablo tem a audácia de brincar com a minha cara, achando graça da situação.
Filho da puta.
- E por que você se importa, Christopher? - Christian questiona. - O que não falta é garota querendo sair com você.
Mas de que porra ele estava falando?
- Vocês são idiotas, porra? - rosno, já começando a me irritar. - Estou interessado na Dulce, não quero nenhuma garota além dela.
Minha voz sai firme e decidida, deixando bem claro que eu não estava para brincadeiras.
O sorriso dos dois morre aos poucos e Christian me analisa atentamente.
- E o que você quer que a gente faça?
Maravilha. Bem melhor assim.
- Pelo que eu entendi. - começo, respirando fundo. - Ela não tem permissão pra sair com ninguém.
Eles levam alguns segundos para digerir a informação e então Pablo é o primeiro a se manifestar.
- Isso é fácil de resolver.
- Como? - pergunto.
- Você só precisa pedir direto para o pai dela.
Demoro para conseguir raciocinar sobre sua fala, que me assusta e surpreende na mesma proporção.
Pedir para o pai dela? Mas nem fodendo.
- Você ficou louco? - nego com a cabeça. - Sem chance.
- Você quer ou não quer a garota, porra?
Bufo, completamente irritado.
Era óbvio que eu queria. Queria pra caralho.
- Quero. - afirmo, derrotado.
- Então para de reclamar, caralho. - Christian exige. - Pablo vai conseguir o endereço.
Pablo pisca para mim, soltando um sorrisinho.
- Deixa comigo.
Era oficial. Eu estava fodido.
Encaro a porta da casa de Dulce completamente nervoso.
Mas que merda eu tinha na cabeça quando concordei em vir até aqui? Caralho.
Penso em fumar um cigarro antes, mas o cheiro ficaria na roupa e seria uma péssima primeira impressão.
Sair do colégio direto para cá tinha sido uma péssima ideia.
"Você quer ou não quer a garota, porra?"
Que se foda.
Toco a campainha e aguardo pacientemente que alguém apareça.
Meu coração estava acelerado pra cacete. Respiro fundo várias vezes, tentando parecer uma pessoa normal.
- Merda.
Um homem surge assim que porta é aberta e seu rosto velho denúncia que deva ser o pai dela.
Tarde demais para dar meia volta e sair correndo.
- Boa tarde, senhor. - digo, forçando um sorriso. - Me desculpe por ocupar o seu tempo, mas...eu preciso falar sobre sua filha.
Ele me encara longamente, arqueando as sombrancelhas.
- Como se chama?
Analiso minhas possibilidades naquele momento e rezo mentalmente para que meu sobrenome tenha algum peso sobre a decisão do homem.
- Christopher Uckermann, senhor.
Puta merda.
Graças a Deus, teve.