Fanfics Brasil - Veneno. Vivo ou Morto

Fanfic: Vivo ou Morto | Tema: Kimetsu no Yaiba/Demon Slayer


Capítulo: Veneno.

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Shinobu não esquecera o dia em que Hinowa repentinamente a interveio por cortar o pescoço do demônio que enfrentava, aparecendo na floresta alta e escura, no meio da missão de Kochou.


Antes de Kochou questiona-la, Hinowa sorriu. O sorriso que foi despreocupado, a maneira como ela chutou rapidamente o rosto oni para longe delas e como o cortou em pedaços, alargando o sorriso vivaz nos lábios. Encará-la fazendo tudo aquilo... não se tinha palavras.


Era quase que ridículo, era perceptível a mania dela de achar graça na hora de matar onis; Shinobu no início, não conseguia entender como a espadachim representava divertimento ao que dilacerava os inimigos que se esgueiravam na floresta, devoradores de humanos, sendo cortados alegremente pela moça risonha.


O ex-alvo de Shinobu em questão fora exterminado, e orgulhosa, Shinobu expressara descontentamento – estava sendo provada na seleção final, sozinha, e uma mulher – claramente veterana sua – estava ali, se intrometendo sem mais nem menos! Como se Shinobu precisasse de sua ajuda, como se...ela não fosse capaz e.... fraca.


“Prove que valeu a pena: empunhar uma espada para proteger você”, Hinowa disse estas palavras, na época que Himejima salvou Kochou e a irmã mais velha de virarem banquete. Shinobu viu isso como um desafio, e embora a moça tivesse cuidado dela em diversos aspectos, não conseguia.... Ficar perto dela.
E no dia em que Kanae pereceu em batalha contra a Lua Superior Dois? Tudo piorou. Shinobu a evitou, entretanto, tinha de vê-la sempre, se na ala hospitalar quem estava lá era Hinowa.


Tinha voltado de uma missão complicada. Shinobu, a nova Pilar. Diversos ferimentos, porém não tão graves. Hinowa cuidara dela a noite, enquanto Kochou desmaiou de exaustão.


— Muito obrigada. – Ao amanhecer, a médica pediu que preparassem uma refeição reforçada a sua ‘paciente’. – Shinobu-chan, aqui. – e tal da bandeja preparada foi posta em seu colo. – A primeira obrigação de um paciente ferido! Alimentar-se para se certificar de melhorar mais rápido e repor as energias! Eu garanto que está muito bom – e sua voz macia, em um tom amável e espontâneo. Shinobu tinha náuseas.


— Não quero, obrigada. – Kochou a respondeu, roboticamente.


Hinowa detestava um ‘não’ largado em sua cara.


— Rápido, porque irá esfriar, uh? – contudo, o rosto de alguém gentil pendurava-se na face. – Coma.


Shinobu sentiu a firmeza aumentar na última vez. Escutou o suspiro de Hinowa e a postura dela mudar como se perguntasse pra ela mesma ‘e agora? Como faço para convencê-la a comer?’.


— Quer que eu a force a engolir? Ou prefere que a amarre e injete apenas os nutrientes?


Qual era o problema daquela mulher?


— Kanae-neesan não morreu... em vão. Ela não foi estúpida, como você queria me dizer. Ela não foi culpada se o inimigo era mais forte e astuto. – ditou a pilar.


—... Ah, você fala daquilo? – Exclamou como se lembrasse do que estavam falando. Era tão relevante assim e não sabia? Oh... – Bem... tanto faz. O que quer que eu diga? “Não se preocupe, com certeza em algum momento, a alma de Kanae estará em paz”?


Hinowa deixou o sorriso morrer aos poucos.


— Besteira. Eu não estou aqui para conforta-la.


Shinobu sentiu seu âmago tremelicar em tristeza e fúria. Por quê? Por que ela a machucava?


— Um dia estaremos sozinhos, sabe? Nossos companheiros irão morrer, um a um. O que tem se um deles já se partiu? Você devia ter previsto isto desde o começo.


— Pare...


— Os ‘mizunoe’s’ que acompanharam você na sua última missão. A morte deles lhe era previsível, porque eram fracos.


— Por favor...


— Se não foi capaz disso, se deve ao fato deles terem sido idiotas. Sua irmã. Seus subordinados deixados sob sua responsabilidade.


Hinowa abriu bem seus olhos, observando Shinobu absorver suas palavras venenosas.


— Deveria apenas rir por eles terem sido um bando de estúpidos e fracos. No seu lugar, eu sentiria ira pela ignorância de todos eles por jogarem-se para a morte de braços abertos... sem sequer medirem o quanto de habilidade eles possuíam.


— Hinowa... – a primeira vez chamando seu nome.


— Sua tsuguko, Kanao, foi dada a ela uma missão de risco, não? ... A primeira dela. Se ela acabar morrendo em batalha, terá uma questão a ser esclarecida – pôs o dedo sobre o lábio, fingindo pensar bastante –, “terá sido por culpa de quem ela ter sido comida até as entranhas? De sua tutora Shinobu-chan, que a confiou estupidamente uma tarefa perigosa, ou de sua própria fraqueza, por ter sido burra e fraca o suficiente para sequer voltar inteira”?


A bandeja com comida caiu por toda a parte, o som alto estalado de um tapa desferido no rosto ecoou pelo ambiente e depois deixou o mesmo silencioso. Shinobu sentiu as feridas arderem pelo movimento brusco, respirava com dificuldade, os olhos transbordando lágrimas em tantas emoções que não se segurou.


A bochecha esquerda de Hinowa se encontrava num vermelho bem evidente, e pelo canto do lábio agora ferido, escorreu uma gotinha de sangue
.
— Voltarei em uma hora – disse ela, por fim. Não se abalou, continuando com a mesma cara de nada. Limpou o sangue usando a própria língua, dando as costas. – Alguém virá limpar isso e trará outra refeição. Se não comer até então, pode castigar seu corpo a vontade. Ou então deixar-me amarra-la e empurrar tudo goela a baixo.


Shinobu crispou os lábios, os soluços e o choro de sua raiva querendo sair a todo custo.


— Esteja ciente disso.



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Autor(a): yamihimura_cookie

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