Fanfic: A Ilha de Postilhão: Humilhação aos Detentos | Tema: História Original
Dentro de uma pequena embarcação em movimento, situavam-se cinco prisioneiros aclamados pelo mundo do crime. Entreolhavam-se receosos pela expiação que os aguardava. O menor entre eles, no entanto, tinha algo em mente para impedir o seu destino final.
— E então, como planeja fugir? — Indagou o homem ao seu lado que, assim como os demais, se encontrava em um uniforme laranja. — Ninguém, em sã consciência, se daria ao luxo de estar tão tranquilo em um momento como esse.
— É, você está certo… — Posicionou-se à frente dele — Mas quem disse que eu estou sã?
Com as correntes que se prendiam às algemas do seu braço, enrolou-as no pescoço do seu companheiro para comprimi-lo até a morte. Porém, foi rapidamente detido por outro condenado que o chutou para longe.
— O que você fez com o meu irmão, seu canalha?! — Dirigiu-se ao assassino que, embora arfava de dor pelo chute, parecia estar bastante satisfeito com o seu feito.
Com todo esse estardalhaço vindo do aposento dos prisioneiros, não demorou muito para que alguns guardas viessem intervir a bagunça.
— Por que todo esse barulho?! — Indagaram já sem paciência, estavam exaustos; a longa viagem parecia não ter fim.
— Ele tentou matar o meu irmão! — Apontou para o homem que, jogado no chão, espumava pela boca. Os seus olhos estavam levemente revirados.
O assassino, que criou toda essa situação para fugir da tortura, aproveitou o tumulto e correu em direção ao mar. O seu objetivo era nada mais nada menos do que morrer em “paz” - se é que posso dizer isso. Ou seja, pretendia morrer afogado.
— Aonde vai com tanta pressa? — Perguntou um dos sentinelas que observava a sua fuga, obstruindo a passagem. — Acha mesmo que consegue nadar com as mãos algemadas?
— E quem disse que eu quero nadar? — Perguntou, já sem paciência. — Agora sai da minha frente!
— Sinto muito, mas eu não posso fazer isso.
Sem que pudesse reagir, o sentinela atordoou o prisioneiro com uma rápida joelhada em seu estômago. Tentou novamente se levantar, mas não houve tempo para isso; os outros guardas já haviam chegado ao local.
— Deixa eu adivinhar… vão me deixar na solitária? — Balbuciou enfurecido.
— Não. Não há mais necessidade disso.
O assassino ergueu os seus olhos para avistar o horizonte e se deparou com aquilo que mais temia; a Ilha do Postilhão, lugar onde os criminosos passam por uma série de torturas e acabam morrendo por desgosto.
Os policiais, no entanto, também pareciam estar bastante apreensivos.
— Ei, o que faremos? Parece que aquele homem não resistiu ao estrangulamento… — Murmurava ao sentinela que há pouco impediu o assassino de se matar.
— Isso é um problema… Me disseram que o Palhaço-Baleia esteve muito ansioso pela chegada dos cinco. Se um deles estiver faltando…
— Não se preocupem, acharemos um jeito. — Surgiu ao lado deles um senhor alto e robusto.
— Capitão Nicolas! — Fizeram reverência com as mãos.
— Tombem a âncora, já vamos descer.
Sem escolha, os prisioneiros começaram a desembarcar. À primeira vista, aquela península poderia ser facilmente confundida com um paraíso. Céu azul, gaivotas no céu, coqueiros em volta dela. Mas essa imagem rapidamente foi desmistificada ao se depararem com uma mulher, visivelmente obesa, atolada na areia. Ela tentava desesperadamente caminhar para o interior da ilha, mas estava tão gorda que mal conseguia se mexer.
— Existem regras nessa ilha. Quando não se cumpre uma, vocês terminam daquele jeito. — Apontou Nicolas — Ela em breve será comida pelos animais selvagens que por aqui permeiam.
— O que… exatamente ela fez? — Indagou o assassino, que sequer teve coragem de observar aquela cena por muito tempo.
— Provavelmente comeu mais do que devia. Aqui as refeições são precisamente calculadas para cada um. — Respondeu simpático. — Então a engordaram até quase explodir, como um castigo.
Os prisioneiros estavam trêmulos, mas não tanto quanto o sentinela que, por detrás deles, observava a situação. Era a sua primeira vez indo à essa ilha, e até então achava que os “castigos” que nela ocorria não seriam tão desumanos a esse ponto.
Mas a atenção de todos imediatamente voltou-se para um homem muito grande - em tamanho e largura - que de muito longe se aproximava deles. Vestia-se como um palhaço, porém um palhaço de feição brava.
— Então esse é o Palhaço-Baleia que me disseram antes… — Murmurou o sentinela.
— Pela sua cara, imagino que já tenham te relatado sobre a perda de um dos nossos prisioneiros. — Informou Nicolas, relutante.
— E agora? O que quer que eu faça?! Eu prometi à plateia cinco pessoas… cinco, e não quatro! — Resmungou como se fosse uma criança a fazer birra. Porém, uma criança de dois metros de altura.
O Palhaço observou os prisioneiros à sua frente, mas para ser franco, não se interessou muito por eles. O guardinha atrás, no entanto, possuía uma expressão de medo muito excitante em seu rosto.
— Quem é aquele? — Perguntou, apontando para o guarda.
— Ah, ele? Se chama Paulo. É a sua primeira vez aqui, fez um ótimo trabalho como sentinela. — Explicou com calma.
Sorriu satisfeito. Era disso mesmo que estava precisando; de alguém inocente em seu circo, para que a platéia pudesse se divertir ainda mais!
— Muito bem, eu não me importo mais com aquele inútil que morreu. — Concluiu, risonho. — Mas em troca, quero que você me dê esse rapaz.
Paulo ficou branco da cabeça aos pés. Mas o seu capitão não aceitaria uma troca dessas… certo?
Autor(a): kalego
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