Fanfic: Boku no hero Academia - À Beira da Loucura | Tema: My Hero Academia, Boku no Hero

Oi, pessoal,
Perdão pelas introduções, mas para o desenvolvimento da história elas são necessárias. Ainda vamos ter mais aparecimentos do pessoal de bnha. Boa leitura.

           Shibuya 

          Orfanato dois corações 

          A loira abriu os olhos e encarou o teto:

          -É a última vez que eu te vejo Sr. Teto branco. - Percebendo que o despertador já estava tocando fazia uns 5 minutos, começou a se espreguiçar lentamente até que o barulho do aparelho começar a torrar sua paciência. Ela se vira rapidamente e dá uma porrada no despertador que não tinha nada haver com o seu mau humor matinal. Ele parou na hora e aparentemente morreu com a força da pancada.

          Apreciando o silêncio que ficou, ou pelo menos achava que ficaria, deu um pulo com a porta sendo arregaçada.

          -Hana-chan, acorda, acorda! - um garoto de cabelos castanhos aparentando ter uns 8/9 anos entrou correndo em direção a garota - Vamos! A Irmã Temma fez Omurice. Vamos Hana-one-chan é seu favorito, se não vai acabar. - o garoto agarrou Hana pelo braço na tentava puxar ela para fora da cama.

          -Kota, você não sabe que não deve entrar no quarto dos outros desse jeito? Cadê a educação que eu te ensinei.? E você sabe que não deve me tocar assim. Não quero te machucar. 

          -Aaah, desculpa, mas você está de luvas e de pijama - ele soltou o braço dela e ficou em pé dando espaço para que ela se levantasse. - Agora vamos, é o seu último dia aqui, você devia passar o máximo de tempo com a gente e depois eu… 

          -Opa,opa,opa. O que eu falei de despedidas melosas? Sem choros. Ainda vamos nos encontrar pirralho, então não há motivos de tristeza. Engole o choro. - respondeu Hana passando a mão bagunçando o cabelo do pirralho. 

          -Tá, ok. Espera só, eu vou crescer e vou atrás de você. - disse o garoto soando meio interesseiro. - Não vou deixar você escapar. Você é única, você é minha. 

          -Que isso? Qual a sua idade garoto retardado, aprendeu isso onde? - cruzando os braços, Hana tampa seu peito se dando conta que estava à mostra por causa do decote do seu pijama - Muleque assanhado.!

          De repente, muitos barulhos começaram a vir da escada acompanhado de muita gritaria. Rapidamente Hana se cobriu com as cobertas e checou seu pijama para não machucar as crianças com a sua individualidade.

          -Hanaaaa-nee-chan! - meia dúzia de crianças entraram correndo se jogando em cima da garota que cambaleou quase caindo da cama.

          -Aaaaaah! Que coisa. - grita a garota - TemmAA-san, porquê não segurou essa cambada na cozinha?

          -Porque você estava demorando demais. Daí eu dei a ideia para eles virem buscar você. - disse Irmã Temma aparecendo na porta dando risadas da festa que as crianças estavam fazendo. 

          -Ótimo. Valeu. Muito obrigada. Vou te amaldiçoar quando eu for embora. 

          -Sua reza é fraca, não me assusta nem um pouco. 

          -TÁ bom já chega, acabou a brincadeira, passAa bando de pirralhos!

          -Eles não são cachorrinhos Hana-chan. Agora sai dessa cama e venha tomar café. - disse a Irmã dando uma ordem. - Já terminou a sua mala? 

          -Já. 

          -E de empacotar suas coisas? O caminhão vem buscar as caixas hoje à tarde.

          -Já, Já. Está tudo pronto. - Bufou a garota virando para as crianças e soltando um berro - AAAAH! - todos começam a chorar.. - Mas que coisa, só vou estar a quatro horas daqui, se vocês sentirem saudades eu veio visitar, ok? E nos feriados vou vir também, o que acham?

          -Yeeeeeeeee!!!!! - automaticamente as crianças mudaram de choro para gritaria.

          -Aiii cacete, tá, tá, agora saiam de cima de mim!!! - disse a garota empurrando a criançada que correram pra fora do quarto.

          -É bom mesmo Hana-chan - disse Kota terminando de dar um último abraço nela e afastando saindo em direção à cozinha junto com a cambada de pequenos.

          Vendo os pirralhos saírem, a irmã se direciona a loira:

          -Passei seu uniforme ontem e deixei ele no seu armário. - disse a irmã  abrindo a porta do guarda roupa mostrando o uniforme - Já vá com ele e se amassar, eu amasso você - encarando a garota que estava com um “ops” estampado na cara , continuou -  e outra, você vai chegar atrasada hoje. Deveria ter me escutado e ido ontem como eu te falei.

          -Ok, ok.

          -E não se esqueça de passar lá para se despedir e leve flores ok? - Suavizando sua voz disse a irmã.

          -Hmm, tá. - Hana responde bem baixinho se agarrando nas cobertas.

          -hey, você me ouviu?

          -AHHHh, Eu OUVI! Tem certeza de que é uma freira? Tãão chata. Só hoje não pode ser legal comigo? - disse se sentando e cruzando as pernas - Estou indo embora se lembra? Eu vou passar lá!

          -Eu fiz Omurice pensando em você, já não demonstra isso? É a minha forma de demonstrar meu carinho. - parando na porta do quarto, ela dá um sorriso e sai.

          Hana sorri de volta sentindo seu peito arder de felicidade, a irmã Temma ainda se lembrava da sua comida preferida. 

          Depois que a Irmã saiu, Hana vai até o banheiro e toma um banho rápido, veste o seu novo uniforme e se focando no espelho, passa os olhos por todos os aspectos da roupa até sua atenção parar no brasão chamativo estampado nele, onde lia-se: “Colégio U.A.”. 

          -Colégio U.A., …Academia de Heróis...  hunf, que esnobe. – pensou consigo mesma enquanto olhava e olhava o brasão de seu novo colégio, caindo em memórias….. 

          *****

          1 ano atrás...

          #Memórias Hana on….

          -Hana-chan, desça aqui. - gritou Irmã Temma do primeiro andar. 

          -Já tô indo ! - respondeu a garota do seu quarto se preparando para descer  - Pronto, o que foi Temma-san?

          -Esses senhores vieram falar com você. - falou ela apontando para dois homens de ternos e um baixinho com aparência de pelúcia. - Estarei na cozinha preparando um chá.

          Hana acenou positivo para ela e se virou para as visitas dizendo:

-Boa tarde, sou Hana Shield, no que posso ajudá-los? - ela se senta no sofá apontando para que se juntassem a ela.

          -Bom pra começar prazer Srta. Shield, meu nome é Nezu, sou um conhecido do seu pai e diretor do Colégio U.A. Esses dois são Shota Aizawa e Toshinori Yagi, ambos professores. - Os dois homens atrás do diretor fizeram reverência para a garota. - Estou aqui a pedido do seu pai, como meu amigo há muito tempo, recebi uma carta dele junto com um cheque que paga uma bolsa integral para você em nossa escola. - Ele parou retirando a carta da maleta e colocando sobre a mesa e continuou - Nossa escola não é para crianças comuns e sendo filha de seu pai garanto que você deve ter um dom espetacular e lá ajudamos pessoas como você a controlarem isso.

          -..Colégio U.A…...mas....e se eu recusar? 

          -Seu pai é um grande homem. Fiquei muito triste ao saber do acidente. Você deve ter sofrido muito com a perda.

          -Na verdade não. - mentiu ela - Não ligo se ele me mandou pra cá. - mentiu novamente- Eu encontrei uma nova família aqui. - Se abraçando em forma de proteção, olhou ao redor da sala disfarçando suas emoções.

          -Entenda que ele te mandou pra cá para sua proteção. - Disse Nezu

          -Proteção? A ilha não é o lugar mais seguro do mundo? - fechando os punhos, Hana encara o diretor. -  Aliás eu sempre estudei em casa desde o fundamental, porque agora eu deveria ir para uma escola agora? 

          -Bom, voc…

          -Vocês não tem ideia do que eu passei….. - retrucou Hana com frieza. Os olhos da garota estavam firmes e sérios, intimidando não só o diretor como os dois professores presentes.

          -Não vamos te forçar se é o que está pensando. Seus 3 anos letivos já estão pagos. Ficamos sabemos pela Irmã Temma que você é uma ótima aluna. Seu pai criou muitas invenções que ajudaram muitos em nossa escola. - disse o diretor cruzando os braços.

          - Ele era um gênio muito respeitado. Sei que não foi um pai presente e você tem todos os motivos para se sentir assim ou desprezá-lo. - Continuou Toshinori forçando um sorriso. 

          -Você não precisaria fazer o teste de admissão. - O diretor sorriu encarando a menina - Se um dia quiser experimentar a vida fora daqui, você será bem vinda. Até lá cuide-se. As aulas começam daqui 2 semanas - concluiu se levantando e acenando para os professores para se despedirem também.

          -Ainda não entendo porque não posso ir morar com ele na ilha. Não o vejo desde o acidente e ele até hoje se recusa a me aceitar lá. - abaixando a cabeça Hana diz - Obrigada diretor, mas estou bem aqui. - respondeu a menina. 

          -Pense bem. - Nezu falou encarando o único olho amarelo exposto no rosto da garota, o outro estava tampado com um acessório estiloso - Bonito tapa olho. - terminou dando um sorriso e se virou indo em direção a saída. Hana ficou ali, imóvel. 

          Porque que seu pai queria que ela fosse pra U.A. ao invés de chamá-la para a Ilha? Lá também tem escolas. O que teria o Colégio U.A. de tão especial? Ela morava em Shibuya, poderia muito bem também estudar perto de dali e ter uma vida normal, mas Tóquio? Porque?

          Muitas perguntas foram surgindo em sua cabeça e sempre que se forçava a se lembrar do dia do acidente, sua cabeça doía e seu “olho coberto pelo tapa olho” ardia. 

          Depois de perder sua mãe e sua irmã, seu pai não queria mais vê-la e isso a entristecia muito. 

          Somente seu tapa olho era seu aliado. O que a escondia. O que a tranquilizava. Um presente dado por alguém muito querido que se foi pra sempre.

          -Aqui está o chá… ué? Já foram? - perguntou a Irmã Temma aparecendo na sala.

          -Já. 

          -E o que queriam? 

          -Nada de importante - respondeu a menina virando e subindo as escadas com a carta na mão. - Boa noite, Temma-san. 

          -Boa…noite...

          #Memórias Hana Off..

          ***

          -Diretor, certeza que não foi bom insistir mais pra ela ir pra U.A?

          -Não Toshi, ela precisar vir por conta própria. 

          -Pode ser impressão minha, mas me parece que ela ainda não sabe “dela”. - Disse Aizawa.

          -E é bom que não saiba. Pelos menos não ainda. - responde o diretor Nezu colocando a mão no queixo pensativo. - Não é da nossa conta então não vamos nos meter ok.

          -Sim, Sr. - Aizawa e Toshi respondem juntos.

          -Já fizemos a nossa parte - Nezu para em frente o carro e olha para o céu que estava nublado e triste -  Só espero que saiba o que está fazendo….David.

          *****

          Dias Atuais….

          Terminando de empilhar as caixas para despache, Hana separou a única mala que levaria consigo com poucas roupas, sendo o suficiente até amanhã e uma sacola com itens pessoais importantes. A chegada dos seus outros pertences estava previsto para chegar só no dia seguinte.

          Parou em frente ao espelho, terminou de ajeitar seu uniforme e ajeitou seus cabelos em um novo penteado, e decidida que mudaria a sua aparência, fez dois coques um de cada lado. 

          Pegando suas luvas ela coloca cuidadosamente e por fim seu último indispensável acessório: um tapa-olho de rosas que ficava sobre seu olho esquerdo. 

          O acessório não chegava a prejudicar a imagem da garota, pois nada nela era deslumbrante como antes. Seus cabelos loiros não tinham mais o charme de antes e seu olho amarelo, solitário, perdeu o brilho daquela época. 

          Sua alma já não demonstrava mais emoção.

          Vendo que estava tudo terminado, fechou seus olhos, respirou fundo jogando a cabeça para trás  e contou “10..9..8..7…….3….2….1", abriu vagarosamente seus olhos e viu tudo branco. 

          Automaticamente odiou. 

          Odiou ver o branco, odiou o teto ser branco e odiou a si mesma. “Porque esse teto branco me incomoda tanto?”  Dando um sorriso debochado olhou para a escrivaninha e encarou a carta de seu pai que havia recebido do diretor onde estava escrito em uma caligrafia horrível  :

          “Nezu, deixo a garota em suas mãos.

          Faça ela ser a melhor.

          David Shield”

          -Que pressão psicológica hein papai….- Guardando a carta em sua sacola, apertou mais o tapa-olho ainda em suas mãos e virou-se para o espelho onde mostrava seus olhos, o esquerdo sempre à mostra que era um amarelo apagado e o direito sempre escondido, um azul céu vivo - ….. e você, também acha que vamos conseguir…...Mel-one-sama? 

          O espelho que refletia a imagem da loira, criou vida e disse sorrindo:

          -Claro que vamos, Hana-Imoto-san.

Notas Finais: