Fanfics Brasil - deus antigo Visceral

Fanfic: Visceral | Tema: Original; Terror


Capítulo: deus antigo

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Uma semana se passou, o dr. Shinnosuke adentra as dependências do museu carregando um crachá de visitante. Quem o vê não imagina sua importância para a antropologia japonesa dado ao descuido de sua aparência: camisa de colarinho aberto, com blazer amassado e barba por fazer. Nem o cabelo aquele homem penteou.


Akeno se encontra restaurando o monolito negro, um pouco às cegas pois não conhece o alfabeto utilizado e por isso desconhece o destino de seu trabalho. 


A bela jovem é subitamente envolta por dois braços másculos, após seu susto uma voz familiar a acalma, com boas memórias do passado. Seu "agressor" é o nosso visitante.


— Sempre trabalhando.


— Nem todos podem se dar ao luxo de viver de palestras e charme, doutor.


— Isso é maldade Akeno.


— Maldade é o que aquela moça muito brava vai fazer com você.


Shinnosuke ergue os olhos encarando Honoka furiosa com o comportamento de seu convidado. Suas palavras saem em rosnados por entre os dentes semicerrados.


— Você não muda!


— Você por outro lado está ainda mais bonita.


— Vá embora, não deveria ter te chamado - ela dá as costas erguendo sua mão - desculpe pelo transtorno.


— Honoka! Volte aqui, não fique assim, vai criar rugas mais cedo.


— E de quem é a culpa?


— Isso é maneira de falar com seu veterano? Já se esqueceu de tudo que eu ensinei para você?


— Até beijar? - Akeno entra na conversa.


— Posso dizer que a Honoka melhorou muito nesse quesito.


Irritada a doutora deixa a sala caminhando a passos pesados e bufando pelos corredores.


Shinnosuke e Akeno trocam um sorriso de cúmplices, em seguida o doutor atrevido corre até sua amiga se desculpando, ela o ignora e segue andando até outra sala, onde dois painéis de pedra estão repousados sobre a parede. Rapidamente a seriedade recai sobre o cientista.


— Essa é a carga encontrada no navio de guerra?


— Juntamente com aquele monolito que a Akeno estava restaurando. Aposto que deu uma boa olhada enquanto a abraçava.


— Foi um prazer duplo.


— Tarado.


— Alguns símbolos se repetem no monolito e aqui.


Honoka entrega uma folha de papel impressa com hieróglifos:


— Essa é uma preliminar, ainda não temos certeza de todos, pois o monolito não está restaurado e a pedra preta dificulta uma previsão mais acertada.


— Você acredita que esse painel pode ser a nossa pedra de roseta?


— Sim.


— E é por isso que você pediu minha ajuda.


Honoka concorda a contragosto:


— Apesar de tudo você é a maior autoridade japonesa em arqueologia do mediterrâneo, era você ou alguém de fora. O que poderia irritar nosso governo.


— "Dividir os méritos dessa descoberta nos diminuiria perante o mundo". Acredito que os políticos diriam algo assim a uma possível solicitação sua de um especialista estrangeiro.


— Tem mais uma coisa.


Honoka sorri pela primeira vez desde a chegada de seu amigo, ela o guia para uma caixa aberta, onde um estranho ser jaz ressecado. Suas formas impedem um reconhecimento, mas a imagem se associa a um dos desenhos.


Ao mesmo tempo, na escola do bairro de juban as aulas da manhã terminam. 


Yume segue com seu ritual diário de arrumar suas coisas, colocá-las na bolsa e rumar para a sala dos professores.


Uma vez junto aos seus ela liga seu tablet, mas se distrai com uma chamada por telefone, era uma de suas amigas que vivia saindo em encontros e querendo sua companhia.


— Sakura, agora estou na escola.


— Eu sei, por isso serei breve. Hoje a noite vou sair com dois jovens executivos. Carne de primeira.


— Carne?


— Sim, jovens e ricos.


Yume estava prestes a dar uma desculpa quando uma matéria lhe chama atenção na página inicial de um site de pesquisas: "Rota do navio japonês afundado é divulgado". ela clica no link:


“O ministério da defesa japonês revelou hoje o percurso final do Kami Sama, fragata que fora resgatada com conteúdos arqueológicos. Sua rota indica que a embarcação rumava para o mar do Japão, quando algo aconteceu e a fragata rumou em senoide.


Encontrado próximo ao mar japonês tudo indica que o navio foi afundado pela marinha americana, antes de sofrer o ataque a embarcação estava descontrolada.


Especialistas especulam que o capitão perdeu o controle do navio de guerra, que pode ter acontecido graças a problemas mecânicos; outra vertente acredita que o peso das descobertas arqueológicas afetou o navegar da fragata.


O conteúdo do navio encontra-se no museu natural de Tóquio para estudos.”.


Yume está vidrada na notícia, seus olhos denunciam uma mente em outro lugar, que volta a seu corpo graças ao chamado de sua amiga ao telefone.


— Yume? O que aconteceu?


— Nada, passe o endereço do restaurante e horário.


— Que bom, você não vai se arrepender.


 


Museu Natural de Tóquio. 


 


Akeno reclina na cadeira massageando seu pescoço, finalmente o monolito fora restaurado, ao menos a parte com as inscrições, um olhar trocado anuncia o final do serviço para Hanoka.


— Terminou?


— Sim, e o seu galã?


— Trabalhando. Ao menos nessas horas ele fica quieto.


Akeno encosta uma folha de papel de seda sobre a pedra negra, esfrega um pedaço de grafite contra ele, copiando todas as imagens.


— Se importa se eu for levar até Shinnosuke? Preciso esticar as pernas.


—  Por que me importaria?


Akeno dá um tapinha no ombro de sua amiga e atravessa a porta rumo a seu outro amigo que está na sala ao lado.


A garota surpreende-se, em pouco tempo a sala virou uma bagunça organizada. Uma lousa com todos os símbolos desenhados, cada imagem está a frente kanjis ou pontos de interrogação. No chão inúmeros livros jogados e abertos.


— Vejo que está a vontade.


— Akeno! Fico feliz com a oportunidade de vê-la em corpo inteiro, sem aquela mesa escondendo sua beleza.


— Só promessas.


— Não se me deixar pagar o jantar.


— Sorry! Não saio com um ex de uma amiga, além disso não sou eu quem despertou seu interesse.


— Perspicaz como sempre, a que devo a visita?


— Terminei a restauração.


Ela entrega a folha de papel de seda, onde o arqueólogo compara com as anotações preliminares, quase todas estavam corretas.


— Por que aquele símbolo está separado?


A fala veio de Honoka, que encontra-se atrás deles, na porta aberta, apontando para a imagem de um ser híbrido.


— Eu não acredito que se trate de uma palavra.


— Explique.


— Você sabe que regiões similares usavam símbolos similares, podendo significar ideias diferentes, assim como o alfabeto clássico chinês e japonês. Bom identifiquei que esses símbolos possivelmente vem da oceania, porém esse símbolo não aparece em nenhum lugar. 


— Por isso não é uma palavra?


— Também. Tanto nos painéis como no monolito esse símbolo fica em destaque, no monolito acima de todas as imagens e no painel entalhado em destaque, acima de tudo e todos. Acredito ser um deus.


— Um deus antigo?


— Vocês sabem como a região da oceania sofreu influência cristã e muitos jesuítas destruíram a cultura pagã. O que torna nosso painel e monolito possivelmente últimos registros desse deus antigo, ainda sem nome.


— Mais alguma coisa?


— Acredito que o monolito e os painéis se complementam, fazendo parte de um templo antigo. O monolito seria o altar, enquanto os painéis instrução para uma celebração, algum tipo de sacrifício.


— Faz sentido, a Akeno confirmou que a múmia é de uma mulher, os sacrifícios costumavam ser realizados com mulheres ou bravos guerreiros. Nossa múmia não parece um guerreiro.


— Nem seria, decifrei uma parte do painel: "O sacrifício deve ser uma jovem e ativa beldade", mais para frente "xxx vai impor a ela o dom da luxúria para saciar xxx em tributo".


— Ou seja, uma grande orgia com o sacerdote.


— Possivelmente.


Os três estudam o painel por algum tempo, tentando descobrir como seria esse deus. Akeno arrisca:


— Existem muitas referências marinhas.


— Deve ser algum deus da pesca. Fertilidade e sexo se misturavam na antiguidade.


Tendo dito Honoka se vira para deixar seu amigo trabalhando, antes de sair ela olha para trás satisfeita e feliz.


— Obrigada por sua ajuda. Agora vou avisar o curador. Ele vai ficar bastante satisfeito ao saber que já tem elementos para preparar uma exibição.


Não demora para o Dr. Gendo receber um telefonema de Honoka em sua sala, ele confirma a notícia e diz querer redigir o texto para a imprensa pessoalmente.


Sua sala está escura, quase não se vê o curador, a única luz é a do monitor de seu computador, na tela a imagem do monolito.


 


Noite.


 


Yume senta-se com sua amiga Sakura e mais dois rapazes para jantar.


No museu Honoka trabalha até tarde analisando amostras de barro e pedra, elas confirmam a procedência do monolito e dos painéis da oceania.


Akeno  se despede de sua amiga e vai para casa.


Shinnosuke senta-se em um bar, onde bebe mais uma dose de uísque.


Gendo caminha pelo museu deserto, entrando na sala do monolito, ele o toca com as pontas dos dedos, explorando cada marca até alcançar a deidade híbrida e pronunciar um sussurro inaudível.


Próximo ao mar do Japão uma estranha luz emerge das profundezas, no dia seguinte o fenômeno seria propagado, mas ofuscado por outro ainda mais estranho.


No restaurante Yume observa seu par levantar-se para ir ao banheiro, de maneira recatada ela termina seu prato e pede licença.


Ao sair do banheiro o jovem se depara com Yume de pé a frente dela.


— Tinha mais alguém aí dentro?


— Não...


Antes que possa dizer mais alguma coisa ele é atacado. Yume o beija, voraz e insaciável o empurra para dentro, abrindo o cinto do rapaz.


— O que está fazendo?


— Não é o que você queria?


Sem dizer uma só palavra ele segura a garota pela cintura, aperta seu quadril e levanta a mini saia, exibindo sua calcinha.


Yume o joga contra a parede, montando o homem, que rasga sua calcinha, ela o cavalva trançando as pernas, sem trocar olhares, apenas sentindo o prazer.


Os dois escorregam no chão, ela rebola sobre o pênis dele, a expressão obscena e o perigo fazem o rapaz gozar. 


Os dois se separam, Yume se levanta, ajeita a saia, penteia os cabelos.


— Vou na frente, nos vemos na mesa. Nem uma palavra para Sakura.



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Autor(a): diegot

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