Fanfics Brasil - Capítulo 4 Uma Rainha Para Nadezhda - Vondy

Fanfic: Uma Rainha Para Nadezhda - Vondy | Tema: Adaptada


Capítulo: Capítulo 4

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  Coloco meus sapatos nos pés e começo a andar arrumando o cabelo e pensando que essa foi uma cena que mudou rápido.


Em um minuto os irmãos estavam conversando e brincando e, no outro, o príncipe estava brigando com a princesa enquanto ela mostrava seu lado mais rebelde.


Em parte, devo dizer que ter presenciado isso me deixou levemente tranquila quanto ao comportamento da Lara comigo. Se nem o irmão sabe como fazê-la se comportar, talvez eu não esteja falhando tão monumentalmente quanto eu imaginava.


Eu tenho tentado ficar mais próxima dela e ensiná-la ao mesmo tempo, mas é um desafio. Quando ela está de acordo com o que eu proponho, consigo dar minha aula tranquilamente, mas quando ela coloca na cabeça que não quer colaborar… É suficiente dizer que estamos atrasadas nas duas matérias que eu sou responsável por ministrar.


A minha sorte é que tanto o inglês quanto o português são ensinados desde cedo para a realeza aqui, então a base dela já é muito boa.


E eu sei que a princesa ainda aprende mais umas três línguas além das duas que eu dou. Isso sem falar em todas as outras aulas que ela tem, que incluem a minha tão querida etiqueta, então imagino que tenha dias que ela só não quer fazer nada. Deve ser muito chato ter que aprender alguma coisa o tempo inteiro.


Não me leve a mal, eu amo aprender, não é à toa que escolhi ensinar como minha profissão, mas nesses dois meses que estive dando aulas pra ela, eu vi que a vida de princesa não é tão glamorosa quanto costumamos imaginar.


Não tem uma hora do dia que essa menina possa só sentar e olhar para o teto e isso com certeza cansa. Talvez seja por isso que eu tenho ficado menos rígida nas minhas aulas. E tem o fato de que ela perdeu os pais há menos de um ano.


Eu não sei como ela era antes, mas talvez essa atitude se deva por ter perdido o pai e a mãe ao mesmo tempo, e em uma idade tão jovem. Eu já reparei que ela não usa a língua estranha que eles tem aqui, que parece uma mistura de inglês e alemão com russo, se é que tal coisa é possível.


O fato é que eu tenho mais meia hora de aula com ela, mas não acho que renderá alguma coisa, já que eu nem mesmo sei para onde ela saiu correndo depois de fugir do escritório do irmão.


Chegando na nossa sala, constato que o fio de esperança que eu tinha de encontrar a Lara aqui foi infundado, já que o ambiente está exatamente do mesmo jeito de quando eu saí: vazio.


Arrumo os materiais sem pressa, mas ela não aparece. Quando coloco as minhas coisas dentro da bolsa para me dirigir ao meu quarto, meu celular apita com uma nova mensagem:


Edgars: A princesa se recusa a sair do quarto para continuar a aula, mas a senhorita pode vir aqui para finalizar o conteúdo de hoje.


Acoplada à mensagem, tem uma localização de onde fica o quarto da princesa.


Me impressiona que ainda queiram que a menina tenha o resto da aula. Eu sei que ela é princesa, mas se nem mesmo aceita sair do quarto, qual a utilidade de eu ir dar aula para ela lá? É óbvio que ela não vai aprender nada.


Mesmo assim, como é meu dever sendo apenas uma empregada do palácio, me dirijo para o quarto dela seguindo o mapa que o Edgars me enviou.


É surreal pensar que eu trabalho e moro em um palácio. Tudo bem que meus aposentos ficam na ala dos empregados, mas ainda assim, meu quarto tem um micro-ondas, um frigobar e vem com um banheiro acoplado.


Pra mim, a ala dos empregados já é um luxo, então, andando pelo castelo, eu só posso imaginar como são os aposentos reais.


O quarto da Lara fica na ala das crianças, a mais próxima da dos empregados, então não demoro até chegar lá. Bato na porta e o Edgars a abre para mim.


– A princesa está embaixo da cama. – Ele fala com o rosto impassível e sai como se isso fosse normal.


Dou alguns passos tentativos dentro do ambiente, observando que o quarto dela é quase uma casa. Tem a cozinha de brinquedo em um canto, algo que pode ser considerado uma sala de estar que abre para a varanda no meio e a cama e uma porta no lado esquerdo.


Coloco a minha bolsa no sofá da “sala de estar” e penso um pouco em como lidar com a situação.


Eu passei os últimos dois meses pisando em ovos em volta da menina, sem saber como agir direito, mas o irmão dela disse hoje que eu sou a autoridade dentro de sala e, no fim das contas, ela é só uma criança. Uma criança com muitos privilégios, mas uma criança mesmo assim.


Então, a etiqueta que me desculpe, mas eu não vou ficar pisando em ovos. Eu vou agir como eu agiria com qualquer outro aluno que eu já tive e vou ser eu mesma. E, claro, vou torcer para essa ser a melhor atitude, afinal, ensinar não funciona como uma receita de bolo.


Tiro meus sapatos e os coloco perto da perna do sofá, ficando descalça e me encaminhando até a ponta da cama da Lara, onde me deito de barriga para baixo e levanto um pouco o lençol para que eu possa vê-la.


– Sabe, o espaço embaixo da sua cama é tão grande que eu acho que podemos colocar outra cama aqui.


Ela me olha de cenho franzido e limpa os olhos no antebraço antes de perguntar:


– O que você tá fazendo deitada no chão?


Eu não quero destruir todos os ensinamentos de etiqueta que ela já teve na vida, mas é óbvio que a menina não liga para eles de qualquer forma, então sou honesta:


– Eu queria falar com você e, como você está aqui, eu não tinha outra opção que não fosse me juntar a você.


– Isso vai contra as regras de etiqueta. – Ela permanece com a testa franzida, mas reposiciona o corpo para poder me olhar mais de frente.


– Eu sei.


– Tá vendo, você não liga pra essas regras idiotas. Por que eu tenho que ligar? – Ela dá um soco no chão, mas sem muita força, o que me mostra que já está um pouco mais calma que antes.


– Não é que eu não ligue, mas acho que tem momentos e momentos. Esse não é um que a etiqueta se faz necessária.


– Por quê?


– Bom, se as minhas aulas me ensinaram uma coisa é que, se o nobre não segue às regras, então eu não preciso também e a princesa está debaixo da cama, não é mesmo? – Ela abre um sorriso com a minha fala, então sorrio também.


– É. – Ela responde, mas logo fica séria. – Por que eu tenho que usar essas regras idiotas com você? Não é como se você fosse importante. – Sua fala não foi designada para me agredir. Ela só falou isso porque é uma criança que vive em um palácio, então tento não levar para o lado pessoal.


– Sabe, Lara, todo mundo é importante.


– Não é não.


– Por que você acha isso?


– Porque só é importante quem tem um tíluto. – Me esforço para não rir. Tá vendo, a menina não sabe nem falar título, como ela vai entender que o mundo é maior do que a bolha em que ela vive?


– Você gosta de ter as suas coisas limpas?


– Ahã. – Ela responde franzindo a testa de novo, de certo se perguntando o que a minha pergunta tem a ver com a nossa conversa.


– E é você que limpa tudo?


– Não.


– Então você não acha que as pessoas que limpam o seu quarto são importantes? – Ela pensa um pouco na minha fala e, mostrando seu lado rebelde, ignora minha pergunta e responde:


– Tá, mas se todo mundo é importante, por que não é todo mundo que tem que seguir as regras? – Vai, Dulce, fica aí tentando dar lição de vida na menina. Agora sai dessa saia justa.


– Então… É que aqui no seu país essas regras são exigidas da nobreza.


– Mas eu não gosto das regras. E, se eu tenho que te pedir desculpa, então você também tem que me pedir.


– Por quê?


– Por que você não tá demonstrando respeto. E eu sou a princesa, você tem que me respetar.


– Lara, com ou sem as regras de etiqueta, eu nunca te desrespeitei.


– Você tá me chamando pelo meu nome de novo. Você não disse que essas regras são exigidas pra mim? Então você não pode me chamar de Lara. Mas eu gosto mais do meu nome do que quando você me chama de “Alteza”.


– Então vamos fazer um trato? – Pode ser que essa seja a pior ou a melhor ideia que eu já tive. Só o tempo dirá.


– Qual?


– Que você não precisa usar as regras de etiqueta comigo, mas que você sempre tem que me respeitar. – Ela está sorrindo, então sou impelida a completar: – Isso inclui me pedir permissão antes de sair da sala de aula.


– Então eu vou poder sentar do jeito que eu quiser na aula?


– Sim, mas só quando estivermos sozinhas.


O sorriso que ela me dá é tão bonito que eu tenho quase certeza de que foi uma boa ideia. Eu espero não quebrar a cara depois.



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Autor(a): wermelinnger

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Demorei para conseguir a voltar a me concentrar depois que a Lara saiu do meu escritório. Principalmente depois que o Edgars me avisou que ela estava se renegando a sair debaixo da própria cama. Eu sei que ela é pequena, mas ela tem que aprender a se portar como uma dama. Apesar de ter sete anos, ela não é apenas uma criança, tamb&e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



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  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:55:21

    Continua

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:55:02

    Continua more

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:54:36

    Continuaaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:54:13

    Continuaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:53:58

    Continuaaaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:53:39

    Continuaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:53:22

    Continuaaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:53:09

    Continuaaaaaaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:52:50

    Continuaa

  • sabinavondyrbd15 Postado em 09/05/2020 - 00:52:10

    Continuaaa


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