Fanfics Brasil - O Espírito de Natal Presentes de Natal

Fanfic: Presentes de Natal | Tema: The Gazette


Capítulo: O Espírito de Natal

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[Reita]


Aqui estava bem frio como sempre nessa estação mas quando o natal se aproximava, parecia piorar. Acho que deve ser a cultura do Natal sempre ser neve e papai Noel em todos os lugares, renas, árvores enfeitadas e não podia deixar de apontar o queridinho do Ruki, os bonequinhos de neve.


Ruki hoje com seus dezoito anos, estudante de moda, um emprego de meio período em uma boutique no centro de Tóquio era a razão da minhas boas noites de sono e também dos surtos durante o dia com todas as criancices que ainda fazia com o objetivo único de me contrariar.


Claro, que tinha uma razão para isso e ele gostava demais dessa situação já que quando não se comportava como deveria, era punido de todas as formas satisfatórias possíveis. Esse Chibi sabia como me tirar do sério. Quando estava discutindo com ele, já estampava um enorme sorriso pois sabia onde aquela briga acabaria. Na nossa cama, com ele de mãos atadas, amordaçado porque era dessa forma que resolvíamos as nossas diferenças e ele, como o pequeno pervertido que era, se deliciava com todos os momentos de prazer que tínhamos ali em quatro paredes.


Ruki sabia exatamente a minha implicância sobre o Natal e as vezes me parecia ser de proposito como em todos esses anos de convivência, vinha enfeitando minha casa como bem queria. Era de praxes, chegar do trabalho depois de um dia exaustivo como engenheiro e ver uma árvore de natal próximo da lareira, pisca-pisca próximos da janela e por aí vai. Todo ar que respirávamos naquele apartamento era Natal.


 Eu poderia muito bem dizer que parasse, que não queria ter que me lembrar como o Natal significa família e união, coisas que nunca tive pois sequer conheci meus pais mas ele gostava pois sua família sempre foi a coisa mais preciosa que tinha e eles o amavam muito já que demorou um pouco para que me aceitassem. Mas também com razão, afinal de contas, nenhum pai gostaria que seu filho de apenas dezesseis anos se envolvesse com um homem feito de 28 anos. Até me chamavam de velho pervertido.            Estava na cara para eles que o relacionamento não daria certo. Nem pela idade em si mas também pela vida que levávamos, o que era diferente, um contraste e tanto. Foi uma surpresa até para mim ver como recebeu bem essa nova vida que ofereci e o que estava disposto a compartilhar com ele.


Pela idade que tinha, Ruki não tinha muita experiência em relacionamentos. Ele tinha se envolvido com uma rapaz, um namorinho pouco durável com o amigo da minha irmã mais nova, o Uruha mas nem chegaram nos finalmente direito porque achou que seria incapaz de ser o seme da relação. 


A verdade era que mal sabia ele como gostava de ser o submisso da relação mesmo  que em todos os outros âmbitos de sua vida, como o bom aquariano que era, sempre era o que tomava a frente de tudo, mandando em tudo e as outras pessoas faziam bem em respeitá-lo. Não era atoa que dentro de pouco tempo conquistou a vaga de gerente da boutique ainda tão novo e além de estar no primeiro ano de moda.


Todos não faziam ideia de como esse baixinho era safado, como era o melhor submisso que poderia ter encontrado. Recebia com agrado todos os tapas, arranhões, apertões que eu dava quando tínhamos a maior noite de prazer das nossas vidas. Até porque cada vez que fazíamos aquilo, ficava evidente que era melhor que o anterior então sempre queríamos mais. 


Eu era um negação em declarações de amor, coisas melosas e por ai vai mas por ele sempre tínhamos esses momentos também. Como não fui criado para ser assim, romântico, Ruki era claramente a minha luz, meu guia, a minha paixão, o meu desejo e também o meu amor.


Tínhamos nossos momentos românticos como jantares em restaurantes que tanto gosta, íamos ao cinema e também ficávamos em casa assistindo algum anime que ele ele mesmo fazia questão de escolher. Foi dessa forma que assisti todos os episódios de Sailor Moon e conseguiu me convencer a adotarmos uma gatinha. Tanto pela cor quando pela referência ao anime recém assistido, a chamamos de Luna. Um ano depois adotamos também o Koron.


Hoje era um dia diferente de todos os anos no Natal porque eu queria de certa forma comemorar esse momento com ele. Acho que meu coração estava sendo amolecido e a culpa toda era do Ruki. Resolvi sair mais cedo do trabalho indo para o centro da cidade em busca do presente ideal. Compraria um presente para ele e outro para mim. Sim, ele compraria um presente para mim pois o conheço bem e era o que fazia todos os anos mas dessa vez o meu presente seria perfeito para ambos. Mal posso esperar para chegar em casa!


Trabalhamos muito esse mês. Ate porque era final de ano então era muito corrido e ele estava cada vez mais insuportável com aquele mau humor feroz só porque fazia três longas semanas que não tínhamos nenhum contato físico além de Beijos matinais. Ele com diversos trabalhos da faculdade e o trabalho na loja o deixava exausto. Eu chegando tarde todas as noites tentando terminar aqueles desenhos. Eu estava juntando um dinheiro para sairmos de férias. Seria a viagem de lua de mel que ainda não tivemos e gostaria muito que meu dinheiro desse para cobrir as despesas dessa viagem já que seria ele a escolher o nosso destino.


Cheguei em casa, tomei um banho demorado e quente de banheira. Eu já disse que odeio frio? É isso mesmo! Não nasci para essa estação do ano. 


Me tranquei no escritório, até que ouvi a porta abrir e fechar logo em seguida. Ruki havia chegado. Achei que viria até mim como sempre fazia mas não o fez, me indicando que estava com raiva de alguma coisa. Coisa super natural da parte dele de ser.


Fiquei aqui mesmo resolvendo dar um tempo a ele. Passado um período, ouço o barulho da porta de correr e lá estava ele com um pijama fofinho de frio e com uma caneca fumegante.


– Koi, porque está trancado aqui? Trouxe chocolate quente já que não gosta nada frio – disse e assenti concordando, ainda sério.


– Obrigada, Chibi – respondi e em seguida selei os lábios cheinhos dele. Beberiquei o chocolate quente com calma enquanto ele me fitava com curiosidade, dando a deixa para que perguntasse o que quer queria.


– Rei-chan, queria perguntar uma coisa, posso? – assenti em resposta e o mesmo continuou – aqueles presentes debaixo da árvore. Você recebeu de alguém?


Ah, então era isso. Ruki estava com ciúmes de possivelmente ter recebido um presente de alguém que não fosse ele. Isso é típico dele mas eu achava graça porque agora ele parecia bem manhoso com a possibilidade de alguém ter chegado primeiro.


– Não, Ruki. Não ganhei de ninguém. Eu os comprei – respondi ainda sério e senti o ar dele faltar de susto. Ele não esperava por isso. Ficou alguns instantes calado e pelo jeito pensando quem sabe em o que ou para quem aqueles presentes eram mas não me perguntou mais nada.


Fechei a pasta que estava revisando e o encarei, indo de encontro a ele. Segurei o rosto junto ao meu e selei seus lábios e ele ofegou com aquele toque. Claramente ele queria mais do que isso, o que me deixou bastante satisfeito para o que eu havia preparado para aquela noite.


– Quero que me obedeça sem questionar, me ouviu bem? – perguntei e ele assentiu positivamente com a cabeça mas isso não era o suficiente para mim. Nunca era – ouviu bem?


– Sim, senhor – disse ele corando logo em seguida me fazendo lembrar as vezes em que os tapas deixavam sua pele rosada e só de pensar naquilo, já sentia um formigamento por todo o corpo.


– Tem dois presentes debaixo da árvore de natal. Quero que você pegue a caixa vermelha e suba para o quarto. Deixe a caixa em cima da cama. Quero que tirei a roupa e me espere lá. De joelhos como sempre, me ouviu?


Ruki parecia respirar com dificuldades em antecipação. Percebia como seus olhos moviam de um lado para o outro rapidamente como quando estava pensando rápido demais. Estava tentando decifrar o que iria acontecer. Era isso que eu queria. Deixa-lo agitado para depois. Ahhh depois...você que me aguarde, Chibi.


Ruki subiu rapidamente. Fiquei ali sentando terminando de tomar meu chocolate quente, sentindo como meu corpo reagia só de imaginar todos os passos que ele estaria fazendo lá em cima até o momento que eu chegasse e o encontrasse, ajoelhado próximo da cama, com as mãos nas coxas fartas que eu faria questão de marcar.


Ao pé da escada, tomei um ar antes de subir os degraus de encontro a ele.


Acho que estou entendendo como funciona o espírito de Natal.


Ruki vai gostar do meu presente. Tenho certeza.



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Autor(a): zoraidapierre

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