Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

DULCE ESPINOZA

Três anos atrás...

Meu maior medo era que, um dia, Christopher se ressentisse. Daqui alguns anos, quando nos casássemos e tivéssemos filhos, quando eu tivesse que levá-los para o balé, o treino de futebol e o sexo fosse algo para o qual teríamos que encontrar tempo, quando a máquina de lavar roupa estivesse quebrada e o carro precisasse de novo freios, que a decisão de Christopher de não jogar futebol para a Flórida e ter uma chance de ser da liga profissional um dia o perseguiria pelo resto da vida. Que ser marido e pai não seria suficiente para ele. Que ele se perguntaria todos os dias como poderia ter sido sua vida e eu seria a única culpava por tirar seus sonhos dele. Eu só sonhei com uma coisa na minha vida e era ter o amor de Christopher Uckermann. Eu tinha isso. Meu sonho se tornou realidade. Eu estava vivendo, mas Christopher estava desistindo do dele, por mim, e isso estava me assustando. Tanto quanto eu implorei que ele não recusasse a Flórida, ele jurou que ele não poderia estar feliz sem eu por perto e em sua vida.

Mamãe disse que era escolha dele e eu tinha que parar de me preocupar com isso. Mas eu me preocupava. Isso me manteve de noite. Christopher foi o motivo pelo qual o time de futebol venceu dois anos seguidos. Eles até falaram sobre ele nas notícias, onde ele assinaria, se ele lideraria um time de futebol universitário invicto, assim como ele havia feito no ensino médio. Ele era importante. E eu seria a garota que o impediu de alcançar tudo isso.

De forma egoísta, eu o queria perto. Não podia imaginar não vê-lo diariamente. A distância não me faria amá-lo menos. Eu o amava desde os treze anos e isso não mudaria. Paramos de ir no Jack’s e agora fazíamos coisas sem os seus irmãos e amigos. Nós íamos ao lago ou sentávamos no campo de futebol à noite e falávamos sobre o ensino médio. Como ele estava quase terminando e como meu tempo aqui parecia infinito. Algumas noites ele me levava para jantar e ver um filme, normalmente nos dias em que ele pegava seu cheque de pagamento. Ele dava metade a sua mãe para pagar as contas, todos os meninos faziam e a outra metade que ele gastava com a gente. Isso me fez sentir culpada porque queria ajudar, mas Christopher nunca me deixava.

Quando sua velha caminhonete azul parou e seus irmãos não estavam lá, eu sabia que esta noite nós estaríamos discutindo isso novamente. Nós conversávamos sobre isso repetidamente, mas agora que sua decisão final precisava ser feita na próxima semana, tinha uma última chance de convencê-lo a ir à Flórida e jogar futebol.

Os dias estavam mais quentes agora, mas as noites ainda eram frescas, o calor do verão ainda estava com dois meses de folga. Meus braços estavam nus, então puxei o suéter branco que levava sobre meus ombros e fui para a caminhonete. Ele estava sorrindo. — Eu recebi o pagamento cedo. Quer ver um filme?

O que eu queria era que ele guardasse seu dinheiro. — Prefiro fazer algo onde possamos conversar. 

Ele franziu a testa. — Isso parece ser algo sério. 

Era, então eu respondi: — Quero passar tempo com você. Sem filme. Só nós. Sozinhos.

Ele me deu um sorriso torto. — Ok. Eu posso viver com isso. Então me diga o que você gostaria de fazer.

— Podemos ir para o Hillview Peak? — perguntei.

As sobrancelhas de Christopher subiram e eu sabia o por que. Era para lá que as pessoas iam para estacionar. Era conhecido por sua localização escura e isolada. Em qualquer noite, você poderia encontrar casais suados fazendo sexo em bancos traseiros apertados. Ninguém nunca falava sobre isso, mas todos sabiam o que acontecia no Hillview Peak.

Observei que um milhão de pensamentos diferentes passarem por seus olhos expressivos. — Dul, uh baby, se você estiver pronta para isso... Quero dizer, se você quiser... Confie em mim, eu quero a mesma coisa. Mas não quero sua primeira vez em Hillview Peak. Avise-me e posso encontrar um lugar melhor do que a minha caminhonete.

Sua caminhonete. Ele perdeu sua virgindade em sua caminhonete. Havia muitas garotas lá. Agora, havia apenas eu. Eu sabia. Confiava nele completamente. Eu estava pronta e, embora eu sempre imaginasse perder minha virgindade na caminhonete de Christopher Uckermann, eu realmente não queria que isso acontecesse lá. Eu queria que ‘nós’ fossemos diferente. Eu não jogava na cara dele todas as garotas com quem tinha estado, as que vieram antes de mim, porque não estava com ciúmes. Eu simplesmente não queria que a nossa primeira vez fosse o mesmo, ou até mesmo parecido, com qualquer outra pessoa com quem ele tenha estado no passado.

Eu pretendia conversar com ele para ir para a Flórida e agora estávamos de alguma forma falando sobre sexo. Isso não era exatamente o que eu queria dizer para que isso acontecesse. Eu queria convencê-lo a viver o sonho dele. Ainda poderíamos estar juntos, embora fosse difícil para nós dois. Parte de mim, uma parte com a qual eu não estava muito orgulhosa, achava que o sexo nos ligaria, o impediria de ir embora e que ele perceberia que eu era a única para ele. Então, havia aquela outra pequena voz na minha cabeça que dizia que queria que ele fosse meu primeiro e não havia motivo para continuar aguardando. Mas a maior parte de mim queria Christopher dentro de mim, para ter esse tipo de conexão com ele.

— Eu só queria conversar na Hillview. Parecia isolado e as estrelas são bonitas. 

— Quando você viu as estrelas em Hillview Peak? — ele perguntou com uma careta que me fez rir.

— Fui lá com Scarlet quando tínhamos treze para ver se poderíamos espionar alguém fazendo sexo... Principalmente curiosidade. 

Christopher parecia aliviado. — O quê? Scarlet não estava fazendo sexo aos treze?

— Ainda não, — respondi, rindo. Não havia motivo para defender minha melhor amiga. Ela tinha sido uma menina louca desde os dez. E foi exatamente um mês depois que ela fez quatorze que ela felizmente perdeu sua virgindade.

— Eu não quero que ninguém nos veja indo lá. Eles vão falar, — disse Christopher.

— Você esteve lá muitas vezes. Não será um grande negócio. 

Ele se abaixou e passou os dedos pelos meus. — Você é um grande negócio. Meu grande negócio. E eu não quero que ninguém pense que estou transando com você na minha maldita caminhonete. Especialmente no Hillview Peak. 

Christopher raramente amaldiçoava. O fato de ele fazê-lo agora apenas fez suas palavras mais doces. Ele estava me protegendo. Christopher apreciava o que ele tinha. Todas as coisas que minha mãe disse que eu deveria esperar de um cara e nunca deveria se contentar com nada menos. Christopher sempre seria mais. Mais do que qualquer cara poderia ser.