Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

Presente

— É melhor você comer esses biscoitos. Eu não me levantei e cozinhei apenas para que você olhasse para eles, — disse mamãe, enquanto olhava meu prato e a comida que eu quase não toquei. Meu apetite já havia desaparecido. Se foi.

— Sim, mamãe, — respondi antes de forçar uma garfada na boca e mastigar.

Steel se apressou, terminou o café da manhã e depois saiu. Não me olhou nos olhos nem uma vez. Isso era bom. Ele precisava manter a distância até eu conseguisse me acalmar.

— Posso comer outro? — perguntou Dallas como um maldito menino de cinco anos.

— Vá buscá-lo você mesmo! Ela não é a sua garçonete! — eu respondi com raiva.

Seus olhos ficaram grandes quando ele se levantou com o prato e foi ao fogão.

— Tudo bem, o que é que está te aborrecendo? Você não estava aqui esta manhã e Bray estava procurando por você, enquanto o resto tentava me distrair. Eu criei cada um de vocês. Eu sei quando vocês não voltam de noite e sei quando Dallas está tentando me encantar para que alguém possa fugir com algo. 

Dallas sorriu quando sentou com outro prato de biscoitos sedimentados em molho de tomate. — Sabia, — ele riu.

Eu recusei a dizer a mamãe o que estava errado. Não havia nenhuma razão para ela sofrer esse tipo de dor agora. Ela tinha boas lembranças do meu pai e precisava ficar assim. Contar a ela não seria bom. A destruição dela por nenhuma razão era desnecessária.

— Eu estou me ajustando a estar em casa novamente. Steel terminou com Dulce e não vou mentir, estou feliz. Dulce precisa seguir em frente e não com um dos meus irmãos. 

Eu esperava que minha voz não me traísse. Caramba, parecia ser assim.

Mamãe arqueou uma sobrancelha e sentou-se na minha frente com uma xícara de café em sua mão. — Eu chamo de besteira, — ela acabou dizendo. Ela tomou um gole de café e me estudou. — Besteira, tá me ouvindo? Eu sei que não é isso, — fazendo com que ele apontasse agora de forma mais agressiva.

— Mãe, vamos deixá-lo em paz, — disse Bray. Ele era o único corajoso o suficiente para dizer algo assim a mamãe. Exceto eu, e eu não estava falando.

Mamãe se virou para olhar para Bray, que agora parecia um garotinho com a mão no pote de biscoito. Eu teria rido, se não estivesse tão fodido. Dallas e Brent riram. Eles sabiam o que viria a seguir.

— Não me lembro de perguntar o que fazer. Carreguei-o por nove meses e passei por dez horas de trabalho de parto. Então eu limpei a bunda desagradável dele, cuidei quando ele estava doente, segurei sua mão enquanto ele fazia pontos e o deixei vomitar em cima de mim sempre que ele tinha intoxicação alimentar. Então não me diga o que posso e não posso fazer. Se e quando eu quiser saber sobre um dos meus meninos, eu vou perguntar e obter uma resposta. E você pode ser o próximo, então feche a boca e coma seu café da manhã. Você está em minha casa.

Bray baixou a cabeça e respondeu mansamente: — Sim, senhora. 

Mamãe voltou sua atenção para mim. — Agora, a última vez que chequei, você terminou com aquela doce Dulce Espinoza, sem sequer um olhar para trás. Não queria falar e nem a olhava. Eu estava preocupada com vocês ficando muito sério. Você era jovem, então não insisti. Mas três anos se passaram e, quando você deveria estar ligado a uma garota que você conheceu na faculdade por agora, você está de volta aqui ainda parecendo desolado. Não está certo. Não faz sentido para mim. Quando um homem se parece com você, ele tem mulheres batendo na porta. Mas você está sozinho. Explique isso para mim! Tem que estar empurrando-as para longe. Steel adora essa garota. Ele comprou a ela um anel que Deus sabe que ele não pode pagar, e agora ele terminou com ela dois dias depois de você chegar em casa. Isso cheira a merda. MERDA!

Olhei para a mesa para Bray, mas ele estava comendo e sem olhar para a nossa direção. Mamãe o colocou no lugar dele. Brent nos observava com preocupação em seus olhos. Ele sabia que não podia dizer a mamãe a verdade. Todos sabiam, mas nenhum deles estava tentando me ajudar. De repente, todos estavam mudos.

— Talvez, ele não a amasse o suficiente. O suficiente para lutar por ela e ter certeza de que ela estava protegida de tudo o que poderia machucá-la. Talvez, ele não sacrificasse sua felicidade pela dela. Talvez... — eu parei e me levantei. — Mamãe, eu amo você, mas não posso falar sobre isso. Não agora, — eu disse, deixando meu prato na mesa e indo para a porta. Se Steel poderia fugir, eu também poderia. Enfrentar a mamãe agora não era a melhor ideia.

— Você encontrou as cartas... Não foi? — as palavras de mamãe me impediram quando minha mão tocou a mesa. Eu congelei. As cartas. Se ela sabia sobre as letras, então ela sabia...

Que diabos?

Virando-se, olhei para ela e vi a tristeza em seus olhos. — Que cartas? — eu precisava que ela explicasse isso. Se ela estava se referindo às cartas que encontrei, então ela não deveria ter permitido Steel ou eu, em qualquer lugar perto de Dulce Espinoza, em primeiro lugar.

— As cartas dessa mulher para o seu pai. Não sabia onde ele as escondia. Mas três anos atrás, você as encontrou, não é? — ela assentiu como se eu tivesse confirmado isso. — Eu me perguntei uma vez naquela época quando você parecia tão miserável, mas depois pensei, não, certamente não. Se você encontrasse algo assim, você me perguntaria sobre isso, mas você nunca perguntou, então pensei que era outra coisa. Agora eu vejo que cometi um erro grave. 

Olhei para minha mãe. Ela sabia. Mas ela... — Por que você nos deixou, me deixou estar com Dulce dessa forma, se você sabia? — eu estava tentando compreender o fato de que minha mãe conscientemente tinha permitido que Steel e eu cometêssemos incesto. O maldito mundo que eu sabia estava caindo diante de mim.

Mamãe se levantou e balançou a cabeça. — Eu nunca deixaria que tal coisa acontecesse. Essa menina não é a filha do seu pai. Luke Espinoza tem um teste de paternidade que prova que Dulce é dele. Millie Espinoza era a mulher mais bonita do município e provavelmente do estado também. Ela poderia seduzir um homem como nada que eu já vi, mas aquela mulher, ela era louca. Mentalmente ferrada, vou te dizer. Ela colocou os olhos sobre seu pai e isso significava que ela finalmente o pegou. Seu pai era um homem, essa é a única desculpa que eu recebi dele naquela época e agora. Perdoei há muito tempo. Compreenda isso, ele nunca parou de tentar compensar comigo. Ele me amava, ele simplesmente deixou a tentação tomar o melhor dele. Não é o primeiro e definitivamente não será o último homem a fazer isso. 

Se meu pai ainda estivesse vivo, eu iria matá-lo agora. Ouvir minha mãe falar sobre ele ser seduzido por outra mulher me irritou.

— Quando eu fui ao médico um dia, Millie chegou ao celeiro e, bem... Ela fez algumas coisas que qualquer homem teria dificuldade em recusar. Seu pai cometeu um erro. Então, — ela suspirou e acrescentou, — Millie voltou mais algumas vezes depois disso. Seu pai era fraco, então quando Millie engravidou, não sabíamos se poderia ser o filho do seu pai. Ele admitiu isso naquele momento. Tudo o que ele tinha feito. Eu estava grávida de Steel no momento. Eu tinha três bebês que eu estava cuidando e o dinheiro estava apertado. Seu pai usou Millie como uma fuga dos problemas que estávamos passando. Pensei em deixá-lo por um tempo, mas ele era tão lamentável, e eu o amava muito. Demorou alguns anos, mas finalmente o perdoei. De qualquer forma, quando aquela pequena nasceu, queria um teste de paternidade. Então seu pai fez. Se aquele bebê fosse dele, precisávamos saber, mas não era. Dulce era de Luke.

— Porra, — Bray xingou, lembrando-me que não estávamos sozinhos, meus irmãos ainda estavam sentados e ouvindo cada palavra.

— Não posso acreditar que eu nasci depois disso. Você deveria ter matado ele, — murmurou Dallas.

Mamãe se virou e enfrentou todos. — Eu amava esse homem. Ele amava e adorava todos vocês. Ele era um bom homem que teve momentos fracos. Ele cometeu um erro e eu o perdoei. Não muda o fato de vocês serem seu mundo inteiro. Ele amava cada um de vocês. — seu tom era determinado e mostrava que ela queria dizer o que ela estava dizendo. Eu não tinha certeza de que eu poderia perdoar o homem, mas ele se foi e estar com raiva dele não fazia sentido. No final, ele nos deixou de qualquer maneira.

Mamãe olhou de volta para mim. — Onde estavam essas cartas? — perguntou ela.

— No sótão, — eu disse a ela.

Ela assentiu. — Eu deveria ter verificado esse lugar antes de deixá-lo ir pra lá. Eu sabia que você adorava aquela garota. Ela se parece exatamente como a mãe, mas ela não é nada como ela. Ela tem o coração do pai e Luke Espinoza é um homem tão bom quanto pode ser. Ele tentou fazer isso funcionar com Millie, mesmo quando sabia que ela era louca. Millie fugiu e o deixou com aquela garotinha, e foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, tanto para Dulce quanto para Luke. Ela não precisava daquela mulher em sua vida. Ela acabou por ser uma boa jovem. No dia em que ouvi que Millie tinha morrido na Califórnia, eu nem senti pena. Não senti nada além de algum alívio de que nunca tentaria voltar para a vida de Dulce. Dulce é uma bela mulher por dentro e por fora. — Mamãe fez uma pausa, depois se aproximou e apertou meu braço. — Uma mulher com quem seu irmão adora o suficiente para pedir em casamento. Lembre-se disso, ok, Christopher?

Lembre-se disso. Não havia como esquecer.

(OBS: Realmente acharam que teria incesto? Aqui não faro kkkkkk, até entre primos acho "feio").