Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

DULCE ESPINOZA

Presente

Scarlet White Camaro desceu a minha longa entrada. Sentei-me no balcão da varanda observando enquanto se dirigia para a casa. Não nos falamos muito nos últimos dois dias. Ela parecia entender que eu precisava de alguma distância com Christopher de volta.

Ela não tinha ideia de como as coisas haviam ficado malucas.

Quando ela parou e sua porta se abriu, percebi que Scarlet poderia ser minha melhor amiga, mas havia coisas com as quais eu não estava pronta para conversar. Eu não iria contar a ninguém sobre isso até eu ter me preparado mentalmente para dizer a Christopher que não éramos parentes. Uma vez que eu percebi que meu pai era meu pai e que ele me amava ainda mais do que eu imaginava, fiquei sabendo que esse horrível segredo que fez Christopher me deixar há três anos já não estava entre nós.

Correr para ele tinha sido a primeira coisa que eu queria fazer, mas então me lembrei de Steel. Eu tinha que lidar primeiro com Steel e ver onde estávamos. Eu tive que pensar sobre isso, pensar muito e decidir o que é certo, então fiquei sentada na minha varanda e ouvi a minha mãe zumbir enquanto ela almoçava, sabendo que eu estava segura. Minha vida não estava prestes a ser puxada de mim. Então eu tive que me dar tempo para poder tomar a decisão correta.

Scarlet falou enquanto se aproximava: — Como minha melhor amiga não conseguiu pegar um telefone e me ligar, ou mesmo me escreveu, pensei que era melhor eu verificar. Os Uckermanns meteram você em uma rede emaranhada? — ela subiu os degraus na varanda da frente que envolvia nossa casa.

Eu respondi: — Desculpe. Estou passando um pouco de tempo com meus pensamentos, — antes de acariciar o ponto vazio no balanço ao meu lado. — Sente-se e fale se quiser. 

Scarlet lançou o cabelo vermelho atrás do ombro e sorriu: — Tudo bem, mas só porque você é sexy, — ela provocou, antes de se sentar ao meu lado. Ela deu ao balanço um grande empurrão com as pernas, depois enfiou os joelhos debaixo do queixo. — Brent disse que houve um drama. 

Eu confirmei: — Sim, você poderia dizer isso. Mas agora eu quero ficar longe disso. Experimentar a paz por um dia ou dois. Eu tenho que falar com Steel, mas ainda não.

Scarlet suspirou. — Por favor, não me diga que você vai terminar com ele. Ele te ama. Não termine com ele por causa do idiota sexy chamado Christopher. Ele não vale a pena, Dulce.

Ela não sabia disso. Mas ouvi-la falar sobre Christopher como se ele não valesse a luta era difícil. Porque ele era. Valia a pena tudo. Steel me amava e eu tinha que descobrir se o que eu sentia por ele era amor. Eu sabia que eu estava apaixonada por Christopher. Eu o adorava. Ele era tudo o que eu queria. Mas ele também era perigoso, poderia me machucar tão facilmente, e agora ele poderia não me querer. Steel sim. Pelo menos eu pensei que sim antes de descobrir as cartas. Agora ele e Christopher teriam que saber a verdade.

— Você falou com Brent hoje? — eu perguntei querendo mudar o assunto.

— Sim, — ela respondeu, então olhou para o quintal. — Eu também falei com Bray. 

Se ela tivesse conversado com Bray, isso não era um grande problema... Ou não teria sido se ela não tivesse dito isso como se ela se sentisse culpada por alguma coisa. Estudei seu rosto por um momento e me perguntei se eu estava tão embrulhada na minha vida que sentia algo importante acontecendo na dela.

— Por que você falou com Bray? — perguntei, tentando parecer casual. Ela não olhou para mim, mas a forma como os ombros dela ficaram tensos não era bom, não era bom. — Scarlet, — eu disse, — Olhe para mim. 

— Você já se perguntou o que Bray está pensando? Ele é tão reservado. Ele raramente sorri. — ela fez uma pausa e um pequeno sorriso tocou seus lábios. — Mas quando ele sorri, é realmente algo. 

Uau. Isso não era bom.

— Scarlet, hum, há algo que você precisa me dizer?

Ela soltou um longo suspiro, então virou a cabeça em minha direção e apoiou a bochecha nos joelhos. — Provavelmente não deveria. É mau. Eu sou má até mesmo de pensar nisso. Que tipo de pessoa faz isso? Ele é o irmão gêmeo de Brent, mas eles são tão diferentes. Bray é temperamental e misterioso e ele tem esse olhar sexy e irritado sobre ele que me faz sentir umas coisas no estômago. Você entende o que estou dizendo?

Os meninos Uckermann eram problemas. Problemas bonitos. Muitos problemas sexy. E Bray era o pior de todos.

— Bray não é como Brent e isso é bom. Brent ama, enquanto Bray gosta de todas as garotas, e ele gosta especialmente de receber boquetes delas. Você já ouviu as histórias sobre ele. Ter as meninas caírem de joelhos antes que ele seja rude com elas. Lembra do que Jenn disse sobre Bray? Como ele a amordaçou e a chamou de nomes, enquanto ele segurava a cabeça dela?

Scarlet sorriu e apertou os lábios. — Sim, mas ela também disse que era sexy e então voltou para mais. 

O quê? — Scar, por favor, me diga que você está brincando, — eu respondi. Nada sobre isso parecia sexy.

Scarlet levantou um ombro e deu um pequeno encolher de ombros. — A ideia de que Bray fala sujo enquanto faz sexo... Bem, isso me excita. — ela então apertou os olhos com força. — Isso me faz uma vagabunda, não é? Parece horrível apenas dizer isso.

Eu não tinha resposta. Nenhuma resposta correta para dar a ela. Não achava que isso soasse excitante. Os rumores sobre Bray e suas coisas sexuais eram desenfreadas, não apenas em Malroy, mas em todo o município inteiro. As meninas o amavam, mas diziam que não era doce e fácil. Bray tomava o que queria, quando ele queria, e como ele queria.

— Se Christopher, — ela disse, baixando a voz, — Te puxasse de joelhos na frente dele e empurrasse o pau pela sua garganta, te dizendo que você tinha uma pequena boca suja e te chamasse de sua garota má e travessa, dissesse que você precisava ser punida, talvez até mesmo espancada, você... Isso não iria te excitar?

Não consegui responder. A ideia de estar de joelhos diante de Christopher e poder lhe trazer prazer fez com que meu coração corresse e meu corpo se sentisse febril. Ok, talvez ela esteja certa.

— Mas você ama Brent. Por que a ideia de Bray fazer essas coisas te excita?

Ela voltou o olhar para o pátio. Ela não olhava para mim. O que ela não estava me dizendo? Teria perdido completamente algo importante acontecendo em sua vida? — Ele é diferente. Eu gosto quando posso fazê-lo sorrir. Ele não sorri o suficiente. 

Éramos duas ervilhas em uma vagem. Ambas divididas entre dois meninos Uckermann. Talvez nossas razões fossem diferentes, mas quem era eu para julgar? Eu envolvi meu braço em torno dos ombros de Scarlet e apoiei minha cabeça contra a dela. Com um empurrão de meus pés, eu consegui me balançar novamente, então puxei meus pés para debaixo de mim. — Bray não pode ser confiado com seu coração. Você sabe disso, certo? — eu lembrei a ela.

Ela não respondeu imediatamente. Nós ouvimos mamãe zumbindo e o som do trator no campo. Era pacífico. Até que Scarlet respondeu: — Assim como Christopher não pode ser confiado com o seu. 

Ela estava certa, mas odiava ouvir isso. A porta da frente então se abriu, a mamãe enfiou a cabeça e torceu o rosto para nós para falar: — Eu tenho pêssego recém-saído do forno e sorvete de baunilha. Vocês querem que eu traga duas tigelas? — ela disse e esperou nossa resposta. Ao ver sua cabeça loira sorridente, quadris ligeiramente largos e rosto livre de maquiagem que me mostrava tanto amor e adoração me fazia querer levantar e segurá-la por horas apenas porque ela estava lá. Ela não era o que o mundo consideraria bonito, mas para mim, ela era a mulher mais bonita do mundo. Especialmente onde contava mais. Ela amou uma pequena garota que não era dela e fez todos os seus sonhos ruins desaparecerem. Ela estava lá no dia em que fiquei menstruada e me assustada, e ela me segurou quando Christopher me deixou. Eu era a garota mais afortunada do mundo por tê-la como minha mãe. Ela era o tipo de mulher que eu esperava ser um dia.

— Nós entraremos e comeremos um pouco com você, — eu disse a ela antes de me levantar.

— Eu preciso de um doce, — concordou Scarlet.

Caminhei para minha mãe, envolvi meus braços ao redor dela e disse: — Eu amo você, — engolindo a emoção na garganta e repelindo as lágrimas o que ameaçava vir.

Ela me deu um aperto rápido, beijou minha bochecha e respondeu: — Eu amo você mais, princesa. Nunca esqueça disso. — essa sempre era sua resposta sempre que eu dizia a ela que a amava.