Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

Eu não vi ou falei com Steel em dois dias. Eu sabia que Bray lhe havia dito tudo o que mamãe nos contou. Ele me informou que Steel sabia a verdade sobre Dulce e as cartas, e uma vez que eu controlei minhas emoções, eu tinha planejado ir a Dulce e contar tudo a ela. Era a única coisa em que eu conseguia pensar. Mas então percebi que não era meu lugar contar para ela. Steel propôs a Dulce. Mamãe teve certeza de me lembrar disso.

Aguardei que algo acontecesse, mas Steel nunca veio me encontrar. Eu estava cansado de esperar por ele para fazer alguma coisa.

Ele partiu cedo esta manhã para reparar a cerca ao sul. Bray disse que era o turno de Steel quando perguntei onde ele estava durante o café da manhã. Eu tinha que falar com Steel porque queria ir até Dulce, mas não consegui. Eu não era livre para fazer isso. A ideia de que eu poderia ficar com ela, que eu poderia amá-la de novo de novo, estava me provocando. O jeito que eu sentia sobre ela não era errado ou desordenado, era permitido. Eu fui autorizado a adorar Dulce, dizer a ela que ela era minha alma, que ela era tudo para mim.

Mas eu estava esperando meu próprio irmãozinho fazer... Alguma coisa... Qualquer coisa.

Quando cheguei ao celeiro, pude ver a caminhonete da fazenda vindo em minha direção, sabendo que Steel estava dentro dela. As cercas e o arame que ele não precisou estavam batendo na caçamba, o motor diesel ressoando até silenciar, então para uma parada atrás do celeiro. Steel saiu da caminhonete e bateu a porta sem olhar para mim. A raiva no rosto dele não era o que eu esperava encontrar. Eu não fiz nada para irritá-lo. Ele fui o único que machucou Dulce.

— O quê? — eu perguntei, forçando-o a olhar para mim e encontrar seu olhar.

Ele soltou uma risada dura. — O que, — ele repetiu, — Estou esperando você me dizer que você vai ver Dulce hoje. É por isso que você está aqui, não é? Para me dizer que você vai falar com ela. Para me avisar que você está prestes a entrar e dar a ela o que ela quer. O que ela queria toda a vida. — ele tirou as luvas de seu trabalho e as jogou no chão. — Por que diabos eu faço com isso? Não posso competir. Então vá buscá-la, Christopher. Vá levá-la para longe de mim. — ele então girou e caminhou em direção ao celeiro.

Steel a amava, talvez não da maneira que eu, mas ele a amava tanto. E eu o amava, ele era meu irmãozinho e sempre estive lá sempre que ele precisava de mim. Eu o ensinei a jogar futebol. Onde atingir uma bola de baseball no taco do rebatedor. Como lidar com as coisas.

Eu amava Dulce. Mas perdi minha chance com ela. Steel estava lá para ela quando precisava de alguém para confortá-la depois de eu ir embora sem dizer uma palavra. Eu não a merecia. Steel era o homem melhor. No fundo do meu coração, eu sabia disso enquanto eu chamava seu nome e ele parou. Ele virou imediatamente antes de entrar no celeiro. A raiva em seus olhos já havia desaparecido, substituída pelo tipo de dor que mais cimentou minha decisão.

— O que, — ele respondeu, — o que, Christopher?

— Vá buscá-la! Ela era sua até agora. Ela não foi minha há muito tempo. Eu vivi três anos acreditando que o que eu tinha com ela era errado e nojento. Você só viveu esse inferno por um dia. Seu amor por ela ainda é puro. É você que ela precisa agora, não eu. Tenho certeza de que estou quebrado além do reparo e nunca mais serei inteiro.

A tensão nos ombros de Steel afrouxou, seus olhos se tornaram os de um irmão preocupado. — Você não está quebrado. Você é um bom homem, Christopher. Um ótimo se você me perguntar.

Ele estava errado, mas ele me amava. Seu amor era especial, exatamente o tipo de amor que eu queria para Dulce. Ela nunca enfrentaria os demônios sombrios que haviam assumido minha vida, demônios que eu não tinha certeza de que iriam embora. Encontrar a verdade não me corrigiu magicamente. Isso me libertou, mas não me corrigiu. Isso exigia algo que eu não estava disposto a aceitar, o amor de Dulce. Eu não poderia ter isso. Nunca mais seria meu.

— Obrigado, — disse eu, — Mas vou ir embora no próximo mês. Ela precisa de um homem que estará aqui para ela. Aquele que lhe mostrará o sol todo maldito dia. Tenho muita escuridão na minha alma para dar a Dulce a luz que ela merece. 

Steel ficou parado olhando para mim. Finalmente, ele concordou com a cabeça. — Tudo bem, — ele respondeu. — Eu a amo, você sabe. 

— Eu sei, — assegurei a ele discretamente.

Ele enxugou as mãos na calça jeans, depois piscou um pequeno sorriso antes de correr para a caminhonete. Observá-lo ir não era fácil, mas era o certo.

A porta do celeiro se abriu e eu olhei pra trás para ver Dallas de pé, usando apenas um par de calções brancos e um conjunto de luvas de boxe. Eu não sabia que alguém estava dentro do celeiro. Dallas estava apenas olhando para mim.

— Eu amo todos os meus irmãos, mas apenas para esclarecer, Christopher, você é o melhor deles. Todos nós sabemos disso. Até Steel. — Dallas falou, me dando um sorriso triste. Ele levantou o queixo para o interior do celeiro. — Venha e bata naquele saco pesado. Acabei de terminar e estou prestes a levantar pesos. O saco é todo seu, se você quiser.

Bater algo soou realmente bem. Eu andei até o celeiro quando Dallas puxou as luvas e me deu uma bofetada no estômago com elas. — Aqui está você, velho, — ele provocou.

Eu agarrei as luvas e senti um genuíno sorriso aparecer nos meus lábios pela primeira vez em muito tempo. — Este velho pode surrar sua bunda. 

Dallas riu e apontou para si mesmo, antes de flexionar seus braços impressionantes. — Cara, você me olhou ultimamente? Sou uma besta, — ele respondeu. — Um monstro.

Em troca, eu ri, realmente ri, todos os músculos que costumava usar finalmente ganharam vida novamente. Eles ficaram inutilizados há anos.

— Sim, você é, irmãozinho. Uma besta e um monstro, — eu disse. A expressão surpreendida no rosto de Dallas foi rapidamente substituída por um grande sorriso.