Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

Quando Bray se recusou a falar sobre seus problemas de temperamento, o médico prescreveu um antidepressivo que ele disse que ajudava com o gerenciamento de raiva. Ajudou. E muito. Mantinha Bray calmo. Nos últimos cinco anos, ele raramente perdeu a paciência. Ele era descontraído e esperto. Eu deveria ter notado que ele havia estado diferente desde que cheguei em casa. Não deu pra perceber. Ele cobriu isso bem. Até duas noites atrás.

A saída de Scarlet foi para o melhor. Eu sabia que Dulce iria sentir falta dela e eu odiava isso por ela, mas meus irmãos precisavam de tempo. Se eu tivesse que arrastar Bray até um médico e sentar lá com ele duas vezes por semana, eu estava preparado para fazer. Havia algo no fundo dele que nenhum de nós sabia como ajudá-lo a superar. Algo que o assombrava. O controlava. Ele precisava de ajuda. Mais do que uma maldita pílula poderia fazer.

Mantivemos seu problema e o fato de que ele precisava de medicação dos outros. Só eu sabia. Mamãe me pediu para conversar com ele no início. Ela não conseguiu fazer isso. De alguma forma consegui convencê-lo de que ele precisava deles. Mas quando fui embora, ele decidiu parar de tomar. Eu sabia que depois disso, eu não poderia voltar para a Flórida. Eu voltei para uma pequena pausa, mas eu era necessário aqui. Mamãe me dizia que não, que eu devia ir viver minha vida, mas eu sabia. Os meninos precisavam de mim. Mamãe precisava de mim. Eu não deveria ter ido embora para começar.

— Christopher, eu preciso que você entregue uma carga para Luke Espinoza, se você puder. — Denver chamou da porta de trás da Watson's Feed and Seed. Eu estava descarregando um caminhão e reabastecendo. O sol estava quente como o inferno e normalmente eu gostava de fazer entregas. Mas não desta vez. Não para Luke Espinoza. Hoje não. Não depois da outra noite. Evitar Dulce era a única maneira de eu me manter bem. Nas últimas quarenta e oito horas, eu tive que lidar com ela mais do que eu podia porque me fazia sentir falta dela ainda mais. Nosso vínculo ainda estava lá. Mesmo quando o inferno estava solto, estava lá. No entanto, dizer ao meu chefe que eu não faria o meu trabalho por causa de uma garota não era exatamente uma opção.

Eu xinguei em voz baixa e respondi, — Ok, o que ele precisa?

— Hannah vai trazer a lista. Ela é quem anotou o pedido. 

E isso continuava ficando cada vez melhor. Hannah gostou de ter uma desculpa para sair aqui e me ver. Se ela não tinha um pedido para mim, ela me trazia bebida. Foi legal da parte dela fazer isso, mas eu sabia pelo jeito que ela estava sorrindo e rindo que não era porque achava que eu estava com sede. Hannah queria que nos tornássemos mais. Ela não era difícil de olhar e, ao contrário de outras garotas da cidade, ela também era inteligente e ambiciosa. Eu tinha ouvido tudo sobre seus planos depois da faculdade. Hannah era organizada, ainda mais do que eu, gostava de coisas atuais e conversava muito sobre política. Eu escutei, mas não disse muito. Ela tinha uma voz doce, e, mesmo que apenas brevemente, ela me distraíra de pensar em Dulce. Mas era de curta duração.

Enxuguei a testa com a toalha que mantinha no meu bolso. Quando o suor entrava nos meus olhos, com a terra misturada, queimava pra caralho. Antes que eu pudesse me preparar para ir para Luke, Hannah apareceu. Seus shorts estavam mostrando cada centímetro de suas pernas. Um centímetro mais curto e as bochechas arredondadas de sua bunda apareceria para que todos vissem. O top amarelo claro que ela estava usando era a única coisa que cobria seus seios. Sem sutiã. Perguntei-me por que Denver a deixava se vestir daquele jeito. Se mostrar assim.

— Precisa de ajuda para carregar essas coisas? — ela perguntou enquanto caminhava em minha direção, sorrindo e se vendendo.

— Obrigado, mas deixa que eu faço, — respondi.

Ela sempre sorria, perenemente feliz com a vida, que eu invejava e muitas vezes me perguntava como era. Mas ela não estava vestida para trabalho manual. Ela nunca estava, mas ela sempre se oferecia para me ajudar.

— Eu posso ir com você, — ela disse, como se ela estivesse sendo útil.

Levar Hannah comigo não me deixaria ficar sozinho ao ir até Dulce pela primeira vez depois que tudo isso aconteceu. Mas eu tinha demônios para enfrentar e precisava do silêncio da minha caminhonete para me preparar mentalmente. Dulce provavelmente se casaria com Steel. Eu tinha que aceitar isso. Seguir em frente, embora ainda não estivesse certo de como eu ia fazer isso. Embora a reação de Bray não fosse saudável ou normal, entendi seu desespero. Eu me sentia da mesma forma. Só que reagi de forma diferente.

— Tenho certeza que você é necessária na recepção. Deixa isso comigo. Mas obrigado, — eu disse a ela tão gentilmente quanto pude. Ela ficava mais perto e mais perto sempre que ia comigo. Estava preocupado que Hannah se jogasse em mim em breve. Mesmo assim, ela era fácil de olhar e não era difícil tê-la pressionada contra meu corpo desse jeito. Eu simplesmente não estava pronto. Tanto quanto eu desejava estar, não estava, mas ela continuava tentando de qualquer maneira. Eu a respeitava o suficiente para não usá-la. Não achava que ela visse isso assim. Era o que mais me preocupava.

— Eu preferiria estar com você, — ela respondeu, sua voz caindo em um tom rouco que pretendia ser sexy. Ela não estava tentando ser sutil, enquanto esfregava o peito contra meu braço esquerdo.

Recuei e peguei um saco de ração. Eu nem tinha certeza do tipo que eu estava segurando. — Uh, Hannah, estou lisonjeado. Mas nós dois trabalhamos para o seu pai e eu acho que isso, uh, bem... — eu realmente era péssimo nisso, — eu acho que isso é uma má ideia. 

Ela fez beicinho. Parecia muito bom, também. Mas não era bom o suficiente para me fazer esquecer onde eu iria com ela.

— Eu sabia que ir até os Espinoza poderia ser difícil para você. Eu queria estar lá para te ajudar, se você precisasse de algum... Apoio, suporte. Posso pensar em algumas maneiras de ajudar a aliviar qualquer dor... Ou sofrimento que ir até lá pode causar em você. 

Seus olhos foram para meu pau enquanto ela falava. Eu estaria mentindo se eu dissesse que não a considerei. Eu era um homem, mas eu não hesitei quando eu disse: — Obrigado Hannah, mas é melhor se nós mantivermos essa coisa de amigos se isso estiver bem para você?

Ela suspirou e afastou o olhar sedutor que ela estava me dando. Ela agora parecia mais com a velha Hannah. Doce, gentil Hannah, mas com menos roupa do que ela estava usando no primeiro dia que comecei a trabalhar lá. Suas roupas ficaram escassas e escassas a cada dia, e no final da próxima semana, se ela continuasse a seu ritmo atual, Hannah iria trabalhar nua. Talvez seu pai então percebesse.

— Você sempre vai amar Dulce Espinoza, não é, Christopher Uckermann? — ela não estava mais falando com sua voz sensual. Ela era ela mesma novamente. Eu pensei em negar isso, mas eu sabia que Hannah não contaria a ninguém, não importava minha resposta. Ficaria entre nós e eu precisava dizer isso, admitir isso a alguém. Qualquer um.

— Sim, vou, mas eu a deixei ir, e ela seguiu em frente.

Ela franziu a testa. — Por que você terminou com ela? Isso é um mistério que ninguém jamais entendeu.

— É complicado. — eu não iria contar a ninguém. Não para Hannah. Nem para uma fodida alma.

Ela assentiu como se entendesse, quando eu sabia que não, não podia entender. — Ok, Christopher, entendi. Mas quando você cansar de vê-la com seu irmão e você estiver pronto para seguir em frente, não me esqueça. Eu posso esperar.

— Se esse dia chegar, você será a primeira a saber. 

Isso trouxe um sorriso ao rosto dela. Eu gostava de vê-la sorrindo. Eu não queria pensar que eu tinha sido o único a tirar seu sorriso sempre presente. — Eu ainda poderia acompanhar você para te dar apoio moral. Como empregado.

Eu pensei nisso. Ter Hannah comigo teria tornado as coisas menos estranhas, mas poderia ter tornado as coisas ainda mais estranhas também. Eu balancei minha cabeça. — Não dessa vez. Isso é algo que eu preciso superar e lidar... Mas obrigado por perguntar, Hannah.

Ela encolheu os ombros. — Ok, boa sorte, então. 

— Obrigado. — a melhor coisa que eu poderia esperar era que Dulce não estivesse em casa. Então eu poderia descarregar, falar com Luke sobre o trabalho e sair o mais rápido possível.

Carregar a caminhonete não me levou muito tempo. Eu estava na estrada e cheguei aos Espinoza em cerca de vinte minutos. Se Hannah estivesse sentada no assento ao meu lado, eu poderia ter sentido uma falsa sensação de segurança. Mas era tudo o que teria acontecido. Não importava quem estivesse lá, eu tinha que enfrentá-los eventualmente, ver isso. E se Dulce estivesse lá, então eu teria que falar com ela. Falar com ela como a namorada do meu irmão. Aceitar o que eu disse e o que tinha que ser, sabendo que ela também me amava. Essa era a parte mais difícil. Saber que meu coração não era o único que eu quebrei. Se houvesse uma maneira de salvar Steel em tudo isso, eu teria feito, mas não vi outra maneira de escapar da verdade.

Parando a caminhonete na estrada de terra que corria ao lado do celeiro grande de Luke, eu vi apenas a caminhonete parada lá. Aliviado por isso, parei e pulei. Eu planejei jogar conversa fora, descarregar a caminhonete e ir embora rapidamente.

— Eu posso ajudá-lo a descarregar isso, Christopher. — a voz doce se Dulce me impediu. Eu fiquei congelado como se uma tempestade me tivesse atingido.

Merda.