Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

— Onde diabos você esteve? — perguntou Dallas enquanto entrava em casa. Eu sabia que, por sua linguagem, mamãe não estava em casa, ou ele pagaria caro por isso.

— Trabalhando, — respondi passando por ele, indo até a geladeira para pegar um copo de chá doce e comida. Eu tinha pulado minha pausa para almoço porque Hannah me pediu para ir com ela. Eu menti e disse que eu tinha trago um sanduíche, que eu não comi e continuei trabalhando.

Agarrando um pouco de frango frito frio, meia torta de maçã, queijo cheddar e biscoitos sobrando, coloquei o banquete na mesa e fechei a porta.

— Você vai compartilhar? — perguntou Dallas com um sorriso.

— Não. Pegue a sua comida.

— Eu gostaria, mas você acabou de limpar a maldita geladeira. 

Comecei a cortar um pouco de queijo para comer com os meus biscoitos e peguei um tomate pela janela. Eu tirei a cabeça do caule e a cortei no meio. Depois de conversar com Dulce, tendo que dizer as coisas que ela precisava ouvir, eu só queria ficar sozinho. Eu não estava no humor para a boca inteligente do meu irmãozinho.

— Ei, corta um pouco de tomate pra mim também. Tomate, queijo e biscoitos parecem bons. Estou morrendo de fome, — disse Steel quando a porta da tela se fechou atrás dele. — Oh, que beleza! Tem frango também.

— Ele não quer compartilhar, — Dallas falou antes que eu pudesse responder. — Ele entrou todo carrancudo e zangado, determinado a não nos deixar comer o que você pode ver sobre mesa na sua frente. 

— Tudo bem? — foi a resposta imediata de Steel. Ele estava assumindo que isso era sobre Bray, que ainda estava trancado em seu quarto, fortemente medicado. Eu cortei outro tomate, coloquei em um prato e, em seguida, ofereci para Steel.

— Estou bem. Apenas com fome. Não comi o dia todo. Pegue um par de biscoitos se quiser. Mas o frango, ele é todo meu.

Steel pegou o prato de tomate e o colocou na mesa. Seu olhar permaneceu preso em mim, me estudando, pesando meu humor pelos meus movimentos. Era difícil ter algum segredo com uma casa cheia de irmãos curiosos. Eu tinha ficado longe por tanto tempo que eu esqueci como era isso. Ter alguém sempre te observando. Prestando atenção ao seu humor. Na faculdade, ninguém se importava. Eu poderia me fechar e ficar bêbado sozinho. Ninguém jamais me questionara. Aqui, isso era impossível.

Steel perguntou: — Por que você não comeu no trabalho? Denver não te dá uma pausa para o almoço?

— Sim, dá, trabalhei dessa vez. 

— Então é culpa sua. Compartilhe o frango, — Dallas respondeu, inclinando-se sobre a mesa para pegar o pão. Apertei seu pulso e olhei para ele.

— Não estou com vontade, — avisei. — Pegue sua própria maldita comida. — quando a última palavra saiu da minha boca, a porta de tela se abriu novamente e Brent entrou. Ele estava trabalhando fora desde o início desta manhã, ignorando Bray trancado em seu quarto e o fato de Scarlet ter deixado a cidade.

— Jesus. Vocês estão brigando por comida?

Tentei agir como se tudo estivesse normal. Não o tratar com luvas de pelica, como todos os outros estavam fazendo. Ele, obviamente, não queria ser tratado dessa forma. — Não. Este filho da puta não quer deixar meu almoço em paz.

— São quatro e meia da tarde. Isso não é almoço, — foi a resposta de Brent.

— Ele não almoçou. Agora ele está todo estressadinho. Juntando a comida como um rei. — Dallas disse e se recostou em sua cadeira, sorrindo depois de dizer isso. — Apenas nos diga por que você não comeu e eu prometo que vou te deixar em paz. 

Havia momentos na faculdade que senti falta disso. Meus irmãos, uma casa cheia, pessoas que se importavam, mas esse não era um desses momentos. No momento, estava sentindo falta da minha privacidade. Algo que esse grupo não conhecia. Atualmente, o que eu queria era ser tratado como um leproso e evitado como a praga.

Esfaqueei o peito de frango com mais força do que o necessário, olhando para três pares de olhos semelhantes demais, todos focados diretamente em mim. Todos estavam aguardando minha resposta. Bastardos. Eles tinham que saber.

— Hannah. É por isso que não comi. Ela não me deixa em paz. Agora vocês vão me deixar comer, porra? — eu falei mais alto que o necessário, mas frustrado por ser interrogado por eles.

— Então, ela te segurou durante a hora do almoço? A mulher montou você? Não permitiu que você comesse? Se for esse o caso, não te culpo por não comer. Ela é um pedaço de bunda quente. Sempre pensei que ela era um pouco atrevida, com sua merda de bolsa de honra. Mas maldição, essas podem ser as mais selvagens... Ela chupou seu pau?

Olhei para Dallas. Quando meu irmãozinho se transformou em um idiota completo?

— Não acho que isso tenha acontecido, — disse Steel.

Eu balancei minha cabeça. — Não, não aconteceu. — então, dei outra mordida no frango.

— Ok, espere, você não fodeu Hannah? — perguntou Dallas.

Minha paciência estava chegando ao fim. Eu decidi comer no meu quarto. Mamãe poderia brigar comigo. Eu iria ouvir e pedir desculpas. Era melhor do que isso. Elevando meu prato em uma mão com meu copo de chá firmemente apertado na outra, eu me dirigi para a escada que levava ao meu quarto para escapar da inquisição dos meus irmãos.

— Você não pode levar comida para o seu quarto. — o tom de Dallas era divertido e brincalhão.

— Eu não me importo, — eu respondi, batendo a porta atrás de mim, depois travando-a no lugar. Eles me seguiriam, ou pelo menos Dallas tentou apenas ver o quão longe ele poderia me empurrar.

Ouvi sua risada e Steel disse algo com um tom baixo e ruidoso. Não tentei ouvir. Sentei-me e terminei a minha refeição em silêncio. Se eu comesse rápido o suficiente, eu poderia levar todas as evidências disso de volta à cozinha antes que mamãe voltasse. Ela estava no jardim. Claro, isso significava mais provocações de Dallas. Eu preferiria lidar com mamãe.

Eu repeti a voz de Dulce na minha mente, repetidas vezes, suas palavras para mim, o quão feliz eu a fiz uma vez. Eu odiava machucá-la, causar-lhe dor de qualquer tipo. Eu queria que ela entendesse que toda vez que eu a afastava, toda vez que eu tinha que colocá-la a uma distância segura de mim, meu próprio ser estava sendo rasgado em pedaços. Isso não era fácil pra mim. Desde o momento em que encontrei aquelas cartas naquela caixa, minha vida perdeu o significado. Eu fui drenado de alegria e não podia ser preenchido novamente. O vazio agora parecia permanente.

A culpa retorcida com que eu vivi durante os últimos três anos desapareceu, mas a dor de perder Dulce ainda estava lá. Ela não era a última menina com quem eu tinha estado, mas ela tinha sido a única que importava. O único rosto que eu vi. Ninguém me fez sentir completo como ela. Ninguém me fez querer planejar meu futuro, exceto ela, apenas minha Dulce. Eu pensei que talvez com o tempo haveria outra pessoa para ocupar seu lugar, mas tudo o que percebi no final foi que, uma vez que você encontrava a perfeição, tudo o mais empalidecia em comparação. Uma peça de quebra-cabeça perderia para sempre sua alma.