Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

DULCE ESPINOZA

Continuei trabalhando e trabalhando. Todo o dia eu pensei sobre o encontro desta manhã com Steel. Com alívio também veio tristeza. Ele me olhou com tanto ódio. Isso foi difícil de aceitar porque eu não queria que ele me odiasse. Steel era especial para mim, mas entendi sua reação. Eu não queria que ele se arrependesse dos momentos em que passamos juntos, mas querer que Steel se lembrasse de mim com carinho era egoísta da minha parte. Se ele precisasse me odiar, eu tinha que aceitar. Eu também me odiaria.

Eu terminei de limpar o salão e limpei as macas de bronzeamento, que era a parte do meu trabalho que eu odiava mais. Quando estava pronto para a reabertura de amanhã, saí, dando de cara com um Steel muito bêbado encostado ao meu Jeep.

— Você é estúpida ou simplesmente uma puta. Eu não consigo entender. — Steel disse bruscamente quando me aproximei lentamente dele.

Afirmei o óbvio: — Você está bêbado.

Ele cacarejou alto, respondendo como se fosse um mistério: — Oh, ela é espertona, pessoal. Acho que ela não é estúpida afinal de contas. Apenas uma puta. Uma puta má. 

Doeu ouvir Steel me chamar de puta, mas ele estava bêbado e ferido, então eu não iria deixar isso chegar em mim. Em vez disso, tentei ser sensata: — Entre no Jeep. Eu vou te levar para casa.

Ele me deu um olhar incrédulo. — Você acha que eu iria entrar nesse Jeep com você? Merda, garota, talvez você seja estúpida. Eu não quero nada com você. Nada! Você ouviu isso, Dulce Espinoza? NADA!

Eu poderia ter apontado que ele estava aqui para me ver. Que eu não tinha ido atrás dele. Mas eu estava lidando com um homem bêbado. Não vi nenhum ponto em discutir com ele. — Você não pode dirigir assim. 

Ele saiu do meu Jeep, abraçou os braços, girou em um círculo vertiginoso, girando enquanto batia os braços um pouco. — Você tá vendo minha maldita caminhonete? Tá vendo? Não, não está. Como você acha que eu vim dirigindo se ela não está aqui?

Steel estava certo. Não havia caminhonete. — Então você está apenas andando por aí bêbado?

— Não é da porra da sua conta, — ele grunhiu, mas a maneira como suas palavras saíram rápido, não parecia tão irritado quanto ele esperava.

— Steel, você está aqui encostado no meu Jeep. Devo me perguntar por quê? Se eu sou uma cadela estúpida... — eu não iria brigar com um homem bêbado. Eu deveria enviar uma mensagem a Brent e mandá-lo para buscar Steel. Bray não estava por perto ultimamente e não se importaria se ele estivesse a pé. E Christopher... Nem, Christopher não era mais alguém com quem eu poderia entrar em contato. Ontem, ele tinha deixado isso tão claro como nunca.

— Queria ver se você estava planejando correr para Christopher agora que você está livre de mim. 

— Não, Steel, não vou. Christopher não me quer. Ele deixou claro. Eu terminei com você porque você merece ser amado por alguém que não sou eu. Com todo o seu coração, e não apenas metade de um. 

Ele soltou uma risada desagradável. — Sim. Foda-se isso. Não quero nada com o amor. Eu já superei. Eu posso beber e foder até morrer. Parece muito mais divertido do que namorar com você.

Eu tentei esconder a humilhação que ele me fez sentir com suas palavras porque Steel era mais do que isso. Ele era amável e podia amar alguém por toda a vida. Steel poderia dar a uma mulher uma casa e uma família. Eu sabia disso. Era uma das razões pelas quais deixá-lo ir era tão difícil. Mas essa mulher deveria ser capaz de oferecer o mesmo em troca. Eu nunca conseguiria fazer isso com ele. Seu irmão sempre estaria entre nós e provavelmente ficaria lá para sempre.

— Você é destinado para mais do que bares e ficadas de uma noite. 

Ele olhou para a estrada enquanto os carros passavam, — Eu também achei, mas você sabe o que, Dul, eu acho que eu vou gostar de bares e uma mulher diferente todas as noites. Isso realmente parece bom para mim.

Eu adivinhei que todos os homens precisavam ser um pouco imprudentes antes de finalmente se estabelecerem. Este poderia ter sido a hora de Steel de provar essa vida. Mas eu sabia que isso não o deixaria feliz. Pelo menos não para sempre. Papai sempre disse que um homem semeava sua aveia selvagem antes de perceber que o amor de uma mulher era tudo o que ele precisava para prosperar. Quando eu estive com Christopher e pensava que estaríamos sempre juntos, papai me advertira de forma definitiva, não planeje casamento e bebês, Dulce. Esse garoto tem aveia selvagem para semear antes de estar pronto para isso. Ele vai voltar para você no final, então é um amor que você pode confiar. Você também precisa namorar outros homens. Poderia ter mais na vida do que Christopher Uckermann.

Odiava ouvi-lo me dizer isso. Queria rolar meus olhos e ignorá-lo. Não consegui suportar a ideia de que Christopher estivesse com outra pessoa. Mas era quando eu pensei que os contos de fada se tornavam realidade, quando eu acreditava que Christopher era meu futuro. Meu foco voltou então para Steel, — Então eu acho que você pode ver se essa é a vida que você deseja. Não é da minha conta dizer o que é certo para você. Você é um homem adulto. 

Ele se virou para mim, endireitando o tronco. — Eu poderia te agradecer um dia. Por quebrar meu maldito coração. 

Eu não tinha nada para dizer a isso. Ele começou a caminhar em direção ao centro da cidade. Ou melhor, balançando em direção a ele. Eu pensei em segui-lo, chamar Dallas para buscar Steel, quando a caminhonete azul de Christopher surgiu repentinamente ao virar da esquina. Os garotos Uckermann sempre cuidavam deles. Eu não era mais necessária, então eu subi no meu Jeep e rapidamente fui embora. Christopher não queria me ver. Steel ainda menos. Ele havia dito o que não pôde dizer sóbrio.

Eu também me senti um pouco melhor. Esta manhã me deixou crua, a ferida permanecendo aberta, mas as palavras de Steel garantiram que começaria a curar. Steel tinha sido uma parte importante da minha vida por um ano. Nós nos tornamos um casal. E queria que funcionássemos, até que Christopher voltou. Agora eu sabia que isso tinha sido uma mentira o tempo todo. Steel agora seria uma parte do meu passado, e talvez um dia eu pudesse lembrar disso e não me sentir triste. Mas levaria um tempo.

Deixar esta cidade era minha única opção. Tinha que fazer uma nova vida em outro lugar. Eu não queria deixar meus pais. Eu também não queria deixar Scarlet, mas agora ela tinha me deixado. Eu gostava desse lugar, amava minha casa, mas minha vida aqui sempre foi entrelaçada com os meninos Uckermann.

Uma nova cidade com novos amigos e uma nova independência me ajudaria a continuar minha vida. Eu diria a papai esta noite que eu estava pronta para me comprometer com Clemson no outono. Ele poderia pagar a matrícula e eu começaria a fazer planos para deixar Malroy em agosto. Meu peito se sentiu pesado ao saber que eu tinha que ir. Mesmo que Christopher fosse embora em breve e terminasse o ano na Flórida, essa cidade ainda era minha conexão com ele. Era o lugar onde ele tinha sido meu.

Olhei no espelho retrovisor quando parei no sinal vermelho. Christopher estava do lado de fora de sua caminhonete conversando com Steel, que agora estava mais nervoso e gritando com Christopher, enquanto Christopher permanecia calmo e relaxado. Agora, eles tinham que estar desejando nunca terem me conhecido. Dulce Espinoza não tinha sido mais que um problema. Mas logo eu teria ido embora e eles se livrariam de mim para sempre.