Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

Não sabia se, à luz do dia, acabaria me arrependendo da noite passada com Dulce. Eu sabia que Steel ficaria ferido se descobrisse. Depois de ontem e da maneira que ele gritou comigo, eu sabia que ele ficaria furioso. Provavelmente iria querer me bater, e eu ficaria apenas bloqueando seus socos. Eu não poderia acertar Steel, eu também não poderia machucá-lo dessa maneira. Muitas dores já foram compartilhadas entre nós.

Ainda era diferente com Bray, Brent e Scarlet. Todos se machucaram porque o que um deles tinha com ela era mais forte do que o outro poderia ter. Eles mentiram. Eles haviam traído. Nós não fizemos isso um ao outro, apenas nossos corações.

Eu tinha sido altruísta há anos, desde que encontrei essas malditas cartas. Eu me certifiquei de proteger todos enquanto inventava um milhão de desculpas. Isso acabou. A verdade tinha sido revelada. Dulce terminou com Steel. Por que eu tinha que continuar empurrando-a para longe? Como isso era justo para alguém? Eu não tinha deixado ela e então decidi que queria ela de volta só porque meu irmão estava com ela. Inferno, Steel nem sequer me perguntou como eu me sentia sobre ele namorar Dulce. Ele manteve isso de mim por um ano. Ele não pensou em como eu me sentia. E quando a verdade finalmente saiu, ele nem se importou com o fato de isso me afetar. Ele só estava preocupado com ele e com seu relacionamento com Dulce. Eu nunca faria o mesmo com ele. Nós éramos irmãos, mas nós éramos tão diferentes.

Desde que papai morreu, eu tinha sido o único a ter certeza de que os outros estavam bem. Eles confiavam em mim, esperavam que eu estivesse lá para eles, mas agora, nós éramos todos homens. Era minha vez de tomar uma decisão que colocaria minha felicidade em primeiro lugar. Não podia imaginar minha vida sem Dulce nela. Mesmo quando eu tentei, seu rosto sempre esteve lá, me seguindo em meus sonhos. Perdemos três anos, ambos foram machucados e cicatrizados, mas talvez pudéssemos encontrar uma maneira de nos curar juntos.

Dulce merecia mais de mim. Ela queria que eu lutasse por ela, escolhesse-a sobre os outros, algo que não entendi no começo, mas agora eu entendia mais do que nunca. Eu adorava meus irmãos, mas eles já não eram meninos. Eu nem sempre tinha que colocar suas necessidades em primeiro lugar, todos nós éramos adultos agora, ou quase.

Steel estava se doendo e eu tinha que lhe dar tempo. Uma vez que sua raiva seguisse seu curso e ele estivesse pronto para ouvir, eu falaria com ele sobre Dulce, que era mais do que ele tinha feito por mim. Se ele tivesse me perguntado de antemão, eu nunca teria permitido que ele começasse um relacionamento com ela apenas por causa das cartas, não porque eu não quisesse que fossem felizes. Mas agora, as coisas mudaram e a felicidade da única mulher que eu já amei estava em jogo. Era hora de eu colocar Dulce em primeiro lugar.

Ao sair do sótão e caminhar pelo corredor, ouvi Bray e Dallas rindo na cozinha. Eu não esperava que Bray estivesse acordado, e muito menos rindo. Ele permaneceu longe por dias, manteve distância, mas agora ele parecia estar agindo de forma normal novamente. Ele ainda não enfrentou Brent. Todos sabíamos que isso estava chegando. Todos estávamos esperando. Eu duvidava que Brent ou Steel já tivesse chegado em casa. Se tivessem, eles ainda estariam sentados na cama até que mamãe batesse na porta com uma colher para acordá-los. Ou um copo de água gelada seria jogado em seus rostos como ela tinha feito tantas vezes antes.

— Todos com certeza estão de bom humor, cedo, — eu disse, indo direto para o café no balcão. Eu não queria fazer muito alarde sobre Bray estar fora de seu quarto.

— Norton adotou um cavalo selvagem. Você deve ver aquela coisa relinchar e dar coice. É feral. Louco como o inferno. — Dallas respondeu, como se esta fosse uma boa razão para estar tão feliz pela manhã.

Bray falou então. — Eles vão amansá-lo. Vão tentar. Mas só vou acreditar quando eu vir. Eu já disse a Norton que não vou me meter no assunto. Esse bastardo vai acabar com ele. 

Achei que era uma decisão sólida. — Reconheça que seria idiota tentar. Nunca vi um cavalo selvagem, mas eu ouvi que eles podem ser perigosos. Não é uma montaria feliz.

Dallas se recostou na cadeira. Colocando um fio de cabelo escuro atrás da orelha esquerda, ele disse: — Não tenho medo de nenhum cavalo. 

— Isso é porque você ainda é um merdinha estúpido, — respondeu Bray com um sorriso malicioso.

— Eu sou maior do que você, — ele revirou.

— Você é maior do que todos nós, — acrescentei. — Mas esse cavalo é maior do que você, embora aparentemente não que seu ego. 

Seu sorriso aumentou, ignorando a segunda parte do que eu disse. — Sim. Zoe o quanto quiser. Mamãe também me ama mais. 

Bray revirou os olhos, respondendo: — Você é o caçula. A pobre mulher não tem escolha.

Dallas não estava chateado com isso. Se encolhendo, ele se afastou da cadeira para ficar de pé, pegando o chapéu de cowboy na cadeira ao lado dele. — E eu sou o mais bonito. 

— Então, por que todas querem chupar meu pau? — acrescentou Bray.

Dallas latiu com gargalhada. — Porra, é bom ter você de volta. 

Eu tinha que concordar com ele. A escuridão em seus olhos me disse que ele não estava completamente de volta. Mas eu o observaria atentamente até ele estar.

— Você vai trabalhar hoje? — Bray me perguntou.

— Sim, eu vou, — respondi.

— Quando você vai voltar para a Flórida? Não tem que começar a se exercitar e praticar em breve?

Eu não tinha certeza se voltaria. Eu não queria dizer isso ainda. Mamãe ficaria desapontada se eu não voltasse, pegasse meu diploma, então eu disse: — Vamos começar no próximo mês.

Dallas deu um longo gole do galão de leite e depois olhou para mim. — Você vai ficar longe por muito tempo?

— Eu preciso ter certeza de que mamãe esteja tomando seus remédios regularmente. 

Bray bufou. — E que Dulce está bem. Não negue isso. Você tem medo de ir embora até ter certeza de que ela está bem.

Eu não iria negar isso. — Isso é verdade, — respondi honestamente.

Dallas estava olhando para mim. Pude ver a surpresa em sua expressão, mas não comentei mais nada. Mamãe passou pela porta com uma cesta de ovos nos braços. — Se você bebeu diretamente daquele galão de leite, vou tirar seu coro.  

Dallas balançou a cabeça, parecendo inocente. — Não, mamãe, eu estava apenas indo pegar um copo. 

— Depois que ele tomou um longo gole, né, — Bray ofereceu, pegando os ovos da mãe.

Dallas olhou para Bray, que não se importaria menos.

— Nós não queremos um dedo duro, garoto, — mamãe o repreendeu, o cenho franzido permaneceu no lugar enquanto ela se aproximava do fogão para pegar a banha e a farinha, preparando tudo para começar a preparar o café da manhã.

— A novilha vai ter o bebê esta semana. Ela tem aquele olhar. Já estava na hora. Eu tinha certeza de que ela teria aquele bezerro em maio. Preciso movê-la para o pequeno curral, — disse ela. Isso era para todos, mas Bray assentiu.

— Sim, eu notei. Eu levarei Dallas comigo e nós cuidaremos disso.

Mamãe parou e colocou a mão na bochecha de Bray. — Você está bem? Estou morrendo de preocupação. Nenhuma garota vale a pena.

Ele assentiu com a cabeça, mas seus olhos o traíram. Ela parecia apaziguada, então baixou a mão para voltar a cozinhar.

— Nenhum dos outros dois chegaram em casa na noite passada. Esta não é uma república. Se eles não estiverem aqui na próxima hora, eles irão dormir com essa novilha por uma semana. 

Dallas olhou para mim como se sentisse muito. — Dulce terminou com Steel. Ele está bravo. Brent ficou com ele.

Mamãe parou e se virou para mim. Ela não disse nada no início. Eu estava pronto para me defender. Não era justo que todos me culpassem pelo que Steel estava passando.

Ela apenas disse: — Já sabia que isso estava chegando. Ainda bem. Ela não o ama.

Foi o que ela disse. Continuamos a discutir o que precisava ser feito na fazenda até comermos e depois partimos para o trabalho.

Assim que eu estava saindo pela porta, ela chamou meu nome. Ela esperou até que os outros dois tivessem desaparecido. — Fique de olho nele. Ele ainda não está bem. 

Eu sabia sobre quem ela queria dizer, então eu assenti. — Sim, senhora. Eu vou.