Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

Antes de capítulo novo, vocês vão me matar se eu falar que já estamo na reta final da fic? kkkkk  

CHRISTOPHER UCKERMANN

Eu abri meus olhos apertando eles contra o sol agora entrando pela janela da sala de espera. Vi Scarlet sentada na minha frente. Ela ergueu os joelhos debaixo do queixo e os braços dela estavam envoltos em torno de suas pernas. Ela não tinha maquiagem e seus cabelos estavam em um nó em cima de sua cabeça, mas ela ainda era a mesma ruiva impressionante que quase destruiu meus irmãos. Ela era a melhor amiga de Dulce e eu estava feliz por ela estar aqui. Eu só esperava que Brent e Bray não voltassem logo.

Sentando, eu bocejei e me estiquei. Ela deixou cair os joelhos e se esticou. Parecia que estava pronta para ser mandada para longe, ou pior.

— Alguém deve ter sabido onde entrar em contato com você. Dulce ficará feliz por você estar aqui.

Minhas palavras pareceram aliviá-la.

— Charlotte me ligou ontem à noite, — disse ela.

— Ótimo.

Ela ficou quieta por alguns minutos olhando para as mãos dela. — Eu devo ter perdido algumas coisas, já que não é Steel dormindo nessas cadeiras. 

Eu era o único ainda aqui. Seus pais haviam pago um quarto de hóspedes. O resto foi para um hotel. Mas eu não iria embora. Não enquanto ela estivesse aqui lutando por sua vida.

— Ela terminou com Steel alguns dias depois que você foi embora. 

— Achei que era algo assim. — ela fez uma pausa, depois acrescentou: — Charlotte disse que o coração dela parou. 

Os gritos, as sirenes, o helicóptero. Eu ainda poderia ouvi-los na minha cabeça. Nunca os esquecerei. Eu sabia que continuaria vivendo o horror desses momentos em meus pesadelos.

— Ela vai acordar, não é? — suas palavras eram uma pergunta e uma declaração, uma súplica que saiu de seu medo.

— Ela vai acordar. Dulce é forte. Você sabe disso. — eu tinha que acreditar nisso.

Scarlet assentiu, mas franziu a testa. — Quanto tempo eu tenho? Até os outros chegam aqui?

— Eles estão todos em um hotel com a mãe. Acho que eles estarão aqui em uma hora. Posso enviar uma mensagem a Steel para me informar quando eles vierem. 

— Isso é ruim? Você acha que eu preciso ir?

Eu não queria que ela sentisse como se não pudesse ficar, mas eu sabia que sua presença aqui iria machucar ainda mais meus irmãos em um momento em que já estava doendo. — Eles vão pirar. Nada foi concertado ainda. Eles não são os mesmos, Scarlet.

Ela inclinou a cabeça e fechou os olhos. — Eu não estava pensando. Eu nunca deveria ter deixado que Brent acreditasse que eu o amava. — ela balançou a cabeça como se estivesse limpando a mente e se levantou. — Mas isso não é o que é importante agora. Dulce é o que é importante e quando ela acordar, ela vai precisar de você aqui. Eu não. Eu vou, mas não irei longe. Eu pedirei a Charlotte para me manter atualizada.

Isso não era fácil para ela. Eu sabia. Eu teria entendido que ela queria ficar. Todo o drama com meus irmãos parecia menos importante neste momento.

Scarlet não tinha ido longe quando minha mãe e irmãos voltaram. Mamãe veio se sentar ao meu lado e colocou uma bolsa que cheirava a biscoitos com manteiga e bacon no meu colo.

— Coma, — disse ela. — Não será tão bom quanto o meu, mas vai servir. Você precisa comer.

Eu não tinha apetite, mas dizer isso a ela que era inútil. Ela me faria comer de qualquer maneira. Então eu fiz o que me disseram.

— Ouviu alguma coisa? — Brent perguntou, sentando-se no assento que Scarlet tinha sentado há pouco.

Pensei em contar a ele e Bray, mas decidi que não. — Não, — acabei por responder.

Mamãe deu um tapinha na minha perna. — Eu pedi a Brent para pesquisar sobre essa condição na internet com aquele telefone dele. Eu li sobre isso. Ela é uma das sortudas. E ela pode viver com isso. Agora que eles sabem sobre isso, eles podem observar. 

Eu fiz o mesmo. Eu tinha lido tudo o que eu consegui encontrar no meu telefone sobre essa síndrome. O médico não havia exagerado quando disse que ela teve sorte. Ela não mostrou sintomas até que ela entrou em colapso, e ela poderia ter morrido facilmente se Charlotte não estivesse lá para ver e agir rápido.

Mesmo quando ela fosse liberada, eu não sabia como a deixaria sair da minha vista novamente. Meu medo de algo acontecer com ela novamente não iria desaparecer durante a noite. Eu sabia que tinha que lidar com isso.

A mãe dela entrou na sala de espera. — Eles vão tirar o gelo e aquecê-la hoje. O médico disse que ela está respondendo bem. Está indo tudo bem até agora. 

Senti-me aliviado e estressado ainda mais. Algo poderia dar errado. Eles não estavam falando sobre isso, mas eu sabia que poderia. De repente, eu precisava de um pouco de ar. Eu senti como se todo o quarto estivesse se aproximando de mim.

— Eu vou dar uma volta, — eu disse e fui para a porta sem olhar para trás.

Quando saí da sala de espera, inclinei-me contra a parede e fechei os olhos. Ela precisava que eu fosse forte para ela. Acreditar que ela poderia sair dessa. Eu queria ser forte. Mas agora, tudo o que eu queria fazer era chorar. Tudo o que eu poderia pensar era que eu poderia perdê-la. Esse medo me engoliu lentamente.

A porta atrás de mim, então, abriu e, enquanto eu esperava ver minha mãe passando por ela, meus olhos encontraram Charlotte. Eu me recompus. Ela não precisava me ver chorando. Ela já estava assustada e eu não precisava adicionar mais a isso.

— Desculpa. Minha família pode ser demais as vezes, — eu disse, me perguntando se ela precisava se afastar deles também.

Ela sorriu. — Eles são bons. Ótimos, na verdade. Ter todos vocês aqui significam muito.

Várias pessoas da igreja vieram, incluindo o pastor. Eles trouxeram flores e lanches. Mas ninguém tinha ficado durante a noite. A tia de Dulce estava na cidade, assim como sua avó. Elas vieram ontem e disseram que estariam de volta hoje.

— Eu não posso deixá-la. 

Charlotte assentiu. — E se você estivesse lá, ela também não poderia deixar você. Ela seria muito parecida com você agora, fazendo tudo o que pode para se manter bem. Vocês dois, — ela sorriu para si mesma antes de continuar. — Vocês estavam dançando ao redor um ao outro desde que vocês eram crianças. Você estava preocupado de ser muito velho, ela se preocupava que você nunca a visse como mais do que uma menininha. Então, quando você finalmente veio, essas cartas aparecem e arruinaram tudo. Tantos obstáculos. Muita dor. No entanto, aqui está você. Sem deixar este hospital. Isso é o que acontece quando você sabe que encontrou a pessoa certa. Uma vez eu disse a ela que você não era. Que havia outra pessoa lá fora para ela. Eu queria que fosse verdade porque queria que ela tivesse a chance de ser feliz. Mas eu vejo agora que ela sabia melhor. Vocês fazem um todo. Saber que achou isso, que ela o encontrou em uma idade tão jovem, me dá esperança de que ela vá lutar para abrir os olhos. Que ela vai lutar para viver. Que ela vai lutar para voltar para nós.