Fanfic: Garotos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, HOT

CHRISTOPHER UCKERMANN

A sala de espera estava lentamente se enchendo. Eu acordei aqui pela terceira manhã consecutiva para encontrar mais e mais pessoas de Malroy chegando. As meninas do salão, Norton Knolls e sua esposa, Denver Watson, até Amber e Hannah, além de rostos que estava familiarizado, mas não consegui nomear. Eu mantive minha cabeça para baixo, principalmente, perdido em meus pensamentos. Eles a acordariam hoje. Ou tentariam. O médico disse que havia uma chance de entrar em seu próprio coma e então teríamos que esperar. Eu queria ver seus olhos. Deus, eu queria segurar sua mão e prometer a ela que seríamos tudo o que ela queria que fôssemos. Eu faria de tudo para garantir que os últimos três anos se tornassem uma memória distante para ela.

Tão bom quanto era que essas pessoas estavam aqui oferecendo seu apoio a Luke e Charlotte, eu desejava que todos fossem embora. As vozes que me rodeavam estavam nervosas. Eu precisava de silêncio. Eu precisava pensar em todas as maneiras que eu tentaria fazer Dulce feliz.

— Brent disse que você não saiu pra nada. — Hannah tinha mantido sua distância até agora, mas ela tinha trabalhado seu caminho até mim.

Eu assenti. O que eu deveria dizer a isso? Claro que não tinha saído, porra.

— Posso te trazer alguma coisa?

Aqui não era o Feed and Seed. Esta não era uma pausa para o almoço. Era o maldito hospital. Ela achou que um sanduíche tornaria tudo melhor?

— Não, — eu sabia que estava sendo grosseiro, mas não consegui me importar. Dulce talvez nunca acordaria e eu estaria aqui comendo um maldito sanduíche.

Ela não disse nada depois disso. Ela simplesmente se sentou ao meu lado em silêncio. Mas eu continuava a pensar que Dulce não a desejaria ao meu lado. Eu precisava que ela fosse embora. Falar com outra pessoa. Me deixar em paz.

— Christopher, vem tomar um café comigo. — Bray de repente estava de pé na nossa frente, olhando para mim. Ele sabia que precisava de um espaço e Hannah não conseguia entender isso.

Eu me levantei e o segui sem uma palavra a ninguém à minha volta. Todos deveriam simplesmente entender. Conversa fiada e palavras gentis era a última coisa em minha mente. Luke sentia o mesmo. Ele nem estava aqui por essa mesma razão. Ele estava mantendo distância da multidão.

Quando ficamos longe o suficiente de todos, Bray parou de andar. — Eu não faço ideia onde tomar café. Eu só estava pensando que se eu não te tirasse daqui, você iria jogar a bunda gostosa de Hannah por uma janela. 

Eu não iria tão longe, mas eu estava grato por ele me salvar. — Eu só preciso que ela acorde como deveria, — eu disse olhando pela janela na nossa frente. Por lá, o sol ainda estava brilhando, o mundo ainda estava girando, as pessoas ainda estavam vivendo suas vidas, inconscientes de que outros estavam trancados aqui lutando pela deles. Seus mundos não pararam. Apenas o nosso.

Eu me virei para Bray, — Scarlet veio de manhã ontem. Estava aqui quando acordei. Ela não ficou porque você e Brent viriam. Mas ela está por perto. Esperando notícias. Charlotte está atualizando ela.

Bray ficou em silêncio por alguns minutos. Eu entendi que ele precisava ficar sozinho com seus pensamentos para processar tudo. Então eu o deixei. Nós dois ficamos parados, com os braços cruzados sobre nossos peitos, nossos olhos no mundo lá fora, mas não vendo nada disso. Ambas nossas mentes estavam em outro lugar.

— Eu não vou deixá-la ir. Brent pode me odiar por toda a vida, mas não posso deixá-la ir. Ela me deixa são. Ela entende e me aceita de uma maneira que ninguém mais fez. Não posso deixá-la ir, Christopher.

Eu sabia que não podia. Nunca esperei que fosse fácil.

— Vendo Dulce entrar naquele helicóptero, percebendo que a vida pode terminar de forma tão abrupta, assim como a do pai... Eu tenho que lutar por ela. A vida pode acabar com qualquer um de nós a qualquer momento. 

Eu sabia que ele não tinha a intenção, mas a imagem de Dulce sendo levada causou uma queimação no meu peito novamente. Acabei assentindo de acordo. Eu tinha que recuperar o fôlego. Eu tinha que lembrar que ela estava viva e não a tinha perdido.

— Merda. Não queria te incomodar. Você ficou louco.

— Nunca será fácil lembrar dessas coisas. 

Bray apertou meu ombro. — Não, não será, — ele concordou.

Comecei a dizer mais quando a voz de Charlotte soou pelo corredor, — Ela está acordada. 

Meu coração pulou no meu peito. Os passos longos que dei de onde eu estava de pé com Bray até a sala que Charlotte me levou foi um borrão. Tudo o que eu podia pensar era que os olhos de Dulce estavam abertos. Ela estava aqui. Ela estava de volta.

Quando chegamos ao quarto, Luke estava saindo. Ele sorriu para Charlotte. Seus olhos estavam cheios de alegria enquanto suas bochechas ainda estavam úmidas com suas lágrimas. — Ela está perguntando sobre Christopher. 

Não aguardei um convite. Passei pelos dois pais e abri a porta. Dulce parecia tão pequena naquela cama, sua pele pálida e com todos esses fios conectados ao seu corpo, mas desde o momento em que seus olhos encontraram os meus, um sorriso enrolou em seus lábios.

Eu tinha orado por dias apenas para ver aquele sorriso novamente, e só de vê-la lá sentada e acordada, comecei a chorar.

— Christopher, — sua voz era rouca e macia. Movi em direção a ela quando minha visão ficou borrada das lágrimas e um soluço rasgou meu peito. Quando finalmente cheguei a ela, coloquei minha cabeça no seu colo e deixei que o medo, alívio e todo o amor que eu senti por que essa mulher me rompesse ainda mais. Sua mão tocou minha cabeça e eu fiquei lá.

— Eu também te amo, — disse ela. Sorri pelas lágrimas e levantei minha cabeça para vê-la. Para lembrar-me de que ela estava viva. Nós ainda tínhamos o nosso para sempre pela frente.