Fanfic: Rainbow in the Dark | Tema: The Gazette
Acordei naquela manhã com o coração saltando pela boca. Porque eu havia sonhado isso? Sonhei que Yuu, o pequeno Jun e eu estávamos em um parque muito colorido. Eu me divertia em estar na companhia deles. Mas era diferente de tudo que eu tinha vivido até então. Nós parecíamos…como uma família?
O Yuu era bastante carinhoso comigo ao enlaçar seus braços em minha cintura enquanto o pelo Jun nos olhava com os olhos brilhando parecendo satisfeito com o que via.
Logo ele veio ao nosso alcance nos abraçando e em seguida nos puxando para um daqueles brinquedos que todo adulto e criança adora: o carrinho bate-bate.
Eu que nunca fui do tipo que jogava e sequer tinha carteira de motorista, demorei um tempo até me adaptar aos comandos mas a cada vez que seu pai me empurrava com seu carrinho de cor vinho o pequeno Jun gargalhava tentando acompanhar o pai até que eles me cercaram com seus carrinhos e eu só tentava sair de perto deles mas não conseguia porque não conseguia parar de gargalhar.
O que deixava tudo mais estranho era que eu estava muito feliz. Eu gargalhava, ria com os dois. Pela primeira vez me permitia conhecer o mundo além das páginas que sempre fui acostumado a ler. Aquilo tudo era diferente para mim mas de um jeito bom.
Eu devo ter ficado muito impressionado com tudo que aconteceu ontem e por isso sonhei com isso. Não deveria nem de brincadeira pensar nessas coisas, o Kai é meu companheiro e tenho que respeitá-lo mesmo que ele ultimamente não pareça se importar da mesma maneira que eu.
Fiz minha higiene matinal e me arrumei para ir à faculdade. Assim que atravessei a porta pude ver o Kai dormindo todo largado no sofá e por incrível que isso possa parecer, não tive vontade de acordá-lo. Deixaria ele dormir mais, poderia até perder a hora na faculdade mas não sei porque naquele momento não me sentia à vontade em falar com ele. Acho que me sentia ainda culpado pelo sonho estranho que tinha tido com outro cara e com seu filho. Kami! Eu só vi eles uma vez na minha vida! Por isso?
Ao chegar nas escadas dei de cara com Reila que dizia precisar falar comigo e que era algo muito sério. Ficou combinado que assim que eu voltasse da faculdade nós sentaríamos para conversar. Eu tinha muito o que falar sobre ontem a noite mas antes ouviria ela.
O que será que ele dirá quando eu contar que até sonhei com um desconhecido? Com certeza ela vai rir e dizer que nós não conseguimos mandar nessas coisas e muito menos em destino. Ela sempre foi louca por essas coisas esotéricas então sempre dizia que os astros haviam ajudado em alguma coisa. Certeza que diria que estava escrito nas estrelas que me encontraria com aqueles dois naquele bar.
Na faculdade tudo correu normalmente mas de tempo em tempo me lembrava de quando cheguei ontem à noite e sequer quis dar atenção ao Kai e muito menos falar com ele. Me sinto um pouco estranho por tê-lo tratado daquela forma já que nunca fui assim mas eu estava tão cansado de tudo que nem percebi se estava sendo educado ou não.
Praticamente o coloquei para dormir na sala sendo que nem esse direito eu tinha já que o apartamento ela dele. Sempre foi. Por mais que eu vivesse ali já algum tempo, sempre vi como a casa dele e não meu.
O que está acontecendo comigo? Não é que eu me sentia culpado por ter agido diferente já que ele durante muito tempo agia estranhamente comigo e nem tinha razão para isso, ou pelo menos sequer havia dado motivos para isso.
Quando cheguei no prédio, achei melhor ir direto falar com a minha melhor amiga e depois procuraria Kai para ver o que ele queria, talvez me desculpar pela minha falta de respeito com ele na noite anterior. Talvez seria bom até fazer um jantar mais elaborado como forma de desculpas apesar que o cozinheiro da casa era ele.
Assim que entrei no apartamento da minha amiga percebi que havia mais coisas guardadas em caixas empilhadas na sala. Senti o coração apertar por saber que em breve ela iria embora e sequer sabia direito a razão. Será que era tarde para tentar faze-la repensar e ficar mais consigo ali no prédio?
Fui até a nossa biblioteca e percebi que tudo estava no lugar. Parecia ser o único cômodo do apartamento que não havia sido mexido até então. Será que era sobre isso que Reila queria falar?
Havia chegado a hora de tirar os meus livros daquele cantinho acolhedor que criamos. Era como uma fuga da realidade, o momento de sossego e paz que eu necessitava depois de um dia exaustivo na faculdade.
Cheguei na sala e me sentei para espera-la já que o horário dizia que já deveria ter chegado e foi então que ouvir uma movimentação do outro lado da porta e por alguma razão ela não havia ainda sido aberta.
Ouvi vozes, parecia uma discussão. Essa voz...? Parecia minha amiga com o Kai?
- Eu não vou deixá-lo – dizia ele.
- Não estou te pedindo para fazer isso. Pelo contrário – disse sua amiga.
- Então porque você quer contar para ele?
- Ele merece saber a verdade, Kai. Ele é meu melhor amigo e sei que vai entender que não fiz por mal – respondeu ela.
- Ele não entende, Reila. Kou é muito...sentimental e dependente. Ele precisa de mim.
- Ele é forte, Kai. Você não o conhece como eu e outra, não é justo você fazer isso. Se não gosta mais dele então deveria deixá-lo ir.
- Você diz isso por você não é, Reila? – perguntou ele me deixando cada vez mais tenso com aquelas palavras. Do que eles estavam falando? E desde quando o Kai falava assim com ela?
- Não. É por ele que estou fazendo isso. Eu vou me afastar e deveria fazer o mesmo.
- eu...não quero que você vá. A culpa foi minha. Eu te pedi desculpas e você só quis ajudar – dizia ele.
- Não quero nunca mais falar sobre isso e por favor, é melhor você ir por que já já o Kou-chan chega aqui e não é bom que... – dizia ela e a mesma nem terminou a frase pois eu em um rompante abri a porta de uma vez fazendo os dois se sobressaltarem.
- KOU! – disse os dois em uníssono.
Eu só queria saber o que estava acontecendo e que conversa estranha era aquela dos dois?
Autor(a): zoraidapierre
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Eu estava esperando qualquer coisa mas jamais aquele tipo de conversa. Porque Reila insistia que Yutaka deveria me deixar? Ele me achava tão inferior que acreditava cegamente que não podia viver sem ele? O que minha melhor amiga tinha para me contar que eu não sabia? Tudo o que ouvi, toda aquela conversa estranha dos dois atrás daquela porta era ...
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