Fanfics Brasil - Tempestade Rainbow in the Dark

Fanfic: Rainbow in the Dark | Tema: The Gazette


Capítulo: Tempestade

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Eu estava esperando qualquer coisa mas jamais aquele tipo de conversa. Porque Reila insistia que Yutaka deveria me deixar? Ele me achava tão inferior que acreditava cegamente que não podia viver sem ele? O que minha melhor amiga tinha para me contar que eu não sabia?


Tudo o que ouvi, toda aquela conversa estranha dos dois atrás daquela porta era estranho demais e porque eles estavam com essas caras assustadas assim que eu abri a porta? Eu não podia ouvir sobre aquela conversa? Os dois mantinham segredos de mim agora? Minha melhor amiga e meu namorado escondiam coisas e isso não era bom.


- Yutaka, acho melhor você esperar em casa porque agora tenho uma conversa séria com a Reila – disse ainda com a porta aberta esperando que ela entrasse em seu próprio apartamento.


- Kou...olha, não é o que está pensando. A gente só estava conversando e....- dizia ele mas o interrompi. Não queria mais sequer ouvir sua voz. Esperaria para que ela me dissesse o que estava acontecendo então decidiria por mim mesmo se ouviria ele ou não.


- Não estou pensando em nada além do que ouvi aqui e agora. Você pode me espera no seu apartamento? – perguntei tentando soar o mais forte e confiante possível dando ênfase à palavra seu já que nunca considerei meu lar de verdade já que nem espaço para meus livros tinha. Não podia transparecer o quanto aquele tipo conversa me assustava.


Durante muito tempo não precisei lidar com o que eu queria, o que eu gostava ou precisava. Tudo era em torno do que eu achava que Yutaka iria gostar, eu basicamente vivia por ele e sequer havia pensado nisso até então. Ou ele era muito egoísta para gostar de como eu agia acerca dele ou sequer prestava atenção no que fazia para vê-lo feliz.


Eu sempre fui do tipo na minha, muito quieto e calado mas sempre tentava fazer algo novo, algo que pudesse envolver nós dois. Mesmo que fosse por um período pouco de tempo. Sabia que o seu trabalho e os estudos tomavam muito tempo e o mesmo acontecia comigo mas nunca deixei de me esforçar para esse relacionamento desse certo. Pelo menos eu achava que o esforço estava valendo a pena. 


Ter esse tipo de conversa, desse nível não era exatamente o que eu queria naquela hora mas acho que não dá mais para fugir disso não é?. Era agora ou nunca, pegar ou largar.


Yutaka respondeu um tudo bem quase que inaudível e saiu rumo às escadas, olhou para trás uma última vez antes de seguir para o andar do apartamento. Reila ainda estava no mesmo lugar e sua cara não era das melhores. Ela parecia até pálida. Seria pela conversa que teríamos em seguida ou por eu ter ouvido a conversa dos dois? Acho que não saberei tão cedo. Valeria a pena descobrir? Eu sinceramente não sabia dizer. Meu coração estava tão acelerado que podia ouvir as batidas em meus ouvidos. Me sentia tremer por dentro porém não quis dar margens aquele tipo de síndrome. Iria lidar com essas sensações mais tarde e sozinho. Era melhor assim.


Reila sempre foi minha melhor amiga e eu confiava minha vida à ela. Todas as vezes que eu não queria mais continuar era ela quem estendia a mão me ajudando, me acalmando e encontrando rapidamente uma solução para o problema que estava enfrentando.


Aquele momento era a hora da verdade mas algo novo cresceu de uma hora para outra que me fez sentir inseguro e triste com aquela situação. Havia um pingo de desconfiança nessa história e já estava me deixando mal. Eu nunca duvidei dela e essa era a primeira vez me deixando muito mal, o estômago revirava dentro de mim só de imaginar sobre o que era tudo aquilo que diziam atrás da porta.


Eu deixei a porta aberta e segui me sentando no sofá esperando que a minha melhor amiga entrasse e pudéssemos no entender. Reila quase que em câmera lenta entrou, se sentando no outro sofá. Ela suspirou duas vezes com os olhos fechados antes de começar a falar.


- Eu juro que queria te contar tudo o que aconteceu mas eu fiquei com vergonha. O Kai me ajudou e acabamos por ficar bem próximos. Ele passou a se preocupar comigo por essa razão e juro que não foi com má intenção. A ideia era investigar mais sobre ele, sabe? Já que você tinha me dito que Yutaka agia de forma estranha contigo – começou a ditar e parou se perdendo em pensamentos. Eu via como seu semblante mudava com frequência como se tivesse uma batalha dentro de si e aquilo me deixava muito incomodado.


- Continue Reila, por favor. Não me esconda nada. – disse decidido e ela me fitou com olhos arregalados e suas bochechas cada vez mais coradas.


- É embaraçoso demais, Kou-chan. Não aconteceu do jeito que você tá pensando e quando percebi que estava perigoso demais nos mantermos próximos foi aí que decidi ir embora antes que fosse tarde demais e mais alguém acabasse se machucando – disse ela - Eu posso lidar com a dor, não vai me incomodar mais do que já machuca.


- Vocês estão juntos? Desde quando? – perguntei passando a mão no rosto incrédulo por isso estar acontecendo justo comigo. Eu suspeitava que ele estava saindo com outra pessoa mas nunca sequer havia passado pela minha mente que esse alguém era nada mais, nada menos que minha melhor amiga. Era demais pra eu lidar, mal conseguia assimilar.


- N-não Kou-chan. Não foi assim que as coisas aconteceram. Não é assim, você entendeu tudo.. – começou a dizer mas eu sequer a ouvia perdido em pensamentos. Eu sou um completo idiota mesmo. Quem levaria alguém como eu a sério? Agora fazia todo o sentido do mundo. Eu não era digno de ser especial para ninguém.


E agora que lembro do dia da boate, como eles estavam tão próximos e como os amigos da faculdade do Yutaka faziam tanta força para que ficassem juntos. Eles sequer sabiam que Yutaka e eu éramos um casal. Ele com certeza tinha vergonha de dizer isso lá na faculdade e não o culpava por isso. As vezes ele só queria viver uma vida normal como gente normal. Não como uma casal de aberrações.


Talvez fosse melhor assim. Melhor ir antes que eu force pessoas a viverem infelizes por minha causa. Não era justo porque eu já sabia o quão complicado e insignificante eu era.


Essa relação até que durou bem mais do que imaginara. Eu só não entendia porque era justo ele que perdeu o interesse se foi o mesmo que me perseguiu por tanto tempo ainda no colégio. Tudo teria sido diferente se cada um tivesse seguido sua vida sem que nossas vidas houvessem cruzado o mesmo caminho.


Achei melhor dar aquele assunto por encerrado então me levantei seguindo porta a fora deixando para trás uma Reila em prantos me chamando de volta.


Segui rumo às escadas sem olhar para trás e assim que cheguei no apartamento sequer queria ouvir o que quer que Yutaka tivesse para me dizer. Eu nem na sua cara queria olhar.


Yutaka pulou da cadeira alta vindo em minha direção mas o ignorei indo direto para o quarto trancando a porta atrás de mim. Escorreguei para o chão chorando alto ouvindo Yutaka bater insistentemente na porta para que conversássemos mas sequer tinha forças.


Tudo era sufocante. Muitos sentimentos conflituosos dentro de mim, sensações horríveis me dominavam e eu não conseguia me segurar mais. Me sentia um idiota por ter sido traído por quem eu mais amava.


Depois de meia hora de insistência, o Yutaka parou de bater na porta me chamando e juntei todas as minhas forças e segui para o banheiro para enfim tomar um banho. Vesti um moletom e me deitei completamente exausto.


Exausto da vida que levava, exausto das pessoas me usarem assim dessa maneira e em pensar que tudo poderia ter tido um rumo diferente porém eu fui fraco. Me deixei levar pelas palavras um dia doces dirigidas à mim e olha no que deu?


Eu era um ser completamente idiota em achar que alguém fosse gostar de mim como no livros de romances do qual estou acostumado a ler. As únicas certezas que tive antes de pegar no sono sem qualidade foi de que essa seria a última vez que deitaria naquela cama e minha história de contos de fadas sequer aconteceu. Este Romeu está morto!



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Autor(a): zoraidapierre

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Acordei com o sol entrando pela fresta da janela me avisando que já era de manhã. Me levantei e destranquei a porta, voltando a me deitar logo em seguida. Eu sabia que o Yutaka precisava de suas roupas e eu não podia o impedir de ir trabalhar arrumado. Não queria arrumar mais nenhum problema. Yutaka entrou sorrateiramente no quarto e pelo cheiro ...


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