Fanfic: De Repente Aconteceu - Vondy | Tema: Vondy

Eu cochilei, e quando acordei vi que já era quase 18 da tarde, Christopher logo chegaria e eu nem tinha tomado um banho ainda. Me levantei as pressas, peguei uma muda de roupa, e corri pro banheiro. Quando liguei o chuveiro e a água caiu sobre meu corpo fechei os olhos e procurei acalmar meu coração, logo eu estaria frente a frente com meu pai, e isso estava me apavorando, o medo do desconhecido embalava meus pensamentos, eu não sabia como ia encontra-lo, não sabia que estaria mais magro, debilitado, ou até mesmo infeliz, e isso me deixava ainda mais angustiada. 

Sai do banho, me vesti, penteei os cabelos, e fui pra cozinha, preparei um sanduiche natural, e tomei um copo de suco, quando já estava terminando o lanche, ouvi a buzina de um carro, me aproximei da janela e pude vê Christopher dentro do carro acenando com as mãos pra mim, guardei algumas coisas que usei pra fazer o sanduiche, tomei o resto do suco que tinha no copo, e corri pra fora fechando a porta quando sai. 

" Desculpe a demora, eu ainda tive que concertar um carro antes, e fiquei todo sujo de graxa então tive que tomar um banho lá mesmo antes de vim te buscar" ele informa, quando entro no carro, esse era diferente do outro, havia só uma porta e era vermelho. 

Coloco o cinto, e o encaro "Você tomou banho lá ? " 

" Sim " responde, já dando partida no carro. 

Pigarreio " e a filha do seu chefe estava lá ? " pergunto, como quem não quer nada. 

Ele dá de ombros " sim, ela aparece bastante na oficina " 

" E você tomou banho lá ? " pergunto novamente 

Christopher me olha rapidamente, e depois olha pra frente de novo " sim Dulce " 

" E ela estava lá ? " insisto na pergunta 

" Eu tenho quase certeza de que já respondi essa pergunta " rebate, fecho a cara cruzando os braços " o que foi ? Dul, pelo o amor de deus, eu não tomei banho com ela se é o que você esta pensando " ele diz 

" Eu não disse nada disso " resmungo 

" Nem precisou, a sua cara já diz bastante sobre o que esta rondando nessa sua cabecinha " ele diz rindo, me inclino e dou um tapa em seu braço, ele geme fazendo uma careta " ai, por que me bateu ? " 

" Por que tomou banho lá seu idiota " respondo " você tem uma casa Christopher, poderia ter voltado e tomado banho na sua casa " digo entre os dentes 

Ele nega com a cabeça " não daria tempo de te levar até seu pai " 

" Dani-se " digo bufando 

" Dul, ou eu tomava banho lá, ou te levaria pra vê seu pai sujo de graxa " ele insiste 

Reviro o olhos " e quem se importa com um pouco de graxa ? " pergunto 

" Você " acusa 

" Eu ? " 

" Sim, você mesma me disse pra nunca chegar perto de você com graxa nas mãos, que tinha nojo " relembra 

" Isso foi naquela hora ok ? mas, claro, você tinha que usar isso pra inventar de tomar banho na bendita oficina " reclamo 

Ele ri " sabe, eu estava com saudades de vê você com ciumes de mim " se gaba 

" Não estou com ciúmes " afirmo séria 

" Esta sim " diz com um sorriso presunçoso no rosto, me inclino e dou um tapa mais forte em seu braço " ai caramba, por que me bateu agora ? " pergunta 

Sorriu " pra tirar esse sorriso idiota do seu rosto, agora vê se cala a boca e dirige " rebato, me recostando no banco. 

Não falamos durante o caminho, me permitir observar a paisagem na janela, eu estava já impaciente, não chegava nunca, até que vi que Christopher virou o carro, e entrou em o que parecia ser um condominio, vi uma placa Centro Espealizado Rumani. Meu pai morava em um centro de reabilitação ? as coisas estavam piores do que pensei. 

" Prontinho " Christopher estaciona o carro, e tira o cinto saindo, eu também tiro o cinto e e saiu " espero que a gente consiga entrar " comenta, travando o carro 

Olho ao redor " Christopher, meu pai esta aqui ? " pergunto 

" Sim amor, esqueceu ? já tem quase 2 anos que ele esta morando aqui " comenta " essas suas perdas de memórias estão ficando piores, talvez não seja uma boa ideia você ... " 

" Eu quero vê ele " o interrompo, e ele apenas assente segurando minha mão. 

Christopher me guia até a entrada, e me puxa pra recepção " olá, boa noite, gostariamos de visitar o paciente Fernando Savinon " diz a secretária 

A mocinha atrás do balcão olha o computador " olha, infelizmente não é a hora de visitas " 

" Eu sou a filha dele " digo me escorando no balcão " não nos vemos tem um tempo já, por favor, deixa eu vê meu pai " imploro 

Ela suspira " olha, posso abrir uma excessão mas, só um de vocês pode subir " ela comunica 

" Certo, minha esposa vai subir, eu fico aqui " Christopher informa, e ela assente me estendendo um cartão " vai lá meu amor " beija minha testa 

Olho amendrontada pro elevador " estou com medo Christopher  " sussurro 

" Vai dar tudo certo, ele é seu pai e te ama muito, tenho certeza que vocês vão se acertar, vai lá " Christopher segura minha mão e dá um beijo " quando você voltar, vou estar aqui te esperando " 

Assinto, encaro a mulher no balcão " Ele esta no piso 2, porta de número 314 " informa 

" Obrigado " agradeço, e sigo até o elevador. 

Entrei no elevador, e foquei em Christopher, ele dá um sorriso pra mim, e uma piscadela, aceno com as mãos, e então as portas do elevador se fecham, aperto o número 2 e começo a ficar absurdamente nervosa conforme ele vai subindo. logo as portas se abrem novamente, e eu saio. É um enorme corredor branco, cheio de portas, parece um hospital, caminho devagar observando os números estampados em cada porta, até vê o 314. 

Engulo a seco, e dou duas batidas na porta " o jantar já foi entregue " ouço a voz abafada, volto a bater, ouço um resmungo e passos se aproximando, logo a porta é aberta " eu já disse que o jantar já ... oh meu deus, Dulce ? " pergunta me olhando de cima  abaixo. 

Eu faço o mesmo com ele, o olho de cima a baixo, papai estava diferente, muito diferente, não só por parecer mais velho, ele também estava mais magro, usava roupas claras e largas, pelo olhar parecia bem desorientado, e a barba estava por fazer, senti uma dor no peito em vê-lo daquela maneira, nem de perto parecia ser o homem que eu conheci. 

" Olá papai " digo com a voz embargada 

" Dulce " ele diz meu nome novamente, como se quisesse forçar sua mente a acreditar que eu estava mesmo ali, vejo um sorriso aparecer em seu rosto " meu deus, você está tão linda minha filha, venha, entre, entre " 

" Com licença " eu entro, e ele fecha  porta, observo o quarto simples, com a tv no canto, e ao lado da cama um cômoda pequena com um bandeja com comida em cima 

" Não repare a bagunça, eu não estava esperando visitas " ele diz se sentando na cama, e aponta pra poltrona do lado " sente-se aqui minha filha, sente-se " pede, assinto me sentando, e ele me encara " eu nunca imaginei que a veria de novo, não depois de tudo o que houve " 

Remexo as mãos inquieta " E eu nunca imaginei que veria o senhor desse jeito " 

" Ora, não é tão ruim quanto parece, eu sou bem cuidado aqui, e estou longe de bebida é isso que importa " ele diz tentando parecer otimista 

" Sim, eu estou feliz que esteja tratanto seu vício " sussurro, e engulo a seco 

" Ah pode apostar que sim, eu não coloco mais uma gota de alcool na boca minha filha, se lembra que te prometi isso ? desde desse dia eu estou cumprindo filha, e eu vou continuar até o dia da minha morte, é por você, pela promessa que fiz a você " ele diz, e então olha ao redor " você gostou do meu quarto ? eu pedi que deixassem eu decorar, quero te amostrar uma coisa " ele se levanta, e abre uma das gavetas da cômoda " olha só, eu trouxe comigo " 

Pego o porta retrato, era uma foto minha abraçada com ele e com minha mãe " é linda " 

" É, nossa familia é linda filha " ele se senta novamente " como esta sua mãe ? " 

" Esta bem, eu estive mais cedo no apartamento dela , ela estava assando biscoitos " digo tentando aliviar o clima tenso que estava 

Ele sorri " é, sua mãe sempre foi ótima fazendo qualquer coisa mas, nos biscoitos ela sempre se superou " comenta 

" Eu nunca tinha provado " confidêncio 

" Você nunca foi muito de comer certas coisas filha, eu me lembro bem que você vivia pedindo tudo integral, não tinha como provar os biscoitos da sua mãe " ele comenta 

" Sim, é verdade " suspiro, observo novamente a foto " como o senhor chegou a isso papai ? como deixou esse vicio roubar tudo de você? " pergunto, sentindo um nó se formar na minha garganta. 

Meu pai abaixa a cabeça, e quando me encara vejo as lágrimas em seus olhos " eu fui fraco, eu fui fraco minha filha, muito fraco " diz, e eu assinto voltando a observar a imagem da familia que eu lembrava.  

 "" 

Que barra essa situação dos pais da Dul né ... 

Desculpem a demora pra postar ... Estive enrolada esses dias. 

Curtindo ? 

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