Fanfic: De Repente Aconteceu - Vondy | Tema: Vondy

Poncho me levou até o prédio da minha mãe, durante todo o caminho eu me mantive calada, minha cabeça como sempre estava um turbilhão. A história com Belinda me deixou mais abalada do que imaginei, Mai não acreditou em mim quando contei a verdade, isso me deixou bem chateada e esse desentendimento com Christopher por conta da amiguinha dele, só deixou tudo ainda mais confuso pra mim. 

A conversa com Poncho me ajudou a ter mais clareza sobre coisas que eu nao estava querendo vê, eu pensaria melhor em tudo que ele me disse e então veria o que poderia fazer pra remediar tudo que aconteceu. Quando ele estacionou em frente ao prédio da minha mãe, senti o celular vibrar no meu bolso, retirei o aparelho do bolso, e pude vê o nome de Christopher brilhar na tela. 

" Não vai atender ? " Poncho pergunta 

" Não, eu já disse, não quero falar com ele agora " digo, o celular então para de tocar  " Liga pra ele, diz que vou dormir na minha mãe por favor Poncho " peço 

" Esta bem, vou fazer isso agora, ele deve estar preocupado " diz pegando o próprio celular, apenas assinto, e então vejo ele discar o numero, e levar o aparelho pro ouvido " alo ? Christopher, e ai cara, não, ela não esta com a Annie esta comigo, sim, eu estou em frente ao prédio da mãe dela, Dulce vai dormir hoje aqui, sim, eu quis te avisar pra você não ficar preocupado cara, certo, ta bom, a gente se fala " ele desliga e sorri brevemente pra mim " pronto, ele já esta informado " 

Mordo os lábios " ele achou ruim ? " 

" Que nada, ele só pediu que eu te dissesse pra se cuidar " ele diz guardando o celular 

" Certo " digo 

" Bem, então é isso, pensa na nossa conversa, não tem por que vocês ficarem nesse clima ruim " ele aconcelha 

Assinto, e retiro o cinto de segurança " pode deixar, eu vou pensar sim, obrigado Poncho, manda um beijo pra Annie esta bem ? " 

Ele sorri " mando sim, vê se fica bem " 

" Eu vou ficar, toma cuidado quando estiver voltando pra casa " ele assente, abro a porta do carro, e saiu fechando em seguida " tchau " aceno com as mãos me afastando do carro, ele buzina e sai em seguida, respiro fundo e entro no prédio " olá seu Severino " o cumprimento 

" Olá dona Dulce, pode entrar direto, eu não acho que a dona Blanca ache ruim a filha dela subir sem ser avisada " diz sorrindo 

Assinto " obrigado seu Severino " ele acena com a cabeça, e eu me afasto. Pouco depois estou em frente a porta da minha mãe, eu bato e espero pacientemente ela vim abrir. 

A porta se abre e minha mãe me olha surpresa " Dulce " 

" Olá mamãe, será que eu posso dormir aqui hoje ? " pergunto abaixando o olhar 

Minha mãe sorri " claro que pode meu amor " ela me puxa pra dentro, e me abraça apertado 

Suspiro " ah mamãe, não sabe como eu estava precisando de um abraço seu " digo 

" Venha, sente-se " ela sai do abraço e fecha a porta, me sento " o que houve querida ? eu te conheço bem, sei que não esta nada bem, seus olhinhos estão cheios de confusão " ela comenta, se sentando do meu lado. 

" Eu me sinto esgotada mamãe " suspiro " briguei com Christopher, e tive um encontro bem desagradável com a Belinda " digo 

Minha mãe acena com a cabeça, e então segura minhas mãos " me conte primeiro sobre Belinda " 

" Ela é uma megera mamãe " digo negando com a cabeça " ela me disse coisas terriveis, te juro eu me senti péssima,ela falou que eu era uma ninguém, uma pobre coitada, foi horrível ouvir tudo aquilo dela " desabafo 

Ela estreita os olhos " e você ficou surpresa por ela ter tido esse comportamento ? " 

" Um pouco " digo sem graça, a verdade é que eu fiquei muito surpresa já que a Belinda que eu conheço é minha amiga " acho que na minha mente ainda estava bem viva a imagem da amiga que eu tinha na escola " 

" Querida, essa amiga você nunca teve, só que antes você não enxergava isso " sussurra, 

Engulo a seco " Eu não consigo acreditar que Belinda sempre tenha sido sempre essa pessoa " 

" Mas, ela sempre foi querida, eu sei que na época foi duro pra você entender isso, Belinda e Mai sempre foram suas amigas, e perceber que uma pessoa que você considerava tanto estava te apunhalando pelas costas é doloroso, eu entendo você, por mais que ela tenha feito o que fez você ainda quer acreditar que a Belinda que era sua amiga ainda esta ali, só que a verdade é que ela não esta Dulce, por que ela nunca esteve " 

Fungo, e só então percebo que estava chorando " eu me sinto uma idiota " 

" Não querida, você não é uma idiota por gostar de uma pessoa, você não é, ela que foi por que não saber valorizar sua amizade e a da Mai " nega com a cabeça, e acaricia meu rosto secando minhas lágrimas " me conte agora sobre Christopher " 

Respiro fundo " brigamos por causa da amiga dele, a tal Natalia " 

" Sim, a filha do dono da oficina " ela diz, e apenas assinto " Dulce eu já te disse mais de mil vezes pra você não deixar essa menina te tirar do sério " diz em tom sério 

" Eles estavam abraçados " 

" E dai ? você sentiu que ele estava dando trela pra ela ? " ela pergunta 

Abaixo a cabeça " não mamãe " 

" Então por que brigou com ele ? " pergunta novamente 

" Eu ... " me calo, e finalmente me permito admitir a verdade " eu tive medo de perde-lo " afirmo " essa menina nunca negou o quanto tem interesse por ele, e quando eu vi ele tão perto dela, o abraçando eu .. " me calo novamente 

Minha mãe sorri " você teve ciúmes " afirma 

" Eu tive ciúmes " digo num susurro 

" Dulce, você sabe que Christopher é completamente louco por você, nenhuma outra mulher nesse mundo seria capaz de ter o amor dele, apenas você " suas palavras me tranquilizam " minha filha, você tem que começar a acreditar no amor do seu marido " 

" Eu sei " digo 

" Olha, o que acha que ir agora mesmo pra casa e se acertar com ele ? diz que estava fora de si quando brigou com ele, diz que foram os ciumes eu tenho certeza que ele vai te entender e vai te perdoar  " sugere 

" Não mamãe, eu quero ficar aqui, por favor, só essa noite,eu prometo que amanhã eu volto e converso com ele, o que preciso agora é só do seu colo " imploro fazendo um bico 

Ela sorri " o que há com você ? parece que regridiu, esta agindo como agia quando tinha 17 anos " ela diz 

" Acho que de certa forma eu regridi sim " mordo os lábios " eu posso ficar ? "  pergunto 

" Eu já disse que sim filha " ela responde 

" Só tem um problema, eu não tenho roupas " digo fazendo careta 

Ela ri " eu tenho roupas suas aqui, não se preocupe " diz se levantando " olha, estou fazendo o jantar, você chegou a jantar em casa ? " nego com a cabeça " perfeito, eu queria mesmo companhia, seremos só eu e você, como antes se lembra ? as noites que ficavamos apenas eu e você em casa " 

Sorriu " sim, eu lembro " 

" Antes de você dormir eu posso fazer aquele chá que eu fazia pra você quando era mais nova, isso vai te ajudar a relaxar " ela diz indo até a cozinha 

Eu me levanto, e a sigo " eu vou adorar esse chá, sinto muito falta dele " afirmo, vendo minha mãe abrir um pequeno sorriso. 

Nos jantamos juntos, em meio a risadas e uma conversa agradavel sobre lembranças do nosso passado, bem do passado dela por que pra mim essas lembranças ainda eram bem presentes.Eu já me sentia muito melhor, esses momentos que eu tinha com minha mãe estavam mesmo me fazendo falta, nós duas sempre fomos grudadas independente dela trabalhar na época, mamãe sempre dava um jeitinho de se fazer presente na minha vida, assim como o papai também fazia. 

No fim da noite, depois de tomar um banho, e colocar um pijama meu que tinha lá, eu entrei no quarto de hospedes, vi que ela tinha deixado a xícara com o chá bem ao lado da cama, sorri e peguei tomando um gole, olhei o armário e me aproximei abrindo uma das gavetas, encontrei um porta retrato guardado, era uma foto minha, abraçada a ela e ao papai, estavamos todos sorridentes, meus cabelos ainda estavam ruivos, ao fundo notei Mai e Belinda, estavam bem desfocadas mas consegui notar que eram elas, olho atenta e então consigo me lembrar do dia que a foto foi tirada,foi na minha festa de aniversário de 17 anos eu estava tão feliz naquela noite, na verdade todos nos estavamos. 

Eu me sento na cama, e agarro a foto fechando os olhos " eu amo vocês " sussurro sentido uma calmaria, com certeza era efeito do chá milagroso da minha mãe. suspiro, e me deito ainda agarrada com a foto, não demorou pra eu pegar do sono, eu não menti quando disse que estava esgotada, a prova disso foi eu ter dormindo rapidinho. Pude sentir um calor na minha testa, penso que talvez tenha sido minha mãe me dando um beijo de boa noite mas, não tenho certeza se realmente foi ela.