Fanfic: De Repente Aconteceu - Vondy | Tema: Vondy

Durante o almoço conheci um pouco melhor a mãe de Christopher, vi que ela era bem falante, bem animada, uma senhora que parecia de bem com a vida, que procurava sempre aproveitar seus dias, curtir suas viagens, tambem notei que o fato que estar na cadeira de rodas não era impencilho pra sua felicidade, isso me fez admira-la bastante. Após o almoço eu lavei a louça enquanto Christopher guardava, Dona ale mantinha ainda uma conversa animada com a gente, e eu apesar de querer muito saber como ela terminou na cadeira de rodas, procurei durante toda a conversa soar como se já estivesse acostumada a vê-la ali. 

" Vocês amariam aquele lugar, é um verdadeiro paraiso " Dona Ale dizia sobre as ilhas maldivas 

Sorriu " eu imagino que seja mesmo, me diz, a senhora deixou o asiatico e veio pra cá sem nem avisa-lo ? " pergunto curiosa 

Christopher bufa " Dulce,você tinha mesmo que perguntar sobre esse tal asiatico ? " pergunta carrancudo 

Dona Ale ri " deixa de ser ciumento Christopher, se a minha nora quer saber deixa que pergunte " ele revira os olhos, e ela me encara " sim querida, eu não avisei, por mais que tenha gostado dele, não daria certo, eu não quero mais me prender a homem nenhum, quero apenas aproveitar minha vida viajando e conhecendo os melhores lugares desse mundo " 

" E esquecendo que tem um filho " Christopher resmunga 

" Esquecendo nada, se eu esquecesse disso não estaria aqui agora " Dona Ale rebate 

" Ela esta certa " concordo 

Ele revira os olhos ,e guarda o ultimo copo no armário " eu vou assistir tv, é impossível lida com vocês duas, sempre que estão juntas se viram contra mim " ele sai reclamando 

Dona Ale ri " deixa esse bobão pra lá, sente-se aqui querida, me conte as novidades, Christopher comentou comigo que você fez as pazes com seu pai " comenta 

Me sento, e sorriu " sim, eu fiz " 

 " Eu fico feliz querida, bem ou mal ele é seu pai, e já se arrependeu de tudo que aconteceu " seu sorisso se fecha 

" Algum problema dona Ale ? " pergunto preocupada 

Ela dá um fraco sorriso " não querida, nenhum " afirma, mas, eu pudia vê que tinha algo " eu acho que vou descansar um pouco, você se incomoda ? "

Me levanto " claro que não, pode dormir lá no quarto " eu digo, vejo ela dá a volta na cadeira " quer ajuda ? " 

" Não precisa, eu posso sozinha, obrigado " ela sorri novamente, e então empurra a cadeira de rodas pra longe. 

Fui pra sala, e vi Christopher sentando no sofá focado na TV, Me sentei ao seu lado e acariciei seus cabelos, eu tinha que achar uma solução de puxar um assunto sobre a mãe dele estar na cadeira de rodas sem ele desconfiar que eu não sabia de nada. Não quero arriscar e deixar ele desconfiado, mas, também nao posso não averiguar sobre isso, a mãe dele estar numa cadeira de rodas me deixa muito curiosa, eu não ia aguentar não saber o motivo.  

" O médico me mandou um email hoje, disse que seus exames estavam ótimos, ele enviou tudo num anexo pra mim  " ele comenta, virando o rosto pra me encarar 

Sorri " eu disse que estava tudo bem comigo, você que não quis me ouvir " 

" Desculpa, mas, eu precisava ter certeza, nada ultimamente tinha feito algum sentido pra mim, você estava com um comportamento bem estranho e esquecendo de coisas importantes " ele comenta 

" Eu sei, mas, era apenas uma confusão, eu já tinha te dito " digo, e ele assente, pigarreio " estou impressionada com sua mãe, quero dizer, pela situação que ela esta qualquer um ficaria desanimado, ela não, ela esta vivendo " comento 

Ele suspira " é, mamãe esta tentando ter a felicidade que durante muito tempo foi privada dela " comenta " eu fico feliz por ela, mas, confesso que essas viagens as vezes me deixam preocupado " 

" Mas, por que ? sua mãe é uma mulher feliz, esta procurando se manter viva em todos os sentidos da palavra, nada vai acontecer, você tem que acreditar nisso " sussurro, acariciando seu rosto 

" Eu acredito, mas, esse mundo é cheio de pessoas crueis " ele diz 

" E sua mãe é esperta o suficiente pra perceber quem são essas pessoas " argumento, aproximo meu rosto e dou um selinho nele " não fique preocupado, só fique feliz por vê-la bem " 

Ele sorri fraco " eu fico " 

Mordo os lábios, e afasto o rosto o encarando " sua mãe ficou satisfeita por saber que eu fiz as pazes com meu pai ... " Christopher assente " mas, a vi bem triste depois disso, eu cheguei a perguntar  se tinha algum problema mas, ela disse que não " comento, como quem não quer nada. 

Christopher respira fundo, e e ergue a cabeça pro teto " No fundo ela tem um dor muito viva em seu peito por causa de tudo que aconteceu, aposto que queria que meu pai tivesse se arrependido como acontece com o seu, mas isso nunca seria possível, meu pai não é o tipo de  homem que se arrepende " 

Dou de ombros " quem sabe ... talvez  ... " 

" Ele me torturou por 13 anos Dul ....  até meus 18 eu vivi um terror dentro de casa, muitas vezes não comi, por que não conseguia levar o garfo até a boca de tantas dores que sentia em meu corpo " sussurra 

Sinto meus olhos arderem " o que esta dizendo Christopher ? seu pai te batia?  " pergunto 

Ele esta tão inerte nas lembranças que nem nota que foi uma pergunta " começou quando eu tinha 6 anos, mamãe tinha ido no meu quarto me acordar, eu sabia que ela estava fazendo um bolo, era aniversário da minha irmã, Luz. Ela fazia 3 aninhos e mamãe queria fazer uma surpresa, então foi pra cozinha preparar o bolo, um pouco depois ouvi gritos, muitos e muitos gritos, meu pai tinha chegado, não gostou de vê a minha fazendo o bolo, ele surtou sem motivo nenhum, minha mãe pedia calma, falava que não precisava dar aquele escândalo, mas, ele parecia transtornado, estava bêbado, eu corri pro quarto da minha irmã, ela acordou com os gritos, estava assustada, eu a pequei no colo, e desci com ela, ia pedir que para que não brigassem mais, só que o choro da Luz irritou ainda mais o papai, ele a olhou com ódio, e mandou que calasse a boca .. " ele engole a seco " como ela poderia entender ? tinha apenas 3 anos " ele diz me encarando, vejo seus olhos brilharem em lágrimas. 

Seguro sua mão, e aperto " o que aconteceu ? " pergunto com minha voz embargada 

" Luz não parou de chorar, eu a coloquei no chão e tentei me aproximar, meu pai me deu um tapa e eu cai, mamãe gritou, e pulou sobre ele, mas, ele também a derrubou, Luz estava ainda mais assustada,  agora não só chorava como também gritava, papai a empurrou com força, e ela caiu e bateu a cabeça, havia muito sangue, mamãe correu até ela, estava desesperada, gritava pro meu pai, dizia que ele a tinha matado, eu estava em choque, engatinhei até a Luz, ela estava de olhos abertos, eu a chamei mas, ela não me respondia, então segurei sua cabeça, e disse que a amava, ela deu seu ultimo suspiro fechando os olhos lentamente, eu não tinha noção do que estava acontecendo, achei que ela estava dormindo mas, não, minha irmã estava morta, e isso só entrou na minha cabeça quando passei a mão no rosto, e afastei as mãos, vi o sangue da minha irmã nas minhas mãos ... mamãe chorava sem parar, e meu pai estava parado em choque, minha mãe se levantou e disse que ia denuncia-lo então ele a ameaçou, falou que se ela fizesse isso ele me mataria " 

" Oh Christopher " eu digo já emocionada 

Ele funga " fizemos o que ele disse que deveriamos fazer, demos o depoimento a policia alegando que Luz tinha caido do berço,ele colocou o corpinho dela no chão do quarto, e limpou o sangue da cozinha, pra policia tudo não passou de um acidente mas, a culpa pela morte da Luz foi assombrando ele, e então, ele passou a se dograr, foi nesse periodo que as surras aumentaram, ele me batia todo o dia, ele me batia quando sentia culpa pelo o que fez a minha irmã, ele dizia que a via mas, eu sabia que era efeito da droga, ele estava louco " 

" Foi ... ele que deixou sua mãe na cadeira de rodas ? " pergunto 

Ele estreita os olhos " por que esta me perguntando se já sabe ? " pergunta 

Toco seu rosto, e limpo as lágrimas que rolavam " quero ouvir de você meu amor, quero que me conte tudo, quem sabe assim seu coração fica mais leve ? " 

" Tudo que estou te contando você já sabe " ele rebate 

" Então vamos fazer um seguinte, você finge que não sou a Dulce de agora, finge que não sou sua esposa, vamos voltar uns anos esta bem ? faz de conta que a Dulce que esta na sua frente agora é a de 17 anos, aquela que mal falava com você, e então, você me conta tudo como se eu não soubesse o que aconteceu " 

Ele assimilia minha proposta e então assente " a Dulce de 17 não sabia de nada disso " 

" Exato, finge que sou ela e me conta tudo " peço, incapaz de controlar as lágrimas que desciam pelo meu rosto, eu imaginava que havia um motivo pra Christopher ser do jeito que era mas não imaginei que fosse algo tão pesado assim.