Fanfic: A Professora, minha Mãe e o Zelador | Tema: Escola
2 de janeiro de 2017. Após as festividades de Ano Novo, meus pais já se adiantavam em arrumar tudo em casa para a mudança. Ano passado meu pai ganhou uma promoção no trabalho e resolveu adquirir uma nova casa pra gente morar, numa cidade longe de onde eu morava. Eu nunca tinha mudado de casa, então isso foi um baque na minha vida. Tive que encaixotar minhas várias coisas até que no dia 6 as coisas foram transportadas para nossa casa nova.
Casa nova. Grande, aconchegante, pintura clara e decoração delicada. Nem preciso dizer que foi minha mãe que escolheu, rs. O quarto onde fiquei (e estou até hoje) é espaçoso: cabe todas as minhas coisas e ainda sobra espaço para jogar meu Just Dance. Meus pais tem o quarto deles, e ainda há um terceiro quarto, que ficou de quarto de visitas. A sala é enoooooorme, a cozinha também. No geral eu gostei muito da casa, principalmente porquê agora há uma área de lazer aonde poderei acomodar o cachorro que sempre quis ter, e que não podia pois a casa antiga era muito apertada e quase não tinha área externa.
A casa fica perto de um parque, de uma mercearia (da dona Matilde, uma senhora super agradável), e de uma escola, a Joaquim Alves Neto. É uma escola particular, por isso eu nem cogitava a possibilidade de meus pais me matricularem lá. Mas eles conversaram e parece que o orçamento estava podendo suportar umas coisinhas a mais. Fui matriculada no fim de janeiro e no dia 6 de fevereiro, véspera do primeiro dia, estava com aquele frio na barriga de quem está prestes a começar as aulas numa escola nova, numa cidade nova. Quase não consegui dormir, a ansiedade estava me fazendo tremer do nada. Estava tentando me sentir confiante, mesmo totalmente com medo.
7 de fevereiro de 2017. Acordei cedinho, depois de uma longa noite de calafrios e tremedeira. Tomei um bom banho e me arrumei. Nada de maquiagem e perfume, afinal estou indo na escola, não numa festa de aniversário. Fui a pé mesmo, ficava apenas a 2 quarteirões da minha casa. Chegando lá, sou recebida por uma inspetora de alunos que me encaminhou cuidadosamente para a sala do primeiro colegial onde eu iria passar o resto do ano letivo. O primeiro dia foi na verdade uma grande apresentação da escola, daquelas onde todos os professores e inspetores e coordenadores e secretários se reúnem no auditório para apresentar a escola e seus mil benefícios para que a gente se sinta quase na obrigação de nunca sair de lá. No meio da falação sem fim, uma garota da mesma sala puxou assunto comigo.
- Um porre isso aqui né? - Disse a menina, com cara de tédio.
- Tenho que concordar. - Respondo com voz de sono.
- Você é nova aqui? - Pergunta ela sem perder tempo.
- Sim, me mudei pra cá esse ano. - Respondi meio tímida.
- Legal. Me chamo Erika e estudo aqui desde a quinta série. É todo ano a mesma merda, eles fazem propaganda como se esse lugar fosse a própria Disneylândia kkkk... - Disse ela em tom irônico.
Me apresentei para a Erika e logo após o celular dela toca. Ela então saiu para atender e não voltou mais. Vai ver era algo importante.
Bom, depois da falação eterna fomos dispensados. Ao ir em direção à saída, me deparo com um senhor não muito velho recolhendo várias canetas que pareciam ter caído no chão por acidente. Eu, uma pessoa que gosta muito de ajudar e ser prestativa, parei para ajudá-lo. Assim que me viu, o senhor começou uma conversa.
- Olá, Bianca. Obrigado por me ajudar a recolher as canetas. Os alunos dessa escola não costumam ser assim, sabe? - Disse o homem com uma voz pacífica.
- Sem problema. Espera, como sabe meu nome? - Respondo espantada.
- Ah, hahaha. Eu trabalho há muito tempo aqui. Vejo muitos alunos e alunas todos os dias. Além de ser um velho observador he, he. Sua cara já entrega que você se chama Bianca! - Disse o homem, com uma voz um tanto eufórica. - Ah, desculpe não me apresentar! Sou Frederico, o zelador aqui da JAN. Pode me chamar de Fred se quiser, ou de tio, como alguns me chamam, he, he.
- Acho que... vou te chamar de Seu Frederico mesmo. Não costumo chamar as pessoas pelo apelido. Muito menos de tio ou tia. Acho mal educado. - Eu respondo, um pouco mais familiarizada.
Após terminarmos de recolher as canetas, o zelador agradece mais uma vez e vai em direção a coordenadoria. E eu continuo meu caminho pra casa.
O resto do dia fiquei encucada com o fato de que o zelador adivinhou meu nome. Será que ele tem uma leitura facial tão boa assim mesmo? Será que ele me conhece? Será que ele está me perseguindo? Ele tem acesso às matrículas? Não consigo simplesmente aceitar que ele adivinhou meu nome, sem mais nem menos.
FIM DO CAPÍTULO 1
Autor(a): Sorrateiro
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Ainda muito confusa sobre o acontecido, fui conversar com uma velha amiga minha, a Laura. Ela também achou bem estranho e me sugeriu que eu investigasse os passos de Seu Frederico. E é isso que vou fazer. Claro que com muito cuidado, pois alguém que descobriu o meu nome no primeiro dia de aula sem se ...
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