Fanfic: Be Happy Kara | Tema: supergirl, karadanvers, lenaluhtor, kellyolsen, alexdanvers, amizade, amor, lenaluthor, supercorp, s
{Seis Meses atrás}
— Quando eu vou achar alguém que me ame? – perguntou Kara com o queixo apoiado na mão depois de um longo tempo de silêncio – Tipo, quem iria querer uma pessoa como eu?
Estávamos almoçando em um restaurante onde trabalha um amigo de Alex. Não era longe das empresas em que cada um trabalha, pelo menos, não tanto quanto eu gostaria. Muitas pessoas reconhecem Kara devido seus artigos e param para elogiar ou até mesmo tirar fotos. Lembro-me de quando via algum artista famoso onde costumava jantar em Metrópoles. Eu me sentia tão bem, que contava para minha mãe quando chegava em casa, pois ela nunca ia junto com a família.
— Muita gente...- sua irmã disse sem tirar a atenção do celular, coisa que acontecia com frequência desde que voltou de viagem.
Alex nunca foi de utilizar celulares, mesmo que seu trabalho envolva a tecnologia e necessariamente, a comunicação. Às vezes, pede ajuda de Nia para baixar aplicativos ou acessar algum site. Ela diz que só faz isso porque o celular está configurado em alemão, língua que pretende aprender antes de voltar para a Europa. Poucos de nós acreditamos nisso. Apenas aceitamos as desculpas e seguimos em frente.
— Hoje em dia, pessoas divertidas, alegres e espontâneas conquistam muita gente. – completou Brainy – Por exemplo, eu e Nia. Vamos concordar que uma das coisas que a conquistou foi o meu carisma. O mesmo vai acontecer com você.
O dia em que Brainiac se declarou para Nia foi o mais longo de nossas vidas. Tinha um horário para tudo começar a acontecer. E claro, eu era a responsável por garantir que nada saísse do controle, nem mesmo um toque de celular a mais. Me pergunto até hoje se vale a pena todo esse esforço para depois, o relacionamento nem continuar dando certo...
— E agora estamos namorando. Olha Kara, você vai achar alguém que irá te amar e te fazer feliz. Basta esperar.
— Sim, igual Lena. Ela só está esperando a vez dela de ser feliz com alguém. Mas primeiro, tem que se abrir um pouco... – Alex deu um tapinha em meu ombro e sorriu. Ao mesmo tempo que eu queria que fosse verdade, eu sabia que não era. Eu não estava à espera de ninguém.
Voltamos a ficar em silêncio e a comer as refeições que estavam sendo postas à mesa. A falta de apetite me atingiu de imediato. Então ofereci ao restante para não precisar desperdiçar a comida. Fiquei apenas observando o fluxo de pessoas entrando e saindo do estabelecimento.
Algumas crianças acenavam para mim, mostrando seus brinquedos da Supergirl e Superman. Elas passaram a me chamar para brincar, e foi o que fiz. Saí da mesa recebendo olhares confusos dos meus amigos e me sentei ao lado das garotinhas. Suas mães acharam estranho, mas logo perceberam que eu não era nenhuma ameaça e que, logicamente, não iria sequestrá-las para fazer experimentos em laboratórios.
O resto do dia foi completamente ‘irritante’, para não dizer outra coisa. Voltamos aos nossos respectivos trabalhos, onde passamos a tarde inteira sem nenhum contato. Assinei diversos documentos, falei com alguns advogados e finalizei com uma pequena reunião ao lado de Andrea, minha CMO (Diretora de Marketing).
Quando estava prestes a sair da minha sala, recebi uma mensagem de Kara avisando sobre uma noite das meninas em seu apartamento. Meu corpo queria apenas um longo descanso e minha mente gritava por um pouco de álcool. Mas como conheço a Danvers mais nova, ela não me deixaria ficar solitária em meu apartamento quando tenho a “honra” de estar em sua companhia (palavras delas, claro). Sem contar, que não é sempre que Kelly e Zari estão na cidade.
Assim como enviei na mensagem de resposta, me dirigi exatamente para seu prédio, na esperança de encontrar pelo mesmo uma garrafa de líquido forte o suficiente para me desligar desse mundo.
***
— A festa de fim de ano da CatCo está chegando, hein! – disse Nia, sentada no sofá.
— Qual é, Nal?! Faltam exatamente seis meses para o fim do ano. Você está ansiosa demais. – Alex respondeu, furiosa por ter que comprar mais quatro cartas.
A festa da CatCo é onde se concentra a maioria da população de National City, com uma pequena participação de outras cidades. Não costumo ir, já que tenho projetos que merecem mais atenção do que pessoas falsamente curiosas sobre o que faço na L-Corp.
— Infelizmente, meus amigos não poderão aparecer. Parece que todos resolveram fazer uma viagem para o exterior sem me convidar... – Kara jogou sua última carta – E eu venço novamente!
Enquanto discutiam o fato de a loira ter trapaceado e escondido cartas, me levantei da poltrona e forcei meu corpo mole a ir para a cozinha. “Deve ter algum álcool aqui!”. Abri a geladeira e encontrei uma garrafa de vinho aberta, provavelmente, por Alex. Peguei um copo no armário e me sentei em um dos banquinhos, enchendo o recipiente com o liquido avermelhado.
— Lena? – eu não tinha percebido que a conversa sobre trapaça havia acabado e muito menos que alguém tinha se aproximado de mim. Estava tão interessada em beber o vinho que mantive minha concentração apenas nele. Com certeza, se fosse qualquer assassino, eu já estaria morta.
— Hm? – respondi, voltando a colocar mais vinho no copo. – Oi, Kara.
— Você está bem? Não falou nada desde que saímos do restaurante... – foi até o armário e pegou mais um copo, enchendo o seu e mais uma vez, o meu. – Tem alguma coisa acontecendo na L-Corp? Um projeto que não tenha saído como o esperado...
— Não é nada disso. É que, não sei exatamente o que está acontecendo comigo. – passei a encarar o copo vazio, pensando em quantas doses eu ainda teria que beber até descobrir o que está acontecendo.
— Certo... Sabe que estou aqui para o que precisar, certo? – Kara sorriu e me abraçou de lado.
— Eu sei. – ela se afastou e me analisou por um tempo até se sentar no banco ao meu lado. Demorou um tempo até eu pensar no que havia ouvido no restaurante. – Posso te confessar algo? – Kara apenas assentiu. – Me entristece te ver assim, sabe, ‘procurando’ por alguém. Eu desisti de fazer isso há muito tempo. As pessoas deveriam ser felizes apenas com o amor próprio, isso já bastaria para mim, eu acho.
Kara manteve seu olhar em mim sem dizer uma palavra. As minhas palavras eram verdadeiras, eu realmente não entendia essa necessidade do ser humano de ter uma ‘segunda metade’.
— Sabe Lena, às vezes me pergunto como você consegue ser tão inteligente... – mesmo sabendo que isso não era uma resposta a minha pergunta não feita, apenas ri e virei mais uma dose na boca. – E tipo, você é dois anos mais nova que eu...
— Qualquer um é mais inteligente que você, Danvers. – fez uma careta e depois soltou aquela risada de outro mundo que apenas ela tem.
Kara tentou gesticular uma frase durante os próximos cinco minutos. Vendo que eu apenas encarava seus dedos inquietos batendo em volta do copo, ela respirou fundo e finalmente fez a pergunta de um milhão:
— Sua família virá para a festa? – ficou séria, esperando uma resposta da minha parte.
Da última vez que minha família vulgo Alexandre e Lilian vieram para algo em National City, a população inteira achou que eu estava criando armas para matar a Supergirl. Digamos que foram os dois anos mais difíceis em questão de provar que não sou como eles.
— Espero que não. Eles não merecem esse tipo de confraternização. Na verdade, não tenho certeza se aparecerei... – Kara quase conseguiu soltar a frase “Você não pode ficar em casa mofando enquanto a cidade comemora o ano-novo, Lena!” que repete todos os anos desde que nos conhecemos. Mas Alex a interrompeu, jogando uma almofada em suas costas.
— Não deveriam ficar isoladas aí. Venham, estamos disputando para ver quem vence a Nia no UNO. – nos levantamos e voltamos para o clube de competidoras vorazes, que gritavam toda vez que alguém jogava um coringa.
No final de tudo, a única pessoa que derrotou Nia, foi ela mesma com uma pontuação maior que a anterior. Kelly serviu mais vinho para todas as meninas e alguns petiscos que trouxe do Canadá naquela manhã.
Às doze da noite, recebi uma mensagem de que Samantha havia voltado de viagem e havia esquecido a chave na Dinamarca. Após xingar mentalmente minha amiga, digo para as meninas que precisarei voltar ao meu apartamento. Me despeço de Kelly e Zari, já que amanhã iriam voltar para o Canadá. Logo, estou no caminho de casa, no completo escuro de National City.
Assim que saio do elevador, Sam se levanta do chão e vem pulando em cima de mim.
— Nós não somos mais crianças, Arias. Falando nisso, onde está Ruby? – abri a porta e a ajudei a trazer as malas para dentro. – Pensei que fosse voltar com você...
— Ela decidiu ficar com a avó. Mas posso saber onde a senhorita estava? – se jogou no sofá e aconchegou a almofada que apoiava sua cabeça. – Deixe-me adivinhar... Um apartamento colorido, onde mora uma garota loira que ama escrever artigos, especialmente sobre minha amiga Lena. – Sam levantou e me seguiu até o quarto. - Me diga que finalmente conversou com ela?
— Faoi cad é? – a morena me olhou confusa, e se jogou na cama. – Eu não tenho nada para conversar com ela. – fechei a porta do banheiro e tirei a roupa para tomar um banho.
— Certo, Luthor. Continue mentindo para si mesma. Vou aproveitar essa cama macia e esses cobertores super quentes que me cobrem. Mas lembre-se que nada dura para sempre.
Eu não consegui ouvir quase nada que Sam disse, porém conheço muito bem minha amiga para saber que estava me julgando e dormindo na minha cama. Após terminar o banho e vestir uma roupa confortável, decidi ir para o escritório, já que Arias roncava alto no quarto e não dava para me concentrar.
Mas, de qualquer forma, minha cabeça estava mais focada em outra coisa. Para ser sincera, em outra pessoa. Naquela que morava em um “apartamento colorido e amava escrever artigos sobre Lutessa Lena Luthor”.
Autor(a): lanay
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