Fanfic: Como família - Ponny, Vondy, AyA, DyU | Tema: rebelde, rbd

- Então, Anahí… - Derrick sentou-se e apontou para que Anahí sentasse em uma cadeira de frente para ele. - Você passou um ano e meio em Nova York estudando dança, como acabou cursando psicologia?

- Sim. Ganhei uma bolsa na academia de dança onde estudava assim que terminei  a escola. Quando voltei dos Estados Unidos, cheguei a pensar na faculdade de dança, mas a psicologia já havia me conquistado. No ano seguinte, prestei vestibular e acabei de iniciar psicologia, dois anos e meio depois de terminar a escola. Em Nova York, li alguns livros sobre a mente humana, leia tudo que pudesse me ajudar a treinar o inglês. Quando vi, estava devorando livros de psicologia.

- Então, você aprende rápido e se apaixona rápido. 

- É… - O comentário levemente atrevido de Derrick fazia Anahí corar. - Acho que ambos são verdade.

- Quase 21 anos, acabou de se mudar para cá, certo?

- Certo… São algumas mudanças. - Ela esboçou um sorriso. - Mas estou me dando bem com elas. Acho que, no meio de tudo isso, trabalhar em uma academia de dança seria um ponto de equilíbrio. Algo familiar.

- Sim. Acredito que sim. Você tem um currículo interessante para alguém com menos de 21 anos, Anahí.

- Obrigada. - Ela sorriu.

- E Poncho falou realmente muito bem de você de um jeito que não o vejo muito falar de mulheres.

- Como assim?

- Bem… Acho que você sabe como é o Poncho. Ele disse que é seu melhor amigo.

- Melhor amigo? - Anahí não pôde deixar de rir. - É claro que ele disse.

- Então… Você deve imaginar que é estranho ele falar de uma mulher e pular qualquer atributo físico. Não estou dizendo que não tenha. Quer dizer… - Derrick pareceu atrapalhado com as palavras. - Só quero dizer que ele, normalmente, começa por aí, pelo físico. Mas ele descreveu você como a pessoa mais surpreendentemente sincera e confiável que eu poderia encontrar. Disse que eu poderia entregar as chaves da academia para você e se, enquanto eu estivesse fora, ocorresse uma inundação, você não abandonaria barco e estaria bem aqui, aguardando o meu retorno, para relatar todo o ocorrido com a maior dose de sinceridade e doçura que conseguisse equilibrar. 

- Uau… Me parece bem específico. - Anahí estava corada.

- Juro que são palavras dele. Mas, para colocar o jeito falastrão do Poncho em termos mais objetivos, ele definiu você como confiável, gentil, divertida e responsável. Todas características que queremos aqui na Condel. Vou ser sincero, Annie… É novo para mim estar à frente da Condel, aliás, essa é nossa primeira filial. Preciso de gente ao meu lado e, se eu contratar você, será para ser praticamente meu braço direito. Você deve auxiliar em uma ou duas turmas e estar na recepção em alguns momentos. Claro que tudo respeitará seu horário de aulas, sei que seu curso é integral, então, suas horas livres são poucas, mas espero contar com você à noite e em alguns finais de semana. 

- Claro.

- Em troca, prometo uma remuneração bem justa com todos os direitos trabalhistas acertados e carteira assinada. O que você acha? - Ele passou para ela um papel com o salário a acertar e Anahí sentiu-se em um filme. 

- Me parece perfeito.

- E então? Poderíamos começar amanhã?

- Sério? Então… Estou contratada?

- Se você concordar, por mim, já está acertado.

- Nossa… Com certeza!

Derrick ficou de pé, o que fez Anahí levantar também. Eles apertaram as mãos selando um acordo.

- Anahí, algo me diz que você será uma ótima aquisição para o Condel.

***

- Olá, fada sensata!

- Então, você é meu melhor amigo?

- Hum… Vejo que falou com o Derrick.

- Sim. Foi uma conversa muito reveladora.

- Fada, o fato de você não ter dito, declaradamente, que somos melhores amigos não faz com que isso seja menos verdade.

- Alfonso, Ucker é meu melhor amigo.

- Ucker é seu irmão, querida.

- Christian é meu melhor amigo.

- Christian é melhor amigo da Dulce e ele nem está por aqui. Eu sou seu santo protetor, cúmplice e, obviamente, melhor amigo. Agora, atravessa logo essa rua que eu já estou cansado de te esperar.

- Quê? Como assim?

- Na padaria, Anahí. Bem de frente para a Academia Condel. - Poncho acenou para Anahí que, finalmente, o enxergou.

- O que está fazendo aí?

- Ué. Esperando o final da entrevista. Estava morrendo de ansiedade.

Anahí desligou o celular e atravessou a rua até a padaria onde Poncho bebia um café com pão na chapa.

- O senhor não trabalha não?

- Não quando meu irmão precisa de uma noite de folga para sair com a nova quase namorada. 

- Ah, certo. Então, você decidiu usar seu tempo livre para me espionar. - Anahí sentou e deu uma mordida na fatia de pão na chapa.

- Não coma meu café da manhã.

- Eu tô cheia de fome! Estava ansiosa e não consegui comer.

- Você está sempre com fome. 

- Cala a boca e pede outro sanduíche.

- Nossa… Uma dama realmente. Falando com a boca cheia de pão. Muita classe.

  - Bleh! - Anahí mostrou a língua ainda toda suja.

- Em pensar que eu beijei essa garota.

- Beijou e pediu bis.

- Amigão, por favor, mais dois pães na chapa que essa menina tá passando fome.

- Você paga. Tô totalmente sem grana.

- Me diz que você conseguiu esse emprego que eu não aguento mais pagar a conta.

- Consegui! - Anahí abriu um sorriso imenso.

- Jura? Cara, isso é incrível! Pede comemoração.

- E aí você quer que eu gaste o dinheiro que nem tenho ainda.

- No Bar do Joe, algo simples. Agora que seus irmãos trabalham lá, vai que rola uma rodada de graça.

- Ok. Hoje à noite. 

- Agora que eu vi, você se vestiu de mini executiva para a entrevista em uma academia de dança. 

Poncho olhou o visual de Anahí. A calça era risca de giz e seguia acompanhada por uma camisa de botão branca e brincos delicados e dourados.

- Eu queria parecer séria.

- Parece uma corretora de imóveis. 

- Cala a boca.

- Annie… - Poncho interrompeu a mordida que Annie dava no sanduíche.

- Hum. - Ela murmurou com a boca meio cheia.

- Está tudo bem mesmo na nossa amizade? Quer dizer…

- Hum. - Ela deu um gole no café de Poncho para ajudar a engolir o pão e a conversa que estava por vir. - Quer saber se podemos falar sobre qualquer coisa, é isso?

- Isso… 

- Ta… Você quer comemorar comigo hoje, mas, como bônus, quer dar de cara com a Danna, certo? 

- Talvez… Mas, Annie, ser seu amigo tem sido a melhor…

- Poncho. - Anahí o interrompeu; - Está tudo bem.  Nós ficamos, foi legal, mas…

- Foi mais que legal. - Ele interrompeu Anahí para pontuar.

- Certo. Foi, mas que legal, mas nós éramos muito diferentes nesta área da nossa vida. Tá tudo bem e você pode conversar comigo sobre o que quiser. E vice-versa, certo?

Anahí pareceu tranquila e madura e, de verdade, era o que ela queria ser, mas ela sentiu um frio na espinha ao dizer tudo aquilo para Alfonso. Era bom ser amiga de Poncho e, mesmo com toda possível queda por ele, ela sabia como ele era, não conseguiria ter paz se, por um acaso, ficassem juntos e, agora que tinha experimentado a tranquilidade e a sensação de conforto de ser amiga dele, não queria abrir mão disso.

- Certo. Eu fico aliviado por ouvir isso. Não quero ser um babaca com você, Annie.

- Você é um babaca, Alfonso. Mas tem sido um pouco menos babaca comigo.