Fanfic: Como família - Ponny, Vondy, AyA, DyU | Tema: rebelde, rbd

- Filha! Filhota! - Isabel correu na direção de Dulce e Anahí para abraçar as duas.

- Vamos devagar, mãe. - Dulce se desvencilhou do abraço. - Viemos conversar.

- Você não pode ignorar sua mãe para sempre, Dulce Maria.

- Sim, é por isso que viemos conversar. Onde estão os outros.

- Estamos aqui. - Christopher e os pais de Anahí chegavam à sala. - Estamos muito gratos por vocês decidirem conversar com a gente. - Declarou Jorge com um sorriso.

- Sentem-se! - Convidou Isabel com um gesto.

Ucker, Isabel, Jorge e Pedro sentaram-se no sofá, enquanto Dulce e Anahí acomodaram-se nas poltronas, de frente para eles.

- Como vocês duas estão? Estão se alimentando bem?

- Não começa mamãe. Você está começando totalmente errado.  

- Queremos deixar bem claro que não somos duas crianças bravas porque não foram ao aniversário de uma colega ou não receberam o que queriam de Natal. Estamos magoadas, fizeram pouco de nós, invadiram nossas vidas e nos desrespeitaram.

- Nós sabemos disso. - Declarou Jorge. - Estamos constrangidos.

- Sim. Mas temos nossos motivos.

- Pedro, por favor!

- É sério, Jorge. Dulce está trabalhando em um bar e Anahí passa boa parte do seu tempo no trabalho, mal deve ter tempo para estudar. Além disso, vocês têm um histórico. Princesa, você tem um amor da vida toda em cada esquina. Nos Estados Unidos, quase desistiu do curso por aquele rapaz, como era o nome?

- Jeffy. - Respondeu Jorge sem graça.

- Isso. Você morre de amores e esquece de tudo. Não pode nos culpar por ficarmos preocupados. E você, Dulce? Arrumou brigas em todos os acampamentos. Em um deles, quase fomos parar na delegacia.

- Aquele garoto mereceu, ok? E isso só mostra que eu sei me cuidar sozinha. 

- Estou começando a achar que foi um erro termos vindo até aqui. - Disse Anahí para Dulce. 

- Não, querida. Espere. Pelo amor de Deus, Pedro! Pare de falar bobagens. 

- Me deixem terminar. - Completou Pedro. - Só estou dizendo que por tudo isso tivemos medo. As baladas e as brigas da Dul, os amores tórridos da Annie… Mas agora sabemos que nos preocupamos sem motivos. - Declarou Pedro e Anahí e Dulce se entreolharam. - Ucker nos disse que Anahí não teve nenhuma paixão, nem mesmo se envolveu com qualquer rapaz que seja desde que chegou aqui. - A declaração do pai fez Anahí olhar para Ucker que sorriu para ela. - Além disso, pelo que ele também nos disse, Dulce tem sido paciente e tranquila, nenhum barraco até agora.

Dulce e Anahí pensaram no soco e na joelhada que Dul acertou no cara da boate e precisaram conter o riso.

- O que queremos dizer é que nos enganamos e sabemos assumir nossos erros. - Isabel parecia prestes a deixar escapar uma lágrima. - Amamos vocês e erramos por proteger demais vocês duas.

- E como podemos confiar nisso? Vocês já pareceram legais quando deram esse apartamento e nos incentivaram na mudança. - Perguntou Dulce.

- Vamos deixar vocês em paz. Sem espionagem, sem interferências. - Foi Pedro quem começou as promessas.

- Sem ligações de vídeo no meio da semana ou à noite, sem subestimar vocês.

- E como vamos saber se não estão recebendo relatórios ainda? - Perguntou Annie.

- Não precisam se preocupar comigo. Estou voltando para a casa dos meus pais. 

- Isso é ridículo. - Dulce alterou-se. - E vocês concordaram com isso?

- Filha, Ucker disse que não tinha mais nada para fazer aqui.

- Ah, claro, a não ser uma faculdade, né?

- Eu sei que não fará sentido morar aqui com vocês. Sei que não confiam mais em mim, que estão bravas…

- Então, vai procurar o caminho mais fácil, né? - Anahí parecia irritada. - Não vai resolver tudo com nós duas, ou conversar com a gente como adultas, vai pegar suas coisas e voltar para a casa dos seus pais. Abandonar tudo por uma coisa idiota e infantil. Acho que você é que precisa de uma babá.

- E vocês usaram o Ucker, aproveitaram os relatórios dele e agora, simplesmente, abrem mão dele e deixam que ele desista de tudo para voltar para a casa dos pais. E aquele papo de que somos todos família?

- Filha… É uma decisão dele.

- Uma decisão que vocês gentilmente acataram. Querem saber o que eu acho?  Acho que ficaram de cabelo em pé por saber que ele me deu uns pegas na cozinha do bar. 

Ucker ficou sem graça com as palavras de Dulce e Anahí não conseguiu segurar o riso.

- E, agora, estão achando mais saudável não terem o Ucker morando sob o mesmo teto que eu. Pois, eu tenho uma pergunta, o que vocês preferem? Que Annie e eu voltemos para essa torre de marfim ou que a gente arrume uma república bem barata e bem barra pesada.

- Claro que queremos que voltem, querida. - Pedro parecia confuso. - O apartamento de vocês.

- Pois bem! Então, o Ucker fica. - Dulce ficou ainda ainda mais satisfeita aos ver o choque nos olhares de todos. 

- A Dulce tem razão. Abrir mão do Ucker, agora, é fácil para vocês, mas não é justo.

- Não vai ser fácil a relação, Christopher. Não vamos morrer de amores por você. Mas, você precisa terminar a sua faculdade e, querendo ou não, nós fomos criados como família, você merece estar aqui e terminar seu curso tanto quanto nós. Além disso, vocês nunca vão saber se Ucker e eu estaremos convivendo em harmonia ou nos pegando loucamente em cada canto desse apartamento e essa imagem mental nunca vai abandonar vocês.

- Dulce Maria!

- Oi, mamãe. Vocês merecem! E então, aceitam nossos termos?

- Bem… - Jorge olhou para Pedro e Isabel. - Acho que é o mínimo, certo?

- Meninas, eu sinto muito. - Ucker começou. - Mas não precisam fazer isso por mim.

- Não seja infantil e cabeça-dura, Ucker. Só estamos sendo práticas. - Respondeu Dulce. - Nos ouça e prove para nós que sabe quando a hora de nos dar razão.

- Você realmente foi sincero comigo em algum momento, Ucker?

- Claro, Annie. Você é minha irmã. Eu faria qualquer coisa por você. Estou muito arrependido.

- Então, busque o caminho mais difícil e fique. Fugir só provaria que você não se importa com nós duas e nem com seu futuro.

- Certo. - Ucker abaixou a cabeça. - Você tem razão.

- Sim. Temos. - Completou Dulce. - Mas não termina por aí. Annie, quer fazer as honras?

- Claro, Dul. Queremos as chaves que vocês têm. Não precisam delas. Se vocês dizem que o apartamento é nosso, então, só precisam entrar quando estivermos aqui para abrir pra vocês.

- Uau! - Isabel pareceu surpresa.

- Elas têm razão. - Concordou Jorge.

- Ok, meninas. Estão sendo um pouco radicais, mas concordamos. Mais alguma coisa? - Perguntou Pedro.

-  Nem preciso dizer que continuarei no bar e a Annie continuará no trabalho dela. Ucker vai voltar ao horário dele de trabalho para continuar fazendo a faculdade e, já que  ele não precisa mais da ajuda financeira de vocês e, pelo visto, vocês têm grana de sobra, queremos o dinheiro que dariam este mês ao Ucker.

- O dinheiro? Podemos saber para quê? - Questionou Pedro.

- A academia em que trabalho faz doações para um orfanato aqui da região. A grana será para ajudá-los. Vamos fazer algo por crianças que não tem pais. Já que nós temos pais até demais.

- Uau! - Era a única coisa que Isabela sabia dizer.

- Combinado. Estou orgulhoso, meninas. É uma bela iniciativa.

- Jorge tem razão. Estamos orgulhosos, é uma ótima iniciativa.

- Bem… - Ucker levantou-se e pegou sua carteira. - Aqui está a minha parte. Aos poucos, quero devolver o dinheiro que eles me deram para vigiar vocês. Ainda é só uma parte, mas espero que já possa ajudar no projeto de vocês.

- Hum. Ajudará sim. - Dulce pegou o dinheiro. - Ótimo!