Fanfic: Como família - Ponny, Vondy, AyA, DyU | Tema: rebelde, rbd

Anahí lavou o rosto e respirou fundo antes de sair do banheiro. Desceu as escadas até a sala, onde suas tias já estavam com Ucker, Dulce e Diego. Respirou fundo mais uma vez, sempre foi péssima em mentir, mas precisava de tempo.

Achou que seria impossível fingir qualquer interesse por Nádia agora que sabia de tudo o que ela havia escondido todo esse tempo, mas assim que viu a tia com a região dos olhos ainda arroxeadas e a boca um pouco inchada, sentiu suas resistências desmoronarem.

- Ah, tia… - seus olhos se encheram de lágrimas. Dulce tinha razão, tinha um coração mole.

- Olá, querida! - Nádia estendeu os braços para Annie.

- Como você está, tia?

- Melhorando, querida. - Ela se afastou de Annie para observá-la melhor. - Você está tão linda!

- Obrigada! - Annie respondeu sem graça. - E o Diego. - Annie sorriu para o menino.

- Oi! - respondeu Diego com um sorriso tímido.

- Que alegria ver vocês!

- Estamos alegres demais por nossa família toda reunida. Só faltam seus pais.

- Sim, tia! - Annie deu um abraço em Isabel. - Eles vêm.

- Sim, sim, acabei de avisar que vocês chegaram, já já estão aqui.

- Ah… - Annie sentiu um aperto ao pensar nos pais sabendo da verdade. - Que bom. 

- Você está bem, Annie? Demorou tanto no banheiro…

- Sim, maninho. Eu estou naqueles dias. 

- Você… Voltou a me chamar de maninho. - Ucker sorriu. 

- Claro! - Annie teve que se controlar para não chorar.

- Maninha. - Ucker sorriu e abraçou Anahí.

Isabel e Nádia trocaram um olhar cúmplice ao ver Annie e Ucker se tratando como irmãos. Anahí fingiu não perceber a troca de olhares entre as duas, mas aquilo fez voltar nela uma grande irritação.

- Bem… - ela se afastou do abraço e deu um beijo no rosto de Ucker. - Eu preciso retornar uma ligação.

- Huuuuuum. - debochou Dulce.

- Cala a boca. - Annie deu língua para ela.

Anahí afastou-se para ler as mensagens de Poncho. Ele pedia pra que ela tivesse paciência e continuasse dissimulando.

“Aguenta firme. Já estou chegando.”

Annie chegou a pensar em contar tudo a Dulce, mas só de pensar na reação explosiva da prima, ela tremia, não estava pronta para um furacão Dulce.

- Tudo bem, Annie? - Dul se aproximou da prima.

- Tudo. Eu… Sabe da padaria da Mayra? 

- Claro que sei, Annie, a tia da Mai.

- Exato. Então, me deu saudade daquelas tortas dela. Vou lá fazer umas comprinhas.

- Ah. Não quer companhia?

- NÃO!

- Ei… O que houve?

- Nada. Desculpe. É que me faz falta andar por aqui como antes, sozinha, caminhar um pouco. Além do mais, quero passar na boutique, olhar umas coisinhas que só tem por aqui.

- Hum… Sei… Vai passar na Mai?

- Não. Ela está em um evento da faculdade em Paraty.

- Ah, sim. Tem certeza que não quer companhia?

- Absoluta. Obrigada.

Anahí saiu da casa sem levantar muitas suspeitas, precisava se afastar de todos, precisava de tempo. Na rua, teve que lutar contra as lágrimas pensando no impacto que tudo aquilo poderia ter no casamento dos pais, nas relações familiares, na vida do Ucker.

Dulce, em casa, sentia que tinha algo de errado com a prima, mas não sabia dizer o que era. Além disso, outra coisa a incomodava, a expressão triste e preocupada de Ucker dava vontade de chegar perto dele, abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas não faria isso.

- Tudo bem? - Ucker se aproximou de Dulce.

- Ah, oi? O que foi?

- Perguntei se está tudo bem, você está aí, distraída, olhando pela janela… Pensando em alguém?

- Claro que não, Ucker. Em quem eu ia estar pensando?

- Não sei… No seu namorado? 

- Ah. Não, nem estava pensando nele.

- Então, estão mesmo namorando.

- É… - Dulce ficou sem graça ao responder. - Ele me pediu em namoro na noite antes de recebermos a ligação sobre sua mãe.

- Ah, claro. - Ucker deu um sorriso falso. - Fico feliz que esteja feliz. - ele disse se afastando.