Fanfic: Como família - Ponny, Vondy, AyA, DyU | Tema: rebelde, rbd

Na casa dos pais de Anahí, Jorge esperava no sofá pela chegada do marido. Eles precisavam conversar sobre tudo o que havia acontecido na casa de Isabel.

- Querido… - Pedro sentiu as mãos suarem ao ver que Jorge esperava no sofá.

- Oi, Pedro. Como ficaram as coisas com a Nádia?

- Bem… Ela tentou se justificar, mas não há nada que ela diga que possa minimizar o que ela fez. - Pedro fechou a porta, colocou a chave sobre a estante e caminhou até o sofá.

- Sim. Ela mentiu. Muito. Para todos. Por muito tempo. 

- Eu não acredito nisso até agora. - Pedro puxou uma cadeira e sentou-se de frente para Jorge. - Ucker… Meu filho…

- E eu não acredito que você se envolveu com a Nádia e eu nunca soube. 

- Jorge. - Pedro segurou as mãos do marido entre as suas. - Você ouviu o que ela disse. Foi apenas uma noite, nós éramos jovens e não significou nada para mim.

- Como não significou nada? Vocês continuaram sendo melhores amigos…

- Sim. Exatamente. Porque decidimos esquecer o assunto. Eu não sabia o que era estar com uma mulher e era tão difícil ser gay em uma família como a minha. Eu estava confuso. Eu precisava saber se não havia outro caminho.

- Você queria saber se conseguia ser hétero.

- Exato. E naquele dia eu percebi que não. Não havia escolha. Porque no dia seguinte eu me senti sujo. Imundo. Como se estivesse vivendo uma mentira. E Nádia pareceu compreender. Depois eu conheci você, Jorge. Quando eu te conheci, nenhuma dúvida resistiu. De repente, eu me sentia pronto para lutar contra o mundo.

- Pedro… - Jorge olhou para Pedro com os olhos marejados.  - É difícil.

- Eu sei, querido. Sei disso. Mas tivemos uma vida antes de nos conhecermos. E, na minha vida, tudo era confuso e cinza. Nádia e Isabel eram as únicas pessoas ao meu lado e eu fiz coisas que não faria se não estivesse tão confuso. Fiz o que fiz com Nádia uma vez, mas depois ela voltou a ser minha melhor amiga e só. A pessoa que nos ajudou a cuidar da Annie tantas vezes.

- Eu sei. - Jorge acariciou a mão de Pedro.

- Eu te amo tanto! Me perdoe por não falar sobre Nádia. Mas isso faz tanto tempo e…

- E eu mesmo disse que não precisávamos prestar contas do nosso passado um para o outro.

- Exato. - Pedro levou as mãos de Jorge aos lábios e as beijou.

- Mas ela te deu um filho.

- Não. Ela tirou um filho de mim. Por anos. Você me deu uma filha, Annie, a prova perfeita do nosso amor. E foi essa menina linda que nós criamos que me mostrou que eu tenho um filho. Se não fosse por ela, eu continuaria no escuro.

- Sim. Tem razão. Ela deu conta de tudo sozinha. Annie é nosso presente e você é o amor da minha vida. - Jorge sorriu.

- E você é o meu. - Pedro retribuiu o sorriso e acariciou o rosto de Jorge.

- Mas, agora você sabe que tem um filho, Pedro. Precisamos fazer algo a respeito. 

- Eu não sei o que fazer. Sempre amei Ucker. Ele era meu sobrinho amado, mas agora…

- Agora ele é seu filho, como Annie. E tudo que não pudemos fazer por ele, precisamos fazer a partir de agora. 

- Sim. Tem razão. Obrigado, querido! - Pedro sorriu com delicadeza para o marido.

- Christopher faz parte da nossa família agora, Pedro. Vai ser estranho no começo, mas vamos nos acostumar. Eu sei que a Annie já o considera como irmão.

- Sim, querido. E eu pensei sobre isso. Dulce disse que Ucker a beijou. Já pensou se…

- Se ele e Annie tivessem se envolvido? Foi a primeira coisa em que pensei.

- Sim. - Pedro balançou a cabeça. - Nádia foi irresponsável demais! Egoísta!

- É… Eu ainda não quero olhar para ela ou Isabel. 

- Nem eu. Minha prima… Tantos anos me escondendo meu filho. 

- Não vamos pensar nelas, vamos pensar em Ucker. Que tal marcarmos um jantar para ele amanhã? 

- Jura, querido? - Pedro abriu um grande sorriso. - Estaria ao meu lado nisso?

- É claro, Pedro, sou seu marido, estou ao seu lado para tudo.

- Sim. - Pedro selou os lábios de Jorge com um beijo. - Para tudo e para sempre!

Dul, Annie, Poncho e Ucker já estavam próximos ao hostel, quando o telefone de Christopher tocou. Ele bufou antes de pegar o celular, temendo que fosse sua mãe, mas o que ele leu na tela do aparelho foi “Tio Pedro”.

- É seu pai. - Ucker mostrou a tela do celular para Annie.

- Nosso. - Annie o corrigiu.

- É… - Ucker deu de ombros.

- Atende, garoto! Vocês precisam conversar. - disse Dulce com certa alteração no tom de voz.

- Mas não quero conversar por telefone. - Ucker ainda olhava para a tela do celular.

- Atende! - Dul pegou o celular da mãe de Ucker e atendeu. Depois, colocou o aparelho na orelha dele.

- Alô! - Ucker respondeu enquanto olhava para Dulce com a testa franzida. - Sim, estou bem - Ele tirou o celular da mão de Dul e o segurou sozinho. - Amanhã? Tem certeza? Não… Acho que não tem problema. Tudo bem. Sim, ela está comigo. Eu falo com ela… Até amanhã então.

- O que houve? - Annie perguntou assim que Ucker desligou o telefone.

- Dulce, nunca mais faça isso. - Ucker voltou-se para a ruiva com a voz seca.

- Você precisava atender, Uckermann. Eu só dei um empurrão. 

- Maria… - ele bufou, passando a mão no cabelo. - Você não tem jeito!

- Não tenho, mas não me chame de Maria. Diz logo! O que o Tio Pedro queria?

- Parece que teremos um jantar amanhã, Annie.

- Sério? Meu pai te convidou para jantar?

- Sim. Quer que estejamos todos juntos. Eu, você, ele e Jorge. Em família.

- Ah, isso ótimo! - Annie sorriu. - Me parece que é um sinal de que meus pais estão bem um com o outro.

- Isso tudo é tão estranho… - Ucker coçou a cabeça.

- Eu sei. Mas vai ficar tudo bem. - Annie abraçou Christopher. - Eu estarei com você.

- Eu sei. - Ucker sorriu para Annie.

- Ainda bem que é jantar e não almoço. Assim, vocês podem beber sem preocupação hoje. - Dulce quebrou o clima entre os irmãos.

- Ah, Dulce… - Poncho ria. - Você é incrível! Sabe bem quais são as prioridades.

- Obrigada! - Dul piscou ironicamente para Poncho. - Agora, que tal nos arrumarmos para sair. Pensei em sairmos mais cedo para comermos algo antes da balada.

- Me parece uma ótima ideia. - concordou Poncho.

Poncho ficou no hostel, enquanto Ucker, Dul e Annie seguiram para a casa dos pais de Dulce. Não cumprimentaram ninguém e foram direto para os seus quartos. No tempo em que esteve na casa, Ucker teve que ouvir os questionamentos de Diego que queria entender o que estava acontecendo, mas ele sugeriu ao irmão que perguntasse a sua mãe. Nádia e Isabel também tentaram falar com Christopher e Anahí, mas todas as tentativas foram sem sucesso.

Algum tempo depois, Dulce já estava cansada de esperar por Anahí e Ucker. Ela tinha preparado todas as piadas possíveis para debochar do fato de eles serem irmãos e serem "atrasildos". Mas, então, Ucker desceu as escadas e Dul não soube se era a camisa entreaberta combinada com a jaqueta de couro ou se eram as lembranças daquele dia mais cedo, quando eles rolaram pelo chão da quadra da escola, só o que ela sabia é que o ar faltou em seus pulmões e as palavras sumiram da boca que ela não conseguia fechar.

- Está tudo bem? 

Ucker perguntou e Dulce apenas fez que sim com a cabeça. Então, Dulce levantou do sofá onde estava sentada, torcendo para que suas pernas não falhassem, e Christopher pôde finalmente contemplá-la. Ele sentiu-se hipnotizado e, de repente, sua boca abriu-se como a de Dulce. Ele sempre a achava linda, mas, naquela noite, era como se ela estivesse desenhada para enlouquecê-lo. 

- Belo vestido… - Ucker sorriu de canto de boca, enquanto seu olhar passeava pelo vestido de Dulce.

Christopher sentia como se seu corpo fosse empurrado na direção de Dulce e ele caminhou para mais perto dela. Ela era linda! Mas também era atrevida, esperta, única. A energia entre os dois era quase palpável e algo parecia fazer com que eles diminuíssem a distância física cada vez mais.

- Você também não está mal. - Dulce respondeu, mas não sorriu. Tinha medo de perder ainda mais seu controle. 

Ucker caminhou um pouco mais, chegando perto o suficiente para sentir o perfume de Dulce invadir todos os seus sentidos. Ele ajeitou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto dela e aproximou-se mais de Dul, quase encostando seu nariz no pescoço da ruiva, sentindo cada detalhe do cheiro dela, como se quisesse gravá-lo em sua memória.

• Seu perfume é delicioso… - ele disse em um fio de voz e Dul sentiu todo o seu corpo arrepiar.