Fanfic: Como família - Ponny, Vondy, AyA, DyU | Tema: rebelde, rbd

- Posso saber quem é? - Poncho perguntou.

- Caio. Só uma das maiores paixões da Annie.

- Ah… - Poncho sentiu a garganta secar ao ouvir aquilo. - Interessante. Vocês namoraram?

- Nós ficamos algumas vezes e eu confundi as coisas, mas ele nunca quis nada sério. - Anahí olhava para o chão. - Eu era só uma menina boba e magrela e ele…

- Era um dos idiotas mais populares do colégio.

- Para de olhar, Dulce, ele vai acabar percebendo…

- Tarde demais, Barbie. - Dul exclamou entre dentes, enquanto acenava. - Ele está vindo.

- Eu vou te matar, Dul.

Annie mal teve tempo de terminar sua frase, Caio já estava diante dela, com um meio sorriso nos lábios. Poncho olhou para aquele homem e imaginou Anahí sofrendo por ele. Vê-la com Derrick era estranho e fazia com que ele sentisse que estava perdendo sua melhor amiga, mas aquilo era diferente, aquele cara na sua frente havia extraído suspiros e lágrimas de Annie e isso era perturbador.

- Boa noite, Dul! - Caio falou mais alto que a música e deu dois beijinhos em Dulce. - Eu não sabia que estavam de volta.

- Estamos apenas fazendo um visita. - Dulce retribui apenas com um sorriso de canto de boca. 

- Annie… Você está… - Caio apreciou Anahí dos pés à cabeça. - Perfeita! 

- É muita gentileza a sua. - Anahí respondeu com uma voz trêmula.

- Não estou sendo gentil. 

Caio piscou para Anahí e aproximou-se dela, beijando seu rosto, próximo à boca. Annie sentiu sua perna vacilar e, instintivamente, segurou a mão de Poncho, que estava ao seu lado, apertando.

- Oi! - Poncho interrompeu o contato visual entre Annie e Caio. - Prazer, cara! Sou Alfonso. - ele ofereceu a mão para Poncho apertar.

- Ah… - Caio deu uma breve olhada para Poncho. - Prazer.

Antes que Caio voltasse a falar com Anahí, Ucker, Christian e Zoraida voltaram do bar, trazendo as bebidas. Poncho reparou que Christopher fechou a cara assim que deu de cara com Caio e não pôde evitar de curtir a antipatia que parecia existir entre eles.

- Caio. - a voz de Ucker era firme e grave e ele não esboçou nenhum sorriso.

- Uckermann. - Caio ofereceu um sorriso irônico. - Como vai?

- Estava tudo muito bem. - Ucker continuava sério.

- Hul… - Christian sussurrou no ouvido de Dulce. - Que climão!

- Nem me fale. - Dulce sussurrou de volta. - Tô adorando. - ela estendeu a mão para pegar a cerveja que Cris carregava.

- Tudo bem? - Poncho perguntou para Annie, enquanto Caio estava distraído cumprimentando Zoraida e trocando olhares agressivos com Ucker.

- Acho que não muito. - Annie respondeu a Poncho.

- Aqui, Annie. - Ucker ofereceu uma cerveja para Anahí que pegou a garrafa e virou desesperadamente.

- Ei! - Poncho repreendeu Anahí. - Vai com calma, fada.

- Me deixa. - ela parou um instante para respirar.

- Annie… - Caio voltou-se novamente para ela. - Posso te pagar uma bebida? 

- Já paguei a bebida dela. - Ucker respondeu entre dentes.

- Acho que ela pode responder sozinha quem vai pagar sua bebida, Uckermann.

- Acho que posso pagar minha própria bebida. - Anahí gritou o máximo que pôde. - Caio, foi bom ver você, mas… - ela continuava segurando a mão de Poncho. - Estou mostrando Angra para o Poncho. Não posso deixá-lo.

- Ah… Claro. - Caio sorriu. - É seu amigo do Rio…

- Poncho é mais que um amigo. - ela tentou sorrir enquanto mentia. - E-ele… - Anahí não conseguiu evitar gaguejar.

- Eu estou tentando convencer essa loira a me dar uma chance. - Poncho interrompeu, piscando para Caio.

- COMÉQUIÉ? - Chris sussurrou para Dulce, sorrindo.

- Isso tá muito bom! - Dul deu mais um gole na cerveja. 

- Vamos ao bar, minha fadinha, você já detonou sua cerveja.

- Ah, claro! - Anahí sorriu para Poncho. - Foi um prazer ver você, Caio.

- O prazer foi todo meu. - ele olhou com desejo para o vestido curto de Anahí. - Gostaria de conversar qualquer dia desses.

- Ah… A gente se fala. - Annie respondeu antes de sair arrastando Poncho pelo lugar.   

Anahí levou Poncho até um canto mais reservado, onde a música era um pouca mais baixa e havia algumas poltronas, onde um ou outro casal se beijava e uma garota aproveitava para descansar. Annie desabou sobre a única poltrona vazia e Poncho sentou no braço da poltrona, ao lado dela.

´- Não que eu tenha qualquer problema em fingir que sou seu brinquedinho sexual, mas você pode me explicar o que foi tudo isso?

- Desculpe. Eu fiquei sem ação ao vê-lo…

- Já disse que não tem problema. Eu só quero entender.

- Caio andava com Dulce, com o grupinho dos populares, e eu era apaixonada por ele.

- Hum…

- Ele me ignorava, claro. Eu demorei a me desenvolver, era boba demais, magrela demais e desengonçada demais…

- E insegura demais.

- É… - ela riu. - Por aí… Mas, quando eu já tinha 15 anos, no aniversário de 16 anos da Dul, ele me olhou diferente. Ele me levou pra um canto e nos beijamos. Não era meu primeiro beijo, mas era o mais importante, porque eu era apaixonada pelo Caio. Nós começamos a ficar, mas era tudo escondido, até porque o Caio tinha uma fama ruim e o Ucker, que tava na cidade por conta do aniversário da Dul, ficava olhando pra ele com uma cara de “fica longe da Anahí”, sabe?

- Sim. Conheço esse olhar.

- Então… Eu estava nos céus, ele tinha olhado pra mim. Eu fiquei feliz da vida, mas só dividi aquilo com a Mai, que era a minha melhor amiga, nem pra Dul eu contei. Mas sabe como é a Dulce, ela fareja as coisas. Um dia ela veio me dizer que ele não era o cara pra mim, que ele ficava com outras meninas e que ele iria querer coisas. Ela só não imaginou que eu estivesse tão absurdamente apaixonada por ele a ponto de dar o que ele quisesse.

- Não… - Poncho segurou a mão de Anahí. - Você perdeu a virgindade com ele, fada?

- Sim… Em uma conversa eu dei a entender que estava pensando nisso e ele ficou tão feliz, tão encantado por mim, que eu decidi que era a coisa certa a se fazer.

- Que imbecil! O Ucker tem toda a razão de olhar pra ele com aquela cara.

- Não! O Ucker não sabe disso. Sabe que ele foi um babaca comigo e tudo mais, mas não sabe que nós transamos. Nem que ele me deu o chute depois de tudo. 

- Ele te deu o chute? Como foi isso?

- Um belo dia, ele me disse que eu era uma fofa, mas não era o tipo de mulher pra ficar com ele, que ele era um lobo solitário, que eu merecia outro tipo de cara… Eu chorei muito. Depois, culpei o Ucker, porque a Dulce viu quando ele deu uma dura no Caio em uma festa pouco antes de tudo acontecer. Mas, não demorou muito até o Caio assumir um lance com Jaqueline, a garota mais espetacular da escola. Todo mundo queria ficar com ela, mas ele a fisgou. Então, é lógico que ele não podia correr o risco de que uma chorona de quem ele tinha tirado a virgindade colocasse tudo a perder.

- E você ficou mal…

- Muito mal. Eu só pensava em tudo o que ele me dizia. Ele sempre repetia o quanto eu era linda, diferente, especial… Eu fiquei sem chão, mal tinha vontade de ir à escola. Eu tenho esse problema… Por isso meus pais têm tanto medo de me deixar sozinha… Eu me apaixono por caras idiotas ou simplesmente por homens que não querem nada sério e me deixo levar, mergulho de cabeça.

- Por isso você interrompeu qualquer coisa entre nós.

- Ei, Poncho… - ela acariciou a mão dele. 

- Não. - ele sorriu. - Está certa. Eu seria um babaca.

- Mas é o melhor amigo que eu já tive. 

- Amigo que você usou pra colocar ciúmes no babaca…

- Não foi bem ciúmes. Eu só queria que ele achasse que eu tô bem, que alguém me quis…

- Olha, Annie… Ele viu que você tá bem. Quer dizer… Você é linda sempre, mas hoje… Você está uma mulher de tirar o fôlego.

- Menos, Poncho. - ela sorriu sem graça.

- Eu tô falando sério. E, de fato, muita gente te quis. E te quer, né? - ele riu. - Eu quis continuar ficando com você mesmo depois de você ter vomitado em cima de mim. E o Derrick, o seu patrão bonito e bom moço, está encantado por você. 

- Tá?

- Ah, Anahí. - ele bateu com o ombro no dela. - Não se faz de boba! 

- Obrigada, tá? - Annie recostou na cintura de Poncho.

- Ei. Obrigada por quê?

- Por tudo. Por estar comigo.

- Annie… - ele fez Anahí olhar para ele. - Obrigado por me permitir ser seu amigo. Estou me tornando uma pessoa melhor.

- Meu cara de pau! - ela sorriu. - Te adoro. - Annie recostou novamente nele.