Fanfic: Seguirás Em Mim - Vondy | Tema: Vondy

Christopher

Dulce se acalmou aos poucos, murmurando palavras inteligíveis enquanto seu coração acelerado voltava a bater normalmente e sua respiração suavizava até estar finalmente rendida pelo cansaço. Soltei um suspiro de alívio quando notei que minha menina ressonava tranquilamente em meus braços, vencida pela exaustão, seu rosto era sereno enquanto dormia e não demonstrava o inferno que sua cabeça havia enfrentado instantes atrás. Dul era uma verdadeira guerreira.

Tentando não fazer nenhum movimento brusco para que ela despertasse, puxei-a mais contra meu corpo e levantei lentamente, passaria a noite em claro velando seu sono se fosse preciso, mas não tiraria os olhos dela, nunca mais. E marcaria um horário com seu terapeuta assim que voltássemos para a capital. Com todo cuidado do mundo, depositei-a sobre o colchão e beijei sua testa.

– Christopher...

Ela sussurrou quando se remexeu na cama.

– Eu estou aqui, volte a dormir, meu amor. – Acariciei seu rosto, suavemente. – Está tudo bem, estamos todos bem agora.

– Eu sei. – Ela respondeu sem abrir os olhos, ainda imersa em seu sono profundo. – Você estava lá para nos salvar.

Fiquei surpreso e fascinado com a revelação, o cérebro humano era mesmo uma caixinha de surpresas, nós simplesmente não podíamos controlar absolutamente nada sobre ele, sequer o conhecíamos completamente e mesmo assim o amor era mais forte do que uma anatomia incompreendida pelo homem, vencendo qualquer batalha, contornando qualquer obstáculo.

– Sinfonia... De amor.

Meu coração perdeu o ritmo totalmente, batendo tão fraco que pensei que tivesse parado de vez. Onde quer que ela estivesse, perdida naquele limbo obscuro, escutou minha voz enquanto cantava sua canção, eu sabia que a música sempre nos conectaria, mas não imaginei que fosse tão profundamente, quando nossas mentes estivessem tão distantes.

Esperei que ela dissesse mais alguma coisa, no entanto ela ficou completamente em silencio, caindo no sono outra vez.

– Durma bem minha fada, estarei aqui por você quando acordar.

Abri a porta de correr que dava acesso para a sacada que estávamos mais cedo, a casa tinha uma varanda suspensa que serpenteava toda a parte de trás, dois quartos e uma sala de estar davam acesso à ela, eu gostava de como aquilo se desenhava, podia imaginar um menino correndo por aqui, entrando em um cômodo e saindo pelo outro, um sorriso sapeca nos lábios enquanto eu tentava pegá-lo numa corrida divertida. Dulce nos olharia feio, mas por dentro estaria sorrindo. Seria uma vida boa, a mulher que eu amava estaria ao meu lado todas as noites com seu corpo sexy e me acordaria com seu sorriso de tirar o fôlego, nosso moleque correria pela casa, sendo a cópia fiel do mini-terrorista que eu fui ou uma pequena fadinha voaria pelos cantos enfeitiçando a todos com sua doçura, assim como sua bela mãe. Seria a po/rra de uma vida boa!

 O vento que soprou da varanda fez meus pensamentos voarem para a capital, com toda a confusão das revelações e o ataque de pânico de Dulce, não tive tempo de checar se tudo tinha corrido bem, quando recebi a ligação de Hans confirmando que seria esta noite, senti a descarga de adrenalina tomar conta de todo o meu corpo, apesar de saber que tudo aconteceria naquele final de semana, a possibilidade de alguma coisa dar errada e prejudicar minha Dulce era infinitamente grande, mas não poderíamos conviver diariamente com o medo de ter um vídeo íntimo vazado de uma hora para outra. Eu precisava protegê-la de todas as formas que pudesse, e nossa ausência da cidade foi estrategicamente orquestrada para que ficássemos a margem de qualquer suspeita quando a casa de Cristina fosse invadida pelos homens de confiança de meu advogado e recuperasse o vídeo das mãos do idiota do Paco, não sem antes deixá-lo irreconhecível até para sua própria mãe e eu seria hipócrita se não admitisse que queria muito ser o responsável por acabar com a raça daquele filho da pu/ta.