Fanfic: Seguirás Em Mim - Vondy | Tema: Vondy

Christopher

Ter Dulce nos meus braços parecia tão certo quanto respirar. Tudo nela me fascinava, me desarmava e me deixava completamente apavorado, e se eu fosse menos cético, poderia jurar que éramos malditas almas gêmeas destinadas ao amor eterno, mas ironicamente a vida fazia questão de nos manter separados a todo custo. Vê-la de mãos dadas com outro cara depois da nossa ultima noite deu um nó na minha cabeça, quando ele a beijou foi como se o pouco dos pedaços que colei do meu coração se partissem outra vez, eu não queria olhar, mas não pude desviar, aquela cena me assombraria para sempre.

E pela primeira vez meu lado masoquista trouxe algo diferente de desilusão e raiva, eu tive a ligeira impressão de que ela não retribuía o beijo de maneira tão apaixonada, para ser honesto, ela parecia ter sido pega de surpresa e aquilo me trouxe um alívio surreal, mas havia algo mais entre eles, uma tensão latente, disfarçada por nada menos que asco, pelo menos da parte dela. Eu vi quando seus ombros cresceram ligeiramente, seu queixo se ergueu em claro sinal de desafio e ela cuspiu algumas palavras, não sabia dizer se ela estava sendo corajosa ou estúpida por desafiar seu próprio noivo em público, mas se foi capaz de enfrentá-lo diante de todo o aeroporto alguma coisa estava errada, muito errada. Paco contra-atacou, ferindo-a, desarmando-a do que quer que fosse, eu vi a derrota dominar seu corpo e meu sangue ferveu, era como se lavas estivessem correndo por todo o meu corpo, minha razão ia para o espaço à medida que meus pés se moviam naquela direção.

Eu o incitei, chamei sua noiva de baby e fiz questão de não esconder o que sentia por ela, não que isso fosse possível, mas não me esforcei para que ele pensasse o contrário. Estava cego de raiva, louco de amor e tomado de desespero, mas por Deus, eu não esperava por uma briga, o inferno de uma briga de verdade! O cara estava totalmente desequilibrado, nada do sujeito especial e cortês que Dulce tinha pintado na outra noite, ele estava totalmente fora de si e minha tática de não revidar foi por água abaixo quando vi o brilho doentio em seu olhar, ele queria machucá-la, merda, o que diabos ele poderia ter feito todo esse tempo com ela? Hoje eu estava aqui, mas e ontem? Nos dias anteriores? Filho da pu/ta miserável! Sentia-me um verdadeiro lixo por ter deixado o cara desacordado, porque sempre odiei situações em que a violência fosse um meio mais fácil do que a conversa e o bom senso, mas se esse bastardo tivesse encostado em um só fio de cabelo de Dulce, eu não o soltaria quando ele ficasse inconsciente, eu faria questão de mandá-lo direto para o inferno com minhas próprias mãos.

– Baby? – Senti o corpo de Dulce parar de convulsionar contra mim e ficar languido. Meus sentidos logo ligaram o alerta. Não era a primeira vez que ela desmaiava depois de uma emoção muito forte, a primeira vez foi assustadora pra cara/lho. – Dulce, fica comigo, por favor.

Pedi acariciando seu rosto enquanto tentava levantar com ela em meus braços.

A confusão toda não passou de dois ou três minutos, mas nenhuma segurança do aeroporto tinha aparecido, bom, nada novo, pois estávamos no México, mas agora eu precisava da droga de uma ambulância ou qualquer merda que pudesse examiná-la. Olhei em volta, as pessoas ainda estavam olhando a cena toda, tirando fotos e cochichando umas com as outras, a fama era mesmo uma merda, esses abutres não sabiam de nada e mesmo assim especulavam sobre tudo. Fiquei de pé quando seu corpo pesou um pouco mais e eu sabia que ela estava desmaiada, droga! Saí a passos largos para fora daquele palco dos horrores, a multidão abrindo o caminho para que eu pudesse passar e logo avistei três seguranças que vinham correndo em nossa direção. Até que enfim.

– Eu preciso de um posto médico. – Gritei para eles.

– Aqui. – Um deles parou, apontando para uma porta que eu nunca soube que existia. – Vamos por ali, vai ser mais rápido.