Fanfics Brasil - 31 Desejo Proibido - Vondy ( Finalizada )

Fanfic: Desejo Proibido - Vondy ( Finalizada ) | Tema: D&C


Capítulo: 31

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Christopher sorriu.


— Deixa de ser preguiçosa. — Seu tom era de descontração. — Se não alimentar nosso bebê ele não vai nascer saudável.


Meu coração falhou uma batida. Ele disse nosso bebê?


Como assim? Será que tinha descoberto que na verdade, era pai do filho que eu esperava?


— Nosso bebê?


— Claro. Só porque não fui eu quem fiz, não significa que ele não seja meu. Vocês dois são a minha família agora.


Processei suas palavras e minha consciência pesou amargamente, pelo fato de estar enganando-o mais uma vez. Antes eu não podia falar que aquele filho era dele porque isto o faria se sentir obrigado a ficar comigo, entretanto, agora esse risco já não existia mais, pois estávamos definitivamente juntos. Christopher tinha me assumido mesmo acreditando que eu esperava o filho de outro homem, o mínimo que ele merecia era saber a verdade.


Assim, afastei-me o suficiente para encará-lo e declarei:


— Ele é seu.


Senti seus músculos se retesarem de tensão de encontro à minha nudez, sua fisionomia contraindo, para logo em seguida relaxar.


— Como é?


— Isso que você ouviu. Eu menti. Estou grávida de duas semanas e não de oito como te disse. Inventei isso para que você não se sentisse obrigado a ficar comigo.


Com uma ruga profunda se formando no meio da sua testa, Christopher me encarou em silêncio por um tempão, enquanto eu tremia em expectativa. Por fim seu olhar deixou o meu, descendo para meu ventre ainda achatado, sobre o qual espalmou sua mão.


— Minha nossa! Tem uma parte de mim aqui dentro. — Sussurrou e por fim abriu um sorriso tão lindo, que quase me deixou sem chão. — Você não devia ter mentido, mas não vou te julgar, pois entendo os motivos. Agora vamos comer alguma coisa antes que meu garoto morra de fome.— Beijou-me castamente na testa antes de afastar-se, deixando um imenso vazio em seu lugar ao meu lado, indo para o interfone. — Vou pedir porque é mais rápido. O que você vai querer?


Pensei em tudo o que vi no cardápio quando cheguei e fiquei com água na boca.


— Acho que uma feijoada está bom e não esqueça da sobremesa, quero sorvete de chocolate com calda de caramelo. — Christopher sorriu novamente, encarando-me com aqueles olhos lindos carregados de paixão.


Fez o pedido, acrescentando um risoto de camarão para si próprio e voltou para o meu lado na cama, colando seu corpo gostoso no meu.


— Quem te disse que vai se um garoto? — Brinquei.


— Claro que vai. E vai ser um excelente corredor.


— Só na sua cabeça mesmo, que vou deixar meu filho sair por aí apostando racha.


— Não precisa ser racha. Ele pode correr em competições menos arriscadas.


— Isso vou deixar que ele decida.


Continuamos ali agarradinhos, como se fizéssemos parte de um só ser, até que a comida chegou e nos levantamos. Enquanto Christopher atendia o garçom, vesti o roupão do hotel e sentei-me à mesa, onde logo ele serviu a farta refeição, que veio junto com os pratos e talheres.


Pegou duas águas mineral no frigobar antes de juntar-se a mim, ocupando a outra cadeira.


Olhei para ele e cheguei à conclusão de que não podia haver criatura mais bela nesse mundo. Com o cabelo emaranhado, o rosto totalmente relaxado e usando apenas uma tolha em volta dos quadris, sem nada por baixo, se tornava ainda mais sedutor, irresistivelmente, atraindo-me como um ímã.


— O que foi? —  indagou, parando de servir da comida ao perceber que eu estava imóvel, observando-o.


Sorri desconcertada.


— Nada. Só estou constatando o quanto você é bonito.Espero que nosso filho herde seus traços.


Christopher corou como um garoto tímido e sorriu ainda mais amplamente.


— Será ainda mais bonito se puxar a você. Agora come. A comida está esfriando.


Servi-me da feijoada, acompanhada de couve refogado, e comi com um imenso apetite. Tinha certeza de que dali a alguns meses estaria gorda como uma baleia.


Enquanto comia, não conseguia desviar meu olhar de Christopher, embora mantivesse a boca cheia o suficiente para não ter tempo de dizer nada. Foi então que me ocorreu o quanto eu estaria estragando a vida dele se permitisse que fugisse comigo. Eu o estaria tirando daquilo que mais amava, que era as crianças e o orfanato, ao mesmo tempo que arrancava daqueles órfãos a única chance que tinham de não voltarem para as ruas, pois sem Christopher aquele lugar acabaria fechando, visto que tanto seus pais, quanto os demais fazendeiros das redondezas eram ambiciosos demais para permitirem que tantos hectares de terras ficassem inativos, sem a produção da carne bovina que exportavam. Christopher era a peça chave que mantinha o lar de todas aquelas crianças, sem ele elas seriam expulsas em pouquíssimo tempo e Santa Maria voltaria a ser uma produtiva fazenda cheia de gado.


Eu não podia permitir que isso acontecesse, tinha certeza que sem o orfanato e as crianças Christopher não seria plenamente feliz, não podia estragar a vida dele daquela forma, em nome da minha liberdade. Precisava dizer a ele que voltasse, mesmo que precisasse permanecer em Goiânia, onde ele pudesse vir me ver de vez em quando.


Enfim, não podia pedir que ele abrisse mão de tanto por mim, de algo que era a sua vida.


Após a refeição ficamos sentados ali de bobeira, conversando sobre nosso futuro, fazendo mil planos, quando Christopher revelou que não pretendia voltar a Montana para pegar suas coisas, pois tinha dinheiro na sua conta bancária suficiente para construir uma vida nova comigo no Rio de janeiro, o que deixou a minha consciência ainda mais pesada.


De acordo com ele, partiríamos na manhã do dia seguinte.


Cogitei seriamente dizer-lhe que precisava dormir, esperar que saísse ou que dormisse também, para assim pegar a passagem para o Rio que ele tinha comprado para mim e ir embora escondida, para que ele pudesse voltar para o orfanato, sem remorso algum, todavia, não consegui me afastar, o amor que me prendia àquele homem era imenso demais, irremediável, como me negar a vivê-lo?


Fizemos amor durante grande parte da noite, loucamente, como era todas as vezes. Depois que Christopher dormiu, abraçadinho comigo, nossos corpos nus em meio aos lençóis emaranhados, continuei pensando no fato de que estragaria a sua vida e a das crianças do orfanato se permitisse que fugisse comigo. Aquilo me incomodava tanto que me impedia de adormecer. Por fim cheguei à conclusão de que não podia fazer isso, como também não sacrificaria a minha liberdade voltando para Montana, a única solução seria que eu permanecesse em Goiânia mesmo, estrategicamente escondida, enquanto ele voltava para o orfanato e arranjasse um meio de provar minha inocência. Um bom detetive particular resolveria o caso e Christopher era rico o suficiente para pagar um dos melhores.


Restava esperar e torcer para que a polícia não me encontrasse antes que minha inocência fosse provada.


Estávamos tomando o farto café na manhã seguinte, ainda ali na mesinha do quarto, eu usando o roupão e ele enrolado na toalha, quando lhe revelei minha decisão. Sua reação foi a esperada.


— De jeito nenhum você vai ficar sozinha aqui em Goiânia. No Rio a polícia não ia te encontrar porque é longe e a criminalidade de lá é tanta que eles não têm tempo de nada, mas aqui é muito perto de Montana, te encontrariam num piscar de olhos. — Foi o que ele disse.


— Eu prefiro me arriscar, a deixar aquelas crianças sem você e você sem elas. Pensa bem Christopher, você jamais seria feliz longe de Santa Maria. — Retruquei.


— A questão aqui não é apenas você ser encontrada, Dulce. A pessoa que armou tudo isso contra você é capaz de tudo. Pode facilmente convencer aquele delegado a te deixar presa para o resto da vida, sem chance de defesa. Ele é desonesto. Conheço o canalha.


— E se você contratar um detetive particular dos bons, que não more em Montana e portanto não tenha nenhum laço com a gente de lá, para investigar o caso, encontrar o culpado e provar minha inocência?


Christopher ficou me olhando pensativo antes de falar.


— Seria uma ótima ideia, mas quem seria esse cara?Eu não conheço nenhum.


Hesitei antes de continuar.


— Conheço pessoas no Rio que podem indicar alguém.— Como esperava, a fisionomia dele se contraiu, seus olhos faiscando de raiva. — Não seja preconceituoso Christopher, nem todo mundo que faz programas é necessariamente uma pessoa ruim.


Ele respirou fundo, bebeu um grande do seu café com leite e adoçante, antes de falar.


— Não vou ser hipócrita dizendo que não tenho preconceito, porque tenho. Fui educado em uma comunidade que repudia esse tipo de gente. Por outro lado, por você estou disposto a mudar meu pensamento, só que isso leva tempo.


— Eu entendo. Não quero te pressionar. — E entendia mesmo, afinal a sociedade é culturalmente preconceituosa, racista, machista e homofóbica. Nascemos e somos educados para acreditar em determinados preceitos, apenas seres providos de poder de reflexão aguçado conseguem questionar aquilo que lhes é inculcado desde muito cedo, sem que haja um incentivo para isto, como Christopher estava tendo.


— E então, quem seria essa pessoa?


Dei de ombros.


— O nome dela é Margô. É só mais uma alma perdida que vaga à noite pelas calçadas de Copacabana. Foi ela quem me deu a ideia de ir pra Montana. — Bebi um grande gole do meu suco de laranja. — Ela conhece muita gente, inclusive ex-policiais civis que se tornaram detetives particulares em busca de estabilidade. Podemos pedir uma indicação a ela.


— Se foi ela quem te deu a ideia de ir para Montana, já gosto dessa pessoa.


Não consegui conter o riso e meus lábios se esticaram amplamente.


— Posso ligar então?


— Claro.


Ao terminarmos a refeição, usei o telefone do hotel para telefonar para o celular de Margô, que atendeu com péssimo humor, visto que costumava estar dormindo naquele horário e eu a estava incomodando. Como era esperado, ela quis saber tudo sobre minha estadia na cidade mais rica do país, só que não havia tempo de contar tudo, então fiz um resumo rápido, prometendo que depois contaria os detalhes e pedi a indicação de um bom detetive. Margô se mostrou alarmada por eu estar precisando de um e me deu o número do telefone daquele que denominou como sendo o melhor e mais procurado da cidade, a quem conhecia por ser sua informante, em troca de dinheiro, quando ele precisava.


Seu nome era Otávio Machado.


Foi Christopher quem telefonou. A princípio recebeu uma recusa do sujeito, que alegou estar ocupado em outro caso, porém, lhe fez uma oferta tão alta em dinheiro que nem o ?ames Bond teria recusado e ao final do telefonema Machado afirmou que estaria em Goiânia dentro de três dias para iniciar as investigações. Pelo que entendi da conversa entre os dois homens, o detetive não considerou o meu caso complicado, mesmo quando Christopher o informou de que a polícia podia estar envolvida, ele não se intimidou, se mostrando confiante ao afirmar que solucionaria tudo em poucos dias.


Com tudo resolvido, Christopher disse que o esperaria em Goiânia para acertarem todos os detalhes antes de irem ambos para Montana, separadamente para não levantarem suspeitas, claro.


Depois de tudo, tomamos nosso banho matinal juntos e fiquei surpresa quando encontrei uma dúzia de vestidinhos de malha confortáveis entre as roupas que Christopher me comprara. Ele realmente prestava atenção em mim, a ponto de saber o que eu gostava de vestir, mais uma dádiva que não ficou para qualquer homem.


Ainda naquela manhã, meu amor telefonou para o orfanato, informando que precisara fazer uma viagem de última hora, sem ter tempo de avisar, mas que em breve estaria de volta. Pediu que tomassem conta de tudo e mostrou-se mais tranquilo depois de receber a promessa de que tudo correria como se ele estivesse lá.


Tiramos aquele dia para explorarmos a cidade, passearmos pelos seus pontos turísticos, que não eram tão variados, embora fossem agradáveis, como o parque Flambojant, onde caminhamos as margens dos lagos e nos sentamos sob as sombras das árvores gigantescas para apreciar a brisa agradável do dia. Era impressionante como apesar do constante sol forte, ali não fazia o calor terrível que existia no Rio, durante aquela época do ano.


A brisa fresca soprava praticamente durante todo o dia.


Fomos ainda conhecer o monumento à paz e o museu da arte contemporânea, onde havia cerca de quinhentas obras expostas.


Voltamos para o hotel no final do dia. Apesar do cansaço que me assolava, não consegui recusar o convite de Christopher de irmos jantar fora, em um restaurante sofisticado no centro da cidade, que nos foi recomendado pela simpática recepcionista do hotel. Foi ela também que me confidenciou que havia uma loja de roupas de noite ao lado do hotel, para onde telefonei enquanto Christopher estava no banho e descrevi como gostaria de um vestido para aquela noite. A entrega foi feita minutos depois, quando fiquei impressionada com a sofisticação e sensualidade do tubinho de seda preto, curto, colado, com uma alça apenas e as laterais em renda transparente, que impossibilitava o uso de uma calcinha. O traje, unido à sandália de salto alto da mesma cor e a maquiagem escura nos olhos e clarinha nos lábios, que caprichei em fazer, deixaram Christopher doido. Acho que ele ficou excitado durante todo o jantar e quase me matou de tanto sexo quando deixamos o restaurante, começando ainda no táxi que nos levou de volta ao hotel.


No dia seguinte, estava sozinha na cama quando acordei. No criado mudo, ao lado, encontrei um bilhete dele avisando que precisara dar uma saída, mas que logo estaria de volta. Eu nem imaginava para onde ele pudesse ter ido. Supus que aproveitara que estava na capital para ir encontrar com seu pai que também estava na cidade cuidando dos negócios da família.


Como ainda era cedo e ainda me sentia cansada pelos esforços alcançados durante a noite anterior — embora não tivesse do que reclamar, pois foi bom até demais —, apenas virei para o outro lado e adormeci de novo.


Despertei novamente com o cheirinho delicioso de comida impregnado no quarto, quando então vi Christopher sentado à mesinha, ao lado do farto café da manhã, a comida me dando água na boca, me parecendo quase tão atraente quanto aquele homem. Ele estava especialmente lindo, usando jeans e camiseta de malha, com os cabelos meio bagunçados na frente e a barba sem fazer.


— Bom dia dorminhoca. — falou, com a voz grossa.


Aquele sorriso capaz de deixar qualquer mulher babando, brincava em seus lábios.


Espreguicei-me bastante na cama, deixando que o lençol escorregasse devagar de sobre o meu corpo nu, satisfeita ao ver que seus olhos acompanhavam o percurso do tecido branco.


— Onde você foi? — indaguei, antes de me levantar e enrolar o lençol no meu corpo para só então ir me sentar ao seu lado, servindo-me de café com leite e pão fresco com presunto.


— Providenciar para que você fique bem acomodada e segura aqui em Goiânia quando eu voltar para Montana.— Suas palavras me entristeceram. Embora sua ida fosse necessária, me doía pensar que o teria longe de mim. — Nos poucos dias em que não estarei aqui com você. — completou, como se fosse capaz de ler meus pensamentos.


— O que você providenciou? Não vai me dizer que arranjou um segurança pra andar na minha cola.


— Como se eu fosse deixar outro homem andar na cola da minha mulher. Termine de comer, depois eu te mostro.


Como vinha acontecendo nos últimos dias, comi além da conta. Após a refeição, tomei um banho demorado e gostoso junto com meu amor, e só depois, deixamos o hotel, quando então Christopher me surpreendeu ao avisar que levaríamos nossas coisas e encerrou a conta.


Do lado de fora, o sol estava tórrido, embora a temperatura fosse amenizada pelo vento fresco que soprava constantemente. Assim que saímos, o manobrista trouxe o Dodge preto de corrida e partimos rumo ao centro da grande metrópole. Atravessamos toda a cidade e deixamos o perímetro urbano, seguindo pela rodovia ao logo da qual se estendia algumas fábricas, terrenos desabitados e nada mais.


Muitos quilômetros adiante, quando minha curiosidade já não cabia em mim, finalmente adentramos os largos portões de um condomínio de luxo, muito bem guardado por seguranças uniformizados. O lugar parecia uma fortaleza e ao mesmo tempo uma mine cidade próspera, com as ruas limpas e arborizadas, onde as casas eram imensas e luxuosas.


Apenas quando paramos diante de uma delas, uma construção enorme, de um andar apenas, sem muro, com um jardim muito bem cuidado na frente, diante do qual havia um Audi vermelho, com vidros escuros, estacionado, Christopher me explicou:


— É só alugada. Para que você fique segura durante os dias em que eu não estiver na cidade. Aqui ninguém entra sem a prévia autorização dos moradores.


— Você não acha que está exagerado?


— Não posso arriscar que alguém te faça mal, Dul.Eu não me perdoaria. E não sabemos quanto tempo o tal detetive vai demorar para provar sua inocência.


Eu precisava admitir que ele estava certo, em uma situação como aquela segurança nunca era demais, apesar do que sua partida me parecia mais desoladora que qualquer provável ameaça.


— Você tem razão.


Quando saltamos, Christopher entregou-me as chaves de um carro e falou:


— O Audi é seu, para que você possa ir à cidade quando quiser.


Fitei-o incrédula, depois olhei para o carro. Meu primeiro impulso foi o de recusar o presente, afinal era um modelo caro demais, todavia, quem recusaria um carro novinho?


— Adorei. Obrigada. — recebi as chaves da sua mão, para em seguida atirar-me em seus braços amados e buscar sua boca deliciosa com a minha.


Do lado do dentro a casa era ainda mais bonita, mobiliada com móveis de muito bom gosto, era composta por uma sala grande, cozinha americana, um corredor ao longo do qual se estendiam três quartos e um quintal com piscina, terraço e churrasqueira.


Não saímos de lá mais naquele dia, nem no dia seguinte, optando por ficarmos no quarto fazendo amor, na piscina tomando sol, ou apenas abraçadinhos na cama, quietos, conversando, quando pudemos constatar que não existia nada melhor que aproveitarmos a companhia um do outro.


No terceiro dia, uma manhã de quinta-feira, o nosso detetive chegou. Fiquei impressionada com sua aparência sóbria. Tinha cerca de quarenta anos, usava camisa e calça social e se portava de forma elegante e educada, muito diferente dos policiais civis grosseirões e mal vestidos que conheci no Rio. O encontramos em uma das salas de reunião de hotel, onde conversamos durante horas, narrando-lhe cada acontecimento desde o dia em que coloquei meus pés em Montana. Foi inevitável, o detetive logo colocou Valentina e Felipe no topo da sua lista de suspeitos, embora também tenha mencionado a equipe que participava dos rachas junto com Christopher, que poderiam ter armado tudo aquilo a fim de deixá-lo na pior a ponto de voltar a participar das corridas e continuar sendo a lenda que se tornara naquele meio. Ainda ali, Christopher deu ao detetive uma grande quantia em dinheiro como parte do pagamento pelo serviço, sendo que o restante seria entregue depois que minha inocência fosse provada e que o verdadeiro culpado fosse entregue à polícia com provas suficientes para que estes não tivessem outra opção que não prendê-lo para evitar complicações com o Ministério Público. Ao final da conversa, Machado partiu para Montana em um carro modesto alugado.


Christopher tinha planejado voltar naquele dia também, porém, não recusou o meu pedido quando quis que ficasse comigo mais aquela noite, quando nos amamos como se fosse a última vez. No dia seguinte, partimos em busca de um hotel estrategicamente escondido na cidade, onde eu pudesse estar com mais segurança e acabei ficando em uma casa alugada em um condomínio de luxo, seguro como uma fortaleza, com um carro novo à minha disposição e dinheiro suficiente para me manter com a maior tranquilidade.


Contudo, nem todo o luxo do mundo era capaz de suprir a falta que Christopher me fez quando se foi. Sem tê-lo perto de mim, meus momentos se tornaram um vazio imenso, o tempo não passava e minha vida parecia não fazer nenhum sentido. Apesar de nos falarmos por telefone a todo instante, a distância de Christopher me doía como se meu mundo estivesse acabado. Nem mesmo ir às compras quase todos os dias, passear no parque, ou jogar conversa fora com as outras mulheres que frequentavam a academia do condomínio, era capaz de preencher a solidão em que Christopher me deixara. Eu pensava nele durante as vinte e quatro horas do dia, queria tê-lo por perto, tocar sua pele, sentir seu cheiro gosto, experimentar o sabor da sua boca.


E isso porque passávamos horas nos falando por telefone.


Nunca era a mesma coisa, embora fosse o que me impedia de cair e depressão.


Meus dias sem aquele homem se arrastavam com uma lentidão insuportável.


Como se não bastasse tê-lo longe, eu pensava muito também em como Christopher se comportara na presença de Isabela, que já tinha deixado o hospital e o procurara para discutir a relação. Segundo o que ele me disse por telefone, contara a ela que estava apaixonado por outra mulher e rompera o noivado, e embora eu confiasse naquele homem, não consegui imaginar os dois conversando sem me sentir irritada, principalmente porque eu conhecia a dor de perder alguém como ele.


Com uma semana de investigação, Otávio Machado conseguiu provar o meu álibi à polícia, contratando uma mulher para se fingir de grávida e ir gravar toda a negociação com a velha enfermeira na clínica de abortos clandestina, publicando o vídeo nas redes sociais e enviando uma cópia do mesmo ao Ministério Público, para que o delegado não tivesse outra opção que não me isentar da acusação de tentativa de homicídio. No entanto, o detetive ainda não tinha chegado a quem fez aquilo, embora afirmasse ter algumas pistas, as quais não nos revelava para que nossas emoções, não nos motivasse a interferir nas suas investigações. Essas foram as suas palavras, assim como me pediu para permanecer em Goiânia até que tivesse como provar suas suspeitas.



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 66



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  • anne_mx Postado em 20/09/2020 - 00:39:59

    Não sei se eu tô de TPM ou se é realmente emocionante mas eu chorei, que fanfic linda e que incrível eles superando tantas coisas em nome do amor <3

  • siguevondy Postado em 03/05/2020 - 16:11:08

    Simplesmente amei <3

  • Dulcete_015 Postado em 01/05/2020 - 21:25:39

    Eu ameii,q bom q Dulce perdoou a familia

  • jeffery Postado em 01/05/2020 - 20:36:32

    Meu deus ta acabando, poxa vida

  • Dulcete_015 Postado em 01/05/2020 - 19:23:14

    Continuaaa

  • lariiidevonne Postado em 30/04/2020 - 22:34:32

    Contínua

    • Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:26:08

      Continuei meu anjo'h.

  • Dulcete_015 Postado em 30/04/2020 - 16:20:29

    Continuaa,finalmente os dois voltaram Poxa q triste q já está no fim

    • Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:27:15

      Poisé meu Anjo'h, finalmente nosso casal estão juntinhos de novo. E sim, é uma pena que a web já esteja acabando.

  • jeffery Postado em 30/04/2020 - 15:46:11

    Socorro continua

    • Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:27:36

      Continuando amoré.

  • jeffery Postado em 29/04/2020 - 22:52:18

    Neu deu Socorro continua

    • Lene Jauregui Postado em 30/04/2020 - 12:24:14

      Atualizado meu Anjo'h.

  • lariiidevonne Postado em 29/04/2020 - 22:09:53

    Meu Deus! Tadinha da Dul... Continua

    • Lene Jauregui Postado em 30/04/2020 - 12:24:53

      Tadinha msm amoré. Capítulo atualizado, espero que goste


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