Fanfic: Desejo Proibido - Vondy ( Finalizada ) | Tema: D&C
— Credo! Nunca vi Christopher tão estressado. Não depois que virou padre. — Felipe observou.
— Deve ser falta de sexo. — soltei e ambos gargalhamos juntos, enquanto eu torcia intimamente para que Christopher estivesse ouvindo.
Apesar do sorriso, no fundo as palavras de Felipe despertaram-me uma curiosidade descomunal sobre a vida de Christopher antes do sacerdócio. Todavia, não ia ficar perguntando-lhe a esse respeito, precisava fingir que estava interessada nele e esconder meu verdadeiro interesse.
— Desculpe se te causei esse transtorno. — ele disse.
— Não foi culpa sua. Eu não devia ter entrado na piscina sem um biquíni. — gesticulei para sua camisa em meu corpo. — Você me salvou de um vexame ainda maior, obrigada. Agora tenho que levar essas crianças pra dentro antes que receba outra bronca.
— Eu posso te ligar? Quer dizer, você tem compromisso com alguém?
“Você tem compromisso com alguém??” Era assim que os homens cantavam uma mulher no interior? Eu estava passada!
— Claro liga sim. Não estou saindo com ninguém. — lembrei-me de que não sabia o número do telefone que Valentina me dera. Droga! — Depois da missa te dou o meu número. Agora tenho que ir mesmo.
Felipe não deixou de me observar enquanto eu ajudava as crianças a deixarem a piscina e as conduzia para dentro do casarão. Todas as outras já estavam no refeitório, prontas para o jantar quando entrei e fui alvo de olhares repreendedores de todos os lados, mas isso pouco me importava, eu tinha ganhado o dia ao conhecer meu possível futuro marido.
Apressei-me em preparar minha turma para a refeição e logo nos juntamos aos demais nas mesas retangulares.
Com a ajuda de Denilson — ligando para o celular dele — descobri meu novo número, que pretendia dar a Felipe logo que a missa terminasse. Eu só esperava que ele não fosse embora antes que eu colocasse os pirralhos na cama e tivesse tempo de sair. Contudo, não foi necessário que me apressasse nem me preocupasse com nada. Muito tempo depois do final da cerimônia, quando eu estava achando que Felipe tinha ido embora sem meu número, Denilson veio ao dormitório das meninas avisar-me que ele estava me esperando lá fora, tinha ido levar a irmã na cidade e voltado.
Já que ele se deu ao trabalho de ir levar a irmã, para depois fazer todo o percurso de volta, eu lhe daria o privilégio de recebê-lo com uma produção melhor que o short e regata que usava. Quando as crianças estavam todas acomodadas em suas camas, secas e com os dentes escovados, corri até meu quarto, troquei as roupas casuais por um vestidinho branco curto, colado e sem alças, que revelava cada curva do meu corpo, escovei bem o cabelo, passei perfume e um pouco de gloss, anotei o número do meu celular em um pedaço de papel, o enfiei no decote profundo, em meia taça do vestido e foi assim que desci a escadaria, torcendo para encontrar Christopher pelo caminho, para que ele visse o que estava perdendo, mas infelizmente não aconteceu.
Encontrei Felipe sentado na amurada da fonte em frente o casarão, usando outra camisa xadrez, com o Dodge estacionado ali perto, fazendo meu carro velho e a moto de Christopher, ao lado, parecerem um amontoado de ferro velho.
— Por que você não entrou? — perguntei intrigada, enquanto ele devorava meu corpo com o olhar.
“Finalmente um pouco de cobiça para elevar minha autoestima.”
— Não sei se Christopher ia aprovar isso. — falou, esticando os lábios em um sorriso largo, revelando dentes perfeitos. — Depois da bronca que levei por ficar sem camisa, fiquei meio escabreado.
— Ficou o quê?! — eu nunca tinha ouvido aquela palavra antes.
— Cauteloso. — explicou. — Quer dar uma volta por aí?
— Claro. Ah, o telefone, antes que eu esqueça. — enfiei a mão no decote, de onde tirei o pedaço de papel com o número, sob o olhar guloso dele, que acompanhava cada gesto.
— Eu jamais esqueceria. — sussurrou, guardando o papel com cuidado no bolso da camisa.
Engatamos em uma conversa descontraída, sobre nossas vidas, enquanto caminhávamos no amplo espaço aberto em torno do casarão, percorrendo as quadras esportivas e o pomar, envolvidos pela penumbra da noite, amenizada somente pela luz fraca da lua crescente, quando descobri que Felipe realmente era um fazendeiro rico, como supus.
Atualmente estava em Montana cuidando do escritório central da fazenda, onde negociava a exportação do gado, embora também passasse grande parte do seu tempo ajudando a cuidar dos animais no pasto, em parceria com seu pai. Não tinha mais irmãos, além de Carmem, a garota que estava com ele mais cedo e sonhava tornar a fazenda da sua família uma das maiores do país, um sonho que eu acreditava ser compartilhado pela maioria das pessoas que tinham aquele negócio.
Quanto a mim, falei as mesmas mentiras que tinha contado a Christopher: que sou de Volta Redonda e fui expulsa de casa por promiscuidade, assim não precisaria me fingir de tão santinha.
Embora a companhia de Felipe me agradasse bastante, por ele se mostrar um homem gentil, atencioso e muito educado, eu não conseguia me concentrar cem por cento no que dizia, apesar de continuar sorrindo e fingindo o maior interesse, como costumava agir quando estava em um programa com eventuais clientes que gostavam de conversar. Fingindo ouvir, mas sem prestar muita atenção.
A todo o momento, era traída pelo meu olhar, que insistia em buscar a claridade de uma janela apenas com a luz acesa no terceiro andar da casa, com esperança de que fosse a janela do quarto de Christopher, mas não tive como saber.
Fiquei intrigada com o quanto, mesmo tendo a total atenção de um homem interessante como Felipe, eu ainda buscava pelas migalhas que vinham de Christopher, como a simples imagem dele na janela do seu quarto, que não tive o privilégio de ver. Parecia brincadeira, mas em meu íntimo, eu preferia estar discutindo ou mesmo rastejando atrás dele, do que estar ali com Felipe, tendo toda a sua atenção.
Só podia ser um tipo de demência causada pela mudança brusca de ambiente. Não havia outra explicação.
Era bem tarde quando Felipe se foi, deixando-me cheia de esperanças de ter uma vida segura e tranquila ao seu lado, pela forma como me tratou, sem tentar nenhum contato físico, o que significava que queria mais que uma aventura. Encontrei a porta do casarão trancada, achando aquilo um absurdo, pois todos sabiam que eu estava do lado de fora. Precisei bater até quase sangrar os nós dos dedos, antes que o vigia noturno viesse abrir, um homem afro descendente, alto, com um bigode grosso no meio da cara.
— Se você pretende sair à noite, é bom que peça uma chave a Christopher. — falou, asperamente, com cara de sono.
— Vou fazer isso. Obrigada.
Subi a escada devagar, o orgulho ferido me fazendo desejar encontrar Christopher pelo caminho, apenas pelo prazer de vê-lo esperando por mim, mas não encontrei ninguém. No corredor amplo do terceiro andar, observei a fileira de portas dos dois lados, perguntando-me qual seria a porta do quarto dele, qual daqueles insignificantes pedaços de madeira retangulares abrigava o homem que todas as mulheres queriam, mas que nenhuma podia ter.
Não fui capaz de saber.
Em meu quarto, troquei o vestido por uma camisola pequena, escovei os dentes e deitei-me, imaginando como as coisas seriam dali em diante.
Considerando que Felipe realmente quisesse algo sério comigo, como eu esperava, talvez não precisasse mais de Valentina, tampouco de ficar rastejando atrás de Christopher. Por outro lado, seria mais vantajoso tê-la ao meu lado que contra mim, primeiro porque ela conhecia o meu passado e podia me destruir se o revelasse ao meu suposto pretendente.
Segundo, porque se as coisas não dessem certo entre mim e Felipe eu ainda a teria para me dar o dinheiro que eu precisaria para resolver minha vida, ou me arranjar outro pretendente rico. No final das contas, dispensá-la seria um erro fatal.
Entretanto, eu já não tinha estrutura para dar em cima de Christopher, seria humilhante demais continuar me oferecendo depois de tudo o que ele me disse esta manhã, correr o risco de ser magoada e rebaixada de novo, como de fato seria. Mas eu não tinha outra escolha, ou o levava para a cama, ou perderia tudo.
Naquele instante, arrependi-me amargamente por ter gasto todo o dinheiro que ele me deu quando eu ainda estava na pensão, pois se tivesse aguentado só mais um dia sem ir rodar a bolsinha na rua, Valentina não teria cruzado o meu caminho, Christopher teria me dado aquele emprego do mesmo jeito, sem que eu precisasse seduzi-lo, e teria conhecido Felipe da mesma forma.
— Droga! Droga! Droga! — praguejei alto, amaldiçoando minha falta de sorte.
No instante em que fechei a boca, houve uma batida na porta e quase dei um pulo na cama, sobressaltada. A primeira imagem que me veio à mente foi o rosto do vigia noturno, com aquele bigode horrível. É assim que alguns homens funcionam: se uma garota fica até tarde com um deles, é porque estava dando e se dá para um, é porque tem disponibilidade de dar para todos. Para eles é simples como somar dois mais dois e é por causa desse “cálculo tão simples” que mulheres sexualmente livres têm muito mais chances de serem vítimas de estupro.
— Quem é? — indaguei, encolhendo-me debaixo do lençol.
— Christopher. — sua voz calma e grossa me atingiu como o sopro de uma brisa fresca em um dia de calor, ouvi-lo foi tão reconfortante que meu coração se agitou dentro do peito, uma multidão de borboletas levantando voo em meu estomago, o que estava bem longe de ser por causa da minha necessidade material em tê-lo.
Levantei-me depressa, tentando me lembrar se a camisola em meu corpo era minimamente sexy e fiquei satisfeita ao constatar que era.
— Posso entrar? — ele perguntou, quando abri a porta.
Estava irresistivelmente charmoso dentro de uma calça de moletom folgada e de uma camiseta velha de algodão, com o cabelo emaranhado, a barba sem fazer e o rosto sereno como costumava ser antes daquela manhã.
Santo Deus! Como era bom olhar para ele sem que quisesse me queimar viva com o olhar!
Carregava lençóis e tinha um travesseiro debaixo do braço.
— Por quê? — perguntei séria.
— Só pra garantir que você não vai gritar como uma louca e assustar as crianças caso apareça outra lagartixa.
— esboçou um sorriso suave, parecendo um garoto tímido.
Tentei manter-me séria e proibir sua entrada só para me vingar pela forma como me desprezou pela manhã, mas como resistir a tanto charme? Aquele homem me atraía de um modo que ficar longe era quase impossível.
— Ta bom. Pode entrar. — retribui ao sorriso, enfeitiçada, e afastei-me para dar-lhe passagem.
Ele forrou os lençóis no chão, no mesmo lugar da noite anterior, antes de encarar-me de novo.
— Me desculpe por ter sido grosso esta manhã. — falou. — Espero que ainda possamos ser amigos.
Eu queria muito mais que sua amizade, não porque Valentina mandou, não porque eu precisava garantir meu futuro seduzindo-o, mas simplesmente porque todo o meu corpo clamava por ele, algo que ficava ainda mais evidente agora. Eu olhava para Christopher e um filme pornô se projetava em minha mente. O queria mais que tudo nessa vida, por que razão eu nem podia imaginar, talvez realmente não existisse razão para as coisas do coração.
Ter sua amizade não era suficiente, mas era o único meio de ficar perto e conseguir trilhar meu caminho até seu coração.
— Claro. Amigos. — abri um sorriso largo, estendendo-lhe a mão em cumprimento.
Ele sorriu de volta, apertando minha mão, o contato tão simples aquecendo meu sangue nas veias, o calor me percorrendo como uma corrente de eletricidade.
Deitamo-nos, ele no chão, eu na cama, sem enxergarmos um ao outro, o silêncio, quebrado apenas pelo canto dos grilos, se instalando no ambiente, enquanto meu corpo inteiro clamava por sua proximidade, recusando-se a ignorar sua presença tão perto. Minha pele estava quente, quase febril, meus mamilos doíam dentro da camisola, o meio das minhas pernas latejava, de modo que eu estava prestes a enfiar a mão dentro da calcinha em busca de um alivio.
— O que há entre você e Felipe? — sua voz rompeu o silêncio depois de um longo momento, quando pensei que já estivesse dormindo.
— Por enquanto estamos apenas nos conhecendo.
— Vocês não se conheciam antes de hoje?
— Não. Por quê?
— Vocês pareciam tão íntimos lá fora.
Caraca! Ele esteve nos observando! A luz solitária acesa no terceiro andar era realmente a do seu quarto, o que provava que não era tão indiferente a mim.
Respirei fundo devagar, a fim de acalmar meu coração agitado no peito.
— Ele parece um homem com quem uma garota deve se envolver. É sério, rico, bonito e muito gentil.
— Ser rico ou pobre faz diferença?
Merda! Eu não devia ter dito aquilo, agora era tarde para voltar atrás.
— Faz sim. Uma mulher precisa de segurança financeira para educar seus filhos. — houve outro longo momento de silêncio e me recusei a ir dormi sem falar um pouco mais com ele, simplesmente porque gostava do som da sua voz. — Vocês se conhecem há muito tempo?
— Sim. Desde crianças.
— E então? Ele é mesmo um bom partido? — merda!
Não pude acreditar que realmente perguntei aquilo.
— É um cara legal e se o dinheiro importa, sim, ele é, pois é muito rico. Agora vamos dormir, amanhã a rotina começa cedo.
Fechei os olhos e tentei ficar quieta, mas não consegui relaxar, estava excitada demais com aquele homem tão perto. Remexi-me de um lado para o outro, tentando amenizar o fogo dentro de mim, mas só havia um meio de apagá-lo. Assim, levei uma mão ao meu peito e a outro ao meu sexo, massageando o mamilo e o clitóris ao mesmo tempo, em círculos, sem deixar escapar qualquer ruído que desse indício do meu ato insano, imaginando que eram as mãos de Christopher no lugar das minhas.
— Christopher... — seu nome doce escapou-me dos lábios em um sussurro quase inaudível.
— Sim? — para minha total surpresa, sua respiração estava ofegante, denunciando sua excitação.
— Depois que se tornou padre, você nunca mais desejou uma mulher?
Ele ficou em silêncio e quando achei que não responderia, falou:
— Sim, apenas uma. Mas nunca a terei.
Ele estava falando de mim, não tive dúvidas e apesar de mencionar a palavra “nunca”, na qual eu não acreditava, sua confissão, unido ao timbre rouco de excitação da sua voz, foi como uma carícia erótica no meu corpo sequioso, elevando tanto a minha excitação, que deixei escapar um gemido alto, enquanto me masturbava, chegando muito perto da minha libertação.
— Dulce... Não faz isso... — sua voz estava ainda mais rouca, a respiração mais pesada, o que foi o estopim para a minha perdição.
Sem conseguir conter a sucessão de gemidos de súplica que partiam da minha boca, gozei na minha mão, convulsionando sozinha na cama, apertando as pernas uma na outra, imaginando mil cenas pornográficas nas quais Christopher e eu éramos os protagonistas, até que calmaria me tomou e fiquei imóvel.
— Boa noite Christopher. — falei, me aconchegando sob os lençóis.
Ele não respondeu, pelo menos não antes que meu corpo, agora relaxado, mergulhasse em um sono profundo e tranquilo.
Quando acordei na manhã seguinte, estava sozinha no quarto, com o sol fraco da manhã invadindo o aposento através da janela aberta. Sentia-me renovada, como se tivesse ganhado um novo sopro de vida, tudo porque Christopher confessou que também me desejava, como se isso fosse mais importante que o fato de eu ter conhecido alguém como Felipe.
Parecia que minha cabeça tinha aderido completamente a uma louca troca de valores. Mas isso não importava, as coisas estavam finalmente dando certo para mim e isso sim era significativo.
Autor(a): Lene Jauregui
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 66
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anne_mx Postado em 20/09/2020 - 00:39:59
Não sei se eu tô de TPM ou se é realmente emocionante mas eu chorei, que fanfic linda e que incrível eles superando tantas coisas em nome do amor <3
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siguevondy Postado em 03/05/2020 - 16:11:08
Simplesmente amei <3
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Dulcete_015 Postado em 01/05/2020 - 21:25:39
Eu ameii,q bom q Dulce perdoou a familia
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jeffery Postado em 01/05/2020 - 20:36:32
Meu deus ta acabando, poxa vida
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Dulcete_015 Postado em 01/05/2020 - 19:23:14
Continuaaa
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lariiidevonne Postado em 30/04/2020 - 22:34:32
Contínua
Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:26:08
Continuei meu anjo'h.
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Dulcete_015 Postado em 30/04/2020 - 16:20:29
Continuaa,finalmente os dois voltaram Poxa q triste q já está no fim
Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:27:15
Poisé meu Anjo'h, finalmente nosso casal estão juntinhos de novo. E sim, é uma pena que a web já esteja acabando.
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jeffery Postado em 30/04/2020 - 15:46:11
Socorro continua
Lene Jauregui Postado em 01/05/2020 - 17:27:36
Continuando amoré.
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jeffery Postado em 29/04/2020 - 22:52:18
Neu deu Socorro continua
Lene Jauregui Postado em 30/04/2020 - 12:24:14
Atualizado meu Anjo'h.
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lariiidevonne Postado em 29/04/2020 - 22:09:53
Meu Deus! Tadinha da Dul... Continua
Lene Jauregui Postado em 30/04/2020 - 12:24:53
Tadinha msm amoré. Capítulo atualizado, espero que goste