Fanfics Brasil - | Parte Dois | Mais Uma Cinderela - Vondy (Finalizada)

Fanfic: Mais Uma Cinderela - Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: | Parte Dois |

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Christopher Uckermann 


— Espera… o quê? 


Assim que eu percebi que ela estava indo embora comecei a correr atrás dela. Ela não podia ir embora assim, não sem me dizer seu nome antes. Ela corria impressionantemente rápido para alguém que usava saltos. Quando chegamos ao salão achei que seria minha chance de pegá-la, mas ela se aproveitou do amontoado de pessoas, para ziguezaguear entre elas e quando eu a localizei de novo, ela já estava descendo as escadas para chegar ao hall.


— Alguém segura ela! — Gritei para ninguém em especial. — Rápido, preciso que segurem aquela garota, não a deixe escapar! — Ordenei ao primeiro segurança que encontrei.


Estava chegando na escada, mas ainda tive tempo de ver a parada que ela fez para tirar os sapatos ao final da escada. Desci tão rápido quanto podia, mas agora ela estava descalça e corria muito mais rápido. Quando já estávamos do lado de fora, gritei para fecharem o enorme portão da entrada e um dos seguranças mandou que mais deles viessem. Ela estava no topo da última escadaria quando deixou um dos sapatos cair no chão e eu estava  a poucos degraus de alcançá-la e teria feito se ela tivesse parado para pegar o calçado, mas assim que ela viu o quanto eu estava próximo dela, largou para trás o objeto e correu com mais vontade.


Dois seguranças vinham direto em sua direção e a teria segurado, mas ela surpreendeu a todos pulando no gramado e correndo em ziguezague por ali, desviando abilmente de vários pessoas e plantas, achei que ela ficaria presa pelo portão, mas a bendita ainda conseguiu passar por ele um segundo antes de ele fechar.


Eu não desisti, mesmo sabendo que era pouco provável que eu a encontrasse lá fora. Tive que esperar o portão abrir de novo, mas logo saí desesperado pela rua e andei feito louco pelas ruas a procura dela. Infelizmente ela parecia ter sumido, como se tivesse sido levada pelo vento.


Voltei para casa depois de quase uma hora ali fora, parando na escadaria apenas para recolher seu pequeno sapato esquecido. Passei pela entrada já comunicando que a festa estava acabado, porque embora muitos convidados – seja por curiosidade ou para ajudar mesmo – tenham saído para tentar pegar minha dama misteriosa, a festa ainda rolava solta lá dentro.


— Ei, o que foi isso, Chris? — Maite veio ao meu encontro no hall e Anahí estava em seu encalço.


— Não foi nada, não, foi tudo… — Falei confuso ainda olhando para o sapato. — Acabe com esse circo todo, preciso da ajuda vocês. 


— O que? Como assim, Christopher. — Anahí pediu, mas eu ignorei.


— Me encontrem no meu escritório o mais rápido que puderem. Tragam a mãe e o pai também. — Pedi sem olhar para trás, já seguindo para meu destino.


Passei pelas pessoas ignorando qualquer um que tentasse falar comigo, até que um par de mãos segurou meu braço e duas mulheres de vestidos espalhafatosos param em minha frente.


— Christopherzinho onde você vai com tanta pressa? — Assim que ouvi isso, olhei para a dona da voz e dei de cara com Belinda, ao seu lado estava sua irmã.


Ótimo, as irmãs Saviñón. Tudo que eu precisava agora.


— O que acha de eu fazer campainha para você? — A outra irmã que eu não lembrava o nome, perguntou e em outro momento eu teria rido do “campainha”, mas eu estava sem paciência para isso.


— Hoje não, obrigado. — Falei tirando suas mãos de meu braço e sai apressado, sem deixa-las dizer qualquer coisa mais.


— Ai Paola, sua burra! Não é campainha, sua idiota! Por sua culpa ele está indo embora! — Ainda pude ouvir Belinda brigando com a irmã. — Espera, Christopher! Volta aqui, Christopher! 


Dessa vez fui eu que fugi e entrei no meu escritório antes que qualquer um pudesse me ver.


~***~


Pouco tempo depois, Annie, Mai e meu pais entram na sala que abrigava meu escrito.


— Christopher, pode, por favor, me explicar o que foi tudo isso? — Anahí perguntou assim que fechou a porta.


— Eu preciso descobrir o nome dela. — Foi a única coisa que eu disse.


— Bem isso é óbvio. — Minha mãe falou mexendo os braços inquieta. — O que foi que aconteceu essa noite?


— Recorde, filho, que toda essa festa foi sua ideia. — Meu pai falou sério. — Por que aquela menina saiu correndo? Vi vocês dançando antes e pareciam estar se dando bem e depois vocês sumiram juntos… — Falou de um jeito sugestivo.


— Não tanto assim…  E nós não fizemos nada de mais, só procuramos um lugar mais calmo para conversar. — Justifiquei, não querendo que pensassem mal dela.


Embora tenhamos dançado provocativamente antes, quando estivemos as sós foi perceptível que ela não tinha “grandes” segundas intenções, ela queria apenas me beijar. E o fez. Seu beijo era doce e um tanto inexperiente, mas me fez sentir coisas que eu só tinha ouvido falar. Era por isso que eu precisava encontrá-la, tinha certeza que deixei minha metade da laranja escapar essa noite. Mas eu ia encontrá-la.


— Independente de vocês terem transado ou não, eu quero saber o que aconteceu enquanto vocês estavam sumidos. Ninguém foge daquele jeito se não tiver um motivo. — Pontuou Mai.


— Nós só descemos para a saleta florida e conversamos um pouco. Ela não quis me contar seu nome, mas disse que já nos conhecíamos, que brincávamos quando crianças e inclusive que brincava com vocês duas. — Falei e apontei para minhas irmãs, que me olharam surpresas.


— Ok, até aí tudo parece relativamente bem. Claro, tirando o fato de que ela não quis dizer o nome. — Minha mãe comentou pensativa. — Agora por que exatamente ela fugiu? Pode ir abrindo o bico, explica tim-tim por tim-tim toda a situação antes de ela fugir.


— Certo… — Falei ficando levemente corado por ter que falar sobre isso na frente da minha mãe. 


— Ah, filho, vamos, fale de uma vez. Eu e sua mãe tivemos vocês três e com certeza não estamos mortos, sabemos o que é sexo. — Meu pai falou e eu e minhas irmãs arregalamos os olhos, para depois fazer uma careta com a imagem mental que aquelas palavras evocaram.


— Ai, que nojo, gente. Não é porque eu tenho quase trinta anos que vocês podem falar esse tipo de coisa. — Annie protestou, falando o que eu e Mai também pensávamos, mas meus pais sorriram maliciosos um pro outro, arrancando mais caretas de nojo de mim e das meninas.


— Credo, deixem isso de lado. O foco é encontrar a senhorita Mistério. — Assim que falei o apelido sorri igual idiota, pensando no sorriso daquela morena. — Nós acabamos nos beijando e… 


— Huuummm…  — Mai e Annie murmuram juntas como se tivessem dezesseis anos.


— Como eu ia dizendo… Quando estávamos nos beijando o alarme do celular dela tocou e em segundos ela estava fugindo e eu atrás dela igual um desesperado. — Expliquei e me joguei na cadeira que estava atrás de mim. — E tudo que me sobrou dela foi uma luva e um sapatinho. — Indiquei os objetos na mesa.


— Uma verdadeira Cinderela, então. — Annie falou já pegando o sapato sem muito zelo.


— Ei cuidado com isso. — Pedi olhando com atenção para ela.


— Calminha aí, principezinho. Conheço o dono dessa marca. Isso é produção nacional, o fabricante não tem preços muito altos, mas com certeza essa produção é requintada e a julgar pelo material utilizado quem pagou por ele fez um bom investimento em matéria prima. — Anahí analisava cada canto do sapato com atenção. — Foi pouco usado e a forma é bem pequena. — Ela franziu o cenho e me olhou preocupada. — Ela era maior de idade, né Christopher?


— Não sei, mas espero que sim. — Me preocupei também com essa possibilidade. 


— Mas se ela falou que nos conhece desde criança, ela não pode ter muito menos que dezoito, afinal temos quase trinta anos, não teria como nós brincarmos muito com alguém que fosse dez anos mais nova que a gente. — Mai falou enquanto andava de um lado para o outro. — Além do mais todas as convidadas da festa tinham pelo menos vinte anos idade…


— Mas e se ela não foi convidada e entrou como penetra? — Minha mãe sugeriu.


— Bom, mamãe, nesse caso em específico, eu espero que a senhora esteja errada. — Comentei cada vez mais nervoso.


— Pra todos os efeitos acho que é melhor trabalharmos com a ideia de que ela ao menos faz parte de uma das famílias convidadas e é maior de idade, afinal existem muitas pessoas que mesmo em idade adulta tem tamanho diminuto. — Annie falou devolvendo o sapato para a mesa. — Vejamos, acho que o primeiro passo é pedir a listagem de convidados que possuem filhas que conhecemos desde de crianças e depois disso caçar essa Cinderela, nem que seja fazendo todo mundo experimentar o sapatinho de cetim.


— Claro, podemos fazer tudo isso, mas com que objetivo? — Papai perguntou me olhando sério. — Porque é muito empenho se você só está querendo devolver essas coisas. — Apontou para mesa.


— Ah não. Eu não quero só devolver essas coisas. — Falei determinado, levantando da cadeira em que estava. — Se tudo der certo nessa busca, vocês vão conhecer sua nora.


~***~


Na manhã seguinte eu estava acordado cedo e embora tenho dormido muito pouco, estava mais desperto do que nunca. Passei a noite toda pensando nela, em como parecíamos nos encaixar perfeitamente enquanto dançávamos, em como seu beijo foi surpreendente e principalmente naqueles olhos castanhos brilhantes, tão familiares e ao mesmo tempo tão desconhecidos. Eu já tinha me esforçado um monte, mas não havia quem me fizesse lembrar onde eu já tinha visto aqueles olhos.


Agora eu e Annie estávamos em meu escritório aguardando a Mai que traria os documentos que precisaríamos para minha busca.


— Quem diria que o baile ia dar tão certo, em irmãozinho? — Annie me provocou, deixando de lado as revistas de noiva que estava lendo.


Anahí estava noiva há dois anos e finalmente depois de todo esse tempo ela e Poncho tomaram vergonha na cara e marcaram uma data para o casório, por isso a maior parte do tempo livre que tinha ela estava rodeada de revistas e amostras de tudo quanto é coisa relacionada ao tema.


— Mais ou menos, né maninha. A futura noiva literalmente fugiu. — Comentei sem acreditar que essa situação era real.


Eu estava há poucos meses de assumir a empresa da família – já que Annie e Mai escolheram outras carreiras, essa era a minha responsabilidade, a qual eu estava muito feliz em cumprir – e como sempre os investidores que não confiam em jovens que não tem um relacionamento sério, meu pai sugeriu que eu me casasse, não necessariamente tão rápido, mas que eu já fosse engatando um relacionamento sério com alguém, foi aí que surgiu a ideia do baile.


A festa serviria para eu me aproximar das famílias que já eram nossas amigas – e também ofereciam alguma vantagem em ser nossas aliadas – e por n motivos acabaram se afastando, além disso, secretamente eu aproveitaria a oportunidade para escolher uma noiva no meio de todas elas. Obviamente isso não estava no convite, afinal, se já era difícil aguentar pessoas como Belinda, que via qualquer ocasião em que estávamos juntos para tentar forçar um relacionamento – isso desde pequena – imagina o que fariam se soubessem que o título de futura senhora Uckermann estava em jogo.


Falando em irmãs Saviñón, eu gostaria de saber o que tinha acontecido com a herdeira de sangue. Meu pai era amigo desde sempre do Saviñón e muitas vezes minhas irmãs e eu brincamos com a pirralha irritante dele – naquela época só era irritante por ser pequena – mas depois que ele se casou de novo, as outras meninas começaram a vir também. Foi aí que começamos a cortar nosso relacionamento com eles. 


Primeiro porque a pirralha original começou a sumir dos encontro – a antiga senhora Magalhães dava sempre uma desculpa estranha para sua falta – segundo porque minha mãe não gostava da nova senhora Saviñón e terceiro, porque as duas patetas que vinham grudavam em mim feito chiclete, a todo custo tentando mostrar – segundo elas – o quanto eu as amava.


A última vez que eu tinha visto a pequena Saviñón original, tinha sido no funeral de seu pai e ainda assim, só de longe. De qualquer modo esse afastamento era bom, porque com treze anos eu me vi apaixonado por uma menininha de apenas oito com duas janelinhas nos dentes de cima e, quando a vi anos depois, em uma reunião de família na qual ela e o pai estavam presentes, eu com dezoito anos estava analisando o crescimento de uma garota de treze. Não, definitivamente ficar longe dela tinha sido a melhor opção. Não era certo eu ficar cobiçando uma garotinha e ainda que eu nunca tenha tido pensamentos maliciosos com ela, me sentia mal por pensar nela como algo além do que uma menina.


Hoje ela já era adulta assim como suas irmãs, mas eu ainda não a tinha visto e para evitar um nó na minha cabeça e eu ficar em dúvida sobre quem escolho – ela ou a senhorita Mistério – é melhor que eu não a veja de novo. Óbvio que a decisão de ficar com uma delas não é só minha, mas nesse caso prefiro não ter que escolher entre elas.


— Babys, adivinha o que eu tenho aqui! — Mai entrou segurando uma pasta cheia de folhas e a chacoalhou enquanto falava. Ela colocou a pasta na minha mesa e abriu, espalhando várias fichas com nomes de famílias conhecidas e fotos de garotas pertencentes a cada uma. — Certo, temos dez famílias que se encaixam no tópico “amigos de infância”, delas, apenas quatro já compraram algum sapato na loja que produziu nosso sapatinho de cristal.


— Levando em conta que procuramos uma morena de olhos castanhos… — Annie que agora estava próxima à mesa olhava atentamente as fotografias das garotas. — As Casadevall estão fora, as Almeida e as Rodrigues também. Das Cavalcanti só pode ser a mais velha e das Rocha as duas mais novas. — Annie ia falando e separando os arquivos em três pilhas, as que não poderiam ser, as que nem todas as filhas eram morenas e a outra com as que poderia ser qualquer uma das filhas. — Mas eu me despedi da única Dias jovem e ela estava com um sapato vermelho e de vestido branco, nem uma possibilidade ser ela então?


— Não. A minha dançarina estava com um vestido de tule e definitivamente usava máscara. — Respondi lembrando do modo como sua roupa realçava seus seios, mas disfarçava o restante do corpo. 


— Então mais uma fora. — Mai jogou o arquivo da Dias na primeira pilha. — Ah, tem também as Saviñón, posso tira-las? Quer dizer, não pode ser a Belinda ou a Paola, os seguranças quase tiveram que arrasta-las pra fora ontem. 


— Mas tem a Dulce, lembram? — Anahí falou com um olhar interrogativo para mim e Mai e eu fingi que a ideia de as duas serem a mesma pessoa não me afetava.


— A Sophia não tinha dito que ela não vinha porque estava doente ou algo assim? — Mai questionou com uma careta.


— Ah, não sei. Mas não vai custar nada para nós ir até a casa delas, acho que podemos ir. O máximo que vai acontecer é a Dulce não ser a menina que estamos procurando. — Annie falou dando de ombros.


— Certo. Saviñón para a pilha de visita. — Maite falou um tanto seca, jogando o arquivo de qualquer jeito sobre a mesa.


Mai ficou bem chateada com o afastamento de Dulce – ela gostava quando a pirralhinha a seguia por toda parte – e acho que até hoje não aceitou o modo brusco como elas se separaram. Sei que ela culpa Dulce por isso, mas também sei que ela nunca perguntou diretamente o motivo de isso estar acontecendo.


– Ok. Começamos as buscas na segunda-feira, primeiro as Cavalcanti e as Rocha, as outras quatro vemos na terça e na quinta, deixando as Saviñón por último. – Annie sentenciou e eu e Mai concordamos.


~***~


O fim de semana passou voando, confirmamos nossas visitas no sábado mesmo – a festa tinha sido na sexta-feira – e organizamos certinho a ordem das visitas, em horários que ficassem bom para todos. Mai e Annie fizeram questão de ir comigo em todas as casas, segundo elas, nada era mais perigoso era mais perigoso para mim do que estar apaixonado e ir em um monte de casas com mulheres doidas para casar. Segundo elas eu seria facilmente manipulado, então, estavam as duas sempre atrás de mim, como dois cães de guarda, fazendo cara feia para cada menina que esticava o pé na direção do sapatinho.


Claro que eu achava isso desnecessário – embora apreciasse secretamente esse lado “vou proteger meu irmãozinho” delas – pois eu tinha um roteiro que se repetia sempre. Primeiro jogávamos conversa fora, depois eu tinha que falar que falar que queria que a guria provasse um sapato, alegando que estava procurando a dona. Assim que elas entendiam que eu estava procurando a fugitiva, abriam grandes sorrisos, tiravam os calçados que estavam usando e na maioria das vezes esticavam o pé errado, sem querer já se entregando. Apenas a filha dos Lima tinha falado que o sapatinho não era dela, mas por insistência minha provou o sapato, que como ela havia dito, não serviu.


Hoje estávamos indo à última casa da lista, a das Saviñón. Minha esperança de encontrar minha preciosa dançarina misteriosa estava se esvaindo, mas como ela sempre a última a morrer, lá no fundo eu torcia para que ela estivesse naquela casa, nem que ela tivesse que brotar do chão. O importante era ela estar lá.


— Eu sinceramente espero que não seja a Belinda e muito menos a Paola. — Annie murmurou fazendo um bico. — Não suporto aquelas duas.


— E se for, você não faria um esforço para gostar delas, nem se fosse para me ver feliz? — Provoquei e ela bufou antes de dar um soco no meu braço. — Ai!


— Você sabe que sim, seu idiota. — Annie falou revirando os olhos o que fez Mai rir junto comigo. — E você faria o mesmo, não sei do que tá rindo.


— Larguem de ser idiotas. Se uma daquelas duas for dona desse sapato, eu serei uma foca. — Maite jurou séria e eu e Annie nos olhamos e começamos a rir. — Riam mesmo, eu aposto com vocês que aquelas pé de lancha não conseguem por nem metade do pé dentro do sapato. 


Por fim nós três estávamos rindo igual crianças. Eu provavelmente nunca iria entender qual é a mágica que faz nós nos tornamos crianças de volta toda vez que nos juntamos. 


— E se ela estava de peruca? — Quando estávamos quase chegando, Mai perguntou. — Você conseguiu ver se o cabelo dela era de verdade, Chris?


— Como é que eu ia ver isso? Não estávamos num clima tão selvagem para eu puxar os cabelos dela.


— Sabe nada também, meu Deus! — Annie falou e deu um tapinha no meu braço.


— Tá perdendo o jeito, maninho? — Mai provocou com um olhar malicioso, mas eu não tive tempo de respondê-la, pois o motorista avisou que havíamos chegado.


Entramos pela frente da mansão em estilo clássico que embora grande, era muito menor que a nossa e estava visivelmente castigada pelo tempo. Nosso motorista parou na entrada e nós descemos, agradecendo ele e indicando que nos esperasse dentro da propriedade.


Assim que a porta foi aberta por uma empregada eu senti um friozinho na barriga. Eu poderia encontrá-la agora. Fomos guiados até uma grande sala de estar, onde Sophia nos esperava junto com as duas filhas, todas vestidas exageradamente.


— Crianças! É uma honra para nós recebê-los aqui! — A senhora Saviñón cumprimentou, abraçando eu e minhas irmãs como se ela fosse uma segunda mãe para nós.


— Senhora Saviñón. — Minhas irmãs fizeram aquela coisa estranha de falar sincronizadamente.


— Christopher! Eu sabia que você viria! — Paola pulou em meus braços, me obrigando a segura-la antes que nós dois caíssemos no chão.


— Olá meninas. — Belinda falou para minhas irmãs de modo polido. — Ah, Christopher, perdoe minha irmã, ela é ainda muito criança, sabe? Às vezes age de modo imprudente. — Falou olhando pra mim e puxando bruscamente Paola de perto de mim.


—  Tudo bem. Todos temos nossos momentos de descontrole, não é? — Forcei um sorriso.


— Vamos, chega de formalidade. Venham, sentem-se por favor. Querem beber alguma coisa? — Sophia falava um tanto agitada, sentando no sofá e indicando que fizéssemos o mesmo, sem nos deixar falar nada. — Marina, traga café e biscoitos. — Ordenou para uma empregada que assentiu e saiu sem fazer barulho. — Digam meus queridos, em que podemos ajudar? Não nos vemos desde o baile, que a propósito estava incrível. — Elogiou com mais puxa saquismo do que sinceridade.


Paola se sentou ao meu lado, grudando em mim e eu me afastei discretamente enquanto ela recebeu olhares feios de Annie e Belinda. Eu já ia falar o que precisava para acabar com aquilo logo, mas Mai foi mais rápida.


— Antes de tudo… Sophia onde está Dulce? Faz uma cara que não vejo ela. — Mai falou olhando séria e eu prendi a respiração, aguardando ansiosamente a resposta.


— Pois olhe, Maite. Dulce está impossível desde que meu querido Carlos faleceu. Sai todas as noites e volta só pela manhã. Hoje mesmo pedi que ela fizesse um esforço e ficasse, pelo menos em respeito à amizade que seus pais tinham, mas  nem assim. Eu já não sei o que faço. — Embora tentasse, não conseguia passar tanta verdade quanto tentava. — Ela podia ser boa como minha Belinda. Uma menina tão responsável, amável e linda. Podia até mesmo ser como Paola, linda e esforçada, quase não sai de casa.— Puxou o saco das filhas que sorriram de orelha a orelha.


— É uma pena, mesmo. — Annie falou com uma cara que misturava nojo e incredulidade. — Bom, depois a senhora nos dá o telefone dela. Quem sabe conseguimos falar com ela e fazê-la tornar mais parecida com essa duas. — Anahí dissimulou levemente a ironia.


— Certo, deixando esse assunto de lado um pouco…  — Assim que falei isso as três Saviñón da sala me olharam sorridentes. — Acho que vocês se lembram que a festa acabou mais rápido do que o esperado por conta de uma convidada fugitiva.


— Sim, foi uma pena. Uma festa tão maravilhosa como aquela deveria ter durado a noite toda. — Paola falou alisando meu braço e eu desejei ter sentado entre minhas irmãs.


— Se me permitem dizer, achei totalmente deselegante a saída dela. — Belinda pontuou como se isso tivesse sido uma falta imperdoável.


— O fato é que essa convidada esqueceu um sapatinho, então estou procurando por ela… — Falei e comecei a abrir a caixa que eu segurava e abrigava o calçado. — Será que alguma das senhoritas é dona desta peça?


As três se inclinaram na direção do sapato e o olharam com olhos brilhantes.


— Ah, meu Deus! Que vergonha! — Belinda falou cobrindo o rosto com as mãos.


— Meu amado sapatinho! Não acredito que você o recuperou para mim! — Paola abriu um grande sorriso.


— Paola, obrigada, mas não adianta mais fingir. — Belinda falou com o rosto vermelho, que estava dessa cor creio eu, mais por ela esfregar as mãos no rosto do que por vergonha. — O sapato é meu, Christopher. Sinto muito por te dar todo esse trabalho, mas é que fiquei com tanta vergonha depois daquela noite que não tive coragem de dizer quem eu era.


Eu troquei um olhar com minhas irmãs e soube que estávamos pensando a mesma coisa. Eu não sei quem aquelas três achavam que estavam enganando, com certeza não à nós três, mas sendo como éramos, dariamos corda para elas mesma se entregarem.


— Eu sinto muito, por isso, Uckermanns. Eu queria contá-los, mas minha filha é muito tímida e fiquei com pena de colocá-la nessa situação. — Sophia deu um olhar culpado em nossa direção.


— Não se preocupem com isso meninas. Não há problema algum nisso. — Mai falou sorridente. — Podemos resolver esse problema facilmente, basta provarem o sapatinho.


Na hora mãe e filhas ficaram um tanto estranhas, mas logo se recuperaram.


— Creio que isso não será necessário. — Sophia se levantou de repente, indo em direção à um armário. — Temos aqui o outro par. — Ela mostrou o outro pé do sapatinho, idêntico ao que eu estava segurando.


Ok. Algo estava definitivamente errado aqui.


— É um belo sapato, mas já que foi especialmente para uma de suas filhas, não haverá nem um problema se elas experimentarem o que trouxemos, não é mesmo Sophia? — Annie falou firme, arqueando uma das sobrancelhas escuras.


— Ahn… Claro, claro. Por que não? — Ela falou nervosa, sentando no sofá novamente.


— Posso dar uma olhadinha na peça, é algo de tão bom gosto que gostaria de ver o par junto. — Anahí falou já esticando a mão e pegando com cuidado o sapato. Ela analisou com cuidado e todos ficamos olhando-a enquanto ela fazia isso, esperando ansiosamente por seu veredito. — Realmente incrível, são o par perfeito. Verdadeiras obras de arte, ficam ainda melhor juntos. — Ela falou e esticou os dois sapatos juntos, sussurrando para eu e Mai que a peça era verdadeira, o par perdido do sapato que tínhamos.


— Paola, você que está tão empolgada, prove primeiro, por favor. — Pedi, já mostrando o sapatinho que tínhamos trazido, o outro pé ficou nas mãos de Annie.


Ela trocou um rápido olhar com a mãe, que apenas assentiu.


— Certo. — Ela ergueu o pé esquerdo, tirando o salto que usava e começou a colocar o pé no sapato perdido.


Assim que vi seu pé soube que o sapato não era dela, ele tinha um tamanho normal, talvez trinta e sete, mas o sapatinho era bem menor, a numeração dele devia ser no máximo trinta e cinco. Ela forçou o pé até colocá-lo dentro do sapato, mas ela ficou visivelmente desconfortável e o pé ficou em uma posição estranha e logo tirou o sapato e passou a massagear os dedos.


— Ah, que pena que não deu certo. — Mai fez uma carinha que misturava tristeza e ironia. — Próxima.


Belinda pegou o sapato com uma cara feia, mostrando que estava contrariada por ter que fazer isso.


— Olha eu comprei esse sapato tem um tempo já. Meu pé deu uma crescidinha e hoje estava quente e meus pés tem o péssimo defeito de inchar quando esquenta muita. — Ela falava enquanto forçava o pé, que era visivelmente maior que o da irmã. — Ah, ufa! Viram coube! — Ela esticou o pé para vermos, mas era quase engraçado o jeito que ele estava. — Agora que já vimos que coube vou tirar para podermos conversar mais comodamente. Vocês não podem ter vindo aqui só para me entregar isso.


Assim que ela tirou o sapato eu me estiquei para pegá lo, verificando se ele não estava deformado. No instante seguinte eu e minhas irmãs estávamos de pé, prontos para ir embora.


— Sinto muito, mas o sapato obviamente não coube no pé de nem uma das duas, logo não é delas. Não sei como nem por qual motivo vocês tem o outro pé dele, mas como não pertence à vamos ficar com os dois. — Falei sério, minha paciência tinha acabado. — Gostaria de informar também, que  depois do que aconteceu essa noite, gostaria que vocês se mantivessem longe de mim e da minha família, afinal não posso confiar em alguém que tenta nos enganar na cara dura.


— Senhor Uckermann, por favor não diga isso! — Sophia pediu se levantando e ficando em minha frente. — Veja bem, minha filha Belinda é apaixonada pelo senhor desde pequena, tudo que eu estava tentando era ser uma boa mãe e ajudá-la a ser feliz. Não pode levar isso em conta? — Eu apenas neguei com a cabeça olhando estranho para ela.


Eu nem me daria ao trabalho de responder aquilo.


— Jeito bem estranho de ajudar uma filha, mas quem sou eu para julgar a criação de adultos que não são meus filhos? — Maite falou irônica depois de soltar uma risadinha. 


— Sentimos não poder ficar para o café, mas o de ver nos chama. — Anahí falou já começando a caminhar.


— Boa noite. — Falei já seguindo minhas irmãs.


Mãe e filhas começaram a vir atrás de nós pedindo desculpas e que esperássemos em um emaranhado de vozes, mas eu estava muito decepcionado para sequer prestar atenção nelas. Essa era minha última esperança, agora eu tinha duas opções, desistir ou levar em consideração que minha dançarina usava peruca, o que eu achava improvável. Estávamos na porta de entrada quando Belinda segurou meu braço.


—  Christopher, por favor, me perdoe. Eu fiz isso porque te amo! — Eu ia respondê-la, mas um grito seguido de um barulho alto chamou a atenção de todos.


— O que foi isso? — Mai perguntou girando a cabeça em busca de onde vinha o som.


— Não é nada, deve ter sido só o gato do vizinho… — Sophia respondeu rápido demais, o que foi suficiente para Annie começar a andar em busca do que quer que tivesse feito o som.


Mai e eu também começamos a fazer o mesmo, mas as irmãs e Sophia continuaram paradas, como se temessem se mexer ou como se isso impedisse que alguma coisa acontecesse. Olhei para as janelas do segundo andar mas não vi nada, Annie já dava a volta no lado aberto da mansão e Mai olhava atentamente para as partes perto do portão, mas antes que qualquer um pudesse dizer algo ouvimos outro grito.


— Meu Deus! O que é isso!? — Fomos em direção à voz e demos de cara com uma empregada de olhar horrorizada e… um corpo?


Não podia acreditar no que estava vendo. Tinha um corpo estendido no chão, próximo à uma porta que supus ser da cozinha, sem pensar muito corri até lá. Era uma mulher, apesar de pequena era adulta, usava um vestido diáfano, uma de suas pernas e um braço estavam virados de um modo estranho e tinha vários machucados pelo corpo.


— Ela… ela está…? — A empregada murmurou desviando os olhos e eu coloquei meus dedos em seu pescoço para sentir a pulsação.


— Não. — Olhei para o lado e Annie estava falando em seu celular, pedindo uma ambulância e Mai estava no dela, falando alterada, parecia chamar a polícia com urgência. — Onde estão as Saviñón? 


Meu motorista apareceu logo em seguida, segurando Sophia pelo braço, suas filhas vinham logo atrás olhando horrorizadas para a menina no chão.


— Ela estava tentando fugir. — Nosso motorista falou como se defendesse.


— Tudo bem, João. Muito obrigada por segurá-la, a polícia já está a caminho. — Mai falou guardando o celular. — Acho melhor não tocar nela, mexer nela pode piorar a situação. — Falou para mim.


— A ambulância também já está vindo. — Annie informou e foi na direção das irmãs e segurou o braço de Belinda. — Explica isso agora. Quem é ela? Estão mantendo pessoas em cativeiro? 


— É… É… É a… — Ela começou a gaguejar e Annie a soltou, indo para Paola.


— É a Dul-Dul-Dulce. — Paola sussurrou sem tirar os olhos da morena caída no chão.


Assim que ouvi isso olhei para Annie e depois para Mai, elas pareciam assim como eu, estar em choque. Voltei a olhar para a menina no chão. Dulce. A minha Dulce, estava ali desacordada e indefesa.


— O que vocês fizeram com ela? — Mai falou exaltada indo para frente de Sophia.


— Não fizemos nada, eu disse que ela estava perturbada. — Ao ouvir isso meu sangue ferveu, essa velha desgraçada vai pagar por cada arranhão que fez em Dulce.


Eu nunca tinha batido em mulher alguma, mas estava muito tentado a fazê-lo agora.


— Sua mentirosa filha de uma puta. — Mai xingou e sem que ninguém esperasse deu um tapa na cara de Sophia.


A senhora Saviñón virou o rosto para o lado e xingou baixo, mas parecia muito chocada para fazer qualquer outra coisa. Belinda estava chorando ao lado da irmã, que não parecia crer no que via. Eu voltei a olhar para Dulce e acariciei de leve seus cabelos, com medo de machucá-la mais.


— Mai, calma. — Annie pediu depois de trocar um olhar comigo e ver que eu estava no mesmo estado que Mai. — Paola, já que você é a mais falante sugiro que abra a boca, por que eu não posso segurar os dois por muito tempo e acho que você não quer apanhar, não é? 


— Era a Dulce… — Paola falou com a voz tremendo. — No baile. É ela que vocês estão procurando. — Ela começou a chorar e levou algum tempo para voltar a falar. — Quando vocês avisaram que vinham nos visitar a mamãe ficou curiosa para saber do que se tratava e quando descobriu que vocês procuravam a menina da festa, imaginou que se tratava de algo mais que a devolução de um sapato.


— Sua ingrata traidora! — Sophia gritou, mas assim que Mai apontou um dedo para ela, ela se calou.


— Aí ela começou a pensar em um jeito enganar vocês, começou a procurar pela casa qualquer sapato que pudesse ser modificado, foi aí que ela e Belinda entraram no quarto da Dulce. Isso foi ontem de manhã, mas eu não estava, porque estou atrasada na faculdade e estou tendo aulas extras de manhã, mas a noite quando eu cheguei Belinda me contou tudo. — Ela deu um suspiro fungado. — Aí ontem a noite, depois do jantar nós… — Ela começou a chorar de novo. — Nós fomos confrontar Dulce. Ela disse que não sabia de nada, que tinha obedecido a ordem da mamãe e não tinha ido na festa, mas aí a Belinda ficou furiosa e tirou do guarda-roupas da Dulce o saco com as roupas e a máscara, só o sapato não estava lá por que a mãe já tinha guardado em outro lugar. — Ela soltou mais um soluço antes de continuar. — Depois disso Belinda e minha mãe começaram a bater na Dulce… Bater muito. — Ela chorou.


— Você também bateu nela! — Belinda gritou como se isso anulasse a culpa que ela tinha.


— Mas não igual vocês! — Paola revidou olhando para a irmã. — E depois a mamãe trancou ela dentro do quarto, toda machucada e não abriu nem para ela comer hoje. Falou que só abriria depois que Belinda estivesse casada com você — Ela falou olhando pra mim.


Filhas da puta.  — Eu sussurrei furioso, mas concentrei-me no rosto de Dulce.


Pouco depois a ambulância chegou, seguida da polícia. Annie e Mai só saíram de perto das três quando a polícia as tinha algemado e colocado dentro do carro, mandando-me ir com Dulce na ambulância pois elas iriam de carro. Eu não questionei e nem tirei os olhos de Dulce. 


Eu nunca mais iria tirar os olhos dela. 


~***~


Na manhã seguinte Dulce estava acomodada em uma cama hospitalar e começava a acordar. O médico que a atendeu confirmou que não era nada tão grave, apenas um braço e uma perna quebrada – que em poucas semanas estariam como novos – com um leve quadro de desidratação que estava sendo resolvido com soro, bem como todos os arranhados superficiais que já tinham recebido os curativos necessários.


Todos nós – exceto Dulce – já tínhamos falado com a polícia e eu já havia contatado meus advogados, que já estavam verificando a situação econômica das Saviñón e o testamento deixado pelo pai de Dulce. Meus pais estavam viajando a trabalho, mas já sabiam de tudo e prontamente ofereceram nossa casa para abrigar Dulce enquanto ela precisasse.


Eu tinha passado a noite em claro, a maior parte segurando a mão da minha dançarina misteriosa, torcendo para ela abrir os olhos, louco para dizer o quanto a amava e que agora ela estava segura. Levantei a cabeça quando senti um aperto leve em minha mão e pude ver seus olhos tremendo antes de abrirem. Ela ficou quieta, passou os olhos por todo o quarto até encontrar meu rosto, assim que pareceu me reconhecer arregalou os olhos.


— Você não pode se casar com a Belinda! — Ela falou rápido se movendo bruscamente, mas logo voltou a recostar na cama fazendo uma careta de dor.


— É, eu sei, senhorita Mistério. — Falei sorrindo para ela e depois levei um copo de água até sua boca ajudando-a a beber. — Por que não me contou que era você, Dulce?  Não precisava passar por tudo isso. — Falei acariciando seu rosto de leve e parecendo não perceber ela aconchegou o rosto em minha mão. — Você se lembra do que aconteceu?


— Eu… — Ela engoliu em seco com uma carinha de dor.


— Não precisa falar agora, carinho. — Beijei sua mão esquerda, já que a outra estava engessada. — Temos todo o tempo do mundo. — Assim que falei isso ela abriu um sorriso lindo.


— Eu caí da janela… — Ela desviou os olhos e as bochechas coraram. — Elas iam enganar você, eu não podia deixar. Eu tentei sair pela porta mas estava trancada e eu não consegui abrir com nada, aí decidi pular da janela. Não era tão alta, achei que não ia acontecer nada. — Dulce fez uma carinha fofa e apertou minha mão de leve.


— Fez tudo isso para me salvar? — Perguntei sorrindo e ela assentiu corada. — Bem, então acho que tenho que confessar algo a você, senhorita Mistério. — Ela sorriu como na noite da festa. — Eu sou apaixonado por você. — Ela arregalou os olhos como se não pudesse acreditar. — Desde que eu tenho treze anos. Mas você era muito bebê para eu te dizer algo assim, por isso eu fugi do sentimento e fingi que ele não existia. Por muito tempo eu achei que tinha te superado, mas aí você apareceu e mais uma vez fez eu me apaixonar por você, só que dessa vez foi você que fugiu. — Eu sorri um tanto sem graça.


— Eu também sou apaixonada por você. — Ela confessou de bochechas rosadas e eu senti como se o mundo fosse meu. — Desde que eu era pequena, mas eu nunca consegui superar. Passei anos… te amando em segredo. — Ela sussurrou a última parte, mas eu ouvi e achei que meu coração iria explodir. — O que eu queria te contar naquela noite Christopher era que… — Ela respirou fundo antes de continuar. — Eu te amo, Christopher. Te amo como nunca amei nunca ninguém.


Dulce me ama.


Dulce María Espinoza Saviñón me ama.


Eu também te amo, Dulce. Mais do que eu achei que poderia amar alguém.


Ela sorriu e os lindos olhos castanhos encheram-se de lágrimas que eu sabia que eram de felicidade. Sem dizer nada eu juntei nossos lábios, selando a promessa silenciosa de que ficaríamos juntos para sempre.


~***~


ttmContinuei! :)


lariiidevonne: Continuei, que bom que está gostando! S2


Fofuras,


Por hoje é só, mas amanhã eu volto!


Comentem y Favoritem!


Besos y Besos, Lindezas!!! 😘😘😘



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Autor(a): Srta.Talia

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Dulce María Já tinham passado dois meses desde que o baile e toda a confusão ocorreram. Depois de receber alta eu fui direto para a casa de Christopher, no centro da cidade, onde eu tinha uma enfermeira que ficava comigo até ele chegar do trabalho. Ele organizou tudo para mim, desde as acomodações até as aulas que eu precisei ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • thayna_chagas Postado em 01/05/2021 - 15:55:47

    Amei essa mini fic, mesmo sendo uma história curtinha conseguiu me deixar apaixonada com cada detalhe S2

  • ttm Postado em 22/04/2020 - 22:02:52

    gostaria siiim, continua sz

  • ttm Postado em 21/04/2020 - 20:00:31

    continuaaa sz

  • lariiidevonne Postado em 20/04/2020 - 19:58:18

    Contínua! Que fic maravilhosa :)

  • ttm Postado em 20/04/2020 - 19:26:23

    continua


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