Fanfic: Amor de Conveniência - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

— Ela tem uma babá.

— Pobre criança. Privada da presença da mãe que persegue seus objetivos... profissionais e pessoais.

— Eu divido a custódia com o pai dela.

Dulce examinou as próprias unhas:

— Você não tem medo que a custódia seja reduzi­da, ou até de perdê-la por completo?

— Você está me ameaçando?

— Não necessariamente, apenas conversando.

— Eu sou responsável pela minha própria vida.

— Claro, você é. Mas não com o meu marido.

— Mas então, ele nunca foi seu mesmo... ou foi?

Ela não deixaria de pronunciar a última palavra, então resolveu a situação da forma mais fácil, virou-se e foi embora.

Mas a irritação não se desfez com tanta facilidade. Até aqui, o dia estava se revelando simpático.

O leilão começou pontualmente às duas e meia, com ofertas animadas e lances altos à medida que cada peça era vendida.

A pequena mesa que Dulce gostou atraiu vários lances, que foram diminuindo até ficarem apenas dois grandes interessados...

Aquilo se tornou um jogo, com ambas querendo ganhar. Dulce cobria cada oferta de Belinda e os lan­ces foram ficando cada vez mais altos, no auditório só se ouvia a voz do leiloeiro.

Os presentes perceberam que havia algo mais na­quilo; logo surgiram sussurros e conjecturas que Dulce preferiu bloquear.

Uma voz masculina apareceu em meio aos lances, uma voz que ela conhecia muito bem. Olhou para Christopher e depois ao redor.

Que ele quisesse a mesinha para ele, era ridículo. Então, por que estaria fazendo ofertas? A pergunta mais pertinente tinha que ser, para quem a mesa seria destinada?

Dulce fez uma oferta excessivamente alta como última tentativa. Aquilo já tinha deixado de ser uma concorrência e se transformado em um jogo patético entre duas mulheres querendo se sobrepor uma à ou­tra.

Bem, para ela estava terminado.

Christopher fez uma oferta tão alta que arrancou suspi­ros dos presentes no auditório... seguido por um si­lêncio que significou o encerramento dos lances.

— Christopher.

A exuberância de Belinda era impressionante, in­cluindo o fato de ela estar com o braço nos ombros dele. Seja como for, os beijinhos na bochecha foram um pouco de exagero.

Se bem que, para ser justo, Christopher imediatamente aproximou-se de Dulce e segurou a mão dela firme­mente.

Foi difícil resistir à tentação de se livrar das mãos dele, em vez disso, ela cravou as unhas na palma da mão de Christopher como forma de protesto. Como res­posta, ele torceu, levemente, a mão dela.

Belinda, que deveria mostrar solidariedade em pú­blico, passou seu braço por baixo do de Christopher e saí­ram do auditório.

Acompanhado por duas mulheres... uma das quais era sua esposa, a outra, uma amante do passado. O re­sultado foi uma foto que irritou profundamente Dulce.

Arranjada por Belinda?

Ou ela estaria delirando? Certamente, esta era a praia de Belinda.

Quando estiver em dúvida... sorria. Foi o que ela fez. Qualquer outra coisa transformaria um boato em escândalo.

Mesmo a atitude deliberada de Christopher em retirar o braço de Belinda de seus ombros foi pouco para ame­nizar a raiva interna de Dulce.

Queria sair dali e se livrar daquela situação. Dulce era bem-educada e sabia como se comportar em público. Na intimidade, contudo, ela pretendia cravar as unhas nele.

Se ele pensava que acariciando seu pulso com o polegar iria diminuir a irritação dela, estava tremen­damente enganado.

O leilão continuou e Christopher arrematou uma pol­trona e uma mesa.

Belinda, para não ficar por baixo, teve participação ativa nos lances. Ela fazia sinais para que Christopher fi­zesse os lances nos momentos oportunos, levantava uma sobrancelha ou dava risinhos.

Não importava se ele retribuía ou não. O impor­tante era a intenção, e isto já era o suficiente para ela.

— Vou resolver os detalhes — Christopher afirmou, quando o leilão terminou.

Dulce deu um leve sor­riso.

— Eu vou indo na frente.

— Isto não demora. Espere por mim.

Como uma esposa obediente? Ficar aqui e assistir Belinda desempenhar o seu papel de mulher faceira? Não se ela pudesse evitar.