Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV`S Dulce

Era hoje...

Hoje seria a tão esperada lua cheia. O dia que apenas os que possuíam o gene da lincantropia podiam sair pra floresta. Henrique me disse que todos os outros alunos eram proibidos de sair do internato quando a noite chegasse, principalmente os vampiros. A mordida de um lobo era capaz de "matar" um vampiro em questão de poucas horas, por conta do veneno que se encontrava em nossas presas, nele continha uma toxina mortal para os vampiros. 

Eu estava apavorada e o fato de que eu não me transformaria junto aos outros tornava tudo pior. Sim, eu me transformaria dentro de uma jaula no porão do colégio, isolada de todos. Henrique disse que as primeiras transformações eu estaria descontrolada e era arriscado demais me deixarem sair, pois eu poderia atacar alguém inocente. Eu não havia feito amizade com nenhum outro lobisomem do colégio. Clark o Alpha da matilha me deu um "Oi" hoje de manhã no refeitório, mas foi apenas isso. Eu não me sentia mal por estar isolada deles, ao contrário eu preferia assim. A verdade é que não estou pronta pra fazer parte de uma matilha.

Eu hoje estava extremamente estressada e irritada. Passei boa parte do dia longe de Maite, não queria acabar sendo grossa com ela. Minha visão estava tão perfeita que eu conseguia ver qualquer imperfeição existente em tudo e meu paladar estava confuso demais já que eu podia sentir o gosto de qualquer ingrediente presente na comida.

Depois do pesadelo na madrugada eu passei a noite em claro. Não queria dormi e acabar voltando pras profundezas do meu inferno particular. Eu ainda me esforçava pra descobrir quem era o garoto mais a transformação de hoje tomava todos os meus pensamentos. 

O dia passou voando pra minha infelicidade, já era começo da noite e eu precisava ir para o porão. Eu ainda estava no quarto pensando em tudo de ruim que poderia acontecer comigo durante a transformação. 

- Dul para de drama! Você não vai morrer garota - Mai tentava de todas as formas tirar os pensamentos negativos da minha cabeça.

- Mas Mai eu li que já ocorreu inúmeras mortes durante a primeira transformação e se eu for um desses casos? - choraminguei e a morena me lançou um olhar mortal.

- Se você não parar agora com isso você realmente irá morrer, mas vai ser por minhas mãos, vou te deixar só o carvão - Grita e me puxa pela perna fazendo com que eu caísse com tudo no chão 

- Aiii Cacete! - Grito. Mai dá uma gargalhada e eu me levanto pulando em cima dela, em questão de segundos caímos as duas no chão rindo.

Mai em pouco tempo estava se tornando a amiga que eu nunca tive. Aquela que estava sempre do seu lado pra todos os momentos, te irritando ou te fazendo rir. Ter conhecido Mai era a única coisa que eu podia agradeçer a minha nova vida sobrenatural. 

Paramos de rir ao ouvir uma batida na porta. Levantamos e eu grito pra que entrasse. Era Henrique. Eu havia esquecido que tinha que ir pro porão, provavelmente ele veio me arrastar pra lá. 

- Dulce vamos, você já deveria estar no porão a tempos - Não disse!.

- Okay senhor diretor - digo irônica e arranco uma careta do mesmo me fazendo gargalhar - Mai tô indo nessa, se eu morrer... - ela me interrompe jogando seu travesseiro em mim.

- Olha que minha ameaça ainta tá de pé - diz e eu mostro a língua pra ela - Boa sorte! - grita quando estou saindo pela porta. 

Henrique me conduziu até o porão, o mesmo era bem grande, tinha várias caixas, livros velhos encima de uma mesa e no centro do lugar estava uma enorme jaula. A imagem daquela jaula fez meu corpo despertar e vários arrepios percorreram pela minha espinha. Só de pensar que passaria a noite dentro daquilo me dava um embrulho no estômago. Gerad  já estava lá segurando uma garrafa, os dois ficariam comigo esta noite. 

- Ansiosa pra primeira vez ?- Gerard pergunta em um tom de brincadeira e eu lhe mando um sorriso sarcástico.

- Você nem imagina o quanto - respondo fingindo estusiasmo.

Henrique abre a jaula e logo cai a ficha de que eu preciso entrar naquilo. Entro na mesma e Henrique a tranca. Me perguntei se aquela jaula era segura o bastante pra segurar um lobo totalmente furioso e descontrolado.

- É segura? - pergunto a Henrique.

- A fechadura esta enfeitiçada, depois de fecha-la só a bruxa que a enfeitiçou pode abrir - responde me deixando mais tranquila. 

-  Dulce iremos estar aqui por toda a noite, você não está sozinha nessa okay? - Gerard diz se aproximando de nos. Eu acinto e forço um sorriso pra ele. 

Mesmo que eles tentassem me confortar, eu ainda estava apavorada. Tinha medo de não aguentar a transformação, tinha medo de machuca-los, de fazer algo me arrependesse depois. Me despi ficando apenas de roupa íntima e me sentei no chão frio. 

1 hora se passou...2 horas...3 e nada. Já tinha tomada 3 garrafas de água de tão nervosa. Eles me disseram que a transformação dependia de cada lobo, alguns acontecia rápido, outros demoravam, ou seja era normal demorar tanto.

- Mas que droga! Por que demora tanto? - digo me levantando alterada. Aquilo já estava me estressando.

- Dulce calma! - Henrique pediu calmamente.

- Como posso ficar calma se essa maldita transformação tá... - antes que eu pudesse terminar sou impedida por uma dor insuportável nos ossos me fazendo cair de joelhos no chão.

Gritei de dor e os dois se levantaram de onde estavam se aproximando da jaula. Eles me diziam pra tentar manter o controle mas eu não estava nem aí pra isso nesse momento. Urrei aos prantos quando meus ossos do braço direito quebraram pra frente e logo o esquerdo fez o mesmo. Eu sabia que doeria mais não imaginava que era daquela forma. Depois foi a vez das minhas pernas me fazendo ficar na posição de quatro. Cada vez que meus ossos saiam do lugar eu desejava estar morta, a dor era tanta que eu desejava nunca ter nascido com aquele gene estúpido.

Foi aí que meu corpo começou a reagir de uma forma estranha, meu sangue fervia, arrepios passeavam por cada parte do meu corpo. Aquela sensação me despertou um déjà-vu da noite da morte de Melanie. Gritei com todo o ar dos meus pulmões fechando os olhos  quando chegou a vez das minhas costelas. Ouvi um barulho alto de coisas quebrando e abri meus olhos me derreparando com caixas jogadas no chão, os bancos que Henrique e Gerard estavam sentados se encontravam destruídos. Mirei os mesmos e os dois me olhavam com os olhos arregalados. Eu havia feito aquilo?.

- Dulce calma... você precisa ficar calma - Henrique disse preocupado. Eu ia lhe responder mais os ossos da minha mão entortando me impediram. Os arrepios ficavam cada vez mais fortes, fechei os olhos novamente e só podia ouvir mais barulhos de coisas sendo arremessadas. Eu não tinha controle algum dos meus poderes e só podia desejar que não acontecesse nada com Henrique e Gerard por conta disso.

Eu sabia que eles estavam falando algo mais eu não conseguia ouvir, suas vozes se tornavam mais baixas e devagar na minha cabeça, como se estivessem em câmera lenta . Eu queria que aquilo acabasse, mais sabia que não tinha chegado ao fim e ainda tinha muito mais. Meu pescoço foi pra frente e nessa hora senti meus olhos mudarem. Os abri e aquela mesma visão amarelada estava presente. Minhas unhas pulsavam com uma ardência infernal e logo se transformando em algo que rasgavam as pontas dos meus dedos. Minhas garras. Minha pele formigava insuportávelmente fazendo os pelos cinza e branco nascerem. Meu rosto mudava por completo, deixando meu fucinho visível e presas enormes cresceram no mesmo lugar dos meus dentes pequenos. Meus pés e mãos tinha tomado a forma das de um canino e estavam peludos. Minhas orelhas tomaram uma forma pontuda e triangular. E por último meu rabo fofinho surgiu no meu traseiro. 

Eu finalmente estava transformada por completo. Acabou? Claro que não! Uma confusão tomou toda a minha cabeça. Algo me puxava do controle do meu corpo, como se alguém quisesse entrar no meu lugar. Alguém que eu pudia sentir que estava furioso. A última coisa que vi antes da escuridão se apossar de mim foi as grades da jaula serem abertas em um espaço perfeito para um lobo passar...

Dulce se transformou...