Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV`S Dulce

- Concentre-se na vela Dulce - Disse Jenna - Preciso que imagine a chama ardente surgindo nela...

E ali estava eu, de frente a uma vela tentando acende-la. Jenna disse que eu precisava começar a treinar com coisas básicas, coisas que não sugassem tanto da minha energia. Me concentrei na vela e fiz exatamente o que Jenna pediu. A imaginei acendendo, a pequena chama surgindo lentamente sobre a vela. Mas nada aconteceu, a droga da vela não acendeu.

- Não acende. Droga! eu sou horrível - Olhei pra Jenna derrotada. 

Eu não conseguia entender meus poderes, as vezes parecia que estavam de sacanagem com a minha cara. Quando eu não queria usá-los surgiam facilmente e quando eu mais precisava nada acontecia. 

- Calma Dulce! Você só precisa de treino, relaxa uma hora você consegue - Jenna é uma ótima professora, paciente e determinada. Desde o momento que cheguei aqui ela tenta me convecer de que o tempo leva a perfeição. Mas pra mim, diferente dela o tempo me estressava.

- Vou tentar de novo - Repeti o mesmo processo. Imaginei tudo em perfeitos detalhes, só que mais uma vez não apareceu chama nenhuma - Argh! O que eu tou fazendo de errado Jenna? Porque ela não quer acender?.

- Dulce descansa por 5 minutos, você já está estressada e isso afeta na sua concentração - Jenna estava certa, eu já estava muito irritada com aquela droga de vela.

Deitei minha cabeça sobre a mesa. Eu ultimamente andava me estressando até com o vento, talvez seja o meu lado lobisomem enchendo o saco. Escutei um barulho perto da minha cabeça e a levantei vendo uma xícara com algo dentro que Jenna havia colocado. 

- Bebe! É chá e vai te ajudar a se acalmar - diz com um sorriso gentil - Nós bruxas somos dependentes de chás, querendo ou não a magia suga nosso energia e o pouco de sanidade mental que ainda temos - O comentário dela me fez rir. Peguei a xícara e bebi um gole.

- É de que ? - Pergunto me referindo ao chá.

- Camomila, é tiro e queda contra estresse - responde ela enquanto lia algo em um livro.

Terminei de tomar o chá e pus a xícara de lado. Olhei novamente pra vela e repeti o processo, mesmo sabendo que tinha grande probabilidade de não acontecer nada novamente. Mas eu estava errada. Sorri de orelha a orelha olhando a vela agora acesa. Eu consegui!

- Viu eu disse que uma hora você conseguia - Jenna fala orgulhosa.

Depois que acabou o meu tempo com Jenna fui ao refeitório almoçar. Encontrei Maite e Poncho sentados em uma mesa conversando animados.

- Opa! já estão assim, daqui a uns dias esqueçam de mim - Digo brincando logo fazendo um bico dramático.

- Impossível Dulce, como vou esquecer a pessoa que mais enche meu saco diariamente - Maite diz e mando o dedo do meio pra ela. Poncho apenas ria de nois duas - Como foi sua aulinha de bruxaria? 

- Bruxaria? Achei que fosse lobisomem - Poncho levanta a sobrancelha confuso. Eu não tinha falado a ele que era hibrida.

- Eu sou os dois, uma hibrida pra ser mais exata - digo e Poncho arregala os olhos - Mas nem pergunta nada sobre isso, porque provavelmente eu sei tanto quanto você sobre esse assunto - Faço uma careta e ele ri - E respondendo sua pergunta Mai foi até que tranquila, acendi minha primeira vela.

- Uau! daqui uns dias você já vai tá manjando de magia negra - ela diz irônica batendo palminhas e eu mando língua pra mesma.

Comemos nosso almoço enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. Poncho já sentia super a vontade com nois duas o que me deixava feliz. 

- Bom galera, eu já vou indo o jiu-jitsu me chama - Mai diz se levando. Acenamos pra ela e a mesma saiu andando.

- Ela é meio doidinha - Poncho comenta e eu riu.

- Sim, ela é - digo e o olho - Você vai mesmo comigo pra biblioteca?.

- Claro! Agora? - pergunta e acenti. 

Eu precisava procurar alguma informação sobre hibridos. Tudo que eu sabia sobre a minha espécie era quase nada e eu odiava isso. Eu precisava entender porque estavam em extinção, precisava saber se eu era a única híbrida ainda viva e precisava saber se meus pais eram como eu.

Poncho e eu entramos na biblioteca e fomos até Alice. Ele perguntou sobre livros de Lobisomens e ela indicou onde estavam. Assim que ele saiu Alice me olhou sorridente.

- Alice onde posso achar livros sobre hibridos? - pergunto e a mesma me olha fazendo uma pequena careta.

- Ah querida, sinto muito, mas infelizmente todos os livros sobre esse assunto foram destruídos a alguns anos - Destruídos? Mas porque?.

- Mas porque? - perguntei indignada.

- Eu não sei bem o real motivo, mas acredito que alguém queria dar um fim total na linhagem híbrida - Alice disse - A guerra das bruxas e vampiros contra os híbridos duraram anos, eu creio que eles tenham destruído todos de alguma forma mostrando que haviam ganhado.

Guerra? Mas porque exatamente as três espécies lutavam uma com a outra? Depois disso Alice disse que não sabia mais que isso sobre a guerra e a deixei em paz indo até Poncho.

- Achou seu livro?- Pergunta quando sentei ao seu lado.

- Não, foram destruídos - Digo decepcionada e ele franze a testa - Alice disse que ocorreu uma guerra de híbridos contra bruxas e vampiros. Minha espécie perdeu e foi extinta e toda a informação sobre eles se foi junto.

- Nossa, que estranho - Ele diz logo voltando a atenção ao seu livro.

Talvez Jenna soubesse algo sobre isso, perguntaria na próxima aula com ela. Será que meus pais morreram durante essa guerra? Aquela possibilidade fazia meu estômago embrulhar. Eu não entendia porque tudo pra mim tinha que ser tão complicado e vago, como se o universo conspirase pra que eu soubesse a verdade. Peguei meu colar que estava escondido debaixo da blusa e o apertei. Tudo o que eu mais queria era saber sobre eles, se estavam vivos.

- O que é isso ? - Poncho pergunta apontando para o meu colar.

- É um colar, eu tenho ele desde bebê - Digo o apertando mais forte - Acho que pertencia aos meus pais. É a única coisa que tenho deles, além dos poderes - digo e beijo o mesmo carinhosamente. 

- É lindo! - Ele elogia o pegando - O que significa a lua e o S? - pergunta e eu abaixo a cabeça.

- Eu não faço ideia - digo triste e Poncho acaricia minhas bochechas.

- Não fica assim, a verdade sempre aparece, algum dia você vai saber todo o mistério que te rodeia ruivinha - Poncho diz me fazendo sorrir. Ele tinha razão, um dia eu iria descobrir toda a verdade. 

- Obrigada Poncho - Ele sorri e me beija na bochecha. Sinto meu rosto arder de vergonha e ele dá uma piscadela. 

[...]

Eram 1:45 da madrugada. Eu não conseguia dormi de jeito nenhum. O mistério dos meus pais e da guerra de espécies rodavam na minha cabeça, tudo aquilo era confuso e estranho... Todo esse misterio já estava me enlouquecendo, eu só queria que uma vez na vida algo fizesse sentido. 

Sai do quarto, eu precisava urgentemente de ar puro. Os meus pensamentos estavam uma completa bagunça, um completo cãos. Sai pra fora do colégio e começei a andar pelo jardim. Tentei tirar aquelas dúvidas da minha cabeça, mas era impossível. Eu sabia que tudo aquilo só iria sair de mim quando eu descobrisse a verdade.

Eu andava sem rumo algum pelo imenso jardim. O vento me fazia trincar os dentes tremendo meu maxilar de tão frio, parei um pouco e abraçei meu corpo. Fechei os meus olhos e senti a brisa gelada. Por um momento eu consegui deixar de lado a confusão e foquei apenas no ali...apenas na sensação do vento tocando meu corpo.

Um barulho de galhos me fez despertar daquele momento. Xinguei mentalmente e abri meus olhos procurando de onde vinha. Era ele. Christopher entrou no jardim do colégio, ele não percebeu que eu estava ali. Me assustei ao ver o estado que se encontrava. Estava coberto de sangue, sua camisa branca toda manchada de vermelho. Seu rosto estava em uma expressão obscura e fria. Tentei dar um passo pra sair da li, mas pisei em um galho fazendo um barulho irritante. 

Ao me ver a sua expressão foi de fria pra assustada por um momento. Ele me encarava como se pedisse pra que saísse da li o mais rápido possível. Mas eu fiquei ali, eu não conseguia. Em vez disso eu fui me aproximando.

- Dulce...- ele deu um passo pra trás como se tentasse me avisar algo.

- O que você fez? Porque está todo sujo de sangue? - perguntei ignorando sua tentativa de me manter longe.

- Dulce por favor, sai daqui - Deu outro passo para trás - Eu não quero te...- o interrompi.

- Me machucar? - ele acentiu.

- Porque me machucaria Christopher? - pergunto e ele dá um sorriso irônico.

- Porque essa é a minha natureza Dulce. Do que você acha que constui minha cadeia alimentar? Frutinhas? Não Dulce é de sangue humano, eu sou um vampiro e machuco as pessoas pra conseguir me alimentar- ele me olhou no fundo dos meus olhos se aproximando - E se eu fosse você eu sairia daqui antes que isso aconteça com você.

- Isso é uma ameaça? - pergunto engolindo em seco. Meu coração estava disparado e o medo percorria por todo o meu corpo.

- Isso é um aviso docinho - Diz e pisca pra mim - Agora vai Dulce, sai daqui se você realmente quiser viver. Porque eu juro que se não sair agora eu vou te morder e pode ter certeza que não vou parar até que você esteja sem uma gota de sangue.

Confesso que ele estava me assustando, eu conseguia ver nos seus olhos que estava tentando se controlar pra que não pulasse em mim e bebesse todo o sangue do meu corpo. Será mesmo que ele seria capaz de me machucar? Nesse momento tive medo da resposta e não queria descobri-la, então corri o mais rápido que eu pude pra dentro do colégio. Cheguei na porta do meu quarto e me arrastei na mesma sentando no chão frio. A imagem de Christopher ensaguentado e sedento por sangue estava empregnada na minha cabeça. Eu não queria ter medo dele, mas era inevitável. Eu estava apavorada. Estava apavorada porque sabia que ele me mataria sem dó alguma, como provavelmente fez com a pessoa a algum tempo atrás. Eu havia sentido, o sangue na suas mãos, boca e camisa era sim sangue humano...

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