Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV`S Dulce

Festa! Eu definitivamente nunca imaginei que um dia iria a uma. Mas quando Mai chegou no nosso dormitório avisando sobre uma festa secreta que estavam organizando, eu fiquei completamente sem reação. O que eu faria la? Droga, eu era completamente virgem nesse quesito, eu nem sabia direito o que faziam em uma festa.

- dançar, beber, beijos, SEXO - Mai listou após eu perguntar sobre essa dúvida que eu tinha.

Dançar: Eu sou desengonçada demais para isso. Prefiro evitar.

Beber: Não mesmo.

Beijos : O único que tive foi com George, um garoto do orfanato. Foi estranho e gosmento.

Sexo : Isso definitivamente estava fora de questão. 

Ou seja, eu iria fazer papel de idiota a noite inteira, já que provavelmente Mai me abandonaria pra ir pro mato com algum garoto. Tinha Poncho, mas não sabia se ele iria seguir o mesmo esquema que Mai.

Talvez seria melhor eu passar a noite na biblioteca pesquisando sobre o lance do símbolo. Christopher obviamente estaria nessa festa, eu acho. Ou poderia seguir sua rotina de sugar o sangue de pessoas inocentes , como faz todas as noites. 

A ideia de trabalhar com um assassino sanguessuga não me agrada de nenhuma maneira. Christopher é um tipo misterioso e intimidador, não sei ao certo se realmente posso confiar nele. Mas infelizmente, ele é o único que pode me ajudar com isso, afinal era ele que conhecia a tal Hellen.

Hellen. Esse nome rodava minha cabeça insistentemente. De alguma forma ele me parecia familiar, o que era estranho, já que não me recordava em ter conhecido alguém com tal nome.

- Dulce, anda logo - Mai gritou enquanto calçava sua bota preta. 

- Andar com o que? - franzo as sombrancelhas e Mai revira os olhos.

- Você não está pensando em ir assim né? - indagou e eu olhei para meu pijama vermelho.

- Mai, eu não vou - digo e me deito na cama me cobrindo com o cobertor.

- O Que? É claro que você vai - andou até mim e puxou a coberta - É a sua primeira festa garota, vai ser inesquecível.

Esse inesquecível da Mai me deixava apavorada. Provavelmente ela me faria beber um porre e transar com toda a alcatéia de lobos do internato. 

- Mai não tô afim.

- Dulce, se você não levantar já dessa cama e colocar uma roupa que te deixe bem gostosa, vou te levar a força assim mesmo, de pijama - falou entridentes.

Esse era outro problema, eu não tenho roupas legais. Minhas roupas eram simples demais, afinal nunca tive dinheiro para ter um guarda roupa como o de Mai. As freiras que costumavam me dar algumas peças usadas. Nunca me importei com isso, pelo menos tinha o que vestir.

- Não tenho roupa - falei com a voz abafada pelo travesseiro.

- Isso não é problema - disse e foi até seu armário, procurando por algo - Achei - puxou uma peça e veio até mim estendendo a mesma - Ficará perfeito em você.

Tirei a cara do travesseiro e encarei a peça. Arregalei os olhos ao ver o vestido preto com um decote enorme que provavelmente fariam meus seios quase saltarem do bojo. Além disso, onde estava o resto do vestido? Provavelmente dois dedos da minha bunda ficariam a mostra.

De jeito nenhum.

- Eu não vou usar isso - digo fazendo uma careta e Mai suspira irritada.

- Qual o problema? Vai ficar lindo em você.

- Mai, seria mais fácil você me mandar ir só de calcinha e sutiã, seria quase a mesma coisa que ir com esse vestido - digo irônica - Não quero parecer oferecida.

- Não é ser oferecida, é ser sexy Dul - ela disse e bufou, mas logo me lançou um olhar mortal - Ei, tá me chamando de oferecida?

- Se a carapuça sérvio - digo e dou uma gargalhada, Mai fez uma caretinha e deu um tapa no meu braço.

- Idiota - me mandou lingua - Mas, é sério Dulce, com esse vestido você vai deixar todas as garotas daqui no chinelo. Você tem um corpão, só precisa mostra-lo. - suspirei e peguei a peça a observando.

Com certeza irei me arrepender disso.

- Tudo bem - digo e Mai da um gritinho se jogando em cima de mim.

Vesti o pedaço de pano e Maite fez uma maquiagem leve em mim, já que eu não sabia nem passar um rímel direito. Ela me emprestou uma bota preta, sem salto obviamente, eu não iria me entregar de bandeja a passar vergonha. Quando finalmente pronta, pulamos a janela, o que não foi difícil, afinal eu era uma lobisomem e Mai uma ninja profissional. 

A festa era na floresta, pois de forma alguma Henrique poderia saber da sua existência. Andamos por um tempo pela mata até ouvir um barulho de música. Mai me olhou com um sorrisinho malicioso.

- Esse vai ser seu ritual de iniciação para se tornar uma verdadeira aluna da Supernatural School - ela piscou e eu forçei um sorriso. Pensei seriamente em voltar correndo, mas antes que eu fizesse algo senti Mai me puxar pelo braço atravessando as árvores e entrando em um local iluminado por uma fogueira. Tinha bastante gente, alguns dançavam animados ,  outros conversavam enquanto bebiam, e a outra parte estavam se engolindo sentados em troncos ou encostados em alguma árvore.

Enquanto Mai falava com todo mundo, eu me sentia completamente deslocada. Me perguntava a cada segundo que diabos estava fazendo aqui. Mais o pior de tudo era a cara dos idiotas me olhando como se eu fosse um filé fresquinho. Droga de vestido. 

Mai pegou duas bebidas e me ofereceu uma, recusei e ela revirou os olhos e logo tomou um gole do conteúdo dentro do copo vermelho. Olhei em volta observando as pessoas dançarem e rirem. Até que meus olhos se cravaram em uma cabeleira cacheada. Christopher estava com a loira magrela, Anahi, os dois riam de alguma coisa que ela falava. Senti uma pontada de inveja, ela estava sempre pendurada nele para cima e para baixo, pareciam um casal. Será que ele gostava dela? Obviamente sim, afinal olha só para ela. Loira, linda, um corpo de dar inveja e cheirava a mel. Era impossivel ele não ser atraído por ela.

- Devia falar com ele - Maite diz me tirando a atenção do casal de loiros. Franzi as sombrancelhas.

- Ele quem?

- O vampirinho misterioso, sua boba, devia falar com ele - disse e eu revirei os olhos.

- Não tá vendo que a Barbie tá penduranda nele? - Digo e solto um suspiro - E também ele não me interessa, já disse - Maite revirou olhos.

- Conta outra, você tá se mordendo de ciúmes - foi minha vez de revirar os olhos.

- Não tou não - digo irritada e pego o copo de sua mão bebendo o conteúdo de uma só vez. Devolvi o copo e Maite me olhava com os olhos arregalados.

- Uou, é isso aí garota! - Maite gargalhou - Rick traz mais duas pra mim e para minha amiga - gritou para o garoto que estava responsável pelas bebidas.

- Dulce, tem certeza que vai na da Mai - disse uma voz atrás de mim. Me virei e vi Poncho com uma careta divertida no rosto.

- Ainda estou decidindo sobre isso - digo e ele gargalhou.

- Vem, vou te salvar te se tornar a bebada louca da festa, por que se depender da Mai você vai entrar em coma alcoólico. - ele segurou minha mão e me puxou para um canto mais reservado. Olhei para trás para ver se Mai não se importaria se saisse um pouco com Poncho, mas percebi que não ao ver Maite no maior amasso com o Rick da bebida. Neguei com a cabeça rindo e olhei para Poncho que me encara meio embasbacado. - Você tá maravilhosa - disse e eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Aquele vestido mostrava demais e ter Poncho me olhando daquela forma me deixava desconfortável.

- Obrigada - forço um sorriso. 

- Achei que você não viria - ele disse coçando a nunca, parecia meio nervoso - Você não parece o tipo de pessoa que gosta desse tipo de ambiente.

- Não sou. Na verdade essa é minha primeira festa - digo cruzando os braços - Só estou aqui, por que Maite me arrastou. Você sabe como ela pode ser insistente - ele ri.

- Maite é um caso perdido.

- E você, gosta de festas? - indago e ele faz uma careta.

-  Não, só vim por curiosidade. Nunca fui a alguma festa de seres sobrenaturais, precisava ver pelo menos como era. - ele ri e eu o acompanho. Ele para de rir e me encara com um semblante estranho,logo se aproximando - Seu sorriso é maravilhoso - disse enquanto colocava uma mexa do meu cabelo para trás da orelha. Meu coração começou a palpitar descontroladamente, ele me olhava com uma expressão de desejo e ao mesmo tempo carinho. Eu fiquei um tempo sem reação, principalmente quando ele aproximou seu rosto do meu tocando seus lábios nos meus.

Eu não sabia se realmente queria aquilo, mas eu não conseguia reagir e simplesmente deixei acontecer, assim fechando meus olhos. Quando ele ia pedir passagem com a ligua, senti seu corpo se afastar do meu bruscamente. Abri os olhos rapidamente e me deparei com uma cena inesperada. Poncho estava no chão enquanto rosnava para Christopher que o olhava com odio.

Mas que droga estava acontecendo?

Continua...