Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV`S Dulce

Enquanto não dava a hora do meu teste com Henrique resolvi andar um pouco pelo colégio. Pela manhã era bem barulhento e cheio de jovens conversando em grupinhos, fazendo brincadeiras com seus poderes (o que pra mim ainda era estranho pois ainda não tinha me acostumado com tudo aquilo) ou então correndo para suas aulas, diferente de como estava a noite quando cheguei já que todos deveriam estar dormindo. Percebi alguns olhares sobre mim e lembrei do que Maite havia dito " a fofoca sobre sua explosão correu rápido por aqui". Ignorei todos os olhares e cochichos que faziam de mim, talvez todos os novatos daqui passassem por isso.

Fui até o refeitório, já que não havia tomado café ainda. Fiquei impressionada com a quantidade de opções de comida que tinha, optei por um suco e waffle. Sentei sozinha em uma mesa já que a única pessoa que me dei bem está em aula. Começei a comer em silêncio observando as poucas pessoas que estavam por lá. Me perguntei se muitos deles eram assim como eu, sem saber de onde vinha aquele lado sobrenatural. Vi que a loira de ontem vinha em minha direção e abri um sorriso acenando pra ela, mas logo parei o que fazia quando a mesma passou direto me ignorando. Credo! Será que todos eram assim e a única exceção é Maite?.

Terminei de comer e continuei andando, eram 7:30, ou seja, ainda tinha muito tempo para o teste. Parei em frente a uma grande porta que havia escrito " Biblioteca mágica", empurrei a mesma e entrei. Era enorme, bem iluminada e com inúmeras pratileiras de livros. Sorri para a bibliotecária e a mesma me devolveu um sorriso gentil. 

Sempre fui apaixonada por livros. As madres que sabiam do meu hobby me emprestavam livros já que eu não tinha dinheiro pra comprar e não podia sair do orfanato para ir a biblioteca da cidade. Andei pelo primeiro corredor de prateleiras e meus olhos brilhavam observando cada livro. Logo fui pra segunda, terceira...até que parei em um livro. " Feitiços para localizar parentes". Talvez aquele livro possa me ajudar a saber o paradeiro dos meus pais. O puxei do lugar na prateleira e observei. A capa era de couro e bem desgastada, presumi que fosse bem antigo. O nome estava bordado em uma fonte dourada bem chamativa. Talvez tivesse mais que nem esses, olhei para onde o livro estava para buscar por outros,mas algo me chamou atenção, ou melhor alguém que estava do outro lado da prateleira. Fiquei ali observando a pessoa pela brecha de onde o livro estava...era um garoto. Seus cabelos eram de um tom loiro escuro, com cachinhos perfeitos, sua pele era pálida e tinha uma estatura forte e grande. Ele estava sentado em uma poltrona enquanto desenhava algo em um caderno. Parecia tão angelical mas ao mesmo tempo tão... perigoso. Senti um enorme desejo de ir até ele e quando dei por mim estava caminhando até o mesmo. Parei em uma distância considerável de onde ele estava e fiquei ali o observando. Seus dedos se moviam de uma forma tão ágil enquanto rabiscava com o lápis na folha. Tentei ver o que era o desenho mais parei assim que o garoto levantou a cabeça e me encarou. Meu coração quase saiu pela boca quando aqueles olhos castanhos profundos me olharam de uma forma estranha. Ele parecia em choque ao me ver e eu não entendi porque. Dei um pequeno sorriso para o mesmo em busca de melhorar o clima mas a única coisa que ele fez foi se levanta rapidamente e sair apressado dali me deixando com cara de idiota. É parece que eu estava errada em pensar que com as pessoas daqui eu faria amizade mais rápido. 

Resolvi deixar esse acontecimento vergonhoso e estranho de lado. Levei o livro até a bibliotecária pra que fizesse minha ficha. Assim que fez me entregou o mesmo e sorriu.

- Seja bem vinda Dulce - diz gentilmente. É parece que todo mundo já me conhece por aqui - Sou Alice e sempre que precisar de algum livro específico e não o encontrar pode me procurar - Acinto e sorriu. 

Antes de sair da biblioteca olhei a hora no relógio de parede... 8:45. Sai de lá e fui até o meu quarto deixar o livro. Chegando no mesmo notei a minha bolsa azul escura encima da minha cama. A abri e vi minhas coisas que aliás eram poucas, mas nunca liguei pra isso. Fiquei mais um tempo ali deitada até a hora do teste. 

Depois de uns dez minutos perdida tentando lembrar onde era a quadra eu enfim cheguei. Era bem espaçosa e tinha uma enorme arquibancada. Henrique já estava lá e quando me viu abriu um sorriso.

- Pensei que não viria - diz em um tom brincalhão. 

- Desculpe! Eu me perdi - sorri amarelo e ele acente.

- Okay! Dulce preciso que me conte tudo o que você sentiu quando usou seus poderes - ele fala me encarando - me conte tudo que lembrar.

- Bom - suspiro e falo - Eu lembro que  fiquei com muita raiva por Melanie ter pego meu colar - digo e o apertei sobre a blusa - Senti meu corpo inteiro formigar, meu sangue fervia e arrepios percorriam por todo o corpo...ah também tinha as vozes.

- Vozes? - pergunta com a testa franzida e eu acinto - O que diziam? 

- Sussurravam pra que eu a matasse - digo e mordo os lábios - o que isso significa? - ele ia me falar algo mas foi interrompido por um homem que acabava de chegar. 

Era alto, tinhas os cabelos negros e olhos azuis piscina. Parecia ter a mesma idade que Henrique. Pra um quarentão era bem atraente. 

- Desculpe o atraso, os garotos estavam inspirados demais na aula de hoje - disse e me encarou - Você deve ser Dulce certo? - pergunta e acinto - prazer sou Gerard - sorri pra mim e eu lhe devolvo o sorriso.

- Gerard, Dulce estava me contando o que sentiu na noite que usou os poderes - diz e Gerard acente - Dulce será que pode repetir para Gerard? 

Repito tudo que havia dito pra Henrique e Gerard me olhou atento.

- O que as vozes significam? - pergunto e os dois me olham pensativos.

- Sinceramente eu não faço ideia - diz Gerard.

- As vozes podem ser alguém tentando se comunicar com você - Henrique sugere.

- Mas quem ? - pergunta Gerard. Nessa hora a única opção que veio na minha cabeça era...meus pais.

- Será que são meus pais? - pergunto cheia de esperança.

- Pode até ser, quanto tempo você não os vê? - pergunta Henrique e sinto uma dor no peito. 

Falar sobre meus pais nunca foi meu assunto preferido. Sempre que me perguntavam eu cortava ou respondia com respostas vagas. Mas a possibilidade de que eles estejam tentando se comunicar comigo me dá um pingo de excitação para falar sobre eles com Henrique e Gerard.

- Nunca os vi - abaixo a cabeça - fui deixada na porta do orfanato quando ainda era recém-nascida - digo e eles me olham com um semblante de " sinto muito".

- Como o Henrique falou podem ser sim seus pais, mas no momento não tem como sabermos - diz  Gerard cortando o clima triste - Dulce o que mais se lembra? - tentei lembrar o que mais aconteceu e foi aí que a fala da madre Ângela me veio a memória " olhos amarelos" 

- Madre Ângela disse que viu olhos amarelos em mim - digo e os dois me olham com os olhos arregalados - Ah e também lembro que senti uma dor enorme nos meus ossos como se fossem se quebrar - Gerard e Henrique se encararam assustados como se tivessem se comunicando através disso.

- Olhos amarelos? Ossos se quebrando?Dulce acho que sei o que você é - olhei para ele esperando que me dissesse logo.

- Você acha que...- Gerard ia perguntar a ele, mais o mesmo interrompeu.

- Gerard quando é a próxima lua cheia? - Lua cheia? Como assim?.

- Daqui a dois dias - diz preocupado.

- Então temos que prepara-la para a transformação - conclui Henrique.

Eles falavam como se eu não tivesse ali, o que estava me deixando frustrada e irritada. Mas que droga será que poderiam não me deixarem mais confusa do que já estou ?.

- Perai que transformação? - pergunto confusa e os dois me olham.

- Dulce daqui a dois dias você terá sua primeira transformação em lobo...

Isso so pode ser brincadeira!

Porque será que o Ucker fugiu dela? E de quem são as vozes? Comentem suas teorias...