Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV'S Dulce

- Pelo amor de Deus concentre-se Dulce - Henrique disse impaciente pela quinta vez. 

Havia contado sobre a minha super aldição a Henrique assim que cheguei para a "aulinha particular" naquela manhã. E perante a isso cá estávamos nós tentando fazer com que eu não surtasse com qualquer som existente no universo. Henrique me instruiu que eu precisava me concentrar em um ponto existente no meu subconsciente e através disso controlaria a amplificação do sons para que acontecesse com menos frequência. Só que não estava saindo como esperado já que era a quinta vez que eu tentava e sempre ria ou perdia atenção pra qualquer coisa desde as batidas do coração de Henrique a uma mera mosquinha passando por mim.

- Desculpe! Agora eu consigo - Putz nas cinco tentantivas eu repetia isso. Fechei meus olhos e fiz um esforço pra bloquear todos os sons ao redor. Vaguei na escuridão da minha mente em busca de um ponto específico, uma espécie de balança que equilibrava a minha aldição normal e a sobrenatural. Tudo estava indo bem, só mais um pouco e tudo voltaria ao norm...Fui puxada imediatamente das profundezas da minha mente por uma voz. PUTA QUE PARIU QUEM FOI O DESGRAÇADO? Estava tão perto...

Abri meus olhos e olhei pra criatura que havia me atrapalhado. Anahí estava parada com os braços cruzados olhando pra Henrique com uma cara azeda. 

- Papai porque deu ordens de que a Daniella Quensy seria responsável pela festa de Halloween? - diz já soltando fumaça pela fuça - Se todos os anos quem fica a frente sempre sou eu?.

- Anahí não sei se está se lembrando da última que você aprontou, mas leve isso como um castigo - diz Henrique tentando se manter sério diante a filha. 

- Mas papai foi apenas uma festinha com os humanos - diz fingindo inocência. 

- Uma festinha que colocou em risco a vida de muitos jovens Anahí. Você sabe que muitos alunos daqui ainda estão tentando controlar seus poderes - diz duro e Anahí suspira derrotada.

- Okay papai não vou discutir. Percebo que pra você as atividades extracurriculares de sua filha não são de importância alguma - diz dramaticamente e sai pisando fundo. 

Henrique me lança um olhar de desculpa pelo comportamento de sua filha e eu forço um sorriso. 

- Sua filha é bem...- antes que eu pudesse completar a frase Henrique responde.

- Caprichosa? - pergunta e eu acinto envergonhada - É Anahí tem um gênio muito difícil. Ela sente a falta da mãe e pra suprir isso cedir a muitos dos seus desejos, mas ela está ficando impossível e precisa aprender a levar um não - diz e eu acinto.

Não queria me intrometer na relação pai e filha de Henrique então sugeri voltarmos ao meu treino. Tentamos mais umas duas vezes até que finalmente eu consegui. Eu quase chorei ao ouvir tudo no volume certo, já que caso continuasse daquele jeito eu acabaria assassinando alguém por estresse. 

Depois de sair da quadra fui até a parte de fora do colégio. Procurei um local para me sentar, até que achei um balanço dourado. Me sentei logo abrindo minha mochila e tirando da mesma o livro de feitiços que havia pego na biblioteca. Aquele livro poderia ser a chance de encontrar meus pais. O abri e frazi a testa ao perceber que estava todo em latim.

 Mas que ótimo...

Eu não entendia nada que estava escrito ali, afinal nunca estudei latim. As aulas no orfanato eram bem limitadas, apenas o básico como Matemática, Inglês, História, Geografia, Química e Física. E era tudo muito atrasado já que não tinha professores, tudo quem dava eram as madres. Olhei mais uma vez aquelas frases sem significado algum pra mim e suspirei. 

Tirei minha atenção do livro e fiquei olhando o ambiente que estava. Não tinha quase ninguém ali, no máximo duas ou três pessoas. Olhei pra cada uma e meu coração quase saiu pela boca ao perceber uma figura de sedosos cachinhos loiros. Christopher estava sentado debaixo de uma árvore a alguns metros de distância de onde eu estava. Ele estava com seu caderno apoiado no joelho enquanto rabiscava algo. Eu queria tanto saber o que ele fazia nesse caderno, será que eram desenhos? Ou poemas? Bom Christopher não tinha cara de quem escrevia poemas. Sua pele estava mais pálida do que eu lembrava, talvez pela claridade do sol. Nesse momento me surgiu a dúvida de como ele estaria ali em plena luz do sol. Que eu saiba vampiros tostam como churrasco na luz do sol. Será que era mito? Depois eu perguntaria a Maite. Fiquei o encarando por alguns minutos até que sentir seu olhar se encontrar com meu, senti um arrepio percorrer por minha espinha.

Ele me olhava com uma expressão indecifrável, uma mistura de surpresa com confusão. Eu não entendia por que ele ficava tão assustado ao me ver. Será que sou tão feia assim? Talvez vampiros não gostem de lobos por conta da mordida fatal. Será?. Não entendia como Christopher se sentia em relação a mim, mas já eu sentia uma certa conexão com ele. Como se o conhecesse a muito tempo. 

Abri um leve sorriso para ele, mas como esperado ele apenas continuou na mesma, me encarando como se fosse o bicho papão. Até que sua atenção foi tirada de mim por uma certa loira. Anahi. Será que a teoria da Mai estava certa e eles eram realmente namorados? Aquela pergunta me fez sentir um encomodo, uma angústia. Mas que droga, porque eu tou sentindo isso? O que você tem Dulce?, você nem o conhece.

Christopher fechou seu caderno e se levantou pra sair com Anahí mas antes me lançou um último olhar. Quase caí do balanço com aquilo mas consegui me conter. Logo ele sumiu entrando no colégio. 

Fiquei ali parada com cara de tonta, olhando pra porta. Porque esse cara me deixa assim? E porque eu me sentia tão próxima dele, como se...como se fossemos um só.

O que cês acham que rola entre a Dulce e o Ucker? Gente por favor comentem o que estão achando...