Fanfic: Lua Negra [Vondy] | Tema: Vondy, Trendy, Sobrenatural

POV'S Dulce

Depois do estranho momento no jardim com Christopher fiquei mais um tempo encarando aquele maldito livro. Eu odiava não conseguir entender nada que estava escrito ali, odiava ser tão inútil nesse momento. Talvez pudesse pedir ajuda de alguém, quem sabe Maite pode me ajudar, provavelmente ela sabe latim. 

Senti meu estômago roncar e fiz uma careta. A última vez que comi foi bem cedo e agora já era hora do almoço. Levantei do balanço e parti em direção ao refeitório. No caminho encontrei Maite que desde o segundo que me viu até chegarmos no refeitório tagarelou sobre o professor de artes marciais que lhe expulsou da aula por ela ter ameaçado tostar um garoto que passou a mão em sua bunda.  

Pegamos nosso almoço e sentamos em uma mesa afastada. Maite não parava de falar um segundo o que me fazia agradeçer já que eu não tinha muito o que falar. Lembrei que precisava perguntar se ela sabia latim e sobre a dúvida dos vampiros. 

- Mai você sabe latim? - pergunto já imaginando a resposta.

- Desde os meus 3 anos de idade - disse com um sorriso orgulhoso enorme - porquê?.

- Porque vou precisar da sua ajuda pra traduzir um livro - digo pondo uma garfada na boca - Claro se você não se importar. 

- Sem problema, eu te ajudo - diz dando de ombros e sorriu. Maite era a pessoa ou melhor criatura sobrenatural mais sorridente que já conheci. Era difícil não a ver com um enorme sorriso estampado no rosto...as vezes era tão estranho. 

- Mai tenho uma dúvida - digo e a mesma faz um gesto com a cabeça pra que eu perguntasse. Mas na hora que ia fazer isso Gerard aparece.

 - Dulce! desculpe atrapalhar, mas tive mais informações sobre a explosão de Melanie - Diz e na mesma hora arregalo meus olhos - preciso que me acompanhe até o escritório do Henrique.

Nem penso duas vezes e me levanto as presas. Olho pra Mai e a mesma sussurra um "boa sorte" acompanhado de um sorriso. Sigo o moreno até a sala do diretor na qual já estava me familiarizando. Ao entrar notei Henrique observando algumas pastas. O mesmo me olhou e pediu pra que eu sentasse. Gerard foi para o lado de Henrique pegando uma das pastas. 

- O que descobriram? - pergunto já não me aguentando de tanta curiosidade. 

- Passei a manhã tentando descobrir a causa da explosão. Fui ao orfanato observei o local do ocorrido e bom se aquilo tivesse sido causado por alguma arma provavelmente o quarto teria danos já que é muito pequeno - Gerard alega e eu franzo a testa e logo peço com um aceno de cabeça pra que ele continuasse - Mas apenas atingiu a Melanie. Como se toda a energia estivesse concentrada apenas nela.

- O que isso quer dizer ? - pergunto sem entender onde ele queria chegar.

- Que provavelmente foi um feitiço - Gerard responde. 

Feitiço? Mas como? Quem poderia ter feito aquilo? Alguém que estivesse perto de nós ou...eu? Mas isso é impossível! Essa hipótese tinha sido descartada por mim assim que descobri ser uma lobisomem. Olhei para os dois em total confusão e parecia que os dois estavam no mesmo barco que eu.

- Perai, isso significa que eu posso fazer feitiços? Lobisomens podem fazer isso? - perguntei levantando da poltrona e andando pela sala de um lado pro outro.

- Não se você for apenas um lobisomem - responde o moreno.

- O que isso significa? - Eu me sentia confusa demais, tinha acabado de descobrir sobre esse mundo louco, não entendia nada sobre isso.

- Significa que temos que descobrir o mais rápido possível sobre seus pais Dulce...- Henrique se pronunciou pela primeira vez.

[...]

Já era noite, eu estava no quarto sentada sobre a cama com Maite ao meu lado. Ela lia o livro de feitiços atentamente e enquanto isso eu pensava sobre a conversa de hoje com Gerard e Henrique. Eles ainda não tinham certeza do que eu era, mas sabíamos que não era apenas uma lobisomem. Contei a eles sobre o livro que peguei e disse que com ajuda de Maite traduziria o feitiço. Por um momento me perguntei se eu poderia fazê-lo eu mesma, já que fiz a explosão talvez poderia fazer esse. 

- Esse livro enrola demais Dulce - Maite disse bufando - Que merda porque a pessoa que escreveu isso não podia ser mais direta. 

- Talvez esteja mais pro meio - digo pegando o livro dela e passando as páginas até a metade do livro - lê a partir daqui Mai - a entrego de volta e ela começa a ler. 

Eu me senti horrível por estar tão impotente pra fazer aquilo. Maite não tinha que está quebrando a cabeça traduzido um livro por mim, eu queria fazer aquilo, mas demoraria demais até eu aprender latim e eu precisava encontrar logo meus pais. De repente um pensamento passou por mim me fazendo arrepiar...e se estivessem mortos?. Não! Eu não queria que estivessem, mas precisava me preparar caso essa fosse a realidade.

Olhei pra Mai e ela bocejava enquanto lia o livro. Ela estava cansada!. Toquei seu ombro de leve e ela tirou a atenção do livro em seguida me olhando.

- Vai dormi Mai, amanhã continuamos - sorri de leve, ela acente se levantando e foi cambaleando até sua cama logo se jogando na mesma.

Guardei o livro de volta na mochila e me levantei pra apagar a luz. Retornei pra cama e me joguei. Passei um tempo pensando sobre os meus pais, o que de fato eu era, sobre a minha nova vida até pegar no sono.

Eu estava novamente lá,naquela escuridão total. Era como um vazio, sem paisagem alguma... só vazio. Eu olhava para todos os lados em busca de que agora algo aparecesse. Mas não. Nunca aparecia. Andei por aquela escuridão imensa que parecia mais um labirinto sem fim. Andei... Andei... Andei... E nada! Me perguntei se ali era alguma espécie de inferno, afinal seria uma tortura eterna ter que viver naquele lugar. Eu estava cansada de tanto andar, sentia minhas pernas fracas e muito frio. Abraçei meu corpo com o objetivo de tentar me esquentar, mas sem sucesso. Eu sabia que não iria encontrar nada ali, afinal nunca encontrei... Me sentei no chão abraçando minhas pernas e apoiando minha cabeça nos joelhos, estava exausta demais. Permaneci ali por um bom tempo até ouvir um barulho de passos. Eu sabia quem era...

Olhei em direção ao som e o vi, de costas pra mim encostado em um caixão. Espera, caixão? Nunca havia aparecido qualquer objeto naquele vazio eterno e a presença daquele caixão me surpreendeu. Me levantei e fui em direção dele. 

- Ei ? - Chamei, mas como sempre ele nunca respondia - Ei? - gritei. Mas nada.

Dei a volta no caixão pra ficar de frente para ele. Mas como esperado não podia vê-lo. Bom não o seu rosto. Podia ver seu corpo definido e grande, mas o rosto era como um borrão. Sempre me perguntava se ele estava preso ali no vazio ou se era como eu, apenas fazia umas visitinhas a aquele inferno particular. Olhei para o caixão, preto com uma lua que se tornava negra pela cor do caixão e um imenso S em vermelho. É o mesmo S que havia no meu colar. Quem estaria ali dentro? Será que era o garoto? Coloquei minha mão na tampa do caixão fazendo força para levanta-la, mas assim que o abri não pude ver quem estava li pois havia sido puxada de volta. 

Acordei ofegante, eu suava frio e meu coração estava a mil por horas. Fazia dois meses que eu não tinha esse sonho. Desde pequena era assim, eu ia pra aquele vazio, andava por muito tempo e o encontrava. Nunca vi seu rosto, o que me deixava frustada demais. Não sabia porque sonhava com ele ou porque ia pra aquele lugar, só sabia que aquilo me assustava. Diferente das outras vezes senti algo estranho, não em relação ao caixão que era novidade, mas em relação ao garoto. Em todas as vezes ele era um completo estranho que parecia apenas está compartilhando o mesmo pesadelo que eu, Mas dessa vez era diferente, como se eu o conhecesse...só não conseguia lembrar quem era.

Quem cês acham que é o garoto do sonho?