Fanfic: The Five Senses || Ponny, Vondy e Levyrroni | Tema: Rebelde

Narrador oculto:

Anahi estacionou o carro em sua vaga destinada no estacionamento do imenso hospital Lancouver, o com maior número de leitos e profissionais em um raio de 50 km. Pegou seu jaleco extremamente branco e sua bolsa no banco de trás. Saiu do veículo e acionou o alarme de sua Range Rover preta. Caminhou até o elevador clicando nas teclas ''5 e 8'' que as levariam diretamente ao andar de seu consultório.
- Maite, tenho muitos pacientes hoje?
- Bastantes, a Malu trocou de turno sem atender a todos. - A mulher de medianos fios castanhos lhe respondeu entregando-lhe as fichas.
- E a Dulce, já chegou?
- Hoje ela chega 12:00. - Anahi olhou no relógio claro que marcava 10:07.
- Tudo bem, Mai. - sorriu para a amiga e recepcionista do andar e entrou na sala.

...

- Oi garotão, o que você tem? - Anahi perguntou segurando as pálpebras da criança tentando enxergar algo a olho nu.
- Não sinto nada, mas está tudo meio embaçado.
A médica riu com o bico do garoto. Pegou um colírio que estava em um dos bolsos do jaleco e pingou na íris do pequeno.
- Melhorou?
- Um pouco.
- Logo estará com a visão limpinha novamente, era apenas pó. - Falou se dirigindo a mãe que observava tudo. Transcreveu uma receita médica e se despediu do mini paciente.
Algumas consultas depois, Anahi foi surpreendida pela presença de Dulce no consultório.
- Boa tarde amiga, pegou o pós da Malu?
- Peguei, e como sempre..
- Deixa eu adivinhar, ela deixou virar paciente para o seu turno?
- Exatamente.
- Nossa, que vaca! - Dulce fez cara de 'poucos amigos' fazendo Anahi rir. - Mas então, que horas você sai hoje?
- Hoje só lá para umas 20:00.
- Ótimo, saio duas horas depois de você, eu e Maite passaremos na sua casa para comermos algo.
- Sem problemas - Piscou um dos olhos. - Mas vê se não leva nada com mostarda, já é sabe o que aconteceu no meu tapete da ultima vez né?
- Sei, sei.

[...]

Às 22:45 Dulce e Maite chegaram no apartamento da Dra. Puente. O condomínio era de alta classe, a enorme piscina denunciava o custo de um apartamento. Aliás, em cada andar haviam apenas 2 apartamentos de dimensões incríveis. A decoração do de Anahi era sofisticada, na sala totalmente branca existia apenas um conjunto de sofá, mesa central e um rack da mesma cor das paredes.
- Às vezes eu acho que você leva muito a sério essa história de que médicos só usam branco - Dulce queixou-se.
- É Anahi, você poderia dar uma coloraçãozinha aqui né?! Talvez um musgo naquela parede. - Maite completou.
Anahi apenas riu, era muito sossegada quando estava com as amigas. Era extremamente organizada e limpa na cozinha, nada ficava fora do lugar. O apartamento era um poço de perfeccionismo. Nada sujo, nada jogado. E para ela, as paredes brancas davam um ar de 'limpeza' a mais. Sentaram-se em volta da mesinha da sala, abrindo as caixas de pizza.
- Será que vocês podem tomar cuidado com o chão dessa vez?
- Nossa Puente, do jeito que você fala, parecemos crianças baderneiras.
- Imagina Maite, não tenho o por quê de achar isso de vocês, da última vez só o que aconteceu foi uma guerra de mostarda na sala - Falou irônica fazendo as outras rirem.
- Fiquei sabendo que a Malu está transando com o pediatra do 28º. - Dulce disse baixo, como se fosse um segredo.
- O tal Manuel? Péssimo gosto - Maite seguiu - Já viram o tamanho da cabeça dele?
- Acho que é por isso que ela está com ele - Anahi e suas frases com duplo sentido que faziam todos rirem.
- E você Anny? - Dulce direcionou-se a amiga.
- O que que tem eu?
- Está dormindo com o Derrick?
A morena engasgou-se deixando transparecer a vergonha.
- Isso é pergunta que se faça? - Respondeu enquanto Maite ria da indiscrição da amiga.
- O que que tem? Estamos entre amigas.
- Ok, nós apenas saímos uma vez, mas não aconteceu nada.
- Nem um beijo? - A morena perguntou curiosa.
- Nada! - Insistiu.
- Qual é, Anahi? Pelas minhas contas, o último cara com quem você se - Dulce carregou a voz - Envolveu - Voltou ao tom normal - Foi aquele tal Rodrigo.
- E isso já faz o que? - Maite perguntou para Dulce - uns 8 meses?
- Mais ou menos isso Mai, não sei como a Anahi aguenta, e nem por quê ela gasta tanto dinheiro com filmes e livros se não coloca nada em prática.
- Hey. O que a gente não faz na pratica faz pela imaginação. Garanto que meus dedos são melhores do que muitos homens por ai. Nunca ouviram falar que o mundo imaginário é lindo? E outra, é engraçado ver aquelas mulheres gemendo sem nem estarem sentindo nada.
- Você não pode ter certeza que elas não sentem.
- Eu só acredito no dia que eu mesma sentir. - Dulce e Maite se olharam perplexas.
- Como assim? Você nunca teve um orgasmo?
- Não.
- AI. MEU. DEUS! - Dulce se desesperou. - Pai do céu, eu não ouvi isto.
- Ai gente, isso não é coisa de outro mundo.
- Para uma mulher de quase 30 anos é sim. - Maite completou.
- Eu vou dar um jeito nisso. - Dulce se manifestou.
- Aveee! Eu tenho medo de você! - Anahi disse a amiga.
- Não precisa, vai dar tudo certo. - Limpou a mostarda que caiu no tapete sem Anahi ver. - Ops.

Anahi Puente narrando:

O alarme soou às 09:00 hrs, me arrumei. Prendi os cabelos em um coque mal feito, que deixava alguns fios soltos nas laterais. Optei por roupas de cor escura, calça jeans e blusa solta. Em meu pescoço caia um lenço bege. Segui a rotina diária e como já era de se esperar Dulce foi até meu consultório.
- Bom dia Anny.
- Bom dia Dul, what you want? - Imitei um sotaque inglês fazendo-a rir.
- Vim aqui porque prometi te ajudar com aquele probleminha  - Gesticulou com as mãos.
- E a solução está dentro dessa caixa? - Apontei com a cabeça para o enorme embrulho que ela carregava.
- Está. Eu fiquei dividida sobre o que era melhor, ai decidi trazer varias coisas que julguei serem úteis. - Eu apenas observava enquanto Dulce distribuía os objetos sobre minha mesa. - Vibrador, que eu acho mais clássico - piscou os olhos de modo exagerado - Essas bolinhas que você introduz e puxa.. isto.. isto.. e isto..
- Você é maluca, Dulce.
- Ah, esqueci - ela continuou ignorando meu comentário anterior - e eu trouxe um livro, mas não é qualquer livro, é um da biblioteca da minha mãe, tem tipo uns rituais, nunca acreditei muito nisso, mas no seu caso, não custa nada tentar.
- Deixa eu ver. - Peguei o exemplar de capa marrom em minhas mãos, folheando as paginas amarelas. - Nossa, esse livro deve ser antigo.
- Pois é, no mínimo minha mãe deve ter roubado da minha avó, nem li, mas é todo seu.
- E pra onde você vai? - Perguntei quando a vi saindo da sala.
- Vou trabalhar, hoje é meu plantão.
- E você vai deixar essas coisas aqui?
Mas Dulce já havia ido, me deixando com os produtos sobre a mesa. Os guardei.

...

No fim da tarde, sem pacientes que tomassem meu tempo pude ler o livro com mais calma. O conteúdo era interessante e um dos capítulos me chamou a atenção.

''O poder dos cinco sentidos''