Fanfic: Fogo - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

– Nós também te amamos – disse Anahí. – Agora vamos arrumar algo gostoso e engordativo para comer e falar mal dos homens.

Dez minutos depois, estavam sentadas em um pequeno pub não muito longe do apartamento de Dulce. Elas fizeram seus pedidos e, em seguida, Anahí se aproveitou de Dulce.

– Ok, conte-nos tudo. Tudo que Alfonso e Christian disseram foi que você terminou com Christopher e saiu do apartamento e que ele ficou bêbado para caramba na noite passada.

Dulce estremeceu e colocou seu rosto entre as mãos.

– Oh Deus. Eu não sei o que fazer. Por um lado estou chateada e magoada e uma porção de coisas. E, por outro lado, eu me pergunto se exagerei.

– O que aconteceu? – Maytê perguntou baixinho.

Dulce suspirou e então contou toda a história do começo ao fim, não deixando nada de fora. Nem o fato de que Christopher a seguiu, que comprou as joias da sua mãe e que insistiu para que ela morasse com ele depois do que aconteceu com Pablo, até sua descoberta de que ele era a pessoa que comprou todos os seus quadros.

– Uau – disse Anahí, recostando-se na cadeira. – Eu diria que até fiquei surpresa, mas soa como algo que Christopher faria.

– Alfonso e Christian também – Maytê apontou. – Eles são muito determinados quando querem alguma coisa.

– É verdade – Anahí admitiu. – São persistentes, nada mais.

Maytê assentiu em concordância.

– Eu exagerei? – perguntou Dulce. – Uma parte de mim diz que sim, enquanto a outra parte está ferida. Quer dizer, eu estou chateada demais, mais do que isso, estou arrasada.

– Você não exagerou, Dulce – disse Maytê.

Anahí sentou-se para a frente outra vez, seu olhar sério enquanto olhava para Dulce.

– Eu entendo por que você está chateada. Mas escute, Dulce, e não digo isso para te magoar. Estou dizendo isso para apresentar um ponto de vista. Christopher poderia ter qualquer mulher que quisesse. Há milhares de mulheres que fariam fila para ter uma chance com ele. Mas ele quer você.

Maytê acenou rapidamente.

– Eu entendo absolutamente o que você está dizendo sobre perder a sua independência e como o que ele fez negou muito do que você tinha trabalhado duro para conseguir. Mas aqui está a questão. Os homens são durões. Durões como tijolos! Christopher queria ajudá-la. Homens como Christopher só sabem de uma maneira. Sua maneira. Mas, Dulce, ele estava tão orgulhoso de você. Ele se gabava para Christian e Alfonso e até mesmo para mim e Maytê sobre como você é talentosa. Eu não acho que ele nunca em um milhão de anos teve a intenção de te ferir da maneira que ele fez. Ele viu uma maneira de ajuda-la, de provê-la e de lhe dar uma sensação de realização. Ele pode não ter feito isso da melhor maneira, mas suas intenções eram boas. Eu acredito nisso. Christopher é tão intenso. Mas ele tem um coração enorme, evidenciado pelo fato de que ajudou a sua irmã, que era uma cadela com ele há anos. E apesar de sua família inteira ser feita de enormes imbecis, ele ainda assim não consegue virar as costas de verdade para eles.

– Eu tinha um monte de problemas com o fato de que Christian me queria – Maytê disse calmamente. –

Me deixou perplexa quando ele percorreu toda a cidade procurando por mim depois da primeira noite e quando foi tão longe para me ajudar, para cuidar de mim. Ele, assim como Christopher, poderia ter qualquer mulher que quisesse. Mas me queria. Assim como Christopher quer você. Nós podemos sentar aqui, analisar e tentar compreender isso, mas no final do dia eles querem o que querem e acontece de sermos nós. E Christian cometeu muitos erros ao longo do caminho, mas nós colocamos no passado essas questões e eu estou feliz que tenhamos feito isso, porque ele me faz feliz. Eu nunca teria isso com outro homem. Eu não iria querer.

– Então vocês acham que eu estou fazendo uma tempestade em copo d’água – Dulce disse com tristeza.

Anahí balançou a cabeça.

– Não, querida, eu não acho. Eu acho que isso é obviamente importante para você e eu realmente acho que Christopher deve saber disso e reconhecer que o que fez foi errado. Mas, ao mesmo tempo, é algo que você não pode perdoar? Porque, realmente, o que ele fez que era tão ruim? Seu coração estava no lugar certo, mesmo se ele fez tudo errado.

E lá estava. Em poucas palavras. Teria sido assim tão imperdoável? Claro, ela tinha o direito de estar com raiva, mas se mudar do seu apartamento? Terminar? Isso era tão... permanente. Ela deixou cair o rosto em suas mãos.

– Ah meu Deus. Eu realmente exagerei.

Maytê deslizou sua mão sobre as costas de Dulce.

– Eu deveria tê-lo confrontado, absolutamente, mas exagerei por completo. Eu não deveria ter feito o que fiz. Agora ele vai ficar tão puto comigo, e não o culpo!

– Ele não vai ficar puto, Dulce – Anahí disse suavemente. – Ele só vai ficar feliz em ter você de volta.

Ela balançou a cabeça tristemente.

– É pior do que você pensa. Ele disse... – ela suspirou. – Ele disse que me amava e eu o maltratei. Eu disse algumas coisas horríveis. Como, por exemplo, que eu não podia acreditar que ele não estava dizendo isso para me manipular.

– Foi a primeira vez que ele falou? – Maytê perguntou gentilmente.

Dulce concordou.

– Então é compreensível que você tenha reagido daquela forma – disse Anahí. – Você o ama?

– Oh sim – Dulce respirou. – Sou completa e totalmente apaixonada por ele.

Maytê sorriu.

– Pronto. Vocês amam um ao outro. Podem resolver isso. Ele vai perdoá-la e você vai perdoá-lo.

– Você faz parecer tão fácil – Dulce murmurou. – Eu fui uma idiota histérica. Não posso acreditar que eu marchei para dentro de seu escritório e disse as coisas que eu disse. Gostaria que houvesse um botão Voltar e eu pudesse refazer tudo.

– O amor não é perfeito – disse Anahí. – Nós todos cometemos erros. Alfonso, Christian, eu, Maytê. E agora você e Christopher. Não é esperado que seja perfeito. É o que você faz. E você pode torná-lo realmente especial, Dulce. Vá e fale com ele. Ou ligue para ele. Acerte as coisas e dê a Christopher a chance de acertar as coisas.

Alguns dos estorvos pesados decolaram dos ombros de Dulce. Esperança penetrou e, com ela, a percepção de que este não era o fim. Nada do que Christopher fez era imperdoável. Ela cometeria erros. Não havia dúvida de que o faria. Mas acreditava absolutamente que Christopher seria muito mais indulgente com seus erros do que ela tinha sido com os dele.

– Obrigada, meninas – disse, sorrindo com alívio. – Eu vou para casa, tomar um banho, ligar para Christopher e esperar que ele não esteja muito chateado para ouvir meu pedido de desculpas. Anahí sorriu de volta.

– Oh, ele vai escutar. Anda. Vamos. Vamos deixá-la de volta no seu apartamento.

Dulce balançou a cabeça.

– Obrigada, mas eu vou a pé. Preciso de algum tempo para organizar os meus pensamentos. Quero fazer as coisas direitinho.

– Tem certeza? – Maytê perguntou.

– Sim, tenho certeza. Não é tão longe e isso vai me dar a chance de tomar coragem para ligar para ele.

– Tudo bem, mas você tem que jurar que vai mandar uma mensagem de texto para mim e para

Maytê nos contando o que aconteceu! – Anahí pediu.

– Eu vou. Prometo! E obrigada novamente. Isso significa muito para mim. Que vocês estavam dispostas a chutar a bunda dele quando nós só nos conhecemos há pouco tempo.

Anahí sorriu.

– Para que servem os amigos?

Dulce se levantou, abraçou as duas mulheres fortemente e prometeu mais uma vez mandar uma mensagem para elas no momento em que ajeitasse as coisas com Christopher. Em seguida, saiu com elas e esperou enquanto entravam no carro, acenando enquanto ele se afastava.

Atirando sua bolsa por cima do ombro, ela começou a caminhar na direção de seu apartamento. Seus pensamentos eram um turbilhão, mas a excitação e o alívio substituíram a escuridão de antes. Agora, só tinha a esperança de que Christopher iria perdoá-la e de que ele realmente a amava. A caminhada levou mais tempo do que esperava, e quando chegou a seu apartamento, estava cansada por não ter dormido na noite anterior e impaciente para entrar, tomar um banho e ligar para

Christopher.

Ela amaldiçoou o fato de que tinha deixado o celular em sua sala de estar. Já poderia ter lido suas mensagens de textos e ouvido suas mensagens de voz. Elas lhe dariam uma boa ideia do estado de espírito de Christopher e se seria uma questão simples pedir desculpas a ele. Ela colocou a chave na fechadura, franzindo a testa quando percebeu que deveria ter esquecido de trancá-la quando saiu. Mas, então, a última coisa em sua mente não era se tinha trancado a porta ou não. Realmente precisava ser mais cuidadosa. Claro que, se ela e Christopher se reconciliassem, não teria que se preocupar com isso, porque ele sempre se certificaria de que estava protegida. Nessa questão, ele ainda tinha a certeza de que ela estava protegida, mesmo que o tenha deixado. Mas não tinha percebido duas sombras enquanto voltava para o apartamento. Eles teriam desistido? Christopher tinha desistido?

A carranca tomou seus lábios quando ela empurrou a porta para dentro, fechando-a e trancando-a atrás dela. Mas o sorriso desapareceu no momento em que entrou na sua sala e percebeu que não estava sozinha. Ela prendeu a respiração quando viu três homens de pé, esperando, expressões sombrias em seus rostos. Reconheceu dois deles de antes. Os que tinha assumido serem homens de Christopher. Para sua proteção. Naquele instante, soube que estava errada. Estes homens não estavam ali para protegê-la. Antes que pudesse reagir, um deles se moveu rapidamente atrás dela, barrando seu caminho até a porta. Não que tivesse tido tempo de escapar de qualquer maneira, uma vez que trancou a porta quando entrou.

– Senhorita Saviñón – disse um dos homens em um tom que causou arrepios em sua pele. – Há uma mensagem que eu quero que você entregue para Alfonso Herrera, Christian Chávez e Christopher Uckermann.