Fanfic: Fogo - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

O que estão achando? 

Christopher estava sentado em seu escritório, com a porta fechada, remoendo o relatório na sua frente. Não era um arquivo de negócios. Não era uma tabela de orçamentos. Não era um e-mail ao qual ele tinha que responder. Era um arquivo sobre Dulce Saviñón. Agiu rapidamente, pedindo um favor para a mesma agência que tinha usado para fazer uma verificação de antecedentes de Maytê, o que tinha chateado Christian seriamente na época. Eles eram bons e, o mais importante, rápidos.

Após seu encontro com Dulce no parque, não tinha sido capaz de tirá-la de sua cabeça. Não tinha sido capaz de abalar a sua fixação por ela e nem sequer tinha certeza de como chamaria isso, apesar de estar agindo de forma muito parecida com Christian quando conhecera Maytê – e Christopher tinha sido rápido em advertir o amigo sobre a estupidez e a temeridade de suas ações na época. O que Christian pensaria se soubesse que Christopher estava basicamente perseguindo Dulce?

Christian pensaria que ele tinha perdido sua maldita cabeça. Assim como Christopher tinha pensado que Christian perdera a sua – e, bem, ele perdeu – pela Maytê. De acordo com o relatório, Dulce tinha 28 anos. Uma graduada em arte que morava em um apartamento conjugado no porão de um sobrado no Upper East Side. O apartamento foi alugado no nome dela. Não no nome de outro homem. De fato, havia pouca evidência no relatório da presença deste outro homem, além do fato de ele chegar para buscá-la em diferentes intervalos. O relatório só durou alguns dias, uma vez que só tinha sido iniciado quando Christopher conheceu Dulce e imediatamente solicitou a informação.

Com frequência, ela passava bastante tempo no parque, desenhando ou pintando. Alguns de seus trabalhos foram exibidos em uma pequena galeria de arte na Madison, mas nada tinha sido vendido, pelo menos não no período de tempo em que Christopher teve alguém de olho nela. Ela também desenhava joias estilosas e possuía um site e uma loja on-line onde recebia pedidos para algumas das suas peças feitas à mão.

Pelo visto, era um espírito livre. Não tinha um horário regular de trabalho. Não tinha um horário regular para nada. Ela ia e vinha, aparentemente por capricho. Apesar de a investigação ter sido por apenas alguns dias, parecia também ser solitária. O cara que Christopher contratou não a tinha visto com outra pessoa que não o homem que ele mesmo assumira que fosse seu Dom.

Não fazia sentido para ele. Se Dulce fosse dele, com certeza absoluta não passaria tão pouco tempo com ela, nem ela estaria tão sozinha. Parecia-lhe que Dulce era uma brincadeira para esse cara e que ele, ou ela, não levava o relacionamento a sério.

Era tudo um jogo?

Não que Christopher tivesse alguma coisa contra pessoas que fazem qualquer merda que queiram, mas, em seu mundo, a submissão não era um jogo. Era tudo. Ele não jogava. Não tinha tempo para isso, e jogos só o irritavam. Se uma mulher não estava afim dele, então ele estava fora. Se queria a Por/ra de um jogo onde brincasse de ser submissa, complementando com um bonito teatrinho erótico e arrancasse suas correntes para ganhar uma punição, ele cortaria sua onda rapidamente.

Mas, então, a maioria das mulheres que ele tinha fodi/do, tinha fodi/do com Christian. Eles tinham as suas regras. As mulheres eram avisadas desde o início. Maytê tinha sido um divisor de águas e uma total quebra de paradigmas. Christian não queria compartilhar e Christopher tinha entendido. Ele não tinha entendido de início, mas entendia agora. Isso não significava que não sentia falta dessa conexão com seu melhor amigo.

Por outro lado, com Christian fora do caminho, Christopher estava no controle sozinho. Ele não precisaria se preocupar em tropeçar em seu melhor amigo, se o estava irritando, ou em jogar de acordo com as regras de qualquer outra pessoa que não ele próprio.

Isso o atraía. Isso o atraía muito. Sempre soube que as pessoas não compreendiam bem sua personalidade. Olhando para os três, Alfonso, Christian e Christopher, as pessoas achavam que Christopher era o descontraído. O tipo “eu não dou a mínima”. Relaxado. Talvez até mesmo um cara simples.

Estavam todos errados.

De todos eles, era o mais intenso e sabia disso sobre si mesmo. Ele se continha quando estava com a mesma mulher que Christian, porque sabia que a levaria muito mais longe do que Christian jamais faria.

Então, aceitou o jeito de Christian e conteve a parte de si mesmo que sabia ser perigosa. A parte que assumiria completamente o controle. E, bem, nunca houve uma mulher que o instigasse a libertar esse seu lado.

Até agora.